Argentina proibirá cirurgias de transição de gênero e tratamento hormonal a menores de 18 anos

O governo do presidente argentino Javier Milei anunciou na quarta-feira, 5, que vai mudar a Lei de Identidade de Gênero para “proibir os tratamentos de hormonização e as cirurgias de adaptação do corpo em menores de 18 anos”, informou o porta-voz presidencial Manuel Adorni.

“Essas intervenções a que as crianças estão expostas constituem grave risco para sua saúde física e mental, pois implicam uma interrupção no seu processo de amadurecimento”, afirmou o funcionário em um breve comunicado da Casa Rosada, a sede do governo.

A lei, sancionada em 2012, permite que menores de 18 anos tenham acesso a esses tratamentos sempre que contarem com autorização de seus responsáveis legais ou com a conformidade de uma autoridade judicial.

O porta-voz presidencial afirmou que, “em muitos casos, os efeitos desses tratamentos e cirurgias são irreversíveis”, e acrescentou que “países pioneiros [em questão de gênero]” como Reino Unido, Suécia, Finlândia e Estados Unidos “estão voltando atrás, proibindo que os menores possam se submeter a esses procedimentos”.

O anúncio de Adorni não foi o único vinculado a questões de diversidade, pois ele também confirmou que o governo “decidiu proibir as transferências de prisões devido a mudanças de gênero”.

“Isso significa que se uma pessoa condenada estiver em uma prisão masculina, deixará de solicitar a transferência para uma ala feminina só porque se considera como tal”, afirmou o porta-voz. Segundo ele, essa medida “garante a segurança de todas as detentas”.

As palavras de Adorni não demoraram para provocar a reação de grupos argentinos de diversidade sexual, que indicaram que podem “recorrer à Justiça”. “O presidente não pode modificar uma lei por decreto. E se ele tentar isso vamos recorrer à Justiça e à Corte Interamericana, caso seja necessário”, publicou na rede X a Federação Argentina LGBT+.

Os anúncios chegam quatro dias depois de uma marcha multitudinária de protesto em Buenos Aires e outras cidades argentinas, convocada por grupos feministas e LGBTQIA+, em rejeição às declarações do presidente ultraliberal Milei no Fórum de Davos, na Suíça.

Em seu discurso de 23 de janeiro e em linha com sua “batalha cultural”, Milei investiu contra a chamada ideologia “woke”, assegurou que o “feminismo radical” busca “privilégios”, criticou o conceito de “feminicídio” e o que chama de “ideologia de gênero”.

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EUA emitem alerta para norte-americanos que vão passar o Carnaval no Brasil


O governo dos Estados Unidos divulgou um comunicado aos cidadãos norte-americanos que vão passar o Carnaval no Brasil. O documento orienta a todos que “permaneçam vigilantes” e considerem uma série de medidas de segurança.

Entre as recomendações estão evitar andar sozinho, especialmente à noite; e manter janelas fechadas quando estiver dentro de um veículo.

O texto também orienta a não usar joias caras ou carregar grandes quantias de dinheiro. E mais: evitar “favelas” em todos os momentos, mesmo no contexto de festas de rua e blocos.

“Fique atento a golpes de drogas em encontros. Criminosos visam estrangeiros através de aplicativos de namoro ou em bares antes de drogar e roubar suas vítimas. Não aceite bebidas de estranhos”, completa.

O comunicado pede ainda que os cidadãos norte-americanos “confiem em seus instintos”, priorizem a segurança e viajem em pares ou grupos.

“Não resista fisicamente a qualquer tentativa de roubo. Os criminosos geralmente estão armados. Sua vida é muito mais valiosa do que seus bens pessoais”, orienta o material.

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Depois dos EUA, Argentina anuncia saída da OMS e cita “diferenças sobre a gestão sanitária”

A Argentina anunciou a saída da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (5). A informação foi confirmada pelo porta-voz da presidência Manuel Adorni.

Segundo o porta-voz, o presidente argentino, Javier Milei, instruiu o ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein, a retirar a participação da Argentina na OMS por conta de “diferenças sobre a gestão sanitária” principalmente durante a pandemia da Covid-19. Adorni disse que a organização e o ex-presidente, Alberto Fernández, levou o país “ao maior confinamento da história da humanidade e à falta de independência da influência política de alguns estados”.

Ele acrescentou que a Argentina não vai permitir que uma organização internacional intervenha na soberania do país e muito menos na saúde.

Adorni também afirmou que o governo não recebe financiamento da OMS para a gestão nacional da saúde e, portanto, a medida não representa uma perda de fundos para o país nem afeta a qualidade dos serviços. “Pelo contrário, dá ao país maior flexibilidade para implementar políticas adaptadas ao contexto e aos interesses exigidos pela Argentina, bem como maior disponibilidade de recursos, reafirmando nosso caminho em direção a um país com soberania também em questões de saúde”, disse ele.

A decisão da Argentina acontece após Donald Trump anunciar a saída dos Estados Unidos da organização.

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EUA vão assumir controle de Gaza, afirma Trump ao lado de Netanyahu

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (4) que seu país assumirá o governo da Faixa de Gaza após o fim da guerra entre Israel e o Hamas. “Assumiremos o controle. Será nossa”, disse Trump em entrevista coletiva ao lado do premiê Binyamin Netanyahu.

A fala subverte décadas de relacionamento diplomático entre Washington e Tel Aviv e parece ter pego o israelense de surpresa. Primeiro, ele elogiou o americano, chamando-o de “o maior amigo que Israel jamais teve na Casa Branca”. Depois desconversou e disse que “vê um futuro diferente para Gaza”. “[Trump] tem uma ideia diferente, mas é uma ideia que pode mudar a história, e vale prestar atenção nela”.

O americano disse ter estudado a ideia por muito tempo, embora até aqui não tivesse falado publicamente sobre o tema. Segundo ele, “muitas pessoas gostam da ideia de que os EUA ocupem aquele pedaço de terra e criem empregos” em Gaza, que se tornaria, em suas palavras, a “Riviera do Oriente Médio”.

Não está claro o que exatamente Washington planeja. Trump diz que a ideia inclui pessoas de vários países morando em Gaza, “incluindo palestinos”.

“As pessoas que moram lá hoje poderiam viver em paz, porque hoje elas vivem no inferno. E tenho a impressão de que, embora hoje digam que não, [Jordânia e Egito] vão abrir seus corações.”

O presidente se referia às reações dos países citados por ele ao propor, uma “limpeza da coisa toda” —eufemismo do plano de deslocamento forçado dos palestinos que ele defendeu na semana passada. Jordânia e Egito, que na visão de Trump deveriam absorver a população de Gaza, condenaram a proposta, bem como lideranças de outros países e ONGs de defesa de direitos humanos.

O posicionamento, no entanto, parece não ter alterado os planos do presidente americano. Mais cedo nesta terça, ele disse que os palestinos não têm alternativa além de deixar a Faixa de Gaza. A afirmação, se considerada em conjunto com o objetivo anunciado de assumir o controle do território, indica que Trump vê os EUA como os agentes de uma operação concreta na região.

“Não sei como eles poderiam querer ficar. O que eles têm lá? É uma pilha de escombros”, disse. “Isso não é para Israel, é para todos, para os muçulmanos, os árabes. Não pode funcionar de outra maneira. Não dá para continuar cometendo os mesmos erros de novo e novo. Gaza é um buraco hoje, e isso precisa mudar.”

“Se pudéssemos encontrar o local certo, ou os locais certos, e construir alguns lugares realmente agradáveis com bastante dinheiro, com certeza seria melhor. Acho que isso seria muito melhor do que voltar para Gaza”, disse o presidente dos EUA.

Trump também defendeu que a Faixa de Gaza não deveria ser reconstruída e falou ao menos três vezes nesta terça, em ocasiões distintas, sobre a necessidade de construir espaços em outros locais para onde essa população deveria se mudar, indicando pensar nesta como uma solução definitiva —”que possamos fazer algo onde eles não queiram voltar”.

Depois, levantou a hipótese de que nações mais ricas possam arcar com a construção de comunidades alternativas para receber os palestinos.

A reunião de Trump com Netanyahu foi a primeira visita de um líder estrangeiro à Casa Branca desde que tomou posse, em 20 de janeiro. O encontro foi costurado para demonstrar a aliança entre os países.

Esta foi uma das raras viagens do israelense ao exterior desde que virou alvo de um mandado de prisão do TPI (Tribunal Penal Internacional) por sua condução da guerra em Gaza —como os EUA não fazem parte do tratado que regula o órgão jurídico, Netanyahu nada tinha a temer ao visitar o principal aliado militar e diplomático.

Enquanto os líderes se reuniam dento da Casa Branca, do lado de fora, manifestantes protestavam. A chegada de Netanyahu ao local foi acompanhada por ativistas tanto pró-Israel quanto pró-Palestina. No início da noite, os arredores foram tomados por dezenas de pessoas que entoavam gritos com críticas ao primeiro-ministro israelense, inclusive pedindo a ele que desse água ao povo de Gaza.

No encontro, segundo Trump, os dois debateriam a implementação da segunda das três fases do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza entre Hamas e Israel, prevista para março. Discutiriam ainda a fragilidade do trato e meios para evitar que o Irã avance na construção de uma bomba nuclear.

O pacto no Oriente Médio foi costurado durante a gestão do antecessor, o democrata Joe Biden. Assessores do republicano já fizeram críticas aos termos do acordo, apesar de Trump ter tentado tomar o crédito pela assinatura do cessar-fogo.

O acordo foi firmado cinco dias antes da posse de Trump, que atribuiu o sucesso da negociação à sua vitória eleitoral e aos esforços do seu enviado para o Oriente Médio.

Nesta terça, antes da reunião com Netanyahu, Trump assinou dois decretos com impacto na região. Ele manteve a suspensão do financiamento dos EUA para a agência de refugiados palestinos da ONU, UNRWA, e retirou seu país do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

A primeira fase do acordo costurado entre Israel e Hamas tinha previsão de durar seis semanas. O Hamas concordou em libertar 33 reféns israelenses, incluindo todas as mulheres, crianças e homens acima de 50 anos. Israel diz que ainda há 98 reféns sendo mantidos em Gaza. Desse total, 94 foram sequestrados no 7 de Outubro e 4 estão na faixa desde 2014.

Em contrapartida, o governo de Israel pode libertar até 1.904 palestinos detidos em suas prisões, sendo que 737 deles foram acusados ou condenados por ameaças à segurança nacional israelense. O número total em qualquer uma das fases vai depender do ritmo de devolução dos reféns —nesta primeira etapa, cada sequestrado será trocado por, em média, 19 prisioneiros.

No sábado (1º), mais três reféns foram libertados pelo Hamas em troca de dezenas de prisioneiros palestinos, na mais recente etapa de um cessar-fogo que tenta encerrar a guerra de 15 meses no Oriente Médio.

Nesta terça, Trump e Netanyahu também discutiriam os Acordos de Abraão, pactos firmados com mediação de Washington no primeiro mandato do republicano, em 2020, que normalizou as relações entre alguns países árabes e Israel.

Na ocasião, Emirados Árabes Unidos e Bahrein assinaram o texto, juntando-se a Egito e Jordânia como nações árabes que reconhecem Israel como Estado. A Arábia Saudita estava em processo de negociação quando o conflito em Gaza estourou.

Nesta terça, após a fala de Trump, a monarquia saudita emitiu um comunicado dizendo que não concordará com qualquer normalização diplomática com Israel sem que haja o estabelecimento de um Estado palestino.

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EUA têm quase 1,5 milhão de pessoas sob ordem de deportação; ao menos 38 mil são brasileiros

Quase 1,5 milhão de pessoas têm uma sentença de deportação nos Estados Unidos, das quais 38 mil são brasileiras, segundo dados do Serviço de Imigração país referentes a novembro de 2024 aos quais a Folha teve acesso.

O dado trata apenas de cidadãos não americanos que não estão presos e consta de um documento do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas). Esse número engloba indivíduos que feriram as leis de imigração dos EUA e que já tiveram o processo analisado por ao menos um juiz americano.

Pesquisa da Pew Research Center divulgada em julho passado aponta que, em 2022, eram cerca de 11 milhões os imigrantes em situação irregular nos EUA. Desse total, 230 mil saíram do Brasil —um salto em relação à década passada. O Itamaraty estima que havia no ano passado por volta de 2 milhões brasileiros nos EUA, sem especificar o status legal desses cidadãos.

No ano passado, 1.859 imigrantes brasileiros foram deportados do território americano. Mesmo que tenham sido expulsos, ainda há formas de eles retornarem depois.

No mesmo documento em que consta o dado dos 38 mil brasileiros sob ordem de deportação, o serviço de imigração americano afirma que não há como listar todas as razões pelas quais não consegue remover do país pessoas com esse status legal.

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Trump retira “ideologia transgênero” das Forças Armadas dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou, nessa segunda-feira (27/1), ordens executivas que determinam que pessoas transexuais não possam mais se identificar com um gênero divergente ao do nascimento nas Forças Armadas. Trump ainda ordenou a reintegração de muitos militares demitidos por se recusarem a tomar a vacina contra a Covid-19.

“A medida é consistente com a missão militar e a política de longa data do Departamento de Defesa. Expressar uma falsa ‘identidade de gênero’ divergente do sexo de um indivíduo não pode satisfazer os padrões rigorosos necessários para o serviço militar”, detalha a ordem.

Ainda segundo a medida, “além das intervenções médicas hormonais e cirúrgicas envolvidas, a adoção de uma identidade de gênero inconsistente com o sexo de um indivíduo entra em conflito com o comprometimento de um soldado com um estilo de vida honrado, verdadeiro e disciplinado, mesmo na vida pessoal”.

As novas regras fazem parte do conjunto de ordens executivas elaboradas por Trump e pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth. Os republicanos descreveram as medidas como um esforço para “retornar as forças armadas a uma cultura profissional assumidamente masculina”.

Eles ainda afirmaram que é uma forma de mostrar que rejeitam os tipos de práticas equitativas de contratação, as quais Hegseth responsabiliza pela redução nos padrões e na capacidade de combate das Forças Armadas.

As determinações vão na mesma direção das outras ordens assinadas por Trump na semana passada, que eliminaram programas de diversidade, equidade e inclusão em todo o governo federal e limitaram o reconhecimento governamental do gênero de um indivíduo ao sexo de nascimento.

“A afirmação de um homem de que é uma mulher e sua exigência de que outros respeitem essa falsidade não são consistentes com a humildade e a abnegação exigidas de um membro do serviço”, destaca a ordem de Trump.

O presidente ainda ordenou que o Pentágono encerrasse os programas de diversidade.

Apesar de a ordem não ter excluído ninguém imediatamente do serviço militar, ela deu ao Pentágono 60 dias para atualizar a política sobre padrões médicos e 30 dias para apresentar orientações revisadas sobre como implementar a visão do governo.

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Donald Trump toma posse como presidente dos EUA. Leia a íntegra do discurso

Donald Trump tomou posse nesta segunda-feira (20) como presidente dos Estados Unidos. Ao entrar na rotunda do Capitólio, a sede do Congresso dos Estados Unidos, ele cumprimentou o presidente Joe Biden.

O juramento foi administrado pelo presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts. Trump usou a mesma Bíblia que Abraham Lincoln utilizou na posse de 1861, além de uma Bíblia pessoal.

A cerimônia foi adaptada devido ao frio extremo – as temperaturas podem chegar a -12 °C em Washington nesta segunda –, sendo transferida para a parte interna do Capitólio. A última vez que isso aconteceu foi em 1985, na segunda posse de Ronald Reagan.

Ainda nesta segunda, Trump e JD Vance, que tomou posse como vice-presidente dos Estados Unidos, devem assistir a um desfile presidencial, que também foi adaptado e será realizado na arena Capital One.

Outros eventos programados são bailes, nos quais o presidente dos EUA deve dançar com a primeira-dama Melania Trump. Há a expectativa que ele também discurse.

Após o juramento, Donald Trump fez um discurso, no qual afirmou que “a era de ouro” dos Estados Unidos começou e que construirá uma nação que é “orgulhosa, próspera e livre”. 

Ele criticou o governo de Joe Biden, alegando que a administração federal não soube lidar com crises internas, e destacou que há uma “crise de confiança”.

Trump abordou diversos outros assuntos, como liberdade de expressão, tarifas e imigração — neste ponto, anunciou que vai decretar emergência nacional na fronteira com o México.

Ele ressaltou ainda que irá “encerrar a política do governo de tentar introduzir raça e gênero em todos os aspectos da vida privada americana”.

“Nós forjaremos uma sociedade que é ‘daltônica’ e baseada em mérito. A partir de hoje, será a política oficial do governo dos Estados Unidos que existam apenas dois gêneros: masculino e feminino”, comentou.Além de Joe Biden, ex-presidentes dos Estados Unidos estavam presentes na cerimônia de posse de Donald Trump, incluindo Barack Obama.

Javier Milei, presidente da Argentina, e Giorgia Meloni, também compareceram. Trump os convidou, apesar de não ser costume chamar chefes de Estado para a posse presidencial nos EUA.

Atrás dos familiares do republicano estão empresários do ramo da tecnologia, como Elon Musk, dono do X, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, Sundar Pichai, CEO do Google, e Jeff Bezos, fundador e presidente executivo da Amazon.

Veja abaixo a íntegra do discurso de posse de Donal Trump:

“Vice-presidente [JD] Vance, presidente [da Câmara dos EUA Mike] Johnson, senador [John] Thune, presidente da Suprema Corte [John] Roberts, juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos, presidente [Bill] Clinton, presidente [George] Bush, presidente [Barack] Obama, presidente [Joe] Biden, vice-presidente [Kamala] Harris e meus concidadãos, a era de ouro da América começa agora.

A partir deste dia, nosso país vai prosperar e será respeitado novamente em todo o mundo. Seremos a inveja de todas as nações e não permitiremos que tirem vantagem de nós por mais tempo. Durante cada dia do governo Trump, colocarei a América em primeiro lugar.

Nossa soberania será recuperada. Nossa segurança será restaurada. A balança da Justiça será reequilibrada. A cruel, violenta e injusta armamentização do Departamento de Justiça e do nosso governo acabará.

E nossa principal prioridade será criar uma nação orgulhosa, próspera e livre.

A América em breve será maior, mais forte e muito mais excepcional do que nunca.

Retorno à Presidência confiante e otimista de que estamos no início de uma nova era emocionante de sucesso nacional. Uma onda de mudanças está varrendo o país, a luz do Sol está se derramando sobre o mundo inteiro e a América tem a chance de aproveitar essa oportunidade como nunca antes.

Mas, primeiro, devemos ser honestos sobre os desafios que enfrentamos. Embora sejam abundantes, eles serão aniquilados por esse grande momento que o mundo está testemunhando nos Estados Unidos da América.

Enquanto nos reunimos hoje, nosso governo enfrenta uma crise de confiança.

Por muitos anos, um establishment radical e corrupto extraiu poder e riqueza de nossos cidadãos enquanto os pilares de nossa sociedade estavam quebrados e aparentemente em completo abandono.

Agora, temos um governo que não consegue administrar nem mesmo uma crise simples em casa, enquanto, ao mesmo tempo, tropeça em uma sequência contínua de eventos catastróficos no exterior. Ele falha em proteger nossos magníficos cidadãos americanos cumpridores da lei, mas fornece santuário e proteção para criminosos perigosos, muitos de prisões e instituições mentais que entraram ilegalmente em nosso país de todo o mundo.

Temos um governo que deu financiamento ilimitado para a defesa de fronteiras estrangeiras, mas se recusa a defender as fronteiras americanas ou, mais importante, seu próprio povo. Nosso país não pode mais fornecer serviços básicos em tempos de emergência, como recentemente demonstrado pelo maravilhoso povo da Carolina do Norte, que foi tratado tão mal.

E outros estados que ainda estão sofrendo por um furacão que ocorreu há muitos meses. Ou, mais recentemente, Los Angeles, onde estamos assistindo a incêndios de semanas atrás ainda queimando tragicamente, sem nem mesmo um pouco de defesa.

Eles [incêndios] estão devastando as casas e comunidades, afetando até mesmo alguns dos indivíduos mais ricos e poderosos em nosso país, alguns dos quais estão sentados aqui agora. Eles não têm mais um lar. Isso é interessante, mas não podemos deixar isso acontecer.

Todos são incapazes de fazer algo sobre isso. Isso vai mudar.

Temos um sistema de saúde pública que não atende em tempos de desastre, mas mais dinheiro é gasto nele do que em qualquer país do mundo.

E temos um sistema educacional que ensina nossos filhos a terem vergonha de si mesmos; em muitos casos, a odiar nosso país, apesar do amor que tentamos tão desesperadamente dar a eles. Tudo isso vai mudar a partir de hoje. E vai mudar muito rápido.

Minha eleição é um mandato para reverter completa e totalmente uma traição horrível e todas essas traições que ocorreram, e devolver ao povo sua fé, sua riqueza, sua democracia e, de fato, sua liberdade. A partir deste momento, o declínio da América acabou.

Nossas liberdades e o destino glorioso de nossa nação não serão mais negados. E restauraremos imediatamente a integridade, competência e lealdade do governo da América. Nos últimos oito anos, fui testado e desafiado mais do que qualquer presidente em nossa história de 250 anos e aprendi muito ao longo do caminho.

A jornada para recuperar nossa república não foi fácil, isso eu posso dizer. Aqueles que desejam impedir nossa causa tentaram tirar minha liberdade e, de fato, tirar minha vida.

Há apenas alguns meses, em um lindo campo da Pensilvânia, uma bala de um assassino atravessou minha orelha, mas eu senti, e acredito ainda mais agora, que minha vida foi salva por uma razão: fui salvo por Deus para tornar a América grande novamente.

É por isso que a cada dia, sob nossa administração de patriotas americanos, trabalharemos para enfrentar cada crise com dignidade, poder e força. Vamos nos mover com propósito e rapidez para trazer de volta a esperança, a prosperidade, a segurança e a paz para cidadãos de todas as raças, religiões, cores e credos. Para os cidadãos americanos, 20 de janeiro de 2025 é o “Dia da Libertação”.

Espero que nossa recente eleição presidencial seja lembrada como a maior e mais consequente eleição da história do nosso país.

Como nossa vitória mostrou, a nação inteira está se unindo rapidamente em torno de nossa agenda com aumentos drásticos no apoio de praticamente todos os grupos da nossa sociedade: jovens e velhos, homens e mulheres, afro-americanos, hispano-americanos, asiático-americanos, urbanos, suburbanos, rurais e, o mais importante, tivemos uma vitória poderosa em todos os sete estados-pêndulo e no voto popular, ganhamos por milhões de pessoas.

Às comunidades negra e hispânica, quero agradecer pela tremenda demonstração de amor e confiança que vocês me mostraram com seu voto. Estabelecemos recordes e não vou esquecer.

Ouvi suas vozes na campanha e estou ansioso para trabalhar com vocês nos próximos anos. Hoje é o Dia de Martin Luther King, e sua homenagem — será uma grande honra —, mas, em sua homenagem (sic), lutaremos juntos para tornar seu sonho realidade. Faremos seu sonho se tornar realidade.

A unidade nacional está retornando à América, e a confiança e o orgulho estão crescendo como nunca antes.

Em tudo o que fizermos, minha administração será inspirada pela forte busca pela excelência e pelo sucesso implacável. Não esqueceremos nosso país, não esqueceremos nossa Constituição e não esqueceremos nosso Deus. Não podemos fazer isso.

Hoje assinarei uma série de ordens executivas históricas. Com essas ações, começaremos a restauração completa da América e a revelação do bom senso. Então, todo esse bom senso.

Primeiro, vou declarar emergência nacional na nossa fronteira com o México, no sul. Todas as entradas ilegais serão imediatamente interrompidas e vamos começar o processo de deportação de milhões e milhões de estrangeiros criminosos para os lugares de onde vieram. Restabeleceremos minha política de “permanecer no México”.

Vou acabar com a prática de captura e soltura, e vou enviar tropas para a fronteira sul para repelir a invasão do nosso país. Com as ordens que assinei hoje, também designaremos os cartéis como organizações terroristas estrangeiras.

Além disso, ao invocar a Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798, vou direcionar nosso governo a usar todo o poder de aplicação das leis federais e estaduais para eliminar a presença de todas as gangues estrangeiras e redes criminosas que trazem crimes devastadores para o solo dos EUA, nossas cidades e centros urbanos.

Como presidente, não tenho responsabilidade maior do que defender nosso país de ameaças e invasões, e é exatamente isso que farei. Faremos isso em um nível que ninguém jamais viu antes.

Em seguida, vou ordenar que todos os membros do meu gabinete reúnam os vastos poderes à sua disposição para derrotar o que era uma inflação recorde e reduzir rapidamente os custos e os preços.

A crise inflacionária foi causada por gastos excessivos e aumento dos custos de geração de energia, e é por isso que hoje também irei declarar emergência energética nacional. Vamos perfurar, baby, perfurar.

Os Estados Unidos serão uma nação manufatureira novamente, e temos algo que nenhuma outra nação manufatureira jamais terá. A maior quantidade de petróleo e gás de qualquer país da Terra – e vamos usá-la. Vamos usá-la.

Vamos reduzir os preços, encher nossas reservas estratégicas novamente, até o topo, e exportar energia americana para todo o mundo.

Seremos uma nação rica novamente, e é esse ouro líquido sob nossos pés. É ele que vai nos ajudar a fazer isso.

Com minhas ações hoje, vamos encerrar o Green New Deal e acabar com os incentivos para veículos elétricos, salvando nossa indústria automobilística e mantendo minha promessa sagrada aos nossos grandes trabalhadores automotivos americanos.

Em outras palavras, você poderá comprar o carro de sua escolha. Faremos automóveis nos Estados Unidos novamente a uma taxa que ninguém poderia ter sonhado ser possível há apenas alguns anos. E obrigado aos trabalhadores automotivos de nossa nação por seu inspirador voto de confiança. Fizemos um tremendo trabalho com o voto deles.

Vou começar imediatamente a reforma do nosso sistema comercial para proteger os trabalhadores e famílias americanas. Ao invés de taxar nossos cidadãos para enriquecer outros países, vamos colocar tarifas e tributos sobre países estrangeiros para enriquecer os nossos cidadãos.

Para isso, estamos estabelecendo o serviço de receita externa para coletar todas as tarifas, taxas e receitas. Serão enormes quantias de dinheiro entrando em nosso Tesouro vindas de fontes estrangeiras. O sonho americano logo estará de volta e prosperando como nunca antes para restaurar a competência e a eficácia do nosso governo federal. Minha administração irá estabelecer o novo Departamento de Eficiência Governamental.

Após anos e anos de esforços federais ilegais e inconstitucionais para restringir a liberdade de expressão, também vou assinar uma ordem executiva para interromper imediatamente toda a censura governamental e trazer de volta a liberdade de expressão para os Estados Unidos.

Nunca mais o imenso poder do Estado será usado como arma para perseguir oponentes políticos – coisa sobre a qual sei alguma coisa. Não permitiremos que isso aconteça. Não acontecerá novamente. Sob minha liderança, vamos restaurar a Justiça justa, igualitária e imparcial sob o Estado constitucional de direito. E vamos trazer a lei e a ordem de volta às nossas cidades.

Esta semana, também irei encerrar a política governamental de tentar fazer engenharia social de raça e gênero em todos os aspectos da vida pública e privada. Nós forjaremos uma sociedade que não vê cor, baseada no mérito.

A partir de hoje, será a política oficial do governo dos Estados Unidos que existam apenas dois gêneros, masculino e feminino.

Esta semana, eu irei reintegrar todos aqueles que foram injustamente expulsos de nossas Forças Armadas por se oporem à obrigatoriedade da vacina contra a COVID, com pagamento integral retroativo.

Também vou assinar uma ordem para impedir que nossos guerreiros sejam submetidos a teorias políticas radicais e experimentos sociais enquanto estiverem em serviço. Isso vai acabar imediatamente.

Nossas Forças Armadas estarão livres para se concentrar em sua única missão, derrotar os inimigos dos Estados Unidos.

Como em 2017, nós vamos construir, novamente, as Forças Armadas mais fortes que o mundo já viu. Mediremos nosso sucesso não apenas pelas batalhas que vencermos, mas também pelas guerras que terminarmos e, talvez o mais importante, pelas guerras nas quais nunca entraremos.

Meu legado de maior orgulho será o de um pacificador e unificador. É isso que eu quero ser, um pacificador e um unificador. Estou feliz em dizer que, desde ontem, um dia antes de eu assumir o cargo, os reféns no Oriente Médio estão voltando para casa para suas famílias.

A América vai recuperar seu lugar de direito como a maior, mais poderosa e mais respeitada nação da Terra, inspirando o respeito e a admiração do mundo inteiro. Em breve, mudaremos o nome do Golfo do México para Golfo da América e restauraremos o nome de um grande presidente, William McKinley, para o Monte McKinley, onde deveria estar e onde pertence.

O presidente McKinley tornou nosso país muito rico por meio de tarifas e talento. Ele era um empresário nato e deu a Teddy Roosevelt o dinheiro para muitas das grandes coisas que ele fez, incluindo o Canal do Panamá, que foi dado tolamente ao país do Panamá depois dos Estados Unidos.

Os Estados Unidos, quero dizer, pense nisso, gastaram mais dinheiro do que nunca em um projeto antes e perderam 38.000 vidas na construção do Canal do Panamá. Fomos tratados muito mal por esse presente tolo que nunca deveria ter sido feito. E a promessa do Panamá para nós foi quebrada.

O propósito do nosso acordo e o espírito do nosso tratado foram totalmente violados. Os navios americanos estão sendo severamente sobrecarregados e não estão sendo tratados de forma justa de nenhuma maneira, forma ou formato. E isso inclui a Marinha dos Estados Unidos.

E acima de tudo, a China está operando o Canal do Panamá. E não o demos à China. Demos ao Panamá e estamos tomando de volta.

Acima de tudo, minha mensagem aos americanos hoje é que é hora de, mais uma vez, agirmos com coragem, vigor e a vitalidade da maior civilização da história.

Então, ao libertarmos nossa nação, nós a levaremos a novos patamares de vitória e sucesso. Não seremos dissuadidos. Juntos, acabaremos com a epidemia de doenças crônicas e manteremos nossas crianças seguras, saudáveis ​​e livres de doenças.

Os Estados Unidos, mais uma vez, se considerarão uma nação em crescimento, uma que aumenta nossa riqueza, expande nosso território, constrói nossas cidades, eleva nossas expectativas e carrega nossa bandeira para novos e belos horizontes.

E perseguiremos nosso destino manifesto nas estrelas, lançando astronautas americanos para plantar as estrelas e listras no planeta Marte.

A ambição é a força vital de uma grande nação. E agora, nossa nação é mais ambiciosa do que qualquer outra. Não há nação como a nossa. Os americanos são exploradores, construtores, inovadores, empreendedores e pioneiros.

O espírito da fronteira está escrito em nossos corações. O chamado da próxima grande aventura ressoa de dentro de nossas almas. Nossos ancestrais americanos transformaram um pequeno grupo de colônias na borda de um vasto continente em uma poderosa república dos cidadãos mais extraordinários da Terra. Ninguém chega perto.

Os americanos percorreram milhares de quilômetros por uma terra robusta de selvagem indomável. Eles cruzaram desertos, escalaram montanhas, enfrentaram perigos incalculáveis, venceram o oeste selvagem, acabaram com a escravidão, resgataram milhões da tirania, tiraram bilhões da pobreza, aproveitaram a eletricidade, dividiram o átomo, lançaram a humanidade aos céus e colocaram o universo do conhecimento humano na palma da mão humana. Se trabalharmos juntos, não há nada que não possamos fazer e nenhum sonho que não possamos alcançar.

Muitas pessoas pensaram que era impossível para mim encenar um retorno político tão histórico. Mas, como vocês veem hoje, aqui estou eu, o povo americano falou.

Estou diante de vocês agora como prova de que vocês nunca devem acreditar que algo é impossível de fazer. Na América, o impossível é o que fazemos de melhor.

De Nova York a Los Angeles, da Filadélfia a Phoenix, de Chicago a Miami, de Houston até aqui em Washington, D.C., nosso país foi forjado e construído por gerações de patriotas que deram tudo o que tinham por nossos direitos e por nossa liberdade.

Eles eram fazendeiros e soldados, caubóis e operários de fábrica, siderúrgicos e mineradores de carvão, policiais e pioneiros que seguiram em frente, marcharam e não deixaram nenhum obstáculo derrotar seu espírito ou orgulho.

Juntos, eles construíram as ferrovias, ergueram os arranha-céus, construíram grandes rodovias, venceram duas guerras mundiais, derrotaram o fascismo e o comunismo e triunfaram sobre cada desafio que enfrentaram. Depois de tudo o que passamos juntos, estamos à beira dos quatro maiores anos da história americana.

Com sua ajuda, restauraremos a promessa da América e reconstruiremos a nação que

amamos e a amamos tanto. Somos um povo, uma família e uma nação gloriosa sob Deus.

Então, para cada pai que sonha com seu filho, e cada criança que sonha com seu futuro, eu estou com vocês. Eu lutarei por vocês e vencerei por vocês. Nós venceremos como nunca antes.

Nos últimos anos, nossa nação sofreu muito, mas vamos trazê-la de volta e torná-la grande novamente, maior do que nunca. Seremos uma nação como nenhuma outra, cheia de compaixão, coragem e excepcionalismo.

Nosso poder acabará com todas as guerras e trará um novo espírito de unidade a um mundo que tem sido raivoso, violento e totalmente imprevisível.

A América será respeitada e admirada novamente, inclusive por pessoas de religião, fé e boa vontade.

Seremos prósperos, seremos orgulhosos, seremos fortes e venceremos como nunca antes. Não seremos conquistados, não seremos intimidados, não seremos quebrados e não falharemos.

A partir deste dia, os Estados Unidos da América serão uma nação livre, soberana e independente.

Nós permaneceremos bravamente, viveremos orgulhosamente, sonharemos ousadamente e nada ficará em nosso caminho porque somos americanos.

O futuro é nosso e nossa era de ouro apenas começou. Obrigado, Deus abençoe a América. Obrigado a todos, obrigado.”

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Donald Trump assume com dedo no gatilho de enxurrada de decretos

Donald John Trump inicia hoje, aos 78 anos, seu segundo e último mandato na Presidência dos Estados Unidos em uma cerimônia mais seleta do que a norma, dentro do Capitólio, sem os tradicionais discurso para a população no National Mall e parada pela Avenida Pensilvânia, abortados pelo frio de -12°C que castiga a capital do país.

Após o juramento constitucional, no Salão Oval da Casa Branca ou, como defendem lideranças trumpistas, em uma mesa especialmente instalada no muito mais informal palco da Arena Capital One, no centro da cidade, com capacidade para 20 mil pessoas, o republicano assinará uma série de ordens executivas que darão forma à sua segunda temporada no comando da maior potência global.

Entre eles, adiantou à militância ontem, na mesma arena, em sua “festa da vitória”, um dia antes da posse, se destacará “o esforço mais agressivo e abrangente para restaurar fronteiras que o mundo jamais viu”, com o início da deportação em massa de imigrantes sem documentação legal.

E também o fim do pente-fino sobre as big techs, marco do governo de Joe Biden, agora alçadas à condição de “parceiras estratégicas”. Além de seu antecessor, os ex-presidentes Barack Obama (sem a ex-primeira-dama Michelle, que não informou motivo formal para a ausência), George W. Bush e Bill Clinton estarão presentes, mas dividirão as atenções com o grupo seleto que Biden classificou de “novos barões da oligarquia a ameaçar a democracia americana”.

Terão lugar de destaque Elon Musk (SpaceX, Tesla, X); Mark Zuckerberg (Meta); Jeff Bezos (Amazon); Tim Cook (Apple); Shou Zi Chew (Tik Tok); Sundar Pichai (Google) e Sam Altman (Open AI).

Ontem, Trump convocou Musk para o palco da arena e teceu-lhe elogios e agradeceu por sua dedicação à campanha, um investimento milionário que já rende dividendos ao bilionário. Também celebrou que“o Tik Tok está de volta”, em referência à sua movimentação para encontrar uma saída para a rede social mais popular entre os jovens americanos seguir viva apesar da restrição legal pelo fato de ter controle chinês.

— E, além disso tudo, vocês também ficarão muito felizes quando ouvirem minha decisão sobre “os reféns” de 6 de janeiro — afirmou Trump ontem, em comício com jeito de programa de entretenimento, ao gosto do presidente eleito e de sua base fiel.

O republicano deve perdoar hoje centenas de condenados pela invasão e destruição, em janeiro de 2021 — após sua incitação, ao não reconhecer a derrota nas urnas para Biden — do mesmo prédio que hoje é palco de seu retorno triunfal a Washington. A Associated Press (AP) revelou no sábado que juízes federais em diversos estados já deram permissão, nos últimos dias, para que pelo menos 20 pessoas processadas pela invasão do Capitólio viajassem a Washington para celebrar a vitória de Trump. Um magistrado justificou sua decisão alegando que “agora o evento é de comemoração, não de protesto, sem risco de violência”.

—Nós vencemos! E iremos fazer nosso país melhor do que jamais foi. Amanhã (hoje), ao meio-dia, a cortina se fechará sobre quatro longos anos de declínio, e começaremos um novo dia, impulsionados pela força, pela prosperidade e pelo orgulho americanos — afirmou Trump no comício de ontem, a primeira vez em que discursou para a militância em Washington desde a invasão do Capitólio.

De lá para cá, o republicano sofreu um impeachment da Câmara dos Deputados, foi salvo de se tornar inelegível pelos republicanos no Senado, abandonado por Wall Street, que o considerava “radioativo”, e se tornou o primeiro ex-presidente condenado por um crime e agora o único a retornar ao poder com a ficha suja.

De forma espetacular, Trump assumiu o controle total do Partido Republicano, instalou em seu comando uma de suas noras, e encontrou justamente nas investigações do Departamento de Justiça de Biden contra ações e falas de cunho antidemocrático o combustível final para seu retorno. Desde as primárias republicanas, apresentou-se como vítima da burocracia de Washington e encontrou em Biden, há meio século nos corredores do poder, o adversário ideal.

Sobreviveu a dois atentados, o primeiro deles, às vésperas da Convenção Republicana, que quase lhe tirou a vida, e conseguiu, com alguma dificuldade, adaptar-se a uma nova adversária a 100 dias das eleições. Uma de suas primeiras argumentações contra a vice-presidente Kamala Harris, não por acaso, foi a de que ela, por não ter passado, pelas primárias partidárias, não vinha, como ele, de um processo “verdadeiramente democrático”.

As ênfases no discurso de ontem de que ele venceu as eleições “contra o interesse dos que tentaram de tudo para não me deixar concorrer” e de que “vim para acabar com as medidas radicais de Biden” devem se repetir nos próximos meses e dar fôlego para a transformação do país defendida por um presidente seguro de seu apoio popular. E que repete aos aliados mais próximos crer ter sido predestinado a este retorno após escapar dos atentados.

Em suas últimas 24 horas no poder, o atual presidente foi quem esteve mais perto de Deus, em ato para celebrar Martin Luther King Jr. em um templo na Carolina do Sul. De lá, avisou, aos 82 anos.

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Câmara dos EUA aprova projeto contra trans em competição feminina

A Câmara dos Estados Unidos aprovou na 3ª feira (14.jan.2025) um projeto que bane pessoas transgênero de competições femininas. A medida, apoiada por deputados do Partido Republicano, é válida para torneios escolares e cita punições para colégios.

O projeto, chamado de “Ato Esportivo para Proteção de Mulheres e Meninas de 2025”, estipula que, para inscrição em competições esportivas, o sexo deve ser reconhecido “unicamente a partir dos órgão reprodutivos biológicos da pessoa no nascimento”. Também prevê punição a casos de financiamento federal, como bolsas escolares, a “homens que participarem de competições destinadas a mulheres”.

O texto pontua que não existe nenhuma proibição para que homens treinem em programas esportivos destinados a estudantes mulheres, desde que isso não faça com que elas percam seu lugar no time ou deixem de receber bolsas ou financiamento escolar, ou que impeça estudantes mulheres de serem admitidas em instituições acadêmicas, além de qualquer benefício que envolva a participação em projetos de esportes.

O projeto ordena que a Controladoria Geral dos Estados Unidos conduza um estudo para observar os benefícios para mulheres e meninas em participarem de esportes individuais que seriam perdidos ao permitirem o envolvimento de atletas homens.

“O estudo deve observar o resultados adversos para meninas psicologicamente, ao seu desenvolvimento, sua participação e sociologicamente ao permitirem que homens compitam em torneios femininos, incluindo o isolamento e o desencorajamento da participação esportiva”, diz o texto do projeto.

De acordo com a CNN dos EUA, políticos republicanos argumentam que mulheres trans obtém vantagem física sobre mulheres cisgênero, o que resultaria na limitação de oportunidades em competições.

Os democratas, por outro lado, ainda conforme a CNN, dizem que essas medidas aumentam a discriminação que pessoas transgênero sofrem, especialmente entre jovens. Argumentam que o Partido Republicano quer ditar os direitos dos estudantes da comunidade LGBTQIA+ ao aprovar o projeto.

A CNN informou que, dos 218 votos a favor da aprovação do projeto (206 foram contra), 2 foram de deputados do Partido Democrata. Vicente Gonzalez e Henry Cuellar, ambos do Texas, Estado tradicionalmente republicano, foram favoráveis à medida. Outro deputado democrata, Don Davis, da Carolina do Norte, se absteve.

A medida, como explicou a emissora, já havia sido aprovada na Câmara em abril de 2023, mas não teve o aval do Senado, que possuía, à época, maioria democrata. Agora, com a eleição de Donald Trump (Partido Republicano) e um Senado dominado por republicanos, a expectativa do partido é que o projeto seja aprovado. Mas, ainda assim, seria necessário angariar apoio de alguns congressistas democratas.

LEVANTAMENTO

Um levantamento do centro de pesquisa Movement Advancement Project de setembro de 2024 mostrou que 26 Estados dos EUA adotaram políticas que impedem estudantes transgêneros de competir em esportes de acordo com sua identidade de gênero.

A pesquisa “Equality Maps: Bans on Transgender Youth Participation in Sports” (Mapas da Igualdade: Proibições à Participação de Jovens Transgêneros em Esportes, em português) analisa os critérios que os Estados utilizam para determinar o sexo ou gênero dos estudantes. O estudo destaca a falta de uniformidade nas abordagens e a ênfase em características biológicas, frequentemente utilizando certidões de nascimento como prova. Leia a íntegra (PDF – 446 kB, em inglês).

O Alasca é o único Estado com uma regulamentação que proíbe alunos transgêneros de participar de esportes de acordo com sua identidade de gênero, conforme decidido pelo Conselho Estadual de Educação. Como essa regulamentação não é uma lei estadual, a responsabilidade sobre as decisões de elegibilidade recai principalmente sobre as escolas. O distrito de Matanuska-Susitna Borough, por exemplo, implementou uma política que impede mulheres trans e travestis de competirem em equipes femininas.

Nos outros 25 Estados, há legislações que barram a participação de jovens trans em competições escolares, abrangendo principalmente instituições de ensino fundamental e médio, mas muitas vezes se estendendo também ao ensino superior.

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Trump vai assumir presidência dos EUA com ameaça de morte vinda do Irã

Mesmo que quase cinco anos tenham se passado, o assassinato de um dos homens mais poderosos do Irã ainda é um assunto indigesto na história do país, que desde então ameaça vingança pelo episódio. Um dos principais alvos do regime liderado pelo aiatolá Ali Khamenei é Donald Trump, que assume a presidência dos Estados Unidos em janeiro de 2025 com um alvo desenhado na testa.

Aos 62 anos, Qassem Soleimani foi morto em 3 de janeiro de 2020, durante um ataque aéreo norte-americano em Bagdá, no Iraque, a mando de Trump. O ex-major-general da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) era apontado como a mente por trás da estratégia militar do Irã e acusado de participar de ataques contra instalações norte-americanas no Oriente Médio.

Desde que Trump ordenou a ação, sob a justificativa de que a morte de Soleimani iria deter planos de futuros ataques do Irã contra os EUA, autoridades do país persa sempre reforçam a retórica de vingança contra o bilionário republicano.

Em 2023, um general da nação comandada pelo aiatolá Ali Khamenei chegou a afirmar que o Irã ainda quer matar Trump, assim como Mike Pompeo e Frank McKenzie, duas importantes figuras militares no primeiro mandato de Trump.

Plano recente

Em meio a campanha presidencial dos EUA, o FBI identificou um suposto plano iraniano que tinha como objetivo o assassinato de cidadãos dos EUA, incluindo Trump.

Na época, três suspeitos de participar da trama foram identificados pelo FBI: Farhad Shakeri, Jonathon Loadholt e Carlisle Rivera.

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