Defesa de Braga Netto fala em 'indevida difusão' de informações; outros indiciados rebatem PF

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LUCAS LEITE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Indiciados no inquérito sobre a tentativa de golpe negam as acusações da Polícia Federal. No relatório final, concluído nesta quinta-feira (21), os investigadores apontaram o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 36 pessoas na trama para impedir a posse de Lula (PT).

De acordo com a PF, as 37 pessoas indiciadas cometeram os crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Além do ex-presidente Bolsonaro, o general da reserva Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice em 2022 na chapa derrotada, o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno, o ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e mais 32 pessoas foram indiciadas.

A defesa de Braga Netto afirmou, em nota, que "repudia veementemente, e desde logo, a indevida difusão de informações" à imprensa "em detrimento do devido acesso às partes diretamente envolvidas e interessadas".

"Assim, a defesa aguardará o recebimento oficial dos elementos informativos para adotar um posicionamento formal e fundamentado."

A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou que "irá se posicionar após ter acesso ao relatório de indiciamento".

A defesa de Marcelo Costa Câmara e Tércio Arnaud Tomaz afirma que "discorda veementemente do indiciamento", por entender que não há elementos que sustentam a participação dos dois na trama golpista. O texto conclui que confia no trabalho do Ministério Público para demonstrar que a denúncia é baseada em "elementos insuficientes ou especulativos".

Em postagem na rede social X (ex-Twitter), Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho afirma que não estava presente no Brasil em 2022 e que realiza trabalho jornalístico nos Estados Unidos há quase uma década.

"Devo dizer que me sinto honrado. Entendo este indiciamento como parte de uma campanha de intimidação conduzida por Alexandre de Moraes, que busca silenciar tanto a mim quanto o trabalho que venho realizando para conscientizar a sociedade e as autoridades americanas sobre a escalada ditatorial em curso no Brasil, que segue cada vez mais alinhado com a China", afirmou Paulo Figueiredo.

De acordo com a PF, as provas contra os indiciados foram obtidas "por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário".

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Indiciamento de Bolsonaro repercute entre políticos e autoridades

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O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas, acusadas pela Polícia Federal (PF) de terem planejado e executado ações para um golpe de Estado, está repercutindo entre políticos e autoridades, na tarde desta quinta-feira (21). Um dos primeiros a se manifestar foi o advogado-geral da União, Jorge Messias, que exaltou o combate a tentativas de violar o regime democrático.

"A notícia de indiciamentos pela PF do ex-mandatário e de integrantes do núcleo de seu governo pela prática dos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa oferece ao país a possibilidade de concretizar uma reação eficaz aos ataques à nossa democracia, conquista valiosa e indelével do povo brasileiro", disse Messias.

No início da tarde desta quinta, a PF confirmou o envio ao Supremo Tribunal Federal (STF) do relatório final da investigação. Além de Bolsonaro, entre os indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa estão o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin); o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Já o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro e aliado próximo de Bolsonaro, atribuiu os indiciamentos a narrativas construídas nos últimos anos. Ele ainda pediu que a Procuradoria Geral da República (PGR) analise com cautela o inquérito da PF.

O senador ainda prosseguiu: "Ao reafirmar o compromisso com a manutenção do Estado de Direito, confiamos que o restabelecimento da verdade encerrará longa sequência de narrativas políticas desprovidas de suporte fático, com o restabelecimento da normalidade institucional e o fortalecimento de nossa democracia."

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu pena de prisão para os acusados de golpe de Estado. "O indiciamento de Jair Bolsonaro e sua quadrilha, instalada no Planalto, abre o caminho para que todos venham a pagar na Justiça pelos crimes que cometeram contra o Brasil e a democracia: tentar fraudar eleições, assassinar autoridades e instalar uma ditadura. Prisão é o que merecem! Sem anistia!", postou.

Antes da entrega do relatório da PF, o presidente Lula comentou, durante um evento no Palácio do Planalto, os planos revelados pelos investigadores sobre a tentativa do seu assassinato, em 2022, no contexto da preparação do golpe de Estado elaborado por militares e integrantes do governo anterior. “Eu tenho que agradecer, agora, muito mais porque eu estou vivo. A tentativa de me envenenar, eu e o [vice-presidente, Geraldo] Alckmin, não deu certo, nós estamos aqui”, disse.

Após o indiciamento, o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles, na qual ele critica o ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator do caso, e informa que irá esperar o seu advogado para avaliar os próximos passos. O relatório da PF, que tem cerca de 800 páginas, está sob sigilo e deverá ser remetido por Alexandre de Moraes à PGR nos próximos dias. Caberá justamente à Procuradoria-Geral da República avaliar se oferece denúncia contra os suspeitos ou se demanda mais investigações.

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Defesa de Braga Netto fala em 'indevida difusão' de informações; outros indiciados rebatem PF

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LUCAS LEITE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Indiciados no inquérito sobre a tentativa de golpe negam as acusações da Polícia Federal. No relatório final, concluído nesta quinta-feira (21), os investigadores apontaram o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 36 pessoas na trama para impedir a posse de Lula (PT).

De acordo com a PF, as 37 pessoas indiciadas cometeram os crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Além do ex-presidente Bolsonaro, o general da reserva Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice em 2022 na chapa derrotada, o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno, o ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e mais 32 pessoas foram indiciadas.

A defesa de Braga Netto afirmou, em nota, que "repudia veementemente, e desde logo, a indevida difusão de informações" à imprensa "em detrimento do devido acesso às partes diretamente envolvidas e interessadas".

"Assim, a defesa aguardará o recebimento oficial dos elementos informativos para adotar um posicionamento formal e fundamentado."

A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou que "irá se posicionar após ter acesso ao relatório de indiciamento".

A defesa de Marcelo Costa Câmara e Tércio Arnaud Tomaz afirma que "discorda veementemente do indiciamento", por entender que não há elementos que sustentam a participação dos dois na trama golpista. O texto conclui que confia no trabalho do Ministério Público para demonstrar que a denúncia é baseada em "elementos insuficientes ou especulativos".

Em postagem na rede social X (ex-Twitter), Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho afirma que não estava presente no Brasil em 2022 e que realiza trabalho jornalístico nos Estados Unidos há quase uma década.

"Devo dizer que me sinto honrado. Entendo este indiciamento como parte de uma campanha de intimidação conduzida por Alexandre de Moraes, que busca silenciar tanto a mim quanto o trabalho que venho realizando para conscientizar a sociedade e as autoridades americanas sobre a escalada ditatorial em curso no Brasil, que segue cada vez mais alinhado com a China", afirmou Paulo Figueiredo.

De acordo com a PF, as provas contra os indiciados foram obtidas "por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário".

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Indiciamento de Bolsonaro repercute entre políticos e autoridades

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O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas, acusadas pela Polícia Federal (PF) de terem planejado e executado ações para um golpe de Estado, está repercutindo entre políticos e autoridades, na tarde desta quinta-feira (21). Um dos primeiros a se manifestar foi o advogado-geral da União, Jorge Messias, que exaltou o combate a tentativas de violar o regime democrático.

"A notícia de indiciamentos pela PF do ex-mandatário e de integrantes do núcleo de seu governo pela prática dos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa oferece ao país a possibilidade de concretizar uma reação eficaz aos ataques à nossa democracia, conquista valiosa e indelével do povo brasileiro", disse Messias.

No início da tarde desta quinta, a PF confirmou o envio ao Supremo Tribunal Federal (STF) do relatório final da investigação. Além de Bolsonaro, entre os indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa estão o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin); o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

"A gente vê com absoluta perplexidade e indignação as informações que foram relevadas pelo inquérito, onde a gente encontra o próprio ex-presidente da República no topo da cadeia de comando da organização criminosa, generais, coronéis, servidores públicos do governo federal que faziam parte do núcleo da campanha e do governo Bolsonaro. Tramando contra a democracia com uma audácia quase que inacreditável, sem qualquer tipo de limite, ao ponto de tramarem contra a própria vida do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin e do [ex] presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes. São crimes muito graves, são acusações muito sérias", afirmou o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta.

Já o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro e aliado próximo de Bolsonaro, atribuiu os indiciamentos a narrativas construídas nos últimos anos. Ele ainda pediu que a Procuradoria Geral da República (PGR) analise com cautela o inquérito da PF.

"Diante de todas as narrativas construídas ao longo dos últimos anos, o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro, do presidente Valdemar Costa Neto e de outras 35 pessoas, comunicado na presente data pela Polícia Federal, não só era esperado como representa sequência a processo de incessante perseguição política ao espectro político que representam. Espera-se que a Procuradoria-Geral da República, ao ser acionada pelo Supremo Tribunal Federal, possa cumprir com serenidade, independência e imparcialidade sua missão institucional, debruçando-se efetivamente sobre provas concretas e afastando-se definitivamente de meras ilações", afirmou.

O senador ainda prosseguiu: "Ao reafirmar o compromisso com a manutenção do Estado de Direito, confiamos que o restabelecimento da verdade encerrará longa sequência de narrativas políticas desprovidas de suporte fático, com o restabelecimento da normalidade institucional e o fortalecimento de nossa democracia."

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu pena de prisão para os acusados de golpe de Estado. "O indiciamento de Jair Bolsonaro e sua quadrilha, instalada no Planalto, abre o caminho para que todos venham a pagar na Justiça pelos crimes que cometeram contra o Brasil e a democracia: tentar fraudar eleições, assassinar autoridades e instalar uma ditadura. Prisão é o que merecem! Sem anistia!", postou.

Antes da entrega do relatório da PF, o presidente Lula comentou, durante um evento no Palácio do Planalto, os planos revelados pelos investigadores sobre a tentativa do seu assassinato [], em 2022, no contexto da preparação do golpe de Estado elaborado por militares e integrantes do governo anterior. “Eu tenho que agradecer, agora, muito mais porque eu estou vivo. A tentativa de me envenenar, eu e o [vice-presidente, Geraldo] Alckmin, não deu certo, nós estamos aqui”, disse.

Após o indiciamento, o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles, na qual ele critica o ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator do caso, e informa que irá esperar o seu advogado para avaliar os próximos passos. O relatório da PF, que tem cerca de 800 páginas, está sob sigilo e deverá ser remetido por Alexandre de Moraes à PGR nos próximos dias. Caberá justamente à Procuradoria-Geral da República avaliar se oferece denúncia contra os suspeitos ou se demanda mais investigações.

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Moraes mantém delação de Mauro Cid após ouvi-lo por omissões sobre tentativa de golpe

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CÉZAR FEITOZA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), manteve na tarde desta quinta-feira (21) o acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

Moraes conduziu o interrogatório de Cid, ouviu sua argumentação e decidiu pela manutenção.

"Após três horas de audiência, o ministro Alexandre de Moraes confirmou a validade da colaboração premiada de Mauro Cid. O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal. As informações do colaborador seguem sob apuração das autoridades competentes", disse o gabinete do ministro em nota.

A oitiva durou cerca de duas horas e Cid foi questionado sobre por que não comentou com os investigadores sobre o plano do general da reserva Mário Fernandes de matar o presidente Lula (PT), o vice, Geraldo Alckmin (PSB), e Moraes no fim de 2022.

Na saída da audiência, o advogado Cezar Bitencourt, defensor de Cid, deu uma declaração dúbia. Ele disse que o militar tinha apresentado "complementos", mas depois afirmou que Cid tinha "repetido as mesmas coisas que já tinham sido ditas".

Sobre a manutenção do acordo de colaboração premiada, Bitencourt disse que "está mantido tudo como dantes no quartel de Abrantes". "[Moraes considerou a audiência] Positiva, tanto que deu as condições que a gente quis", completou.
A Polícia Federal havia citado outras omissões e contradições nos depoimentos prestados pelo militar nas investigações sobre os planos golpistas elaborados no fim do governo Bolsonaro.

Os investigadores detalharam as falhas de Cid na colaboração premiada em relatório enviado ao Supremo na terça (19). O parecer foi encaminhado minutos após o fim do depoimento do militar na sede da corporação, em Brasília. O documento está sob sigilo.

A expectativa na PF era que, mesmo se a colaboração fosse anulada, as provas e os depoimentos do militar deveriam se manter válidos. O prejuízo seria somente para o tenente-coronel, que perderia os benefícios acordados, como a redução de futuras penas e a possibilidade de responder ao inquérito em casa.
Interlocutores de Cid afirmaram à Folha de S.Paulo, sob reserva e antes do depoimento, que o militar acreditava que sua delação seria derrubada independentemente de suas respostas na audiência desta quinta.

Isso porque, segundo esses interlocutores, sua versão sobre o desconhecimento de planos golpistas para matar autoridades não havia convencido os investigadores.

No depoimento à PF na terça, ele disse que não sabia do plano do general Mário Fernandes para matar Lula, Alckmin e Moraes. Afirmou ainda que deletou mensagens sobre os planos golpistas de seu celular ainda em 2022, porque apagava rotineiramente arquivos para manter o aparelho com espaço para armazenamento.

Após o depoimento, a defesa do militar disse à Folha que não via razões para se questionar a validade da delação de Cid. "Não vejo motivo. Afinal de contas, ele está cumprindo a parte dele, colaborou com a Justiça e está contribuindo há um ano e meio", disse o advogado Cezar Bitencourt.

O advogado de Cid afirmou ainda que o depoimento ficou "meio em aberto". "Parece que a polícia não tinha o que perguntar", disse.

"O Cid não teve, não tem e nem terá interesse em derrubar governo nenhum. Ele não ganhava nada com isso. Se existiu esse movimento na época? [Eles] conversaram, mas conversaram lá em dezembro e janeiro. Não tem nada de especial, nada de novo", completou.

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‘Janjapalooza’ tem três investigações instauradas pelo TCU


O Tribunal de Contas da União (TCU) instaurou na segunda-feira, 18, o terceiro procedimento para investigar os gastos do Festival de Cultura Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que aconteceu em paralelo com a reunião do G-20 no Rio de Janeiro, evento apelidado de “Janjapalooza” por causa do envolvimento da primeira-dama Janja Lula da Silva. O caso desta segunda veio da representação do deputado Sanderson (PL-RS) e se soma a outros dois abertos a pedido de Felipe Francischini (União Brasil-PR), Luiz Phelippe de Orleans e Bragança (PL-SP) e Gustavo Gayer (PL-GO).

As representações levadas ao TCU ao longo da semana passada alegam que houve gastos na ordem dos R$ 33,5 milhões para o festival, que contou com o patrocínio de empresas estatais, como a Petrobras e Itaipu. “Nem sabemos qual é o interesse público desse evento”, disse Sanderson na segunda-feira. Dois casos estão sob relatoria do ministro Jorge Oliveira e um sob relatoria do ministro Walton Alencar Rodrigues. Há um quarto pedido, feito pelo deputado Filipe Barros (PL-PR), que ainda não foi autuado.

A abertura das representações não tem, até o momento, nenhuma análise de mérito. O TCU é uma corte de jurisdição administrativa, o que significa, na prática, que não pode fixar condenações criminais ou arbitrar indenizações. Vai ser analisada a licitude dos gastos e, no final, se o Tribunal decidir que houve irregularidades, pode determinar a devolução do dinheiro aos cofres públicos.

Apelido
O festival aconteceu nos dias 14, 15 e 16 de novembro e teve shows de artistas como Diogo Nogueira, Zeca Pagodinho, Maria Rita, Alceu Valença, Seu Jorge, Ney Matogrosso e Daniela Mercury, na Praça Mauá, centro da capital fluminense, com entrada gratuita. O evento musical de 3 dias contou com 30 atrações com shows de artistas nacionais. O festival foi realizado pelo governo federal e recebeu patrocínio de estatais como a Petrobrás e a Usina de Itaipu.

“Janjapalooza” foi um apelido informal dado ao festival diante do envolvimento da primeira-dama Janja Lula da Silva na organização. O evento carregou o tema da presidência brasileira no G20 e se deu de maneira simultânea à Cúpula do G20 Social, de 14 a 16 de novembro, no Rio.

Agressões
No último dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (PT) discursou no evento. Esteve ao lado do cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil. Disse que trouxe a temática da fome ao G20 para que o assunto deixe de ser uma pauta social e se torne política. Também defendeu que artistas sejam “revolucionários”.

Durante os painéis do G-20 Social, Janja se viu envolvida em outra polêmica. No sábado, 16, durante um painel sobre combate à desinformação, a primeira-dama disparo um “f*** you Elon Musk”, direcionado ao magnata dono do X e da Tesla. No mesmo discurso, ela disse que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tem sido um “grande parceiro” no enfrentamento às fake news e disse que o homem-bomba que morreu nas dependências do STF semana passada era um “bestão”.

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Ezequiel Ferreira convoca ALRN para eleição da Mesa Diretora no biênio 2025-2026

Presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Ezequiel Ferreira (PSDB) convocou uma “sessão preparatória” para a quarta-feira (13), às 10h30, em que será realizada a nova eleição da mesa diretora da Casa Legislativa para o biênio 2025-2026.

Em sua fala, na abertura da sessão ordinária desta terça-feira (12), ele citou a “existência de varias decisões do STF [Supremo Tribunal Federa] em relação a outras assembleias estaduais no que diz respeito à eleição da mesa para o segundo biênio da atual legislatura”.

O chefe do Legislativo estadual ressaltou estar “movido por senso de justiça e boa fé reforçando o ambiente democrático que sempre tivemos”.

Ainda na abertura da sessão, Ezequiel Ferreira frisou a “questão de segurança jurídica e cumprimento rigoroso do regimento”.

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Lula tenta nova investida para se aproximar dos evangélicos e entrega de ministério entra no radar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja convidar um representante da Frente Parlamentar Evangélica para o comando de um ministério, de preferência uma mulher. Interlocutores de Lula afirmam que a ideia é resolver duas questões que atormentam o Palácio do Planalto: aproximar o governo dos evangélicos e, de quebra, fazer um aceno ao público feminino.

Na lista dos nomes avaliados no Planalto para ocupar uma vaga no primeiro escalão estão a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e a deputada Benedita da Silva (PT-RJ). A petista já foi ministra de Assistência e Promoção Social de 2003 a 2004, no primeiro mandato de Lula. Agora, um dos ministérios na mira dos evangélicos é o do Desenvolvimento Social, que abriga o programa Bolsa Família – vitrine do governo – e hoje está nas mãos do senador licenciado Wellington Dias (PT).

Apesar desta perspectiva, o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Silas Câmara (Republicanos-AM), disse não ter qualquer compromisso com o Planalto. “O que existe hoje é um diálogo normal. Mas conversar só não adianta. O governo precisa mudar suas atitudes”, afirmou ele.

Para o deputado, resoluções sobre educação infantil e nota técnica sobre aborto legal, ainda que derrubadas, indicam haver áreas do governo que trabalham “desconectadas” com o desejo manifestado por Lula de se aproximar dos evangélicos.

Câmara mencionou até mesmo a vitória de Donald Trump na disputa pela Casa Branca como um sinal de alerta para Planalto, sob o argumento de que o conservadorismo está cada vez mais forte no mundo. “Essa eleição nos Estados Unidos demonstrou, de forma clara, o que dá os políticos não respeitarem o sentimento da população”, insistiu ele, numa referência à derrota de Kamala Harris, atual vice-presidente. “O planeta está mostrando que a esquerda precisa se reciclar”.

Os ministros que têm feito reuniões frequentes com líderes evangélicos, a pedido de Lula, são o chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e o titular de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

“Sou terrivelmente pacificador”, disse Messias ao Estadão, em um contraponto a Bolsonaro que, em 2019, quando era presidente, disse desejar um perfil “terrivelmente evangélico” para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Messias foi criado em uma família batista e desde pequeno frequenta cultos. Agora, ele se tornou a principal “ponte” de contato entre os evangélicos e o Planalto, conversando com representantes de várias denominações, do deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP) ao Bispo Rodovalho, da Sara Nossa Terra. “Tenho me esforçado para levar sempre uma mensagem de paz aos meus colegas e mostrar que nosso governo nunca se contrapôs aos valores cristãos”, observou.

O ministro da AGU contou que estava numa reunião com Lula, no mês passado, quando ele disse que teve um “livramento” por não sofrer nada mais grave ao cair no Palácio da Alvorada e bater a cabeça, no último dia 19. Na ocasião, o presidente levou cinco pontos e desmarcou uma viagem que faria à Rússia.

Embora o deputado não tenha mencionado nomes, o influencer Pablo Marçal (PRTB) preocupa o segmento porque defende a agenda de costumes sem a intermediação das igrejas. Candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo, Marçal negocia sua filiação ao União Brasil e quer concorrer ao Planalto, em 2026. As conversas ainda estão na fase inicial, mas o governador de Goiás, Ronaldo Caiado já mandou recado à cúpula do União Brasil de que não abrirá mão de sua candidatura à sucessão de Lula se Marçal entrar no seu partido.

Não queremos barganhar nada com Lula, mas, caso haja um ministério, será importante porque os parlamentares precisam fazer políticas públicas e o bolsonarismo tomou essa pauta dos representantes da igreja

Otoni de Paula (MDB-RJ), deputado federal

Otoni afirmou, ainda, que Bolsonaro nunca prestigiou a Frente Parlamentar Evangélica nos quatro anos de seu governo. “Não queremos barganhar nada com Lula, mas, caso haja um ministério, será importante porque os parlamentares precisam fazer políticas públicas e o bolsonarismo tomou essa pauta dos representantes da igreja”, destacou. “Isso não significa compromisso com a reeleição do presidente, em 2026, mas, sim, com a governabilidade.”

A bancada evangélica reúne hoje 151 deputados e 19 senadores, a maioria deles ligada a Bolsonaro. Em 2022, Otoni chegou a dizer que receberia “vagabundos igual a Lula” a bala, caso eles aparecessem à sua porta porque este seria o método usado no Rio para lidar com “bandidos”. Dias antes, durante ato na CUT, o petista havia incentivado militantes a procurar deputados, em suas casas, para pressioná-los a votar propostas de interesse dos trabalhadores. Otoni afirmou depois que se arrependia de ter atacado Lula daquela maneira.

Aliado de Bolsonaro, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) previu que a investida do governo sobre os evangélicos não terá resultado. “Lula quer manipular a fé, mas nada do que ele fizer vai adiantar”, provocou Sóstenes, um dos vice-presidentes da Câmara.

Na avaliação do cientista político Vinícius do Valle, apesar das críticas de integrantes da bancada evangélica, existe uma ala do segmento que se sente desamparada por Bolsonaro e tenta se aproximar de Lula. “É uma ala que gostaria de estar no governo de forma discreta, sem sofrer o estigma de ser esquerdista. Esta é a melhor posição em termos de estratégia eleitoral, um pouco como faz o Centrão”, disse.

Valle observou, ainda, que, as bancadas evangélicas de vereadores diminuíram no Rio e em São Paulo, mesmo após a aliança com Bolsonaro. “Há um conflito interno na base do bolsonarismo e o ex-presidente não consegue coordenar essas diferentes alas porque tem outras prioridades”, comentou o cientista político, que é Diretor do Observatório Evangélico.

Ao citar as articulações de Bolsonaro para derrubar sua inelegibilidade – além da defesa da anistia aos condenados pelos ataques do 8 de Janeiro –, Valle destacou que, nesse cenário, o compromisso do ex-presidente é com partidos do Centrão, e não exatamente com os religiosos. “É por isso que, na disputa dentro da base bolsonarista, os evangélicos estão levando a pior”, resumiu.

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Entenda o processo eleitoral dos Estados Unidos

Apontados como “a maior democracia do mundo”, os Estados Unidos (EUA) não elegem seu presidente por meio do voto direto. E nem sempre o eleito é aquele que conquista a maioria dos votos. Algo difícil de ser entendido pelos brasileiros, que tiveram, como mote para a retomada da democracia, nos anos 80, o lema Diretas Já.

“Não são só eleições diretas que caracterizam uma democracia. A democracia tem outras instituições que a caracterizam, como, por exemplo, o Judiciário e os direitos do cidadão, como liberdade de expressão e direito ao voto, ainda que de forma indireta. Vejo como problema maior o fato de o sistema eleitoral dos EUA ser excludente e eivado de vícios, com um monte de problemas. Por exemplo, o fato de não haver, lá, um órgão centralizador do processo, como o nosso TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”, explicou à Agência Brasil o pesquisador do Instituto Nacional de Estudos sobre os EUA (Ineu) Roberto Goulart Menezes.

Segundo o professor do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB) Virgílio Caixeta Arraes, o processo que faz a escolha indireta para a presidência norte-americana “foi assim definido como forma de evitar candidaturas demagógicas ou populistas com propostas sedutoras, porém inviáveis, ou desagregadoras. Arraes disse à Agência Brasil que, na época, avaliava-se que os delegados teriam mais experiência ou amadurecimento político que o restante do eleitorado.

As diferenças entre os processos eleitorais de Brasil e Estados Unidos têm, como ponto de partida, as cartas magnas dos dois países. Com uma Constituição bem mais simplificada do que a brasileira, os EUA delegam boa parte de suas leis às normas locais, dando, aos estados, mais autonomia, prerrogativas, poderes e responsabilidades. Dessa forma, muitas tipificações criminais e penas são estabelecidas a partir de leis estaduais.

Doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP) e professor do Instituto de Relações Internacionais da UnB, Goulart Menezes explicou que as eleições presidenciais são organizadas pelos governos estaduais, o que acaba resultando em algumas dificuldades que não ocorrem em países como o Brasil, onde o processo é centralizado.

De acordo com Menezes, há estados que trazem, para o processo eleitoral local, algumas de suas características históricas que podem ser consideradas questionáveis. “Na Geórgia, por exemplo, estado de maioria negra, uma lei local que tira o direito ao voto de pessoas com três ou mais condenações na Justiça. Com isso, muitos abusos cometidos por policiais acabam por retirar o direito a voto de negros [e latinos]”, ressaltou o pesquisador.

Como funciona
Como a votação é indireta, nenhum dos eleitores votará, nesta terça-feira (5), diretamente nos candidatos Kamala Harris, do Partido Democrata, ou em Donald Trump, do Partido Republicano. “Eles votarão em delegados de seus estados, e estes, sim, votarão nos candidatos à Presidência dos Estados Unidos”, acrescentou Menezes.

O colégio eleitoral dos EUA é formado por 538 delegados. O número de delegados por estado é proporcional ao tamanho da população, o que define também seus representantes no Legislativo.

“O número de delegados é revisto periodicamente, a cada duas eleições. A Califórnia, por exemplo, tinha, em 2016, 55 delegados. Em 2024, terá 54”, disse Menezes, referindo-se ao estado com maior número de delegados.

O segundo estado com mais delegados é o Texas (40), seguido da Flórida (30), Nova York (28 ) e de Illinois e Pensilvânia (19, cada um). Os com menor número são Dakota do Norte, Delaware, Dakota do Sul, Vermont, Wyoming, distrito de Columbia e Alasca (3 delegados, cada); Maine, Montana, Idaho, New Hampshire, Virgínia Ocidental, Rhode Island e Havaí (4 delegados, cada).

The winner takes it all
Todos os estados, menos Maine e Nebraska, usam o sistema de eleição de delegados conhecido como “the winner takes all”, no qual “o vencedor leva tudo”. No caso, todos os votos dos delegados do estado.

Dessa forma, o sistema oferece possibilidades reais de que seja eleito o candidato menos votado, caso tenha vencido a disputa nos estados mais populosos – portanto, com maior número de delegados.

Isso, inclusive, já ocorreu em alguns pleitos, como o de 2016, quando o republicano Trump foi eleito tendo quase 3 milhões de votos a menos que a democrata Hillary Clinton.

Situação similar ocorreu em 2000, favorecendo também o Partido Republicano, no embate que colocou, na Presidência dos EUA, George W. Bush – mesmo com seu adversário, o democrata Al Gore, tendo recebido quase 500 mil votos a mais.

As duas situações foram possíveis porque, apesar de a maior parte dos votos ter ido para os democratas, quem obteve a maior parte de votos entre os 538 delegados foram os republicanos.

Estados Pêndulo
Se, por um lado, existem estados em que o resultado da disputa costuma ser mais previsível, com eleitores historicamente apoiadores de um ou outro partido, por outro, há estados em que, também historicamente, não há maioria absoluta nas intenções de votos. São os chamados swing states – em tradução livre, “estados pendulares”, onde qualquer partido pode sair vitorioso.

Com isso, esses estados acabam sendo alvo preferencial das campanhas eleitorais, com grandes chances de definir o resultado final do pleito. Sete estados são considerados pêndulos: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.

Segundo Goulart Menezes, quando as eleições são muito apertadas, os candidatos costumam focar também nos dois únicos estados onde o sistema eleitoral não segue a linha do “the winner takes it all” – Maine e Nebraska. “Mesmo sendo pequenos e com pouco peso, é possível que o voto decisivo venha dali, principalmente em caso de eleições acirradas”, destacou Goulart Menezes.

A luta pela maioria dos votos não para aí. “Uma estratégia adotada para formar maioria em algumas localidades é definir o desenho dos distritos eleitorais, de forma a formar maioria para esta ou aquela tendência e, na contabilização final, favorecer um lado, contabilizando todos os votos dos delegados para o candidato da preferência do governador estadual”, detalhou o pesquisador.

“Isso é algo aterrador porque, em muitos casos, esse desenho não segue nenhuma lógica, e tem por trás muitos interesses. O desenho do distrito eleitoral é definido pelo governador a partir de informações sobre como vota uma determinada área. O objetivo é fazer uma distribuição que resulte em maioria para seu partido”, acrescentou.

Voto antecipado
Outra peculiaridade do sistema eleitoral norte-americano é que alguns estados permitem o voto antecipado, mecanismo adotado sob a justificativa de evitar longas filas e tumulto no dia das eleições.

Pelo processo antecipado, o eleitor pode mandar seu voto pelos Correios, até mesmo do exterior, ou depositá-lo em locais predeterminados. Quase 50 milhões de eleitores já votaram dessa forma para o próximo pleito.

Goulart Menezes disse que o procedimento do voto a distância tem sido usado pelo atual candidato do Partido Republicano para disseminar desinformação e notícias falsas (fake news). “Trump tem dito que o voto pelos Correios de lá possibilita voto duplo de alguns eleitores, novamente lançando dúvidas improcedentes sobre o processo eleitoral, criando mais uma possibilidade de insurgência, caso perca as eleições.”

Segundo o professor, isso não procede porque, para enviar o voto por via postal, o eleitor, antes, tem de se registrar na internet. Para cada cédula recebida, há um código correspondente, o que inviabiliza, ao eleitor, votar mais de uma vez.

“Até mesmo essa situação de votos incendiados antes de serem contabilizados não gera problemas, porque, registrados, os eleitores que não tiveram seus votos chegando ao destino poderão fazê-lo posteriormente. Nenhum voto, portanto, é perdido”, esclareceu Menezes.

Prévias eleitorais
A definição sobre quem serão os candidatos nos partidos norte-americanos é feita por meio de uma programação complexa e demorada, denominada prévias eleitorais. Ao longo de vários meses – em geral, mais de sete meses –, dezenas de candidatos dos principais partidos, além dos independentes, disputam o voto popular.

Como se trata de uma organização cara, que exige dos partidos o funcionamento de máquina operacional em todos os estados norte-americanos, só os democratas e os republicanos conseguem concluir o processo com possibilidades reais de chegar à Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos.

As prévias têm modelos diferentes em cada estado: em alguns, qualquer eleitor pode votar em qualquer eleição primária. Outros estados exigem que o eleitor mostre a filiação partidária para votar nas primárias da área em que está registrado.

Além de escolhidos pelas prévias, os candidatos precisam, também, ter a candidatura oficializada em convenções partidárias. As convenções duram em média quatro dias e nunca ocorrem em Washington, capital norte-americana.

Resultados
A autonomia dos estados para definir suas leis eleitorais costuma gerar alguma imprevisibilidade com relação ao tempo em que o resultado do pleito presidencial é anunciado. Em 2000, devido a polêmicas na Flórida, o processo de contagem dos votos demorou mais de um mês. Já em 2008, devido à boa vantagem de Barack Obama em muitos estados, o democrata já era o presidente eleito no final do dia da votação.

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Senadores do RN reagem à PEC da Segurança de Lula

A bancada federal do Rio Grande do Norte, admite que a legislação vigente no país precisa de modificações para tornar mais eficaz o enfrentamento do crime organizado e a redução da violência, mas considera que a proposta do governo carece de aperfeiçoamento, fere o federalismo brasileiro, retira atribuições e restringe a atuação de Estados e municípios.

O senador Rogério Marinho (PL) alerta que o presidente Lula, com essa PEC, “se aproveita da crise de segurança pública que assola o Brasil para tentar retirar competências estaduais e dotar os órgãos federais de superpoderes”.

Rogério Marinho afirma que a proposta do governo federal “afronta a autonomia federativa, pois segurança é um tema que deve ser tratado levando em conta as peculiaridades locais”.

Segundo Marinho, “se estivesse mesmo preocupado com o país, Lula deveria promover a interlocução com o Judiciário, para evitar interferências como a ADPF 635, que retira autonomia da polícia do Rio de Janeiro para atuar contra o crime organizado nas favelas”.

Para o senador norte-riograndense, “se aproveitar de problemas tão sensíveis e caros à população para promover aparelhamento ideológico de instituições de Estado é marca histórica do PT. Sabemos no que isso vai dar, e não é bom para o Brasil”.

JOGO DE CENA

O senador Styvenson Valentim disse que “é um tema tão complexo e rico de debates, que não dá para ser discutido com uma reunião daquela com os governadores”.

Styvenson Valentim afirmou, ainda, que a reunião de quinta-feira (31) do presidente Lula com os governadores em Brasília, “politicamente é firula, quero ver na prática, porque quem vai decidir isso na prática é o Congresso Nacional”.

“Aquilo é para dar uma resposta à imprensa: olhe, a gente está preocupado, em 2026 a gente vai dizer que fez a reunião com os governadores, politicamente isso é ótimo, mas na prática, o que é que resolve”, criticou Valentim.

O senador do Podemos exemplificou que “não se consegue aumentar pena para estuprador, porque o PT não deixa, a gente não consegue tornar o crime organizado terrorismo, o PT não permitiu que o projeto caminhe na Câmara, passou no Senado porque botei debaixo do braço”.

Valentim acrescenta que “a legislação já é mais do que velha, tem que mudar o Código Penal e a processual penal, tem que acabar com os benefícios das impunidades, não só dos vagabundos, mas aqueles que têm foro privilegiado e cometem crimes piores do que as facções e as organizações criminosas. Aí eu quero ver como é que vai ser o debate”.

Por exemplo, Valentim defende mudanças, por exemplo, nas audiências de custódia, progressão de regimes, redução da maioridade penal e construção de presídios verticais: “Isso é que tem de ser mudado. Se o Executivo com sua trupe, não se envolvesse nisso, já seria um bom começo”.

Segundo Valentim, segurança pública também é missão dos Estados, mas tem que ter participação de prefeitos e toda sociedade, mas a PEC ainda “é insuficiente, até mesmo o papel do governo federal, porque parece que só está mesmo no artigo 144 da Constituição Federal, na prática é uma dificuldade das coisas acontecerem”.

“Também não adianta ter um Fundo Nacional de Segurança e não se ter capacidade de gasto, muitas vezes os estados não têm planejamento, estratégia e organização para usar os recursos”, alertou.

ZENAIDE

A senadora Zenaide Maia (PSD) disse que “o crime organizado é uma realidade, e não só municipal e nem estadual, acontece em todo Brasil e precisamos realmente que os dados sejam em conjunto, que se unam, para uma eficiência maior no combate. Acho o projeto interessante, pois não vai tirar autonomia de estados”.

“É compartilhamento de dados”, afirma a senadora, que inclusive apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC nº 44), que já conta com a assinatura de mais de 30 senadores “e determina a aplicação de recursos nas ações e programas do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), de forma progressiva, ao longo de quatro anos, finalizando com uma porcentagem mínima de 2,5% da receita corrente líquida da União”.

“Nós precisamos botar a Segurança Pública no Orçamento Geral da União”, defende a senadora Zenaide Maia.

Gonçalves e Benes criticam a PEC

Entre os oito parlamentares que compõem a bancada potiguar na Câmara Federal, o deputado Sargento Gonçalves (PL) considera “esta tal PEC da segurança pública inadequada e desnecessária.”

Sargento Gonçalves argumenta que “só não vê quem não quer, a intenção de Lula e seus “companheiros” não é melhorar a segurança pública ou diminuir a criminalidade. Muito menos fechar o cerco às facções criminosas”.

No entendimento de Gonçalves, “o objetivo é exatamente outro: criar uma espécie de guarda nacional fardada, aos moldes da Guarda Nacional Bolivariana da Venezuela, do companheiro de Lula, Nicolás Maduro”.

Segundo Gonçalves, ”a função do governo federal é apoiar as ações de segurança pública desenvolvidas pelos estados e municípios, e não querer interferir e até usurpar as funções já definidas”.

Finalmente, Gonçalves disse que “é impossível aceitar esse engodo do ex. ministro do STF, e sempre ministro de Lula, Sr. Lewandowisk, que insiste em apelidar está PEC, de aprimoramento da segurança pública do Brasil. No que depender de mim, irei lutar para impedir que este absurdo avance.

FORÇA

Na avaliação do deputado federal Benes Leocádio (União) “tudo que for feito para melhorar as condições de trabalho das forças de segurança do nosso país no enfrentamento à criminalidade é válido. Ainda acho muito pouco pelo caos que vive a segurança pública no país com essas medidas que ainda considero muito tímidas”.

O Benes Leocádio acredita que “a integração total das forças de segurança existentes hoje no Brasil, precisam ser integradas, aproximadas e divididas tudo que for informação e meios para se enfrentar à bandidagem. Mas ainda acho muito pouco que o governo federal está fazendo ou tem feito. Se não houver esse engajamento, essa integração de forças, continuaremos em minoria e em desvantagem, perdendo para as forças da criminalidade”.

Benes Leocádio disse esperar que “em breve essa integração não só das forças da União com os Estados, mas também com as guardas municipais e quem sabe dando-lhe condições inclusive de financiamento com o custeio através do Fundo Nacional de Segurança Pública, porque da forma como está é praticamente a gente vê e saber que se vai continuar enxugando gelo, as medidas na pontas a eficácia ainda é muito pouco, espero que sirva para se dar início a uma discussão mais ampla e até quem sabe é emendarmos essa proposta de emenda à,Constituição e de uma vez por toda buscarmos a integração das forças de segurança do Brasil de verdade”.

Leocádio opinou que “quanto ao tempo de ser agora, acho que já é até muito tarde, já deveríamos ter feito isso há um bom tempo. É importante saber que nós estamos há anos-luz atrás daqueles que desafiam o Estado brasileiro, e lamentavelmente ainda vamos ficar a mercê desses paliativos por muito tempo”.

“Não entendo isso ainda como um verdadeiro e necessário enfrentamento daqueles que teimam em desafiar. Não só as forças, mas também tirar o sossego das famílias brasileiras, que lamentavelmente é o que a gente tem visto hoje”, acrescento Leocádio, para completar: “Todo ano milhares e milhares e milhares de assassinatos, de roubos, de furtos, e o Estado ficando sempre, sempre, sempre a desejar naquilo que ele compreende”.

O deputado federal João Maia (PP) informou que “este é um assunto que ainda terei de estudar, pois não é minha especialidade, mas é certo que acompanharei a decisão do meu partido”.

Coronel Azevedo diz que PEC é uma afronta

O deputado estadual Coronel Azevedo (PT) avalia que “o texto do anteprojeto da PEC da segurança pública expressa o desejo de centralizar o poder policial em um dos entes federativos, a União, embora seu custeio seja eminentemente dos estados, cerca de 80% dos operadores de segurança pública são servidores estaduais, pagos pelos Estados.

Para o Coronel Azevedo, a PEC da segurança “afronta o federalismo brasileiro, enfraquece os estados, ameaça as liberdades. É preciso aprofundar o debate deste tema fundamental, conscientizar a população para afastar os arroubos autoritários, entendendo os riscos que todos estamos correndo”, disse.

O deputado estadual destacou que esta proposta é muito preocupante, revela o plano de concentração de poder pelo governo do PT, de controle absoluto do país.

Segundo Azevedo, “este modelo centralizador é comum em regimes socialistas, a exemplo de Cuba e Venezuela e aprisiona os cidadão nas mãos do Estado”.

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