'Mercosul e a União Europeia nunca estiveram tão próximos', afirma Alckmin

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou em suas redes sociais na manhã desta quinta-feira, 5, que o "Mercosul e a União Europeia nunca estiveram tão próximos".

A declaração, publicada em seu perfil no X (ex-Twitter), é uma resposta ao tuíte da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre a aproximação de um acordo comercial entre os dois blocos.

"Mercosul e União Europeia nunca estiveram tão próximos. A integração dos nossos mercados e a reafirmação dos nossos compromissos democráticos nos fará chegar mais longe juntos!", escreveu Alckmin no X.

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Dólar fica abaixo de R$ 6 e Bolsa dispara com regime de urgência para pacote fiscal

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar iniciou esta quinta-feira (5) em leve queda, mas ao longo da manhã o cenário se intensificou e a moeda americana despencou. Às 13h10, o dólar registrava queda de 1,19%, cotado a R$ 5,971, marcando a primeira vez que opera abaixo de R$ 6 desde o anúncio das medidas fiscais do governo, na semana passada.

Nesta quarta-feira (4), a Câmara dos Deputados aprovou os primeiros pedidos de tramitação acelerada para dois projetos relacionados às medidas de corte de gastos propostas pelo governo Lula (PT), o que deixou o mercado otimista.

Já a Bolsa abriu em forte alta e disparou em seguida. Às 13h10, a Bolsa avançava 1,38%, alcançando 127.839 pontos, impulsionada por ações da Eletrobras, que subiam cerca de 5% após decisão relacionada à CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), e por ações do setor bancário.

No cenário político, o projeto de lei complementar que submete novas despesas ao arcabouço fiscal e o projeto de lei ordinária do pente-fino no BPC (Benefício de Prestação Continuada) foram os dois primeiros aprovados para votação em regime de urgência pela Câmara.

O regime de urgência elimina a exigência de determinados prazos e acelera a tramitação das propostas, o que traz um alívio para o mercado. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse esperar que os projetos sejam discutidos pelo plenário da Casa na semana que vem.

Apresentado na quinta-feira, o pacote de cortes de gastos prevê uma economia de R$ 71,9 bilhões em 2025 e 2026, mas decepcionou os agentes financeiros por excluir propostas de maior impacto nas contas públicas e por incluir a elevação para até R$ 5.000 na faixa de isenção do IR (Imposto de Renda).

A Fazenda estima que o aumento da faixa de isenção terá um impacto de cerca de R$ 35 bilhões na arrecadação federal. Isso será compensado, segundo Haddad, por uma alíquota mínima de 10% no IR para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, o equivalente a R$ 600 mil por ano.

A apresentação das duas propostas ao mesmo tempo, em um momento de grande expectativa pela contenção de despesas, passou a mensagem de que a preocupação do governo é mais política do que econômica, o que afetou a segurança sobre os ativos brasileiros.

As medidas geraram grande estresse no mercado e levaram o dólar a bater recordes na base nominal -a que desconsidera a inflação- por quatro sessões consecutivas.

Já as ações da Eletrobras e do setor bancário estão impulsionando a alta da Bolsa nesta quinta-feira.

As ações da Eletrobras ON (ELET3) dispararam quase 6%. Às 13h10, as ações ordinárias (ON, com direito a voto em assembleias), subiam 5,07%, cotadas a R$ 36,83.

A Eletrobras anunciou que não está mais discutindo com a União a antecipação de recursos para a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), medida que vinha gerando tensão no mercado.

A CDE é uma espécie de "superfundo" do setor elétrico, que banca uma série de políticas públicas e é custeada por meio da conta de luz.

Uma das condições que estavam na mesa era uma antecipação de recursos bilionários devidos pela Eletrobras para a CDE, o que ajudaria a aliviar a conta de luz dos consumidores. Segundo comunicado nesta quinta-feira, as conversas sobre esse tópico foram encerradas.

A notícia foi vista como positiva por analistas, que apontaram a possibilidade de a companhia pagar mais dividendos.

"Vemos a notícia como muito positiva não só porque indica que as negociações estão avançando, mas também porque pode permitir que a empresa pague dividendos maiores em um futuro próximo", disse o Itaú BBA, em nota.

Já o Citi afirmou que o fato de a empresa não ter de antecipar novos aportes para aliviar o custo da energia "elimina quaisquer potenciais desembolsos de caixa", dando mais visibilidade ao fluxo de caixa da Eletrobras, "o que poderia eventualmente abrir espaço para discussões sobre dividendos".

Além disso, novos acordos estão sendo debatidos, incluindo a garantia de preservação dos artigos da lei de privatização da empresa, especialmente o limite de 10% no direito de voto de qualquer acionista. Essas notícias trouxeram alívio para os investidores, indicando maior estabilidade nas regras e nos contratos da companhia.

Além da Eletrobras, as ações dos principais bancos também contribuíram para o desempenho da Bolsa. Santander subia 1,94%, Itaú valorizava 1,74%, Bradesco PN avançava 1,61% e BTG Pactual registrava alta de 1,43%. O movimento reflete o bom desempenho do setor financeiro.

Economia 04/12/2024 Notícias no Minuto
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Von der Leyen chega ao Uruguai, e acordo UE-Mercosul fica próximo da assinatura

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(Folhapress)- Após alguns dias de mistério, Ursula von der Leyen chegou ao Uruguai. A presença da presidente da Comissão Europeia na cúpula do Mercosul, que ocorre nestas quinta (5) e sexta (6) em Montevidéu, seria sinal inequívoco de que o tratado de livre comércio entre o bloco sul-americano e a União Europeia está prestes a sair do papel.

O documento é gestado há mais de duas décadas e criaria um mercado de 750 milhões de pessoas, responsável por um quinto do comércio global.

No começo da semana, porta-vozes da presidente disseram à reportagem que a viagem não estava na programação; sua agenda tampouco mostrava outros compromissos para os dias da cúpula sul-americana. Procurados novamente pela reportagem para atualizar a informação, os assessores não responderam.

A imprensa alemã já descartava sua participação, nesta quinta, quando a própria política anunciou sua chegada ao país sul-americano. "A linha de chegada do acordo UE-Mercosul está à vista. Vamos trabalhar, vamos cruzá-la. Temos a chance de criar um mercado de 700 milhões de pessoas. A maior parceria de comércio e investimento que o mundo já viu. Ambas as regiões serão beneficiadas."

Von der Leyen é defensora do acordo, assim como Alemanha, Espanha, Portugal, Suécia e outros países do bloco. Opõe-se ao tratado a França, maior produtor agrícola da Europa, e países como Polônia, Áustria e Holanda, onde o veto é bandeira da direita e da extrema direita.

A grave crise política na França era levada em consideração, de acordo com analistas, e talvez por isso sua presença só foi anunciada após a queda do primeiro-ministro, Michel Barnier. Apenas a porção comercial do tratado original seria fechada agora, o que deixaria sua aprovação a cargo de uma maioria simples no Parlamento Europeu.

Para evitar a manobra, os franceses teriam que garantir a adesão de ao menos quatro nações à dissidência, o que já existe, e o correspondente a 35% da população europeia, conta que só fecharia com a adesão de um país do porte da Itália.

Até aqui, a premiê Giorgia Meloni, à frente do terceiro maior exportador da UE para o Mercosul, não estabeleceu uma posição firme sobre participar ou não da oposição ao acordo.

O acordo interessa especialmente à Alemanha, que lidera a lista de exportadores do continente. O país, que convive com greves e anúncios de cortes em grandes indústrias há semanas, almeja a redução tarifária para seus carros e produtos químicos. Pelas regras do tratado, 91% dos artigos comercializados ficarão isentos.

A maior parte do que chega à Europa vinda do Mercosul, 32,4%, são alimentos, justamente a preocupação francesa. O tratado prevê cotas de importação, e a parte com tarifa mais baixa corresponde a menos de 2% do consumo europeu. Ainda assim, a França teme uma inundação de produtos mais baratos, como a carne brasileira. A Irlanda, quinto maior produtor mundial, também vê esse aspecto do acordo com preocupação.

Mesmo antes de a Comissão Europeia se pronunciar sobre o tema, fazendeiros franceses já haviam marcado a volta dos tratores às ruas e estradas do país para a próxima segunda-feira (9). As manifestações devem se espalhar por outros países agora.

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Câmara aprova urgência do PL de pacote fiscal que limita crescimento do mínimo a 2,5% ao ano

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A Câmara dos Deputados aprovou no final da noite desta quarta-feira, 4, por 267 votos a favor e 156 contra, o requerimento de urgência para o projeto de lei que limita o crescimento real do salário mínimo ao máximo permitido pelo arcabouço fiscal, de 2,5% ao ano. Eram necessários 257 votos. A iniciativa faz parte do pacote de ajuste fiscal anunciado na semana passada pela equipe econômica.

A expectativa inicial era de que essa medida resultasse em economia de R$ 2,2 bilhões em 2025 e R$ 9,7 bilhões em 2026. No entanto, a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, de 2,9% para 3,2%, aumentará para R$ 15 bilhões a projeção de economia de gastos com a medida neste período, como mostrou o Estadão/Broadcast.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães, reforçou que o acordo feito entre governo e Parlamento para destravar a votação da urgência era de justamente avançar na negociação em torno das emendas parlamentares. "Nós vamos na próximas horas buscar solução para execução das emendas que são legítimas e precisam ser executadas", disse ele em plenário.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, houve resistência de parte da Câmara em apoiar as urgências aos projetos do pacote de ajuste fiscal devido à insatisfação com as novas exigências do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a distribuição e a execução das emendas parlamentares.

Pelo projeto de lei, assinado por Guimarães, o ganho real do salário mínimo não poderá ser superior a 2,5% ao ano, nem inferior a 0,6%. "O projeto de lei tem a finalidade de racionalizar despesas públicas primárias, com vistas a aperfeiçoar o orçamento público e ajustar o ritmo de crescimento do gasto obrigatório ao disposto na LC 200/2023 (arcabouço fiscal), que limita o crescimento real da despesa a 70% da variação da receita, sempre entre 0,6% e 2,5%", diz o texto.

Na prática, a proposta prevê que o salário mínimo continuará sendo corrigido pelo valor acumulado do INPC até novembro mais a variação do PIB de dois anos antes, mas limitado à regra do arcabouço fiscal a cada ano - que estabelece o crescimento da despesa a 70%, ou 50%, da variação da receita nos 12 meses anteriores, com variação entre 0,6% e 2,5% ao ano acima da inflação.

O PL também prevê mudanças nas regras de concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), determinando que a renda familiar vai considerar a soma dos rendimentos mensais de membros da família e vedando deduções não previstas em lei. Quem tiver bens ou propriedade que superem o valor de isenção referente ao patrimônio na declaração de Imposto de Renda não poderá usufruir do benefício. O governo espera economizar R$ 2,0 bilhões por ano com a medida.

O texto inclui, também, a obrigatoriedade de cadastro biométrico para concessão, manutenção e renovação de benefícios de seguridade social. O governo pretende economizar R$ 2,5 bilhões por ano com essa medida. Além disso, prevê que o Proagro respeite a disponibilidade orçamentária.

O projeto também muda os parâmetros relativos à permanência no Bolsa Família, incluindo o estabelecimento de índices máximos de famílias unipessoais. A expectativa é que essa iniciativa renda R$ 2,0 bilhões em 2025 e R$ 3,0 bilhões ao ano a partir de 2026. Prevê, ainda, que a despesa federal alocada no Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) cresça limitada ao IPCA. Com essa medida, espera-se economizar R$ 800 milhões em 2025 e R$ 1,5 bilhão em 2026.

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Aluguel residencial cai 0,88% em novembro, após queda de 0,89% em outubro, afirma FGV

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Os aluguéis residenciais recuaram 0,88% em novembro, após terem diminuído 0,89% em outubro. Os dados são do Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) nesta quinta-feira, 5.

O índice acumulou uma alta de 8,75% nos 12 meses encerrados em novembro, ante um avanço de 9,32% nos 12 meses terminados em outubro.

O IVAR foi criado para medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil, com informações obtidas diretamente de contratos assinados entre locadores e locatários sob intermediação de empresas administradoras de imóveis. Até então, a FGV coletava informações de anúncios de imóveis residenciais para locação, e não os valores efetivamente negociados.

Quanto aos resultados das quatro capitais que integram o índice da FGV, o aluguel residencial em São Paulo passou de uma queda de 1,13% em outubro para um recuo de 1,87% em novembro. No Rio de Janeiro, o índice saiu de redução de 3,18% para alta de 3,95% no período; em Belo Horizonte, de alta de 3,28% para queda de 3,61%; e em Porto Alegre, de recuo de 1,41% para redução de 0,57%.

No acumulado em 12 meses, os aluguéis avançaram 6,00% em São Paulo; 10,14% em Belo Horizonte; 9,08% no Rio de Janeiro; e 10,84% em Porto Alegre.

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França tem razões econômicas para aprovar acordo UE-Mercosul, mas não o fará

(FOLHAPRESS) - Estudo da Comissão Europeia mostra que o comércio com o Mercosul sustenta 855 mil empregos no continente, 244 mil deles na Alemanha (28%). É apenas uma das métricas que demonstram a importância da assinatura do tratado comercial entre os blocos. Pelo menos para os alemães, emparedados por uma economia estagnada, disputa comercial com a China e as ameaças de Donald Trump.

A Alemanha é o país europeu que mais exporta para o grupo, 15,4 bilhões de euros (R$ 99 bilhões), e o terceiro que mais importa, 6,3 bilhões de euros (R$ 40 bilhões). A indústria automobilística e o setor químico, convivendo com anúncios locais de greves e cortes, ganharia substancialmente com o corte de tarifas -91% dos produtos comercializados ficariam isentos pelo tratado.

Tudo isso vale também para a França, em crise política e financeira ainda mais aguda que a do vizinho. Michel Barnier se tornou o primeiro premiê a ser derrubado pela Assembleia Nacional desde Georges Pompidou nos anos 1960, e a insolvência francesa parece temerariamente à vista, com os títulos do país pagando juros como os papéis gregos.

Porém os franceses são contra o acordo. Do presidente Emmanuel Macron à Reunião Nacional de Marine Le Pen, dos fazendeiros ao CEO do Carrefour, as razões do maior produtor agrícola da Europa são internas, políticas e podem mergulhar o país em um caos. Mesmo antes de a Comissão Europeia se pronunciar ou não sobre um acordo com o Mercosul nesta semana, as centrais ruralistas do país já marcaram a volta dos tratores às ruas e estradas do país para a próxima segunda-feira (9).

Os sul-americanos se reúnem nesta quinta (5), em Montevidéu, para a última reunião do grupo sob a presidência uruguaia. Como a Argentina de Javier Milei, crítico do Mercosul, é o próximo país a comandar os trabalhos da entidade, a expectativa na Europa é que o assunto morrerá de novo se uma assinatura não sair agora.

Há outros motivos econômicos para a França rever seu posicionamento. O acordo prevê uma série de medidas que interessam ao comércio do país, como o respeito a 350 denominações de origem geográfica. Por exemplo (e o exemplo dado na apresentação da Comissão Europeia é providencialmente francês), o queijo Roquefort ganha exclusividade de nome e características.

Um produtor brasileiro ou argentino terá que descrever seu assemelhado de outra forma, que não faça referência ao original. Até subterfúgios ficam banidos, como expressões ("tipo", "estilo") ou símbolos (bandeiras, mapas).

Dentro da União Europeia, a França é o segundo maior exportador para o Mercosul, com 8,6 bilhões de euros (R$ 55 bilhões), e apenas o quinto importador do bloco, com 4,1 bilhões de euros (R$ 26 bilhões). Os dados colhidos pela Comissão Europeia estão defasados, mas é evidente que o acordo traria mais dinamismo nas transações. Em 2023, a UE exportou 55,7 bilhões de euros (R$ 355 bilhões) para o Mercosul, pouco mais de um décimo do que transaciona com os EUA.

A maior parte do que chega à Europa, 32,4%, são alimentos, justamente a preocupação francesa. O tratado prevê cotas de importação, e o volume com tarifa mais baixa corresponde a menos de 2% do consumo europeu. Ainda assim, a França teme uma inundação de produtos mais baratos, como a carne brasileira. A Irlanda, quinto maior produtor mundial, também vê esse aspecto do acordo com preocupação.

Aqui entram os argumentos ambientais e sanitários, repetidos como mantra por políticos e agricultores franceses. O curioso é que, na barganha da negociação interna, a Comissão Europeia acenou com limites ambientais menos rígidos para as fazendas europeias.

Também prometeu acréscimo nos 60 bilhões de euros (R$ 382 bilhões) em subsídios que reserva ao setor, a maior despesa do Orçamento do bloco.

Se do ponto vista brasileiro soa como hipocrisia e protecionismo, do lado europeu a questão é mais complexa. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, assumiu seu segundo mandato no último fim de semana equilibrando-se diante de um Parlamento mais inclinado à direita. Extremistas da Casa reputam a estagnação econômica do continente ou parte dela às severas exigências ambientais.

Von der Leyen reagiu ao novo cenário. Sua prioridade principal anterior, um abrangente arcabouço de proteção ambiental e transição energética, foi apensada agora com uma política de modernização da indústria europeia. Ampliar o alcance do bloco para um quinto da economia global, resultado que seria obtido com o pacto transatlântico, se encaixa nos planos.

Concorre para a assinatura também razões geopolíticas. Abrir o mercado sul-americano aos carros alemães seria uma forma de driblar as ameaças tarifárias de Trump, para ficar no caso mais óbvio. Da mesma forma, é estratégico assegurar o acesso a minerais necessários à transição energética e depender menos da China.

Depois de alimentos, o setor mineral já é responsável pela segunda maior fatia da importação europeia do Mercosul, com 29,6

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INSS tem mais de 5 milhões de ações na Justiça

JÚLIA GALVÃO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tem mais de 5 milhões de processo pendentes na Justiça, segundo levantamento do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) divulgado nesta semana. A pesquisa contabiliza todas as ações judiciais contra o órgão até o dia 31 de outubro.
Apenas neste ano, o instituto é causa de de 2,7 milhões de novos processos, enquanto outros 2,4 milhões foram remetidos para outros órgãos, a instâncias superiores ou arquivados definitivamente.
A maioria dos novos processos se encontra na Justiça Federal (2,4 milhões), enquanto cerca de 340 mil estão na Justiça estadual. Uma pequena parcela de 2.413 estão na Justiça do Trabalho.
O advogado João Badari, do escritório Aith, Badari e Luchin e representante do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários), explica que, apesar do número de processos ser alto, está dentro das estatísticas ligadas ao INSS.
"Todos os números com relação ao INSS são macros, já que ele é um dos maiores sistemas de assistência social do mundo", diz o advogado.
Atualmente, o INSS paga cerca de 39 milhões de aposentadorias e pensões com um orçamento na casa de R$ 1 trilhão ao ano. O instituto é ainda responsável pelo pagamento de auxílios e BPC (Benefício de Prestação Continuada).
"São centenas de vítimas de moto no trânsito, pessoas acidentadas e inválidas no trabalho, desemprego e outras questões. Esses problemas sociais deságuam na nossa Seguridade Social, que inclui o INSS", afirma o advogado especialista em Previdência Social e colunista da Folha de S.Paulo, Rômulo Saraiva.
Saraiva explica que os desafios desse cenário se concentram na política administrativa do INSS, uma vez que o sistema muda as suas regras com frequência e, muitas vezes, há erros e conflitos normativos, levando os segurados à Justiça para garantir seus direitos.
"O INSS possui uma postura institucional tendente ao litígio, negando direitos elementares ou mesmo questões já apaziguadas pelo Judiciário. Desde 2013, houve um esvaziamento de cerca de 20 mil servidores que se aposentaram, morreram ou migraram de cargo. Sem a reposição necessária, os processos não são bem analisados ou negados injustamente", diz Saraiva.
Nos últimos anos, o Poder Judiciário vem tentando evitar ser o principal destinatário dos processos previdenciários por conta do número elevado de ações que já estão em seu controle. No STF (Supremo Tribunal Federal), há uma discussão para avaliar se a Justiça deve aceitar um novo processo caso a prova não tenha sido analisada pelo INSS, por exemplo.
O QUE DIZ O INSS?
O INSS destaca que a autarquia tem relação jurídica com mais de 100 milhões de brasileiros. Sejam beneficiários ou contribuintes. Ao longo deste e do último ano, o instituto vem tomando medidas para reduzir o problema, como o Atestmed, que diminuiu a espera pelo auxílio-doença, por conceder o benefício por incapacidade temporária mais rápido e a teleperícia.
O órgão também afirma que "promove a simplificação dos processos internos e a modernização de seu sistema". Neste ano, houve a contratação de 1.276 novos servidores com a expectativa de mais 300 aprovados no último concurso.
"Importante informar que o INSS indefere aproximadamente 50% dos requerimentos. Portanto, é natural, diante de um quadro de assédio de intermediários, que os beneficiários busquem o Judiciário para tentar reverter a decisão, inclusive nos casos onde não faz jus ao benefício", afirma o INSS em nota.
COMO SABER SE É NECESSÁRIO PROCESSAR O INSS?
Saraiva diz que, muitas vezes, o trabalhador não sabe o que precisa ter em mãos para receber o benefício e, sem a orientação presencial de um servidor em função da automação de central telefônica e do Meu INSS, pedidos malfeitos costumam se transformar em novas ações judiciais.
Nesses casos, a recomendação é de que a opinião da Defensoria Pública da União seja buscada para um diagnóstico previdenciário ou mesmo de um advogado, caso o cidadão possa pagar por uma consultoria.
Ao abrir um processo judicial, haverá um contrato com advogado e o pagamento dos honorários, caso ganhe a ação. Há ainda casos em que o segurado terá de pagar pelos serviços, mesmo se perder, por isso precisa avaliar bem se há direito ou não.
COMO AGILIZAR O PROCESSO JUDICIAL?
Quando os processos são encaminhados para a esfera judicial, o segurado estará sujeito aos prazos da Justiça, mas tanto Badari quanto Saraiva dão algumas dicas que podem facilitar o processo:
- Procure dar entrada no processo com a documentação completa
- Tenha documentos que provem o direito ao benefício, especialmente da época que se quer provar
- Faça pedidos claros durante a ação
- Buscar a sua vara judiciária caso o processo possa ser aberto nessa esfera
Ações de até 60 salários mínimos são pagas como RPVs (Requisições de Pequeno Valor) e saem mais rápido. Neste caso, o cidadão pode entrar com processo no JEF (Juizado Especial Federal), sem um advogado. No entanto, se o INSS recorrer, terá de apresentar um defensor em até dez dias.

Economia 04/12/2024 Notícias no Minuto
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Lula sobre pente-fino em benefícios: A gente quer um levantamento fidedigno

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 4, que parte do empresariado vem colocando no Bolsa Família a culpa pela dificuldade em fazer contratações. Ele também declarou que o governo fará o pente-fino dos programas sociais, parte das medidas de ajuste fiscal, de forma cuidadosa para evitar injustiças. Ele deu as declarações em solenidade no Palácio do Planalto sobre hospitais federais.

Lula falava sobre reclamações que ouvia de empresários sobre dificuldades para contratar funcionários quando deu a seguinte declaração: "O pessoal costuma jogar a culpa no Bolsa Família, porque tem sempre que alguém ser culpado e o culpado é o pobre. O pessoal joga a culpa no Bolsa Família, o pessoal joga a culpa no aposentado do INSS, joga a culpa no BPC, tudo coisas que estamos fazendo com a maior delicadeza possível". Lula também disse que os empresários precisam perceber que os tempos mudaram, e que é necessário construir um novo mundo do trabalho.

"A gente não quer ir para as páginas dos jornais punindo alguém que não pode ser punido. a gente que fazer o levantamento fidedigno. a gente vai fazer com que todas as pessoas façam levantamento da sua situação real, aqueles que tem direito vão continuar recebendo, aqueles que estão de forma ilícita vão parar de receber. Esse é o preço que a gente paga por ser sério", disse ele sobre o pente fino dos programas sociais.

O presidente da República também afirmou que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), ficou "irritado" por causa da proposta do governo para limitar o crescimento do Fundo Constitucional do Distrito Federal. A ideia é reajustar o valor atual por meio do IPCA, em vez de o montante aumentar junto com o crescimento do PIB. Em 2024, há R$ 23,38 bilhões no Orçamento federal destinados a esse fundo, que sustenta a segurança pública, a educação e a saúde de Brasília. Ibaneis esteve reunido nesta quarta com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e defendeu a rejeição às mudanças propostas no Fundo do DF.

Lula também voltou a dizer que o País crescerá mais do que o mercado previa. "O PIB de 2023 não foi 2,9%, foi 3,2%. O PIB de 2024 não será 1,5%, como o mercado previa, vai ser 3,5%", declarou ele.

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Pobreza cai no país, mas 59 milhões vivem com menos de R$ 22 por dia

O melhor desempenho do mercado de trabalho e a expansão de programas de transferência de renda reduziram a pobreza e a miséria no País em 2023 para pisos históricos. Em um ano, 8,7 milhões de brasileiros deixaram a linha de pobreza e 3,1 milhões saíram das condições de miséria. Os dados são da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 4.

A série histórica da pesquisa do IBGE, que usa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), teve início em 2012.

Em 2023, o Brasil tinha 59 milhões de habitantes vivendo abaixo da linha de pobreza, o equivalente a uma fatia de 27,4% da população sobrevivendo com menos de R$ 22,17 por dia. No ano anterior, em 2022, 31,6% da população vivia em condições de pobreza - o equivalente a 67,7 milhões de pessoas.

Já o contingente de miseráveis correspondia a 4,4% da população do País em 2023, o equivalente a 9,5 milhões de brasileiros em situação de pobreza extrema, sobrevivendo com menos de R$ 6,97 por dia. Em 2022, porém, o número de miseráveis somava 12,6 milhões, 5,9% de toda a população.

"Há redução da pobreza e da extrema pobreza aos menores patamares da série, em proporção da população e em números absolutos", disse André Simões, técnico da pesquisa do IBGE.

Definição

Pelos critérios dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e recomendações do Banco Mundial, a pobreza extrema é caracterizada por uma renda familiar per capita disponível inferior a US$ 2,15 por dia, o equivalente a um rendimento médio mensal de R$ 209 por pessoa em 2023, na conversão pelo método de Paridade de Poder de Compra (PPC) - que não leva em conta a cotação da taxa de câmbio de mercado, mas o valor necessário para comprar a mesma quantidade de bens e serviços no mercado interno de cada país em comparação com o mercado nos EUA.

Já a população que vive abaixo da linha de pobreza é aquela com renda disponível de US$ 6,85 por dia, o equivalente a R$ 665 mensais por pessoa em 2023. "O mercado de trabalho é mais importante para explicar a redução na pobreza, e os benefícios sociais para explicar a redução na extrema pobreza", disse Simões.

Segundo o IBGE, caso não houvesse os benefícios de programas sociais, a extrema pobreza teria subido, passando de 10,6% da população em 2022 para 11,2% em 2023. Ou seja, a população sobrevivendo em condição de miséria no ano passado somaria mais que o dobro dos atuais 4,4% de brasileiros nessa condição.

Pretos e pardos estão entre os mais pobres

O índice de Gini do rendimento médio domiciliar per capita - indicador que mede a desigualdade de renda, numa escala de 0 a 1, em que, quanto mais perto de 1 o resultado, maior é a concentração de riqueza - manteve-se em 0,518 em 2023, mesmo valor de 2022, "o que indica que não houve redução da desigualdade de rendimento nesse período", informou o IBGE ontem durante a divulgação dos dados da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS).

Entretanto, conforme o instituto, foram os benefícios de programas sociais que impediram que a desigualdade aumentasse: se excluída a renda proveniente dessas transferências, o Índice de Gini teria subido de 0,548 em 2022 para 0,555 em 2023.

Infância

Em 2023, a proporção de crianças menores de 14 anos de idade abaixo da linha de pobreza foi de 44,8%. A proporção de crianças brasileiras vivendo em situação de pobreza extrema foi de 7,3% em 2022. No grupo etário de 15 a 29 anos, 29,9% viviam na pobreza, e 4,6% estavam em situação de miséria. Por outro lado, na população idosa, com 60 anos ou mais, 11,3% viviam em situação de pobreza, e 2,0% sobreviviam na extrema pobreza.

"A pobreza e extrema pobreza são menores entre pessoas com 60 ou mais de idade, porque são pessoas que geralmente estão mais cobertas por aposentadoria e pensão", justificou André Simões, técnico da pesquisa SIS do IBGE.

Cor

Além da faixa etária, a questão racial também indica vulnerabilidade. Mais de 70% dos pobres e extremamente pobres eram negros, embora essas pessoas representassem cerca de 56,5% do total da população do País.

Entre os brasileiros pardos, 35,5% viviam em situação de pobreza em 2023, mais que o dobro da incidência vista entre os brancos, de 17,7% nessa situação. Entre os pretos, a proporção em situação de pobreza também foi mais elevada, 30,8%. A desigual

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Corte de gastos está sendo feito com maior delicadeza possível, diz Lula

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (4) que as medidas do pacote de contenção de gastos, em particular as que mexem com benefícios para as camadas mais pobres da população, estão sendo feitas "com a maior delicadeza".

Ele acrescentou que não quer ser conhecido por punir indevidamente as pessoas ao cortar benefícios de quem teria direito a recebê-lo.

Lula também voltou a falar na expectativa de crescimento da economia neste ano, em torno de 3,5%. E disse que os índices estão fortes, "apesar daqueles que querem trabalhar contra".

As falas aconteceram durante cerimônia no Palácio do Planalto para a transferência da gestão de hospitais federais do Rio de Janeiro para a prefeitura.

O presidente comentava que empresários relataram para ele a dificuldade de contratar trabalhadores para os seus negócios e afirmou que muitos colocam a culpa por essa situação nos benefícios sociais, que estaria fazendo com que muitas pessoas evitassem procurar emprego.

Sem citar nominalmente a medida, Lula fez referência ao chamado "pente-fino" nos benefícios sociais, que faz parte das medidas de corte de gastos, e disse que isso está sendo feito com seriedade, para evitar retirar o benefício de quem tem direito.

Na semana passada, a equipe do ministro Fernando Haddad apresentou o pacote de contenção de gastos, com projeção de economia de R$ 327 bilhões até 2030.

Dentre as medidas previstas estão mudanças nas regras de reajuste do salário mínimo e um aperto nas regras de acesso ao BPC (Benefício de Prestação Continuada), concedidos a pessoas com deficiência e idosos com mais de 65 anos de baixa renda.

Outra medida do pacote de corte de gastos do governo federal prevê a mudança no modelo de reajuste anual do Fundo Constitucional do Distrito Federal. Esse fundo é abastecido pela União para custear despesas de pessoal do Distrito Federal, principalmente com as áreas de segurança pública, saúde e educação.

Sobre o assunto, Lula rebateu críticas do governador Ibaneis Rocha (MDB), argumentando que uma unidade da federação não pode receber mais que as outras

"O governador de Brasília ficou irritado porque na nova coisa que a gente quer fazer do dinheiro, a gente tirou o IPCA [na verdade, ele substituiu o aumento da receita corrente líquida pelo IPCA]. Porque não era possível ele receber mais que os outros estados. Aliás, já é o estado que recebe mais se comparado a qualquer outro", afirmou o presidente.

JUROS

Lula não comentou o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre do ano, que cresceu 0,9%. Por outro lado, exaltou o crescimento anual da economia no ano passado e a perspectiva para este ano, em torno 3,5%.

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