Haddad diz que deve enviar reforma do IR e consignado privado ao Congresso antes do Carnaval

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta quinta-feira (13) que deve enviar ao Congresso Nacional antes do Carnaval as propostas sobre a isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) para quem ganha até R$ 5.000 e o novo empréstimo consignado privado.

"Dos três projetos que o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] tem como prioridade para os dois próximos anos, dois deles já estão validados e devem ser encaminhados rapidamente", disse.

"A questão da renda e a questão do consignado privado, que estão muito adiantados do ponto de vista de tramitação interna e devem chegar ao Parlamento talvez ainda antes do Carnaval", acrescentou.

Na semana passada, Haddad afirmou que a pasta já tinha terminado o desenho da compensação para a isenção do IR e que a proposta contava com o aval do presidente Lula.

Na ocasião, o chefe da equipe econômica afirmou que o plano deveria ser encaminhado ao Congresso nas próximas semanas e disse também esperar uma tramitação com cautela e transparência devidas no Legislativo.

O plano do governo é começar, até 15 de março, a operação do novo consignado privado pelo eSocial. É nesse sistema que as empresas registram as informações trabalhistas e previdenciárias dos seus empregados, como as contribuições previdenciárias, folha de pagamento e informações sobre o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

A nova modalidade do consignado privado deverá ser lançada pelo governo sem a exigência de um teto para os juros, ao contrário do que ocorre na versão para beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Uma medida provisória deve ser publicada para determinar as regras do serviço.

Com a promessa de data de envio dos projetos ao Legislativo, Haddad volta a alimentar as expectativas em torno das ações do governo, como ocorreu durante a discussão sobre o pacote fiscal, que acabou se arrastando por cerca de um mês de negociações.

Segundo o ministro, ainda não é possível estimar os impactos da proposta sobre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Nesta quinta, a Secretaria de Política Econômica da Fazenda revisou sua projeção para baixo, de 2,5% para 2,3%.

Haddad também negou que haja uma contradição entre o aumento de crédito com a oferta do consignado privado e o trabalho do Banco Central para esfriar a economia com o aumento de juros -a taxa básica (Selic) está em 13,25% ao ano.

"Você não pode misturar uma pauta estrutural de diminuição do spread [bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada do cliente] com uma questão momentânea que está sendo resolvida", disse.

Para o ministro, é uma questão de justiça social. "Hoje os trabalhadores estão pagando 5,5% de taxa de juro por falta de acesso ao consignado. Não é justo a pessoa com uma garantia que pode ser dada continuar pagando 5,5% ao mês", afirmou.

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Ministério da Fazenda estima crescimento de 2,3% do PIB em 2025

A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE) apresentou, nesta quinta-feira (13), projeção de crescimento do Produto Interno Bruno (PIB) do país em 2025. A atividade econômica deverá ter alta de 2,3%. A estimativa anterior, em novembro, era de um crescimento de 2,5% do PIB.

De acordo com o ministério, a redução da projeção do PIB para 2025 está baseada principalmente na elevação dos juros, na desaceleração da atividade econômica no quarto trimestre de 2024 e no cenário conjuntural externo.

“A gente reduziu essa projeção, em parte, pesando o que a gente está vendo na política monetária. E, em parte, porque estamos vendo uma desaceleração mais acentuada da atividade agora no quarto trimestre de 2024. Então, no cenário de 2,3% estão incorporados esses dois elementos, destacou a subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal.

Ela ressalvou, no entanto, que o ministério incluiu nessa projeção a melhora nos resultados do setor agropecuário em razão das boas perspectivas para a safra de 2025.

Por setor produtivo, a SPE espera uma desaceleração da indústria e dos serviços, parcialmente compensada pela aceleração da produção agropecuária.

Para a indústria, a previsão de crescimento em 2025 foi revisada de 2,5% para 2,2% em razão da desaceleração projetada para a indústria de transformação e para a construção, apesar da recuperação da indústria extrativa, sobretudo, em função da entrada em operação de novas plataformas de petróleo.

Para serviços, o ritmo de expansão projetado para 2025 pela secretaria caiu de 2,1% para 1,9%, principalmente como reflexo da desaceleração na criação de novos postos de trabalho e da redução no ritmo de concessões de crédito em função do patamar elevado dos juros.

Para a atividade agropecuária, a projeção de crescimento foi mantida em 6%, levando em consideração os prognósticos da safra, dados preliminares de abate de bovinos para o quarto trimestre de 2024 e uma melhora da situação climática.

Para o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, ainda é cedo para projetar os impactos da política comercial implementada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no crescimento brasileiro de 2025.

“É muito cedo para incorporar esse tema em qualquer cenário. Claro que você pode construir cenários alternativos e possíveis, mas nós temos ainda que entender melhor como isso vai ocorrer, em que prazo, quem vai ser mais afetado, quem não vai ser, isso ainda leva tempo para ter mais clareza sobre esse cenário. Então, hoje é muito difícil apontar possíveis impactos”, disse.

De acordo com Mello, até o momento é possível apontar apenas impactos setoriais, mas não macroeconômicos.

“Caso necessário, caso a gente enxergue que existe a necessidade de incorporação de algo no cenário macro, nós vamos incorporar no momento que nós tivermos essa convicção”, finalizou.

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Fazenda prevê queda da inflação dos alimentos até o fim do ano

A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda apresentou nesta quinta-feira (13) projeções macroeconômicas para o país em 2025. De acordo com a pasta, a inflação da alimentação deverá ceder até o fim do ano e apresentar recuo principalmente em razão de um cenário climático melhor, de safras recordes, e do fim da reversão do ciclo do abate de bovinos.

“A gente está vendo que, por exemplo, uma safra muito favorável de soja, uma safra muito favorável de arroz e feijão, vão ajudar [a conter] os preços de cereais, leguminosas, derivados da soja. Estamos vendo também que, a partir de março, a projeção é de neutralidade climática, o que tende a ajudar preço de frutas e hortaliças, entre outras”, destacou a subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal.

O comportamento do preço da carne em 2025, de acordo com a subsecretária, terá um papel central no resultado da inflação da alimentação. O preço do produto deverá desacelerar em razão do fim da reversão do ciclo do abate - período em que as vacas são destinadas ao abate, após a retenção delas para procriação e a entrada dos bezerros no mercado - que aumentará a oferta de animais para o mercado.

“O impacto maior da reversão do ciclo de abate na inflação se deu já em 2024. Então a tendência é de desaceleração desses preços [em 2025]. Se o preço da carne subiu cerca de 20% em 2024, esse ano, essa inflação deve desacelerar. Então nós estamos vendo tudo isso ajudando na [contenção da] inflação de alimentos”, acrescentou Raquel Nadal.

A subsecretária frisou que os preços do café e do leite subiram em 2024 impactados pelas estiagens e queimadas no segundo semestre do ano. Já a inflação no preço da laranja ocorreu, segundo ela, devido ao greening, doença que prejudica a produção de cítricos.

O maior choque nos preços de alimentos no ano passado, de acordo com a subsecretária, veio em razão da reversão do ciclo de abate de bovino, de agosto em diante. A queda no abate, somado ao forte crescimento das exportações em 2024, levou a uma alta de mais de 19% no preço das carnes bovinas.

“A alta foi tão relevante que, excluindo carnes bovinas do índice de inflação, teríamos uma inflação de alimentos em cerca de 6,2% ao invés de 8,2% em 2024. Nesse cenário, a inflação cheia teria fechado 2024 dentro da meta, em 4,5%”, destacou Nadal.

Para 2025, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda projeta elevação de 4,8% no Índice Nacional de Preços aos Consumidor Amplo (IPCA), variação similar à observada em 2024.

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Dólar fecha estável após Trump apresentar prazo maior para implementação de tarifas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar ficou praticamente estável nesta quinta-feira (13) e encerrou o dia cotado a R$ 5,766, em leve variação positiva de 0,07%.

A sessão foi de volatilidade, com a moeda tocando R$ 5,799 na máxima e R$ 5,756 na mínima durante o período de negociações. Já a Bolsa teve alta de 0,37%, aos 124.850 pontos.

O movimento nos mercados foi puxado, principalmente, pela política tarifária do presidente norte-americano, Donald Trump, que assinou nesta tarde a ordem de implementação de tarifas recíprocas. A medida mira países que praticam impostos sobre produtos norte-americanos e também as chamadas barreiras não tarifárias.

As tarifas serão impostas "país por país" após estudos, começando pelos países com os quais os EUA têm o maior déficit comercial. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou que os estudos devem estar prontos até dia 1º de abril.

Os mercados globais viram com bons olhos o prazo apresentado pelo republicano. Os temores eram de implementação imediata, que poderia acirrar riscos de uma guerra comercial ampla. Com isso, o dólar teve queda em relação a diversas praças acionárias, entre moedas fortes e emergentes.

Em relação ao Brasil, o memorando que chancela a reciprocidade tarifária menciona o etanol do país entre os produtos que terão encargos maiores.

Na análise de Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, outros produtos brasileiros podem estar na mira do governo norte-americano.

"Alguns estudos mostram que, realmente, o Brasil tem uma tarifa elevada para produtos americanos, enquanto os EUA têm tarifas menores para produtos brasileiros. Alguns segmentos são: minério de ferro, aço, carnes, etanol, café, o que eles chamam de 'food preparation'. O Brasil deve sofrer algumas imposições em relação a esses produtos."

Na entrevista coletiva, Trump afirmou que a política "traz a justiça de volta" aos negócios do país. "Queremos um campo de jogo equilibrado", disse, acrescentando que uma eventual retaliação por parte das economias afetadas não seria efetiva por causa da política de reciprocidade.

"Se nos impuserem uma tarifa ou imposto, nós imporemos exatamente o mesmo nível de tarifa ou imposto, é simples assim."

A reciprocidade tarifária segue a esteira de outras medidas já adotadas pelo republicano desde que assumiu o cargo, em 20 de janeiro.

Na segunda, ele confirmou que irá impor, a partir de 4 de março, tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio que chegam ao país. Ele também cancelou isenções e cotas para grandes fornecedores como Brasil, Canadá, México e outros países.

Na semana passada, aplicou tarifas de 10% a produtos da China e de 25% sobre México e Canadá -esta última suspensa até o início do próximo mês, após acordo com os dois vizinhos.

O "tarifaço", além de estimular uma guerra comercial ampla, tem o potencial de encarecer o custo de vida dos norte-americanos, o que pode comprometer a briga do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) contra a inflação e forçar a manutenção da taxa de juros em patamares elevados.

Quanto maiores os juros por lá, mais atrativos ficam os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, os chamados treasuries, o que fortalece o dólar globalmente.

A inflação ao produtor também veio acima das expectativas nesta quinta. O índice subiu 0,4% no mês passado e 3,5% nos 12 meses até janeiro, ante expectativa de 0,3% e 3,2%, respectivamente.

A leitura ofereceu mais evidências de que a inflação está voltando a acelerar e fortaleceu a visão sobre um ritmo mais lento de cortes pelo Fed.

Além disso, o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu na semana passada, sugerindo que o mercado de trabalho permaneceu estável no início de fevereiro.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 7.000, para 213 mil com ajuste sazonal, na semana encerrada em 8 de fevereiro. Economistas consultados pela Reuters previam 215 mil pedidos para a última semana.

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Consumo de energia no Brasil bate recorde histórico em meio a onda de calor

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A forte onda de calor pelo país levou o consumo diário de energia a recorde nesta quarta-feira (12), segundo dados preliminares divulgados pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

O operador já havia registrado dois recordes consecutivos no pico da demanda de energia, mas a média diária ainda não havia batido os 93.144 MW (megawatts) médios de 22 de janeiro de 2024. Nesta quarta, chegou a 93.813 MW médios.

Foi um dia de elevada sensação térmica principalmente em estados do Sul e do Sudeste do País. Em São Paulo, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas), a temperatura chegou a bater 33°C no Campo Limpo, na zona sul, e 32°C em Itaquera, na zona leste.

No Rio de Janeiro, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a temperatura chegou a 38,1°C em Jacarepaguá, na zona oeste, o maior patamar verificado pelo instituto em todo o Brasil durante a quarta.

Neste mesmo dia, o Brasil registrou recorde de demanda instantânea, com 13.785 MW às 14h42, quebrando o recorde de 103.355 MW verificado às 14h37 do dia anterior. O pico do consumo ocorre no início da tarde pelo elevado uso de aparelhos de ar-condicionado.

O ONS entende que o sistema elétrico nacional está preparado para enfrentar o crescimento do consumo. "A capacidade de geração é bem maior que o consumo atual e os reservatórios estão em bom nível", concorda o ex-diretor geral o operador, Luiz Eduardo Barata.

Nos horários de maior consumo, o excesso de energia provocado pela expansão desordenada das energias renováveis nos últimos anos tem inclusive gerado problemas para a gestão do setor, já que é necessário desligar geradores para manter o equilíbrio do sistema.

Segundo o boletim da operação do ONS divulgado nesta quinta, as hidrelétricas contribuíram com 65,12% da geração de energia para atender o consumo recorde de quarta. A energia solar contribuiu com 11,06% e a energia eólica, com 9,7%.

Há uma semana, em reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), o operador disse que o período de chuvas tem ajudado a recuperar os níveis dos reservatórios, o que deixa o sistema em condições favoráveis de abastecimento este ano.

"Iniciamos 2025 com um cenário bastante positivo em relação ao avanço dos níveis de armazenamento dos reservatórios", disse, em nota, o diretor-geral da entidade, Marcio Rea. "O SIN [Sistema Interligado Nacional] está preparado para atender a demanda nos próximos meses."

O nível médio de armazenamento dos reservatórios fechou janeiro em 64%, três pontos percentuais acima do verificado em 2024.

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Remédio de juros altos vai funcionar e BC deve ter 'parcimônia' sobre atividade, diz Galípolo

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(FOLHAPRESS) - O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira (12) que o "remédio" de juros altos vai funcionar no combate à inflação e que a autoridade monetária deve ter "parcimônia" na análise de dados sobre desaceleração da atividade econômica.

"O Banco Central mostrou que tem condições de colocar a taxa de juros em um patamar restritivo e seguir nessa direção", afirmou em evento no Rio de Janeiro, organizado pelo Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), em parceria com o Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças e o Centro de Debates de Políticas Públicas.

"É um momento desconfortável para a sociedade como um todo, para empresas e famílias, onde a inflação deve seguir num patamar desconfortável, fora da meta, repercutindo todos os eventos do passado, e você espera que a política monetária vá fazendo efeito gradativamente e apresentando um processo de desaceleração [da atividade econômica]", disse.

"A gente ainda precisa de tempo, está com nossa rota de planejamento até a próxima reunião bastante definida, vamos ganhar tempo para poder ver como os dados vão reagir e ver o que é sinal e o que é ruído", afirmou.

Na última segunda (10), Trump elevou para 25% as tarifas sobre importações de aço e alumínio. Entre as justificativas, mencionou o aumento expressivo de compra de aço da China pelo Brasil.

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Shein aciona 'plano B' no Brasil para sofrer menos com dólar e 'taxa das blusinhas'

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(FOLHAPRESS) - A plataforma global especializada em moda Shein decidiu acionar o seu "plano B" no Brasil. A varejista chinesa, que em abril de 2023 -com apenas um ano de operações no país- havia anunciado o início da produção local para ir paulatinamente substituindo as roupas e acessórios importados, agora acelera a contratação de revendedores brasileiros para oferecerem produtos na sua plataforma.

Hoje a companhia tem 30 mil vendedores no país, o primeiro local no mundo em que passou a operar como marketplace (revenda de produtos de terceiros). "A meta é somar até o fim do ano entre 40 mil e 50 mil", afirmou o principal executivo da Shein no país, Felipe Feistler, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (12).

Essa modalidade responde por 60% da venda da Shein brasileira -os outros 40% são produtos que vêm da China ou são fabricados com exclusividade por confecções parceiras no Brasil. Os produtos dos chamados "sellers" podem ser nacionais ou importados, mas a maioria é nacional, justamente para manter o preço competitivo e fugir das flutuações do câmbio.

O plano da Shein, anunciado em abril de 2023, era chegar ao final de 2026 com a contratação de 2.000 confecções, que forneceriam produtos à empresa, com um investimento de R$ 750 milhões. O projeto consta de um termo de compromisso firmado com o governo brasileiro para a nacionalização dos produtos, uma vez que as varejistas brasileiras reclamavam de concorrência desleal da asiática.

Hoje, 22 meses depois do anúncio, percorrido metade do período previsto para a contratação das fábricas, apenas pouco mais de 300 estão operando como parceiras. "A cadeia do 1P é um pouco mais lenta. É preciso mudar toda a forma com que trabalha uma indústria", diz Feistler.

O executivo faz menção ao modelo de negócios sob demanda com que a Shein faz história na moda: a empresa encomenda inicialmente um lote de 100 a 200 peças para novos produtos; usa algoritmos para avaliar o interesse dos consumidores em tempo real; fornece retorno aos fornecedores, que precisam adaptar modelos, volumes e prazo de produção. Com isso, a varejista reduz sensivelmente estoques e o desperdício de matéria-prima, além de chegar rápido ao consumidor. É um modelo que exige agilidade na ponta fornecedora, que precisa adaptar o fluxo de trabalho à velocidade dos algoritmos.

Feistler disse que a companhia continua apostando no estoque próprio (sistema conhecido como "1P" no jargão do comércio eletrônico) e vai seguir contratando confecções. "Acho que é uma meta factível", disse o executivo, a respeito das 2.000 fábricas até o final de 2026 -uma delas é a Coteminas, do presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes, que entrou em recuperação judicial em maio do ano passado.

"Mas o modelo 3P [dos revendedores] consegue trazer produtos que complementam e até ganham dos importados", disse Feistler. Eles pagam 16% de comissão à Shein para revender seus produtos, e a varejista chinesa fica responsável pelo manejo das mercadorias até a entrega para os clientes.

A empresa agora entra em uma nova fase de expansão, captando "sellers" em outros estados, a começar por Santa Catarina, um importante polo têxtil nacional. As cidades prioritárias são Blumenau, Brusque, Florianópolis, Itajaí e Joinville. Na sequência, deve cadastrar revendedores do Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Goiás e Distrito Federal, que poderão oferecer seus produtos na plataforma.

Hoje, a companhia trabalha com parceiros de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Para a empresa, interessa conquistar estado por estado. "Quanto mais adensada a logística, menor o custo", diz.

No Brasil, a Shein tem três centros de distribuição em Guarulhos, na Grande São Paulo, que somam 250 mil m².

Embora não tenham contratos de exclusividade com as plataformas, os pequenos revendedores preferem, em geral, trabalhar com um único parceiro de comércio eletrônico. "São muitas regras que variam de uma plataforma para outra e para que a gente consiga uma posição de destaque no ranqueamento", diz Thatiane Cruz, gerente de e-commerce da varejista de roupas infantis Miguxas e Miguxos Kids.

A empresa, que tem loja no Brás, em São Paulo, terceiriza a confecção das peças e concentra toda a sua venda online para o consumidor final na Shein. A sua operação de e-commerce é apenas para venda a partir de 10 peças. "Nós já faturamos cerca de R$ 2 milhões com eles [Shein] no ano passado e queremos dobrar a venda este ano", diz Thatiane.

Segundo Fleister, se o revendedor oferece um preço competitivo na Shein, as pessoas que compravam importados passam a preferir o fornecedor local. "Isso explica o marketplace ter chegado a 60% da nossa venda total, depois que entrou em vigor a 'taxa das blusinhas'", afirma, referindo-se à taxação de compras internacionais de até US$ 50, que passou a vigorar em agosto de 2024.

De acordo com o executivo, a taxação impactou as vendas da Shein. "

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Unilever atende expectativas de lucro, mas projeta crescimento lento em 2025

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A Unilever atendeu expectativas de lucro e receita no quarto trimestre de 2024, mas decepcionou ao projetar crescimento lento do faturamento em 2025, devido ao cenário de demanda fraca global, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, 13. A multinacional anglo-holandesa revelou um plano de reestruturação, que inclui a listagem na Bolsa de Amsterdã do seu negócio de sorvetes desmembrado, encerrando meses de especulação sobre como a empresa lidaria com a separação da unidade.

Após a divulgação dos balanços e dos planos, a ação da Unilever caía 7,1% em Londres, onde tem sua listagem primária e é a quarta empresa de maior peso no índice FTSE 100, às 8h15 (de Brasília). Os papéis da empresa também cediam 6,8% em Amsterdã e o American Depositary Receipt (ADR) recuava 6,5% em Nova York.

A unidade de sorvetes - que inclui as marcas Ben & Jerry's, Magnum e Wall's - permanecerá sediada na capital holandesa e terá listagens secundárias no Reino Unido e nos EUA, disse a Unilever. A empresa também está visando economias de custos de 800 milhões de euros, o que inclui a eliminação de 7.500 empregos globalmente.

Esta unidade gerou um faturamento de 8,3 bilhões de euros em 2024, representando cerca de 14% do faturamento total do grupo. No ano passado, o faturamento da Unilever foi de 60,8 bilhões de euros, representando alta de 1,9% na comparação com 2023. As vendas subjacentes avançaram 4,2% no período, enquanto o lucro líquido teve queda anual de 10,8%, a 6,4 bilhões de euros.

A Unilever projeta um aumento de vendas subjacente em 2025 dentro de sua faixa típica de 3% a 5%, mas alertou que o crescimento do mercado no primeiro semestre provavelmente será moderado, antes de acelerar novamente. Segundo analistas consultados pelo The Wall Street Journal, os resultados vieram em linha com as expectativas, mas as projeções moderadas para o curto prazo decepcionaram por mostrar um ambiente difícil para consumo e investimentos que devem pressionar as margens de lucro.

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Receita da Nestlé recua 1,8% em 2024, mas supera estimativa

A Nestlé informou nesta quinta-feira (13) que a receita da companhia no acumulado de 2024 recuou 1,8% em comparação com o ano anterior, somando 91,35 bilhões de francos suíços (cerca de US$ 99,98 bilhões) ante 93 bilhões de francos suíços. Já o lucro líquido da companhia foi 2,9% menor, passando de 11,21 bilhões de francos suíços, ou 4,14 francos por ação, para 10,88 bilhões de francos suíços, ou 4,19 francos por ação. Em termos ajustados, o lucro por ação perdeu 0,8%, a 4,77 francos.

O lucro líquido ficou em linha com o estimado por analistas, em dados compilados pela empresa, que indicavam um valor de 10,89 bilhões de francos suíços. Já a receita ficou ligeiramente acima do esperado, de 91,02 bilhões de francos suíços. Na bolsa suíça, as ações da Nestlé subiam 6,02% por volta das 7h40 (de Brasília).

Em relatório, a Nestlé reportou seu menor crescimento orgânico anual nas vendas em mais de duas décadas, com a retração nos gastos do consumidor após uma inflação alta nos últimos anos. As vendas orgânicas subiram 2,2% no ano passado, o que indica forte desaceleração em comparação com o crescimento de 7,2% em 2023, apesar de estar em linha com o esperado por analistas, de 2,1%. Já o crescimento interno real (RIG) voltou a ficar positivo, em 0,8%. "Os preços aumentaram 1,5%, refletindo uma redução na inflação em quase todas as categorias após dois anos de altos custos de insumos e aumentos de preços", disse a empresa.

Por região, o crescimento orgânico foi impulsionado pelos mercados emergentes e pela Europa, que juntos mais do que compensaram a queda na América do Norte, afirmou a Nestlé. Nos mercados desenvolvidos, o crescimento orgânico foi de 1,2%, com preços e crescimento interno real (RIG) positivos. Nos mercados emergentes, o crescimento orgânico foi de 3,7%, liderado pelos preços com RIG positivo.

O café foi o produto que mais contribuiu com o crescimento orgânico, com alta de um dígito médio, apoiado pelas marcas Nescafé, Nespresso e Starbucks, disse a Nestlé. As vendas de confeitaria cresceram a uma taxa de um dígito médio, lideradas pelo KitKat, além de marcas locais. O segmento PetCare obteve crescimento de um dígito baixo, assim como o segmento de águas e nutrição infantil. Além disso, a Nestlé Health Science avançou a um dígito médio. Já o segmento de lácteos recuou, junto com o setor de culinária.

"Em um contexto macroeconômico desafiador e com um ambiente de consumo fraco, alcançamos um desempenho sólido em 2024, alinhado com nossa última orientação. O crescimento orgânico foi de 2,2%, com um retorno ao crescimento interno real positivo de 0,8%, e ambos se fortaleceram na segunda metade do ano", disse no comunicado o CEO da Nestlé, Laurent Freixe. Segundo ele, ainda, o fluxo de caixa livre melhorou para 10,7 bilhões francos suíços, e o Conselho propôs um aumento no dividendo para 3,05 francos suíços por ação.

Para o CEO, aumentar o investimento para impulsionar o crescimento é central. "Estamos criando o combustível para esses investimentos em crescimento por meio do nosso novo programa de economia de custos de 2,5 bilhões de francos para três anos. Estamos avançando bem e já garantimos mais de 300 milhões de francos dessas economias para 2025", afirmou.

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Governo Lula é alertado sobre possíveis medidas de Trump contra o etanol

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BRASÍLIA, DF, E MUNIQUE, ALEMANHA (FOLHAPRESS) - O etanol pode ser o próximo alvo de medidas comerciais adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo alerta dado por um representante brasileiro do setor sucroalcooleiro ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre políticas em discussão atualmente na Casa Branca.

O alerta, registrado pelo Itamaraty em um documento obtido pela Folha, foi feito por um diretor da Raízen, gigante brasileira do setor, à embaixada do Brasil em Washington.

Procurada, a Raízen disse que não comentaria o caso.

Se confirmada, a ofensiva dos EUA abrirá um novo capítulo na briga comercial com o Brasil no setor do etanol –disputa que se arrasta há anos.

Washington se queixa de que o Brasil impõe barreiras para a entrada do seu etanol (fabricado a partir do milho) no país, enquanto o equivalente brasileiro (à base de cana-de-açúcar) ingressa basicamente sem tarifas no mercado norte-americano.

O imposto de 18% praticado pelo Brasil afeta principalmente produtores do Meio-Oeste dos EUA, politicamente próximos a Trump. Aliados do republicano consideram o etanol um dos exemplos de práticas comerciais injustas das quais o presidente americano frequentemente se queixa publicamente.

Nos bastidores, membros do governo brasileiro rebatem o argumento e dizem que os casos dos dois países não são totalmente comparáveis. Eles citam, por exemplo, que os produtores nacionais são mais prejudicados por barreiras americanas ao açúcar –a abertura desse setor nos EUA é um pleito antigo do Brasil.

Argumentam também que aumentar a exposição ao etanol americano representa uma ameaça aos produtores instalados no Nordeste, fato que acrescenta grande sensibilidade política ao tema.

De acordo com integrantes do governo ouvidos pela Folha, ainda não há informação sobre qual poderia ser a linha de ação da administração Donald Trump em relação ao etanol: se eles aumentariam tarifas para a entrada de etanol brasileiro no país ou usariam outras medidas como forma de pressionar o Brasil.

A eventual imposição de tarifas afetaria o segundo principal mercado internacional do etanol brasileiro. As exportações do produto para os EUA somaram no ano passado US$ 181,8 milhões (cerca de R$ 1 bilhão), atrás apenas da Coreia do Sul.

Em 2024, houve um aumento de 13,3% nas exportações brasileiras no segmento complexo sucroalcooleiro, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária. O setor esteve entre os principais exportadores do agronegócio em termos de valor, com US$ 19,7 bilhões, respondendo por uma participação de 12% do total vendido ao exterior.

O etanol brasileiro é vendido majoritariamente para a Califórnia por causa de regras de redução de emissões do estado.

A expectativa de que o etanol entrará na mira do governo Trump aumentou depois da audiência de confirmação no Senado, de Jamieson Greer, indicado como representante de Comércio dos EUA. A sabatina ocorreu em 6 de fevereiro.

Na ocasião, Greer disse que o etanol era um caso claro de injustiça comercial e disse que, se necessário, empregaria táticas como investigações comerciais para convencer o Brasil a se abrir para o etanol americano.

Entre as falas de destaque citadas em um resumo da sabatina feito por autoridades brasileiras, um membro do governo ressalta que o representante de Comércio dos EUA deve colocar a questão do setor do etanol no topo de sua lista de prioridades.

A primeira onda de tarifas impostas por Trump afetou os setores de aço e alumínio. Na última segunda (10), o presidente dos EUA elevou para 25% a cobrança sobre importações desses itens. Entre as justificativas, mencionou o aumento expressivo de compra de aço da China pelo Brasil.

Antes do anúncio oficial, o governo brasileiro elaborou um mapeamento dos setores que potencialmente seriam mais afetados pela guerra comercial deflagrada pelos americanos. A análise trazia medidas e instrumentos que o Brasil poderia mobilizar caso a caso, levando em consideração possíveis efeitos colaterais.

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