F1 tem estreia de novatos que não viram Fernando Alonso 'nascer' nas pistas
(FOLHAPRESS) - Reunidos em uma mesa redonda, quatro dos seis novatos da F1 não conseguem controlar a ansiedade. A cada pergunta feita pela apresentadora Laura Winter para o site da categoria, os garotos atravessam suas respostas.
Oliver Bearman, 19, tenta ser o primeiro a falar sobre a realização de seu sonho, mas o inglês logo é interrompido por Jack Doohan, 22. "Isso não era para ser em ordem alfabética?", questiona o piloto australiano.
O italiano Andrea Kimi Antonelli, mais jovem entre os estreantes, com 18 anos, toma a palavra e deixa Isack Hadjar, 20, ser o primeiro a falar. "Estar aqui é incrível, especialmente para minha família", disse o franco-argelino, enquanto os demais, enfim, esperavam por sua vez para repetir quase a mesma frase diversas vezes. "É um sonho", "sim, um sonho", "sonho de infância".
O quarteto forma ao lado do brasileiro Gabriel Bortoleto, 20, e do neozelandês Liam Lawson, 22, o retrato da nova geração da principal categoria do automobilismo mundial.
Com idades entre 18 e 22 anos, nenhum deles era nascido em 2001, quando o espanhol Fernando Alonso, o mais experiente do atual grid, com 43 anos, fez sua estreia.
Juntos, eles representam uma renovação de 30% em relação aos titulares do grid em 2024. O número de estreantes é o maior desde 2010, quando sete nomes se juntaram ao campeonato.
Com diferentes trajetórias até chegar à F1, os novatos causaram uma significativa queda média de idade dos pilotos desta temporada, de 29 anos e cinco meses na abertura do Mundial de 2024, no Bahrein, para 27 anos e três meses quando todos alinharem para a largada do GP da Austrália, na madrugada de sábado (15) para domingo (16), 1h (de Brasília).
Ainda que não chegue perto do GP da Rússia de 2017, que teve a menor média de idade da história da F1, com 26 anos e nove meses, é raro a categoria promover uma renovação tão grande assim. Em 2024, por exemplo, não houve nenhum estreante na primeira corrida.
"Isso só mostra que temos uma geração forte", disse Hadjar, que se juntou a Racing Bulls após disputar a F2 no ano passado. "É bom correr com caras que eu já conheço", acrescentou.
O franco-argelino foi vice-campeão da categoria de acesso à F1. O vencedor da temporada foi o brasileiro Gabriel Bortoleto, que vai correr pela Sauber. Ele é o primeiro campeão da F2 a subir imediatamente para a F1 no ano seguinte desde que Mick Schumacher fez esse caminho em 2021.
"Todos nós merecemos [depois] de bons resultados em séries juniores, bons resultados em testes que fizemos", disse Bortoleto.
Os campeões de 2022 e 2023, Felipe Drugovich e Theo Pourchaire, ainda não conseguiram fazer nenhuma corrida na elite do automobilismo.
O brasileiro e o francês sofreram com a estagnação do mercado de pilotos entre 2023 e 2024, quando a F1 teve, pela primeira vez na história, o grid de abertura com a mesma formação que havia encerrado o ano anterior. Isso também fez com que muitos pilotos chegassem ao fim de seus contratos em 2024, abrindo a possibilidade para as equipes considerarem novos talentos.
O movimento também acabou impulsionado pela surpreendente mudança de Lewis Hamilton da Mercedes para a Ferrari, abrindo uma vaga na equipe pela qual o inglês ganhou seis de seus sete títulos.
Kimi Antonelli foi o escolhido para ser o substituto de Hamilton, um rótulo que ele tem se esforçado para se livrar. Em vez disso, prefere dizer que é o novo piloto da Mercedes para não ter que carregar o peso de ser comparado com o multicampeão.
Se a jovem promessa italiana surfou na onda provocada pelo inglês, Lawson e Hadjar se beneficiaram das dificuldades enfrentadas por Sergio Pérez e Daniel Ricciardo em 2024. Dispensados, respectivamente, da Red Bull e da Racing Bulls, os dois abriram o espaço que o neozelandês e o franco-argelino conseguiram preencher.
Desde o ingresso de Lando Norris, George Russell e Alex Albon, em 2019, não havia tanta empolgação na F1 com os novos pilotos do grid.
O rejuvenescimento nas pistas leva para as pistas o que também tem sido visto em seu entorno. Desde a venda da categoria para o grupo americano Liberty Media, em 2016, diferentes pesquisas mostraram nos últimos anos um rejuvenescimento do público da F1.
Jovens da chamada geração Z têm se interessado de maneira crescente pela categoria. Um levantamento feito pela própria F1 em 2021 mostrou que o público das corridas conta atualmente com 63% de fãs com menos de 34 anos.
Parte desse público passou a se interessar pela categoria após o lançamento da série Drive To Survive, em parceria com a Netflix. Contando os bastidores das equipes e tentando humanizar a imagem dos pilotos, a produção teve sua primeira temporada em 2019. A sétima jornada da série foi lançada no último dia 7.
Junto com a produção, a F1 também passou a se dedicar mais às redes sociais, algo que o antigo dono da categoria
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