Dólar abre em leve queda nesta quarta-feira antes de leilão de US$ 2 bi e anúncio de juros


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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu em leve queda nesta quarta-feira (29) em um dia de muita expectativa no mercado com o leilão de linha que será feito pelo Banco Central e também o anúncio das decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC e do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) sobre as taxas de juros no Brasil e EUA, respectivamente.

O leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) terá oferta total de US$ 2 bilhões e será realizada das 10h20 às 10h25, conforme comunicado do BC publicado na noite desta terça-feira (28), e tem o objetivo de rolar linhas que vencerão em 4 de fevereiro.

A decisão do Fed será anunciada às 16h (horário de Brasília), enquanto a do Copom ocorrerá após o fechamento do mercado, às 18h.

Às 9h03, o dólar à vista caía 0,12%, cotado a R$ 5,8620. Na terça-feira (28), o dólar caiu pela sétima sessão seguida com variação negativa de 0,74%, cotado a R$ 5,868. É o menor valor registrado desde 26 de novembro do ano passado, quando marcou R$ 5,808. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,856. Em janeiro, a divisa americana acumula queda de 5,02% frente à moeda brasileira.

A queda do dólar em comparação ao real foi na contramão do que ocorreu com outras divisas. A moeda americana subia frente à maioria das divisas globais. Por volta das 18h30, o índice DXY, que mede a força do dólar americano em relação a uma cesta de moedas estrangeiras, avançava 0,51%.

Já a Bolsa encerrou com queda firme de 0,64%, aos 124.055 pontos, após avançar quase 2% no pregão anterior. A cotação foi afetada principalmente pela queda de mais de 2% nas ações da Vale.

No dia, os investidores acompanharam o primeiro dia de reuniões do BC e do Fed. Além disso, os analistas avaliaram as novas críticas feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil e os efeitos da queda global de ações de tecnologia após a repercussão de um modelo chinês de inteligência artificial de baixo custo, a DeepSeek.

O noticiário doméstico esvaziado e a demora do governo Trump em cumprir a promessa de adotar tarifas de importação mais elevadas favorecem o real, segundo analistas financeiros ouvidos pela Folha de S.Paulo, mas não significa que o dólar seguirá no patamar abaixo dos R$ 6.

Nos EUA, os analistas preveem que o banco central americano manterá a taxa de juros inalterada, entre 4,25% e 4,5%, após terem reduzido os juros em 1 ponto percentual acumulado nos últimos três encontros.

Os europeus esperam uma queda de 0,25 ponto percentual, segundo as apostas de operadores, em meio a forte desaceleração da economia da zona do euro.
No Brasil, o próprio BC já indicou que deve subir a Selic em um ponto percentual, de 12,25% para 13,25% ao ano.

O Copom iniciou a reunião para definir a nova taxa de juros nesta terça. É a primeira reunião sob o comando do novo presidente, Gabriel Galípolo.

"Esperamos que o comunicado do Copom reconheça a deterioração adicional observada das expectativas de inflação e possivelmente também a deterioração da inflação de serviços, mas também sinais emergentes de atividade real mais moderada", disseram analistas do Goldman Sachs em relatório.

O mercado ainda repercutiu dados sobre a arrecadação federal divulgados nesta terça. Os recursos tiveram uma alta real de 9,62% em 2024, na comparação com 2023, somando R$ 2,653 trilhões. É o melhor resultado anual já registrado na série histórica do governo, iniciada em 1995.

"Temos um cenário calmo em razão das férias do Congresso. Além disso, Lula não está falando nada que traga volatilidade para o mercado", disse Douglas Sousa, especialista em macroeconomia da Top Gain.

Com a agenda doméstica esvaziada, o que tem movido os mercados neste período são as notícias externas.

Durante um discurso na Flórida, nesta segunda-feira (27), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, repetiu que Brasil está em grupo de países que cobram muita tarifa e querem mal aos EUA.

"Coloque tarifas em países e pessoas estrangeiras que realmente nos querem mal", disse. "A China é um grande criador de tarifas. Índia, Brasil, tantos, tantos países. Então, não vamos deixar isso acontecer mais, porque vamos colocar a América em primeiro lugar, sempre colocar a América em primeiro lugar."

Trump afirmou ainda que "tarifa" está entre as quatro palavras das quais hoje ele mais gosta.

Diante das falas, os investidores exibiram cautela enquanto aguardam mais medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Após um impasse entre o país e a Colômbia sobre a deportação de migrantes sem documentação quase conduzir ambos para um guerra comercial, os mercados também voltaram a temer a imposição de tarifas globais pelo novo governo dos EUA.

O presidente dos EUA reagiu à recusa do presidente da Col


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