Cúpula da Câmara quer driblar Padilha e negociar reforma direto com Lula


Imagem da notícia

(FOLHAPRESS) - A cúpula da Câmara dos Deputados aguarda a eleição do novo comando da Casa para negociar diretamente com o presidente Lula (PT) a reforma ministerial, driblando o responsável pela articulação política, Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais).

Embora Padilha tenha recebido essa atribuição de Lula, os deputados não reconhecem no ministro legitimidade para a tarefa. Essas lideranças esperam a chegada de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara para negociar com o presidente da República.

Também fizeram chegar ao Palácio do Planalto a informação de que preferem que os presidentes de partidos não sejam procurados pelo governo, para que toda a negociação seja conduzida pelo Congresso Nacional.

De acordo com relatos feito à reportagem, a cúpula da Câmara já tem um desenho do que gostaria que acontecesse na reforma, com ascensão de líderes para ministérios do petista.

Na avaliação dos deputados, esse novo desenho, que já chegou a integrantes do Planalto, daria equilíbrio na relação de forças com o Senado e garantiria a governabilidade à gestão petista. Hoje, os deputados se sentem subrepresentados na Esplanada de Lula.

Na avaliação dos deputados, esse novo desenho, que já chegou a integrantes do Planalto, daria equilíbrio na relação de forças com o Senado e garantiria a governabilidade à gestão petista. Hoje, os deputados se sentem subrepresentados na Esplanada de Lula.

Um aliado do alagoano diz que Lira cobiça a pasta da Saúde, que tem à frente Nísia Trindade, mas reconhece ser remota essa possibilidade, diante da estrutura robusta do ministério. A gestão de Nísia sofre críticas entre congressistas e integrantes do próprio governo, que cobram dela uma marca para sua gestão.

A ida para a Agricultura daria visibilidade a Lira, que pretende concorrer a uma vaga ao Senado em 2026. A cúpula da Câmara avalia que o governo ganharia com essa troca porque o congressista poderia criar pontes com o agronegócio, setor no qual ainda há resistências à gestão petista.

Além disso, ele poderia frear a postura de oposição ao governo da Frente Parlamentar da Agropecuária, uma das forças mais expressivas do Congresso, já que o presidente do grupo, Pedro Lupion (PP-PR), é aliado de Lira.

A nomeação de Lira exigiria, no entanto, mudanças em outras pastas, como a possível saída de André Fufuca (PP) do Ministério dos Esportes.

Também levaria à exoneração de Fávaro, a quem Lula é grato por seu apoio na eleição presidencial.

Além do apreço pessoal de Lula, Fávaro tem sido bem avaliado pela interlocução mantida com agronegócio. Sua saída implicaria mais mudanças além das já esperadas no espaço ocupado pelo PSD.

Uma mudança reivindicada pela cúpula da Câmara é a ida do líder do PSD, Antonio Brito (BA), para o Ministério do Desenvolvimento Social, hoje chefiado pelo senador petista Wellington Dias.

Brito foi candidato à sucessão de Lira, mas acabou desistindo em novembro, após Hugo Motta conseguir apoio de um leque de partidos, indo do PT de Lula ao PL de Jair Bolsonaro. Ele era considerado o nome mais governista entre os candidatos.

Desde o fim do ano passado, a bancada do PSD na Câmara indicou ao Executivo que não se sente atendida com o Ministério da Pesca, chefiado pelo ex-deputado André de Paula.

Na avaliação dos deputados, a ida de Brito para a pasta de Desenvolvimento Social, que tem sob seu guarda-chuva programas como Bolsa Família, daria grande visibilidade à bancada e traria ganhos políticos à Câmara como um todo, já que o congressista circula bem em diversos partidos na Casa.

Ainda que mantenham boa relação com Brito, petistas resistem à nomeação de um nome de outro partido para a pasta, cujas ações são identificadas com a agenda do PT.

Outro petista na mira dos deputados é o próprio Padilha. Seu cargo é reivindicado para o líder da bancada do MDB, Isnaldo Bulhões Jr. (AL). Isnaldo é da ala lulista do MDB, tem bom trânsito com deputados e senadores e é um dos congressistas mais próximos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Além disso, é um aliado de primeira hora de Hugo Motta e mantém boa relação com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), favorito para assumir o comando do Senado a partir de fevereiro.

A indicação de seu nome esbarra no fato de o MDB já contar com três ministérios, ocupados por Renan Filho (Transportes), Jader Filho (Cidades) e Simone Tebet (Planejamento). Seria mais um integrante do partido a ocupar uma pasta, sendo alagoano como Renan Filho.

Nesse desenho, não está prevista movimentação do atual líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), para um ministério. Ele também foi candidato à presidência da Casa, chegou a ser considerado o favorito para ter apoio de Lira na disputa, mas foi preterido –e, desde então, rompeu com o alagoano, com quem mant


Publicidade

Compartilhe

Veja Mais

Tarcísio descarta candidatura presidencial sem apoio de Bolsonaro
Deu macha ré: Álvaro envia nota e afirma que é candidato a governador de todo jeito
”PT e corrupção são as duas faces da mesma moeda”, diz Rogério Marinho
Rogério confirma candidatura ao Governo em 2026 e diz que Styvenson será seu candidato ao Senado
Lula receberá princesa imperial do Japão

Comentários (0)

Deixe seu comentário