Dólar aprofunda queda e fecha abaixo de R$ 5,70 pela primeira vez em 3 meses

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar despencou 1,21% nesta sexta-feira (14) e encerrou a semana cotado a R$ 5,696, o menor valor de fechamento em três meses.

A moeda passou o dia em queda firme, com alívio dos investidores após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não ter imposto tarifas recíprocas imediatas aos parceiros comerciais dos norte-americanos.

As perdas aceleraram após às 16h, quando a Folha de S.Paulo informou que a aprovação do governo Lula (PT) desabou para 24%, segundo dados do Datafolha. A Bolsa, que também estava em forte alta, passou a disparar acima de 2% depois da publicação da pesquisa, ainda que outros fatores também tenham pesado na sessão. Às 17h, subia 2,63%, aos 128.134 pontos.

"O presidente Lula não tem tanta força como o mercado esperava que ele tivesse, o que ajuda os preços dos ativos a caírem. Isso é algo que boa parte dos investidores já tem colocado na conta e explica um pouco desse movimento baixista do dólar este ano contra o real", diz Alexandre Viotto, chefe da mesa de câmbio da EQI Investimentos.

A começar pela ponta internacional, Trump detalhou, na véspera, o roteiro para a reciprocidade tarifária que havia prometido enquanto ainda era candidato na corrida presidencial. O memorando mira países que praticam impostos sobre produtos norte-americanos, bem como as chamadas barreiras não tarifárias.

As tarifas serão impostas "país por país" após estudos, começando pelos países com os quais os EUA têm o maior déficit comercial. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou que as análises devem estar prontas até o dia 1º de abril.

Os mercados globais viram com bons olhos o prazo apresentado pelo republicano. A interpretação é de que o anúncio foi uma orientação para que as alas comerciais do governo estudem as barreiras comerciais impostas sobre os produtos norte-americanos, e não uma guinada agressiva em direção ao protecionismo econômico.

Caso a implementação fosse imediata, como temiam os investidores, os riscos de uma guerra comercial ampla poderiam ter sido acirrados.

"Trump tem adotado uma postura mais flexível e menos agressiva do que se esperava na questão das tarifas, visto que a retórica durante a campanha eleitoral foi bastante firme. Esperava-se que ele fosse impor tarifas muito elevadas imediatamente", diz Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

A leitura, agora, é de que há espaço para negociações e acordos de países na mira de Trump, o que dá margem para que a política tarifária seja mais branda do que o esperado. Isso tem enfraquecido o dólar globalmente.

"O 'Trump Trade' [operações Trump, em português] do ano passado, quando o dólar se fortaleceu muito porque os investidores estavam antecipando os efeitos esperados das medidas do novo governo, está sendo revertido."

A reciprocidade tarifária segue a esteira de outras medidas já adotadas pelo republicano desde que assumiu o cargo, em 20 de janeiro. Ele confirmou que irá impor, a partir de 4 de março, tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio que chegam ao país. Na semana passada, aplicou tarifas de 10% a produtos da China e de 25% sobre México e Canadá -esta última suspensa até o início do próximo mês, após acordo com os dois vizinhos.

O "tarifaço", além de estimular uma guerra comercial ampla, tem o potencial de encarecer o custo de vida dos norte-americanos, o que pode comprometer a briga do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) contra a inflação e forçar a manutenção da taxa de juros em patamares elevados.

Quanto maiores os juros por lá, mais atrativos ficam os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, os chamados treasuries, o que fortalece o dólar globalmente. Com a percepção de que a política tarifária será mais branda, parte das apostas nos treasuries foram desmontadas, enfraquecendo a moeda norte-americana.

Além disso, dados do varejo dos Estados Unidos surpreenderam o mercado. O Departamento do Comércio informou que as vendas no setor caíram 0,9% em janeiro, depois de terem subido 0,7% em dezembro. A expectativa de economistas consultados pela Reuters era de um recuo de 0,1%.

"Isso não acontecia desde março de 2023. O dado empurrou as treasuries para baixo, o que ajudou na apreciação das moedas emergentes", afirma Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

Lais Costa, analista da Empiricus Research, ainda acrescenta que o "descolamento das expectativas, não explicado por uma questão sazonal, pareceu ser um sinal sobre a economia dos EUA, e não um ruído." Em reação, investidores elevaram as apostas de mais cortes nos juros dos EUA.

A reação também apareceu nas curvas de juros brasileiras. No fim da tarde, a taxa para janeiro de 2026 -uma das mais líquidas no curto prazo- estava em 14,785%, ante o ajuste de 14,832% da sessão anterior. A de janeiro de 202

Publicidade

Após ofensiva de Trump, Brasil reforça uso de moeda local no Brics

Imagem da notícia

Em meio à ofensiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brics, a presidência do Brasil do bloco se comprometeu a desenvolver uma plataforma que permita aos países-membros usarem suas próprias moedas para o comércio entre eles, o que poderia abrir caminho para substituir, em parte, o dólar como moeda do comércio internacional.  

“De forma a cumprir o mandato estabelecido pelos líderes do Brics na Cúpula de Johanesburgo em 2023, a presidência do Brasil dará continuidade aos esforços de cooperação para desenvolver instrumentos de pagamento locais que facilitem o comércio e o investimento, aproveitando sistemas de pagamento mais acessíveis, transparentes, seguros e inclusivos”, informa o documento.

A medida contraria os interesses dos Estados Unidos, que iniciaram uma guerra comercial com a elevação de tarifas para alguns mercados e produtos, incluindo o aço e alumínio, mercadorias que o Brasil exporta para o país norte-americano.

Por sua vez, o documento da presidência brasileira do Brics afirma que o “recurso insensato ao unilateralismo e a ascensão do extremismo em várias partes do mundo ameaçam a estabilidade global e aprofundam as desigualdades”.

O documento completa dizendo que “o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem destacado o potencial do Brics como espaço para construção das soluções de que o mundo tanto precisa. Mais do que nunca, a capacidade coletiva de negociar e superar conflitos por meio da diplomacia se mostra crucial. Nosso agrupamento dialoga com todos e está na vanguarda dos que defendem a reforma da governança global”.

Desdolarização
O professor de ciência política Fabiano Mielniczuk, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), destacou que o Brasil terá que deixar mais claro para o mundo o que significa esse tipo de mecanismo de pagamento em moeda local.

“O Brasil tem enfatizado bastante, principalmente na figura do seu Sherpa novo, o [embaixador] Maurício Lirio, que não pretende avançar no sentido da desdolarização das relações econômicas internacionais. O Brasil não quer criar atritos com os EUA. E o Brasil precisa deixar claro até que ponto a criação de mecanismos para pagamento em moeda local no âmbito do Brics representa, ou não, uma alternativa ao dólar”, ponderou.

IA e indústria
O Brasil ainda promete fortalecer a recém-criada Rede de Think Thanks sobre Finanças e a cooperação em infraestrutura, tributação e aduanas, assim como aprofundar a Parceria Brics para a Nova Revolução Industrial (PartNIR), “cujo objetivo é a diversificação e a atualização tecnológica da base industrial dos países do agrupamento”.

A regulação da Inteligência Artificial (IA) é outra agenda da presidência brasileira no Brics. Para o professor Fabiano Mielniczuk, o Brasil e os Brics precisam avançar na proteção dos dados produzidos nos países.

“Esses dados estão gerando riqueza para as big techs. O Brasil deveria focar na dimensão econômica da economia de dados que está por trás da geração de modelos de IA e não apenas regular o uso da IA. Se o viés econômico de economia de dados avançar no tratamento de IAs, aí os interesses do Sul Global vão ser atendidos”, argumentou o especialista em Brics.

FMI e Banco Mundial
No documento que detalha as prioridades da presidência brasileira, o país se comprometeu ainda a promover a defesa da reforma das instituições financeiras internacionais, em especial, do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI).

“A presidência brasileira pretende aumentar a representação dos países em desenvolvimento em posições de liderança [no FMI e Banco Mundial], refletindo melhor as contribuições das nações do Sul Global para a economia mundial, bem como objetiva trabalhar para aprimorar iniciativas como o Novo Banco de Desenvolvimento e o Arranjo de Reservas para Contingências”, diz o texto.

Fonte: Clique Aqui

Publicidade

Lula diz que projeto vai entregar gás gratuito a 22 milhões de famílias

Imagem da notícia

(FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira (13) em Macapá (AP) que o governo está concluindo um projeto de lei que visa oferecer gás de cozinha gratuito para 22 milhões de famílias.

"Estamos discutindo um projeto que está quase pronto para entregarmos gás de graça para 22 milhões de famílias deste país. Para nós, o gás faz parte da cesta básica", afirmou o presidente.

Na sequência, Lula afirmou que o botijão de gás sai da Petrobras por R$ 36 e questionou ao público presente quanto eles pagavam pelo produto, ouvindo valores que chegavam a R$ 150.

Em agosto do ano passado, em um evento na Paraíba, ele já havia prometido "gás de graça", informando que o produto passaria a fazer parte da cesta básica. O plano faz parte do programa Gás Para Todos, que vai substituir o atual Auxílio Gás.

O programa atual beneficia cerca de 5 milhões de famílias a um custo de R$ 3,7 bilhões por ano. Mas empresários do setor e parlamentares reclamam que o dinheiro não é carimbado e, por isso, pode ser usado em outras rubricas.

O Congresso tem um projeto de lei para regulamentar e expandir o programa, que prevê carimbar os recursos para a compra de botijão e ampliar gradativamente o benefício a todas as famílias cadastradas no CadÚnico com renda per capita inferior a meio salário mínimo. Com a expansão, o programa atingira as 22 milhões famílias.

Lula quer agilizar a implantação do novo programa e essa expansão do público, que custaria cerca de R$ 15 bilhões. Mas, para implementar a medida, o governo precisa encontrar no orçamento cerca de R$ 12 bilhões, o que vem sendo alvo de resistência no Ministério da Fazenda.

Em discurso nesta quinta-feira em Macapá, o presidente voltou a citar outras medidas do governo no campo econômico. Destacou a concessão de crédito para trabalhadores da iniciativa privada e a proposta de elevar para R$ 5.000 a faixa de renda isenta de Imposto de Renda.

Na mesma solenidade, voltou a defender a realização de estudos para exploração de petróleo na Bacia Foz do Amazonas, afirmou que ninguém tem mais responsabilidade do que ele e disse que não vai fazer "nenhuma loucura" na região.

Lula foi ao Amapá participar de uma cerimônia de doação de uma área de patrimônio da União, a Gleba Cumaú, ao governo do estado do Amapá. A região será urbanizada e transformada no bairro Parque Aeroportuário, beneficiando cerca de 2.000 famílias.

A doação das glebas, informa o governo do Amapá, representa segurança jurídica para pessoas físicas e empreendedores, que poderão acessar linhas de créditos e financiamentos federais.

A solenidade também marcou a entrega do Conjunto Habitacional Nelson dos Anjos, no bairro Buritizal, e a assinatura da ordem de serviço das obras do Instituto Federal de Tartarugalzinho, que será erguido na região dos Lagos do Amapá.

O presidente estava acompanhado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), pelo senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) e pelo governador do Amapá Clécio Luís (Solidariedade).

Fonte: Clique Aqui

Publicidade

Se taxar aço, vamos reagir, diz Lula sobre medidas de Trump

(FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) afirmou que, caso haja aplicação de tarifas de importação sobre o aço brasileiro nos Estados Unidos, o governo fará denúncia à OMC (Organização Mundial do Comércio). O petista também voltou a falar em reciprocidade nas medidas de taxação.

"Ouvi dizer que vai taxar o aço brasileiro: se fizer, nós vamos reagir comercialmente ou vamos denunciar à OMC ou taxar os produtos que a gente exporta aqui", disse.
"Nós queremos paz, não queremos guerra. O Brasil não tem contencioso internacional. Se o [Donald] Trump tiver esse comportamento com o Brasil, eu vou ter com os EUA. Haverá reciprocidade."
Questionado em entrevista concedida à Rádio Clube do Pará sobre seu relacionamento com o presidente americano, Lula disse que "não há relacionamento". "Existe relação entre governos."

"O que estou preocupado é que os Estados Unidos, depois da Segunda Guerra, virou uma espécie de patrono da democracia, eles se colocaram nessa posição. Agora, os discursos não são mais esses, e me parece que a democracia não está valendo tanto", afirmou.

"Agora, estão defendendo o protecionismo, vou taxar os países, vou tomar o Canadá, o golfo do México, vou expulsar milhões de pessoas. É um discurso que não tem nada a ver com o que os EUA fizeram após a Segunda Guerra."

Desde que tomou posse como presidente em janeiro deste ano, Trump vem anunciando a implantação de tarifas a produtos importados de outros países, incluindo o Brasil.

Fonte: Clique Aqui

Publicidade

Dólar cai a R$ 5,7374 com alta de petróleo e Trump 'flexível' sobre tarifas; Galípolo é foco

O dólar abriu a sexta-feira, 14, com viés de alta no mercado à vista, mas passou a cair rapidamente em meio à busca por recuperação do petróleo e queda dos rendimentos dos Treasuries e da divisa americana no exterior. As tarifas "recíprocas" do governo Trump com prazo para negociação até início de abril e focadas em setores, como no etanol brasileiro e carros na Europa, amenizam os ânimos dos investidores e os ajustes dos ativos financeiros.

O mercado de câmbio acompanha a queda externa do dólar, por conta da postura mais flexível de Donald Trump sobre tarifas recíprocas, que entram em vigor no início de abril, permitindo negociações antes de decisões definitivas, afirma o analista de mercado da Stonex, Leonel Mattos. "As tarifas sobre aço e alumínio também só entram em vigor em 30 dias", destaca.

Além disso, segundo ele, a alta do petróleo ajuda e os dados econômicos recentes vieram mistos nos EUA, gerando incertezas sobre cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em 2025, mas que ainda seguem no jogo de apostas do mercado.

Sem indicadores na agenda local, as atenções ficam em palestra do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a empresários na Fiesp (a partir das 10 horas) e em dados dos EUA de janeiro de vendas do varejo (10h30, de Brasília) e da produção industrial (11h15).

O mercado acompanhou mais cedo a entrevista do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que não desviou o dólar da queda ante o real. Ele afirmou que haverá reciprocidade do Brasil, se houver alguma tarifa dos Estados Unidos.

Disse ainda que o Brasil vai crescer 3,7% em 2024."Vamos surpreender em 2025 e o Brasil continuará crescendo", declarou em entrevista à Rádio Clube do Pará.

Sobre a proposta de exploração na Foz do Rio Amazonas, o presidente disse que o País não pode prescindir de pesquisar a riqueza que existe na Margem Equatorial. "Temos que fazer uma mediação entre contra e favor e pensar no Brasil."

Lula afirmou ainda ter certeza de que a ministra do meio ambiente, Marina Silva, jamais será contra. Queremos mostrar para o Ibama e Marina Silva que é possível fazer prospecção de petróleo, declarou.

A agenda fiscal do governo segue no foco. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os projetos de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e do novo consignado privado podem chegar ao Congresso antes do Carnaval, mas a proposta da reformulação do novo Auxílio Gás ainda está sendo formatada.

Integrantes do agronegócio acenderam o alerta para uma ação do PSOL no Supremo Tribunal Federal (STF) que, na visão do setor, pode alimentar ainda mais a inflação.

Às 10h01, o dólar à vista caía 0,55%, a R$ 5,7374. O dólar futuro para março recuava 0,49%, a R$ 5,7490.

Fonte: Clique Aqui

Publicidade

Brasil não é problema comercial para os EUA, diz Alckmin

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou na noite desta quinta-feira (13) que o Brasil não representa um “problema comercial” para os Estados Unidos.

Alckmin deu a declaração ao comentar o anúncio, pelo presidente estadunidense, Donald Trump, da aplicação de tarifas de reciprocidade contra qualquer país que imponha impostos contra as importações norte-americanas.

“É natural que o novo governo americano queira avaliar o seu comércio exterior, estudar, avaliar a questão do comércio exterior. O Brasil não é problema comercial para os Estados Unidos. A balança comercial nossa de bens é equilibrada. Nós exportamos US$ 40 bilhões e importamos US$ 40 bilhões”, disse Alckmin em coletiva.

“Quando nós incluímos os serviços, os Estados Unidos tem um superávit de US$ 7,4 bilhões. É o sétimo maior superávit da balança comercial americana. Então nós não somos problema comercial”, acrescentou.

O vice-presidente ressaltou que dos dez produtos mais exportados pelo Brasil aos Estados Unidos, apenas quatro não são taxados pela alfândega estadunidense, nos demais são impostas tarifas. Já nos dez produtos mais importados pelo Brasil vindos dos EUA, oito entram totalmente livres de tarifas.

“O caminho do comércio exterior é ganha-ganha. É ter reciprocidade, não é alíquota igual. Reciprocidade é você vender mais onde é mais competitivo, onde você é menos competitivo, você compra. Produtos que você não tem, você adquire. Essa é a regra e é nesse princípio que nós vamos trabalhar”, disse.

Etanol brasileiro

Geraldo Alckmin defendeu ainda o etanol brasileiro e disse acreditar que a resolução da questão comercial será com base no diálogo e entendimento entre os países. “No caso do etanol, primeiro é importante destacar que o etanol do Brasil, ele é de cana-de-açúcar. Ele descarboniza mais, ele tem um terço a menos de pegada de carbono”, disse.

O vice-presidente disse que um dos caminhos de solução poderá ser a adoção de cotas para os produtos brasileiros, assim como ocorreu com o aço, em 2018, quando os EUA também levantaram barreiras comerciais contra o produto.

“No caso do aço, lá atrás, se caminhou para a cota, chamada hard cota, porque acima de um limite não pode entrar. Esse pode ser um dos caminhos, vamos aprofundar todos esses temas”.

“O comércio exterior é um caminho de diálogo, um caminho de entendimento, um caminho de ganha ganha, de buscar alternativas. É isso que vai ser feito”, acrescentou.

Balança

Os dez principais produtos brasileiros exportados para os EUA são: óleos brutos (sem taxação), produtos semimanufaturados de ferro ou aço (taxa de 7,2%), café não torrado (9%), pastas químicas de madeira (3,6%), ferro fundido (3,6%), aviões (sem taxa), gasolinas (sem taxa), aviões a turbojato (sem taxa), carnes desossadas (10,8%), ligas de aço (7,2%).

Já os dez principais produtos dos EUA importados pelo Brasil são parte de turborreatores (sem taxa), turborreatores de empuxo (sem taxa), gás natural liquefeito (sem taxa), óleos brutos de petróleo (sem taxa), óleo diesel (sem taxa), naftas (sem taxa), hulha betuminosa (sem taxa), copolímeros de etileno (20% de taxa), óleos lubrificantes (sem taxa), polietilenos (20%).

Fonte: Clique Aqui

Publicidade

Haddad defende reciprocidade sobre tarifas de Trump, mas fala em cautela

Imagem da notícia

(FOLHAPRESS) - O ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse nesta quinta-feira (13) avaliar com cautela as novas medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas defendeu o princípio da reciprocidade na relação comercial entre os dois países.

Trump deu ordem de implementação de tarifas recíprocas mirando países que, segundo o governo americano, praticam impostos sobre produtos dos Estados Unidos. O etanol brasileiro foi citado como exemplo.

Para o chefe da equipe econômica, o país não tem o que temer porque a balança é superavitária para os Estados Unidos. Ele disse também que prefere aguardar o desenrolar dos acontecimentos antes de reagir aos anúncios, mas vê espaço para negociação.

"Vamos com cautela avaliar o conjunto das medidas que vão ser anunciadas. Enquanto isso, a área econômica, sobretudo o Ministério do Desenvolvimento, capitaneado pelo vice-presidente [Geraldo Alckmin], está fazendo um balanço das nossas relações comerciais para que a reciprocidade seja um princípio a ser observado pelos dois países", disse.

Em 2023, a balança comercial foi desfavorável ao Brasil, com as exportações aos EUA somando US$ 36,9 bilhões (R$ 213,4 bilhões) e as importações, US$ 38 bilhões (R$ 219,8 bilhões).

Trump assinou nesta quinta a ordem de implementação de tarifas recíprocas, mirando países que, segundo o governo americano, praticam impostos sobre produtos dos EUA. O etanol brasileiro está no topo da lista de exemplos elencada pelo governo em um documento que resume as medidas.

"Não vamos a qualquer sinalização nos manifestar, até porque temos que ver como é que termina essa história. A partir do momento em que nós tivermos um balanço do que eles pretendem, aí sim nós vamos estar com a radiografia feita e vamos considerar", disse Haddad.

Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o vice-presidente Geraldo Alckmin também falou sobre o tema na noite desta quinta.

"O Brasil não é problema comercial para os EUA, a nossa balança é equilibrada. Quando analisamos os 10 produtos que mais exportamos para EUA, em 4 a alíquota é zero. Nos que importamos, a alíquota é zero em 8", afirmou Alckmin.

A eventual imposição de tarifas afetaria o segundo principal mercado internacional do etanol brasileiro. As exportações do produto para os EUA somaram no ano passado US$ 181,8 milhões (cerca de R$ 1 bilhão), atrás apenas da Coreia do Sul.

Os americanos, por sua vez, totalizaram cerca de US$ 50,5 milhões em exportações de etanol ao Brasil em 2024.

Em 2024, houve um aumento de 13,3% nas exportações brasileiras no segmento complexo sucroalcooleiro, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária. O setor esteve entre os principais exportadores do agronegócio em termos de valor, com US$ 19,7 bilhões, respondendo por uma participação de 12% do total vendido ao exterior.

O etanol brasileiro é vendido majoritariamente para a Califórnia por causa de regras de redução de emissões do estado.

Na terça (11), Haddad disse que o mundo perde com a decisão de Trump de aumentar o imposto de importação para aço e alumínio para 25%, medida que afeta diretamente o Brasil, um dos principais fornecedores.

Fonte: Clique Aqui

Publicidade

Trump anuncia tarifas recíprocas e cita etanol do Brasil Como exemplo

Imagem da notícia

Em nova investida, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta, 13, memorando com o objetivo de criar novas taxas para as importações de todos os países com as mesmas tarifas que são cobradas de exportadores americanos, aumentando os temores de uma guerra comercial global. A Casa Branca citou como exemplo dessa disparidade tarifária o etanol brasileiro.

As novas tarifas serão impostas individualmente, país por país, depois de estudo encomendado ao Departamento de Comércio, e devem entrar em vigor em 2 de abril. Segundo o jornal Washington Post, em conversa com jornalistas durante a semana Trump citou que seu país poderia vender mais carros para a Europa, motocicletas para a Índia e também carne e laticínios para o Brasil.

No caso do combustível renovável brasileiro, conforme a Casa Branca, "a tarifa dos Estados Unidos sobre o etanol é de apenas 2,5%". "Mesmo assim, o Brasil cobra das exportações de etanol dos EUA uma tarifa de 18%. Como resultado, em 2024 os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto os EUA exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil", diz trecho de documento que acompanhou o memorando.

No ano passado, os EUA foram o segundo maior comprador do etanol brasileiro, atrás apenas da Coreia do Sul. O país, porém, tem reduzido suas compras do Brasil. Em 2024, importou 309,7 milhões de metros cúbicos de etanol brasileiro, o equivalente a 16,3% do total embarcado. Em 2019, esse mesmo volume havia sido de 1,1 bilhão de metros cúbicos, ou 63% do total, de acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

Há anos, os produtores e fabricantes americanos pressionam o Brasil para reduzir essa tarifa de importação. A taxa chegou a ser zerada no governo Bolsonaro, em 2022, mas foi retomada agora no governo Lula. O Brasil pede como contrapartida aumento do acesso do açúcar brasileiro ao mercado americano - hoje limitado a uma cota anual.

Depois do anúncio de ontem, ministros brasileiros voltaram a dizer que a disposição é de negociar com o governo americano, a exemplo da postura adotada depois que Trump anunciou sobretaxa de 25% para o aço e o alumínio.

Na prática, a decisão de Trump acaba com tarifas mais baixas sobre a maioria dos itens comprados pelos EUA, em uma política que permite que os americanos tenham acesso a produtos mais baratos de todo o mundo. Questionado se os preços desses itens podem subir, Trump respondeu que "um pouco no curto prazo", mas que devem cair na sequência. "É justo para todos."

Fonte: Clique Aqui

Publicidade

Haddad diz que deve enviar reforma do IR e consignado privado ao Congresso antes do Carnaval

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta quinta-feira (13) que deve enviar ao Congresso Nacional antes do Carnaval as propostas sobre a isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) para quem ganha até R$ 5.000 e o novo empréstimo consignado privado.

"Dos três projetos que o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] tem como prioridade para os dois próximos anos, dois deles já estão validados e devem ser encaminhados rapidamente", disse.

"A questão da renda e a questão do consignado privado, que estão muito adiantados do ponto de vista de tramitação interna e devem chegar ao Parlamento talvez ainda antes do Carnaval", acrescentou.

Na semana passada, Haddad afirmou que a pasta já tinha terminado o desenho da compensação para a isenção do IR e que a proposta contava com o aval do presidente Lula.

Na ocasião, o chefe da equipe econômica afirmou que o plano deveria ser encaminhado ao Congresso nas próximas semanas e disse também esperar uma tramitação com cautela e transparência devidas no Legislativo.

O plano do governo é começar, até 15 de março, a operação do novo consignado privado pelo eSocial. É nesse sistema que as empresas registram as informações trabalhistas e previdenciárias dos seus empregados, como as contribuições previdenciárias, folha de pagamento e informações sobre o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

A nova modalidade do consignado privado deverá ser lançada pelo governo sem a exigência de um teto para os juros, ao contrário do que ocorre na versão para beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Uma medida provisória deve ser publicada para determinar as regras do serviço.

Com a promessa de data de envio dos projetos ao Legislativo, Haddad volta a alimentar as expectativas em torno das ações do governo, como ocorreu durante a discussão sobre o pacote fiscal, que acabou se arrastando por cerca de um mês de negociações.

Segundo o ministro, ainda não é possível estimar os impactos da proposta sobre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Nesta quinta, a Secretaria de Política Econômica da Fazenda revisou sua projeção para baixo, de 2,5% para 2,3%.

Haddad também negou que haja uma contradição entre o aumento de crédito com a oferta do consignado privado e o trabalho do Banco Central para esfriar a economia com o aumento de juros -a taxa básica (Selic) está em 13,25% ao ano.

"Você não pode misturar uma pauta estrutural de diminuição do spread [bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada do cliente] com uma questão momentânea que está sendo resolvida", disse.

Para o ministro, é uma questão de justiça social. "Hoje os trabalhadores estão pagando 5,5% de taxa de juro por falta de acesso ao consignado. Não é justo a pessoa com uma garantia que pode ser dada continuar pagando 5,5% ao mês", afirmou.

Fonte: Clique Aqui

Publicidade

Shein aciona 'plano B' no Brasil para sofrer menos com dólar e 'taxa das blusinhas'

(FOLHAPRESS) - A plataforma global especializada em moda Shein decidiu acionar o seu "plano B" no Brasil. A varejista chinesa, que em abril de 2023 -com apenas um ano de operações no país- havia anunciado o início da produção local para ir paulatinamente substituindo as roupas e acessórios importados, agora acelera a contratação de revendedores brasileiros para oferecerem produtos na sua plataforma.

Hoje a companhia tem 30 mil vendedores no país, o primeiro local no mundo em que passou a operar como marketplace (revenda de produtos de terceiros). "A meta é somar até o fim do ano entre 40 mil e 50 mil", afirmou o principal executivo da Shein no país, Felipe Feistler, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (12).

Essa modalidade responde por 60% da venda da Shein brasileira -os outros 40% são produtos que vêm da China ou são fabricados com exclusividade por confecções parceiras no Brasil. Os produtos dos chamados "sellers" podem ser nacionais ou importados, mas a maioria é nacional, justamente para manter o preço competitivo e fugir das flutuações do câmbio.

O plano da Shein, anunciado em abril de 2023, era chegar ao final de 2026 com a contratação de 2.000 confecções, que forneceriam produtos à empresa, com um investimento de R$ 750 milhões. O projeto consta de um termo de compromisso firmado com o governo brasileiro para a nacionalização dos produtos, uma vez que as varejistas brasileiras reclamavam de concorrência desleal da asiática.

Hoje, 22 meses depois do anúncio, percorrido metade do período previsto para a contratação das fábricas, apenas pouco mais de 300 estão operando como parceiras. "A cadeia do 1P é um pouco mais lenta. É preciso mudar toda a forma com que trabalha uma indústria", diz Feistler.

O executivo faz menção ao modelo de negócios sob demanda com que a Shein faz história na moda: a empresa encomenda inicialmente um lote de 100 a 200 peças para novos produtos; usa algoritmos para avaliar o interesse dos consumidores em tempo real; fornece retorno aos fornecedores, que precisam adaptar modelos, volumes e prazo de produção. Com isso, a varejista reduz sensivelmente estoques e o desperdício de matéria-prima, além de chegar rápido ao consumidor. É um modelo que exige agilidade na ponta fornecedora, que precisa adaptar o fluxo de trabalho à velocidade dos algoritmos.

Feistler disse que a companhia continua apostando no estoque próprio (sistema conhecido como "1P" no jargão do comércio eletrônico) e vai seguir contratando confecções. "Acho que é uma meta factível", disse o executivo, a respeito das 2.000 fábricas até o final de 2026 -uma delas é a Coteminas, do presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes, que entrou em recuperação judicial em maio do ano passado.

"Mas o modelo 3P [dos revendedores] consegue trazer produtos que complementam e até ganham dos importados", disse Feistler. Eles pagam 16% de comissão à Shein para revender seus produtos, e a varejista chinesa fica responsável pelo manejo das mercadorias até a entrega para os clientes.

A empresa agora entra em uma nova fase de expansão, captando "sellers" em outros estados, a começar por Santa Catarina, um importante polo têxtil nacional. As cidades prioritárias são Blumenau, Brusque, Florianópolis, Itajaí e Joinville. Na sequência, deve cadastrar revendedores do Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Goiás e Distrito Federal, que poderão oferecer seus produtos na plataforma.

Hoje, a companhia trabalha com parceiros de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Para a empresa, interessa conquistar estado por estado. "Quanto mais adensada a logística, menor o custo", diz.

No Brasil, a Shein tem três centros de distribuição em Guarulhos, na Grande São Paulo, que somam 250 mil m².

Embora não tenham contratos de exclusividade com as plataformas, os pequenos revendedores preferem, em geral, trabalhar com um único parceiro de comércio eletrônico. "São muitas regras que variam de uma plataforma para outra e para que a gente consiga uma posição de destaque no ranqueamento", diz Thatiane Cruz, gerente de e-commerce da varejista de roupas infantis Miguxas e Miguxos Kids.

A empresa, que tem loja no Brás, em São Paulo, terceiriza a confecção das peças e concentra toda a sua venda online para o consumidor final na Shein. A sua operação de e-commerce é apenas para venda a partir de 10 peças. "Nós já faturamos cerca de R$ 2 milhões com eles [Shein] no ano passado e queremos dobrar a venda este ano", diz Thatiane.

Segundo Fleister, se o revendedor oferece um preço competitivo na Shein, as pessoas que compravam importados passam a preferir o fornecedor local. "Isso explica o marketplace ter chegado a 60% da nossa venda total, depois que entrou em vigor a 'taxa das blusinhas'", afirma, referindo-se à taxação de compras internacionais de até US$ 50, que passou a vigorar em agosto de 2024.

De acordo com o executivo, a taxação impactou as vendas da Shein. "O imposto tirou sim o

Publicidade