Rebeca Andrade e Beatriz Souza concorrem a melhor do ano no Prêmio Brasil Olímpico

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Os indicados ao Troféu Rei Pelé, melhor do ano, do Prêmio Brasil Olímpico 2024 foram anunciados neste domingo. Vencedora no feminino nos últimos três anos, a ginasta Rebeca Andrade é novamente favorita em 2024, após se tornar em Paris a maior medalhista da história do Brasil em Jogos Olímpicos. As outras duas candidatas são a judoca Beatriz Souza e a canoísta Ana Sátila.

Entre os homens, os indicados são Isaquias Queiroz (canoagem velocidade), Caio Bonfim (marcha atlética) e Edival Pontes (taekwondo). Isaquias pode conquistar o prêmio pela quinta vez. Entre os seis indicados, apenas Ana Sátila não conquistou medalha em Paris. Ela terminou em quarto lugar no K1 e quinto no C1. Os vencedores serão divulgados em 11 de dezembro, no Rio de Janeiro.

Dona de seis medalhas olímpicas, Rebeca busca o tetra no Troféu Rei Pelé. Ela foi premiada como a melhor do ano em 2021, quando chegou aos seus primeiros pódios olímpicos, em 2022, quando foi campeã mundial do individual geral, e em 2023, quando venceu Simone Biles no salto no Mundial.

Beatriz Souza também voltou de Paris como campeã olímpica e multimedalhista, ao vencer a categoria peso pesado do judô (+78kg) e ajudar o Brasil a faturar o bronze por equipes mistas.

No masculino, Caio Bonfim conquistou a medalha olímpica do Brasil na marcha atlética, com a prata na prova de 20km. Edival Pontes, o Netinho, se tornou o terceiro brasileiro a subir ao pódio olímpico no taekwondo ao conquistar o bronze. Já Isaquias Queiroz tenta um inédito pentacampeonato no prêmio de melhor do ano. O baiano chega credenciado pela prata conquistada no C1 1.000m em Paris.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) também anunciou que começa neste domingo e vai até a noite do dia 11 a votação para a escolha do Atleta da Torcida do Prêmio Brasil Olímpico. Os seis candidatos são Ana Sátila (canoagem slalom), Beatriz Souza (judô), Tatiana Weston-Webb (surfe), Alison dos Santos, o Piu (atletismo), Caio Bonfim (atletismo) e Darlan Souza(vôlei).

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Golpismo de Bolsonaro e crises na segurança alimentam silêncio de Tarcísio

VICTÓRIA CÓCOLO E CAROLINA LINHARES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com seu padrinho Jair Bolsonaro (PL) indiciado pela Polícia Federal na investigação da trama golpista e enfrentando sucessivas crises na segurança pública, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) tem evitado falar com a imprensa sobre esses assuntos.

Tido como sucessor do ex-presidente, que está inelegível, e possível candidato à Presidência da República em 2026, o governador não detalhou o que pensa sobre a apuração da PF segundo a qual Bolsonaro planejou, atuou e teve domínio sobre o plano de golpe.

Na quarta (27), o UOL revelou que Tarcísio esteve no Palácio da Alvorada na tarde de 19 de novembro de 2022, quando Filipe Martins discutiu com Bolsonaro a minuta de golpe, segundo a PF. A assessoria do governador afirma que ele visitou Bolsonaro, mas que não esteve na reunião com Martins.

No dia seguinte à revelação, Tarcísio participou do leilão de concessão da Nova Raposo, mas mais uma vez deixou o local sem atender a jornalistas.
Apesar de ter defendido Bolsonaro por meio de um post nas redes sociais, Tarcísio não comentou, por exemplo, informações trazidas à tona pelo relatório final do inquérito da PF, tornado público na terça-feira (26). A PF afirma, por exemplo, que o ex-presidente tinha conhecimento de um plano para matar Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Presente na inauguração de uma metalúrgica em Mogi Guaçu (SP) na manhã da quarta-feira, Tarcísio foi questionado por jornalistas sobre o relatório da PF. No entanto, ele se recusou a responder, e a entrevista à imprensa foi encerrada em seguida.

Na sexta (29), Tarcísio esteve em um evento com Lula, no Palácio do Planalto, para anunciar investimentos em obras de infraestrutura e tampouco falou com a imprensa em Brasília. Enquanto ministros do governo federal discursaram contra a tentativa de golpe e exaltaram a democracia, o governador não mencionou o inquérito da PF e elogiou a parceria nas obras.

Políticos que convivem com Tarcísio lembram que ele construiu uma relação próxima com Moraes, que atua no cerco ao ex-presidente, e que é aconselhado por Gilberto Kassab (PSD), outro nome que evita o embate entre os Poderes, o que explicaria a posição do governador de submergir.

Aliados afirmam que o mandatário tem priorizado uma agenda positiva e quer evitar polêmicas. Para eles, não há vantagens em Tarcísio se manifestar, já que qualquer declaração pode servir a ataques da ala mais bolsonarista da direita ou da oposição.

Na opinião de parlamentares bolsonaristas, Tarcísio quer se preservar para o pleito de 2026 e mostrar ao eleitor de centro que não é golpista. Ao mesmo tempo, como afilhado político, deveria fazer uma defesa mais enfática do ex-presidente e, diante da situação delicada, prefere se abster.

Os deputados mais radicais dizem acreditar que Tarcísio, de forma reservada, tem discordâncias ideológicas com Bolsonaro apesar de ser fiel a ele. Ainda segundo os bolsonaristas, Tarcísio é hoje o candidato do sistema para enfrentar Lula e, por isso, precisa manter uma imagem de ponderado.

Tarcísio tem preferido se manifestar por escrito. Na semana passada, após o indiciamento do ex-presidente, afirmou que "há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas".

"É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa", diz o post com distorções e omissões sobre o golpismo bolsonarista.
Tarcísio tem mantido o silêncio desde o fim das eleições municipais. Naquele momento, evitava repercutir a declaração que deu no dia da votação do segundo turno sem apresentar provas –de que a facção criminosa PCC teria orientado voto em Guilherme Boulos (PSOL).

Aliados dizem que acreditar o governador queira esperar a poeira baixar, mas os acontecimentos do último mês têm dificultado a estratégia.

Duas semanas após a declaração que rendeu a Tarcísio uma queixa-crime no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) –já arquivada–, o governo voltou ao centro das atenções depois que o delator Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, que estava na mira do PCC, foi assassinado no aeroporto de Guarulhos.

Outros casos envolvendo a Polícia Militar, comandada pelo governador, geraram pressão e cobrança por explicações –a morte de Ryan da Silva Andrade Santos, 4, atingido por disparos em Santos (SP), e de um estudante de medicina baleado por um policial na Vila Mariana, além da prisão de um capitão da PM em uma operação contra lavagem de dinheiro.

Questionado pela imprensa, o governador defendeu punição para o policial preso. Sobre o caso do estudante, ele chegou a se manifestar nas redes sociais, afirmando que abusos policiais não serão tolerados.

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Em jogo eletrizante, Apodi perde para o Fortaleza na prorrogação da final do Campeonato Brasileiro de Futsal

Diante de 10.118 torcedores que lotaram o Centro de Formação Olímpica (CFO), o Fortaleza Esporte Clube conquistou o título inédito do Campeonato Brasileiro de Futsal ao vencer o Apodi-RN por 3 a 2, de virada, na na prorrogação, na grande final realizada neste domingo, 1º de dezembro.

Após o empate em 3 a 3 no jogo de ida, a decisão foi marcada pela intensidade, tensão e muita emoção até o último apito. Sandrinho e André Nem marcaram para o Apodi, enquanto Jé (duas vezes) e Nardinho foram os responsáveis pela festa do Fortaleza.

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‘Estamos ferrados’, diz empresário Rubens Ometto, ao criticar política econômica do governo para Galípolo

Durante o evento do Grupo Esfera Brasil, em São Paulo, Rubens Ometto, presidente do grupo Cosan, criticou a política econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse que o Brasil está “ferrado” para o futuro novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado pelo petista.

Ometto disse que o Brasil enfrenta sérios desafios econômicos e destacou a urgência de resolver o déficit fiscal para estabilizar a economia.

“Acho que a gente está numa situação muito difícil”, disse Ometto. “Quando você é empresário e vê tudo que está acontecendo, vê claramente uma política de partido, de não reduzir gastos. Está muito fácil resolver, é só resolver o problema do deficit fiscal que tudo se assenta, mas eles não querem fazer.”

Segundo Ometto, a falta de incentivos adequados pode levar empresários à falência. A medida prejudica o crescimento econômico do país.

“O que vai acontecer: os juros vão subindo, os investimentos que todo mundo fala que vai ter de infraestrutura, a parceria público-privada, não vão acontecer porque o empresário que investir com essas taxas de juros vai quebrar”, disse o presidente da Cosan. “Estamos, desculpe o francês, estamos ferrados porque a alta administração do nosso país acha que está certo e não quer fazer nada. É uma pena.”

Ometto utilizou uma analogia automobilística para criticar a política monetária e indagou Gabriel Galípolo sobre a necessidade de a instituição ser flexível na sua gestão.

“Porque você, como presidente do Banco Central, é a mesma coisa que estar dirigindo um automóvel, você está dizendo que pode brecar, acelerar, mas não pode virar a direção e se você está vendo o carro indo num lugar que não seja desejável”, afirmou. “Quando você quer virar a direção, qual é a reação dos políticos?”

Galípolo garantiu que o Banco Central terá autonomia. “Na política monetária, eu te garanto, o Banco Central tem autonomia e todo o board para tocar a política monetária que ele quiser, estamos com todas as ferramentas aí para tocar.”

O evento reuniu empresários como André Esteves, Joesley Batista e Carlos Jereissati.

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Título do Botafogo ajuda planejamento do São Paulo para próxima temporada

EDER TRASKINI
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O São Paulo comemorou o título do Botafogo na Libertadores, que ajudou o clube a definir seu planejamento para 2025.

O Tricolor garantiu sua vaga direta na fase de grupos da Libertadores e não vai precisar disputar as preliminares. A equipe esperava essa definição para dar sequência no planejamento da pré-temporada de 2025.

Com as datas em que disputaria a pré-Libertadores liberadas, o São Paulo pode dar andamento no pedido de adiamento das duas primeiras rodadas do Paulistão. O clube já tinha alinhado a possibilidade com a FPF (Federação Paulista de Futebol), mas esperava a confirmação da vaga.

Agora, o Tricolor deverá poder contar com todo o grupo durante o período completo de pré-temporada nos Estados Unidos. O São Paulo já tinha decidido que usaria os titulares nos dois amistosos, mas poderia mandar de volta para o Brasil um grupo menor com reservas para mesclar com jovens e disputar o início do torneio estadual.

O São Paulo viaja para os Estados Unidos no dia 7 de janeiro e fica até o dia 20. O Tricolor enfrenta o Cruzeiro no dia 15 e, quatro dias depois, o Flamengo, em jogos válidos pela FC Series.

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DNA pode confirmar a paternidade de Neymar

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Um documentário recente, intitulado Passes do Destino, lançou luz sobre uma situação que pode mudar a vida de Jazmin Zoé, de 11 anos, e trazer consequências para o jogador Neymar Jr. A produção foi divulgada pelo jornalista Matheus Baldi em seu canal no YouTube e explora a possível paternidade do atleta em relação à menina, filha da ex-modelo húngara Gabriella Gáspár. Gabriella, em entrevista ao Glow News, revelou estar aguardando com esperança o resultado de um exame de DNA, enquanto seu advogado, Dr. Angelo Carbone, busca garantir os direitos da filha na justiça brasileira caso a paternidade seja confirmada.

A dúvida em torno da paternidade coloca Jazmin em um dilema emocional e jurídico. O reconhecimento de Neymar como pai pode abrir portas para mudanças significativas na vida da menina, tanto no aspecto legal quanto no emocional. Para Jazmin, a questão não se resume a benefícios financeiros, mas também envolve o desejo de se sentir parte de algo maior.

Segundo Gabriella, o desejo de sua filha vai além de recursos materiais. Para a ex-modelo, o reconhecimento de Neymar representaria um marco importante para a construção da identidade de Jazmin, que anseia por respostas sobre suas origens. “Não se trata de dinheiro, mas de pertencimento”, afirmou Gabriella, destacando a importância do exame de DNA para ambas.

A história, que combina aspectos pessoais e judiciais, ressoa na mídia internacional e pode impactar a imagem pública de Neymar. Enquanto isso, Jazmin e sua mãe aguardam ansiosamente pelo desfecho dessa questão, que poderá redefinir a trajetória da menina e fortalecer os laços familiares.

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Fortaleza briga pelo terceiro lugar contra o Vitória em duelo nordestino no Brasileirão

Focado em se manter bem nas primeiras colocações e com chances de título, o Fortaleza volta a campo pela 36ª e antepenúltima rodada do Campeonato Brasileiro. Neste domingo, às 18h30, estará em Salvador (BA), onde duela com o Vitória, que reagiu e quer se manter longe da zona de rebaixamento.

O Fortaleza está há seis jogos invicto, mas com apenas duas vitórias e quatro empates. Com isso, tem 65 pontos e viu Botafogo (73) e Palmeiras (70) se distanciarem na briga pelo título. Os adversários, porém, já atuaram na rodada.

O técnico Juan Pablo Vojvoda tem dois desfalques para montar o time: o lateral-esquerdo Eros Mancuso, suspenso pelo terceiro amarelo, e o volante Pedro Augusto, lesionado. Na esquerda, Felipe Jonatan e Bruno Pacheco disputam a vaga, enquanto o meio-campo será formado com Hércules, Martínez e Rossetto.

Com as chances remotas de título, Vojvoda quer garantir o terceiro lugar. "É possível (o terceiro lugar). Acho que são seis ou sete times que estão em cima que brigam ponto a ponto. Os três primeiros, Botafogo, Palmeiras, Inter agora, Flamengo, São Paulo. Tem uma briga interessante na parte de cima da tabela."

Com quatro triunfos nos últimos seis jogos, o Vitória pegou o 'elevador' e chegou a 42 pontos, se distanciando da zona de rebaixamento. Para manter o ritmo, busca reabilitação em casa após perder por 2 a 1 para o Corinthians, encerrando sequência de três vitórias.

O treinador Thiago Carpini terá o desfalque do atacante Carlos Eduardo, reserva no empate por 1 a 1 com o Botafogo, por suspensão. O volante Caio Vinícius e o atacante Luís Miguel são dúvidas, já que estão em fase de transição e treinaram com restrições.

O meia Matheusinho ainda faz fisioterapia por conta de um trauma no joelho e não tem presença confirmada. Diante do Botafogo, quem entrou em seu lugar foi Gustavo Mosquito.

Apesar da vantagem conquistada, Carpini voltou a pedir foco na permanência antes de outros objetivos. "Precisamos focar nos próximos jogos dentro de casa para cravar a permanência. Temos um jogo difícil contra o Fortaleza, um clássico regional. Sabemos a dificuldade que vai ser, mas precisamos garantir a permanência. Depois pensamos em coisas maiores."

FICHA TÉCNICA

VITÓRIA X FORTALEZA

VITÓRIA - Lucas Arcanjo; Edu, Neris e Wagner Leonardo; Raúl Cáceres, Ricardo Ryller, Willian Oliveira, Matheuzinho e Lucas Esteves; Alerrandro e Janderson. Técnico: Thiago Carpini.

FORTALEZA - João Ricardo; Brítez, Kuscevic, Titi e Bruno Pacheco; Hércules, Martínez e Rossetto; Marinho, Lucero e Moisés. Técnico: Juan Pablo Vojvoda.

ÁRBITRO - Wilton Pereira Sampaio (GO).

HORÁRIO - 18h30.

LOCAL - Barradão, em Salvador (BA).

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Vendas online batem recorde de R$ 4,27 bilhões na Black Friday deste ano

As vendas online faturaram R$ 4,27 bilhões durante as promoções da Black Friday desta sexta-feira (29), de acordo com o monitoramento da Neotrust Confi. O montante é 8,4% maior do que o mesmo período do ano passado, quando houve faturamento de R$ 3,94 bilhões. 

Segundo o levantamento, em unidades vendidas, foram 20,67 milhões. Em 2023, foram 18,88 milhões, um aumento de 9,4%. 

A data oficial da Black Friday – última sexta-feira de novembro – coincide com o pagamento da primeira parcela do 13º salário e a proximidade com o Natal, que podem fortalecer os gastos do consumidor, estima a Neotrust Confi. Até agora, o ano de 2024 já registrou um aumento de 13,8% no faturamento do varejo online. 

Na quinta-feira, (28), a plataforma Black Friday Hora a Hora registrou R$ 1,70 bilhão em faturamento, 5,8% a mais do que a véspera da Black Friday 2023, que obteve R$ 1,60 bilhão. 

Entre quinta e sexta-feira deste ano, foram R$ 5,97 bilhões de faturamento, 33,02 milhões de produtos vendidos e R$ 180,7 no valor médio por produto comprado. 

Os dados são coletados continuamente com mais de 5.000 varejistas online de todo o país, incluindo as maiores empresas que são clientes da Neotrust. A Confi, empresa da qual a Neotrust faz parte, realiza monitoramentos mensais detalhados da evolução do cenário de e-commerce no Brasil, abrangendo uma média diária de 1,5 milhão de pedidos.  

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Dólar a R$ 6 pós-pacote de Haddad atiça a inflação, que ganha força no atacado

FERNANDO CANZIAN
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A frustração do mercado financeiro com as medidas anunciadas na quinta-feira (28) para minimizar a atual crise fiscal levou o dólar a R$ 6 e agravou um quadro que já preocupava: o forte impacto que a moeda norte-americana vem tendo na inflação no atacado, que eventualmente chegará aos consumidores, e nas expectativas futuras de novos aumentos de preços.

Acompanhando de perto a valorização do dólar em 2024, de 22%, o IPA (Índice de Preços por Atacado) calculado pela FGV inverteu completamente a tendência neste ano. De uma deflação de 6,31% em janeiro, a taxa atingiu 6,32% positivos em outubro. Isto antes disparada do dólar em novembro, com alta de 5% no mês.

Entre os itens com as maiores elevações constam vários impactados diretamente pela moeda dos EUA, como commodities agrícolas (soja e milho, por exemplo) e metálicas cotadas no mercado internacional, além de matérias-primas para o agro (como fertilizantes).

A alimentação em geral no IPA saiu de uma deflação de 1,35% em janeiro para alta de 9,53% em outubro. Embora o aumento também tenha sido impulsionado por eventos climáticos que impactaram recentemente as carnes, a variação de preços de matérias-primas para o agro disparou. Saiu de -14,25% em janeiro para 16,48% em outubro.

Os chamados bens finais (prontos para o consumo, de eletrônicos a produtos de limpeza) também partiram de uma pequena deflação no atacado em janeiro para uma alta de 5,58% em outubro, pressionados por materiais mais caros, muitos deles indexados ao dólar.

"Tivemos uma valorização forte do dólar e isso tem impacto, sem dúvida nenhuma. Numa situação de economia e emprego aquecidos como a atual, o mercado consegue repassar aos preços esse maior custo cambial", diz Guilherme Moreira, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe).

Quando a demanda não é tão forte, preços no atacado não necessariamente chegam aos consumidores porque fornecedores e compradores acabam estreitando margens de lucro para vender e comprar. Mas quando o mercado sanciona preços maiores, os repasses acontecem.

Neste ano, a economia caminha para crescer cerca de 3,5% e o desemprego em outubro caiu a 6,2%, menor taxa da série do IBGE. Na contramão, o real foi a moeda que mais se desvalorizou entre os 23 emergentes no índice Morgan Stanley Capital International (MSCI). Em média, juntas elas perderam 0,31% do valor em relação ao dólar -ante os -22% do real.

"A dúvida é se o dólar volta a cair. Pelo que temos visto, o mercado acredita que não vai ter devolução dessa valorização. Ao menos uma boa parte fica, o que possibilita um espalhamento maior da inflação para outras áreas."

Moreira afirma que o impacto cambial já afeta, por exemplo, alimentos industrializados, dependentes de produtos químicos e metálicos para embalagens. "Nos alimentos in natura, se algo sobe um mês por questão climática, pode ser revertido adiante. Mas quando isso chega aos industrializados pelo câmbio, a coisa vai ficando séria", diz.

O grupo alimentação tem peso equivalente a 25% do índice da Fipe, o maior individualmente. "Cinema as pessoas cortam, mas não dá para parar de comer. Aí, os pobres acabam mais afetados."

André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV Ibre, pondera que, até outubro, os principais núcleos de inflação -não os do atacado, e que excluem preços com maior volatilidade- têm variações acumuladas em 12 meses entre 3,46% e 4,15%.

Para comparar, os núcleos estão próximos da meta do Banco Central, de 3% em 2024, com margem até 4,5%. Mas a meta não leva em conta núcleos, mas a inflação geral medida pelo IPCA. Em 12 meses, o IPCA-15, prévia da inflação de novembro, subiu 4,77% -acima da meta.

"Temos um mercado de trabalho aquecido, que mantém alta a inflação de serviços [5% em 12 meses] e um pessimismo maior em relação ao futuro, com gatilhos inflacionários cada vez mais frequentes", diz Braz. Entre eles, além da escalada do dólar, há a recorrência de crises climáticas que podem afetar preços de alimentos.

Economistas defendem que a política fiscal seja mais restritiva para ajudar o Banco Central a controlar a inflação com doses menores de juros. Mas o que se viu no dia do lançamento do pacote pelo governo foi o aumento do pessimismo.

Para José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, o problema com o dólar em alta é que ele não se limita a atiçar a inflação presente, mas impacta nas expectativas futuras. "As pessoas olham para isso e sabem que haverá pressão sobre os preços, e as expectativas de inflação estão se descolando muito rápido da meta do Banco Central."

Em sua opinião, para além da alta do dólar, esse descolamento tem a ver com "a credibilidade do Banco Central".

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Bolsonaro tenta jogar trama golpista para Heleno e Braga Netto, e militares reagem

CÉZAR FEITOZA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A defesa de Jair Bolsonaro (PL) passou a trabalhar nos últimos dias com a tese do "golpe do golpe", segundo a qual militares de alta patente usariam a trama golpista no fim de 2022 para derrubar o então presidente e assumir o poder -e não para mantê-lo no cargo.
A estratégia para livrar Bolsonaro do enredo golpista implica os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto como os principais beneficiados por uma eventual ruptura institucional.

Aliados dos dois militares afirmaram à Folha, sob reserva, que a divulgação dessa linha de defesa causou quebra de confiança. O movimento é visto como um oportunismo do ex-presidente na tentativa de se livrar das acusações de que conhecia os planos golpistas.

A base para essa tese é um documento elaborado pelo general da reserva Mario Fernandes, um dos principais suspeitos de arquitetar a trama golpista revelada pela Polícia Federal. Esse texto previa a criação de um Gabinete Institucional de Gestão de Crise, comandado por militares, logo após o golpe de Estado.

As reações de militares sobre essa linha de defesa se intensificaram nesta sexta-feira (29) após Paulo Amador da Cunha Bueno, um dos advogados de Bolsonaro, dizer em entrevista à GloboNews que o ex-presidente não se beneficiaria com um eventual golpe.

O advogado voltou a dizer que Bolsonaro não tinha conhecimento do plano identificado pela PF que definia estratégias para matar o presidente eleito Lula (PT), o vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

"Não tem o nome dele [Bolsonaro] lá, ele não seria beneficiado disso. Não é uma elucubração da minha parte. Isso está textualizado ali. Quem iria assumir o governo em dando certo esse plano terrível, que nem na Venezuela chegaria a acontecer, não seria o Bolsonaro, seria aquele grupo", reforçou o advogado.
Em nota divulgada após o indiciamento, Braga Netto criticou a "tese fantasiosa e absurda de 'golpe dentro do golpe'".

"[O general] lembra, ainda, que durante o governo passado, foi um dos poucos, entre civis e militares, que manteve a lealdade ao presidente Bolsonaro até o final do governo, em dezembro de 2022, e a mantém até os dias atuais, por crença nos mesmos valores e princípios inegociáveis", diz o texto assinado pela defesa do militar.

A reportagem procurou a defesa de Bolsonaro, mas não recebeu resposta.
Apesar do desapontamento, interlocutores de Heleno e Braga Netto dizem que os militares responsabilizam mais os advogados do que o ex-presidente.

A minuta de criação do Gabinete Institucional de Gestão de Crise previa que o general Augusto Heleno seria o chefe do grupo. Braga Netto aparece como coordenador-geral, enquanto o general Mario Fernandes e o coronel Elcio Franco seriam assessores estratégicos.

O texto previa ainda outras estruturas no gabinete de crise, como as assessorias de comunicação social e de inteligência. Ao todo, seriam 18 militares no grupo, com maioria de integrantes da reserva do Exército.

Militares aliados de Braga Netto e Heleno destacaram que a linha de defesa mostra que o projeto político do ex-presidente foi colocado acima das amizades com os fardados que demonstraram lealdade durante o governo.

Ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Heleno tinha uma rotina que começava por volta das 5h. Ele fazia questão de receber, todos os dias, o então presidente na garagem do Palácio do Planalto para repassar as primeiras informações do dia.

Era uma das pessoas mais próximas de Bolsonaro, considerado seu principal conselheiro. Antes do fim do governo, era também um dos generais mais respeitados no Exército. Na história da Força, só ele e mais um militar ficaram em primeiro lugar nos três cursos de formação de oficiais.

Já Braga Netto foi ministro da Casa Civil e da Defesa na gestão Bolsonaro. Só deixou o governo para se filiar ao PL e compor, como vice, a chapa presidencial na campanha pela reeleição.

O general fazia parte do círculo mais íntimo de Bolsonaro. Foi ele quem levou o ex-presidente para reunião com o ex-comandante do Exército Villas Boas, no fim de 2022, para buscar conselhos.

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