Haddad freou campanha do governo sobre aumento de isenção de IR

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CATIA SEABRA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo Lula adiou para o ano que vem a veiculação de uma campanha publicitária sobre o pacote de ajuste fiscal devido à oposição do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O foco seria o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5.000.

Em novembro, após pronunciamento do ministro em rede nacional para anúncio de medidas de contenção de gastos, a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) encomendou uma campanha para detalhamento do pacote. O mote escolhido foi "Brasil mais forte, um governo mais eficiente, um Brasil mais justo".

A proposta de aumento da faixa de isenção seria compensada com a taxação de super-ricos e foi defendida por integrantes do governo como contraponto político a medidas do pacote que atingirão benefícios sociais.

Na ocasião, houve críticas sobre a inclusão desse item no pronunciamento sobre os cortes, e os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL), indicaram que o tema não deveria avançar em um futuro próximo no Congresso Nacional.

A campanha foi apresentada a Haddad dias depois de seu pronunciamento, após ser produzida rapidamente para exibição já no início de dezembro.
O trabalho foi acompanhado pelo publicitário Sidônio Palmeira, que, segundo interlocutores de Lula, deverá assumir a Secom já no início de 2025.

Haddad, no entanto, fez objeções à divulgação da campanha naquele momento. Segundo integrantes do governo, o ministro da Fazenda foi contra a veiculação antes do envio da proposta ao Congresso.

Haddad chamou a campanha de prematura, de acordo com esses relatos, afirmando que a peça passava a ideia de que a implementação de uma nova tabela seria imediata. O ministro diz que a proposta será submetida a um debate profundo, sendo suscetível a mudanças até mesmo na fonte de financiamento.

O ministro ponderou que valeria a pena chamar a atenção para o tema, mas durante a tramitação, de forma didática.

Ainda segundo relatos, houve resistência da Fazenda ao financiamento da campanha publicitária e Haddad questionou até mesmo sua legalidade, por anunciar uma proposta sem que tenha sido encaminhada ao Congresso. O caso foi remetido à AGU (Advocacia-Geral da União).

Na avaliação de aliados do presidente, o ministro da Fazenda tenta evitar nova reação negativa do mercado, em um momento de alta oscilação do dólar.
Diante do impasse, a solução caberia a Lula. O afastamento do presidente em decorrência de sua internação deixou a decisão em suspenso.

Embora a campanha esteja pronta, só será lançada após o encaminhamento da proposta de aumento da isenção do IR ao Congresso e sujeita a alterações.
Para o fim do ano, o governo lançou uma campanha com o conceito "Todo dia a gente faz um Brasil melhor". Essa campanha mostra resultados positivos, como geração de empregos e combate à miséria, além de abertura ao mercado internacional.

Ao som de uma versão de "Canta Canta, Minha Gente", de Martinho da Vila, a propaganda encerra com o refrão "a vida vai melhorar".

Sidônio atuou na produção do pronunciamento de Haddad, levado a rede nacional, no dia 27 de novembro.

Os termos e expressões utilizados pelo ministro demonstravam positividade. Um exemplo foi a apresentação das medidas como a criação de um Brasil mais forte e mais justo.

"Hoje, temos sinais claros de que estamos no caminho certo. O Brasil não apenas recuperou o tempo e o espaço perdidos mas voltou a ocupar seu lugar de destaque no mundo, entre as dez maiores economias", disse o ministro.
Segundo relatos de integrantes do governo, Sidônio foi um dos que insistiram para a adoção de um tom positivo, com a apresentação de medidas populares, como instituição de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 mensais.

Definido o tom político, a matriz do discurso foi redigida pelo publicitário Otávio Antunes com a colaboração do secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan. A esse texto-base foram incorporadas contribuições ainda na véspera do pronunciamento.

A escalação de Haddad para o pronunciamento, em vez do próprio presidente, alimentou na classe política a suspeita de que Lula avalia a possibilidade de não disputar a reeleição, preparando seu ministro da Fazenda para um eventual plano B. Já dirigentes petistas rechaçam essa hipótese, alegando que esse anúncio caberia mesmo ao ministro da Fazenda.

Segundo relatos, Haddad tinha dúvidas sobre a aparição em rede nacional. Dois dias depois, o governo decidiu lançar uma ofensiva de comunicação para o fim de ano. Mas a iniciativa foi adiada.

Em encontro com jornalistas na sexta-feira (20), o ministro afirmou que não se vê como candidato à Presidência da República nas eleições de 2026. "Não me entendo como candidato em 2026", respondeu quando instado a comentar o resultado da pesquisa Quest, divulgada na semana retrasada. A pesquisa apontou que Lula e o ministro

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Carro que custa o equivalente a R$ 45 mil conquista nota máxima em segurança na Índia

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um autêntico carro popular conquistou nota máxima no teste de colisão promovido pelo Global NCAP (organização que avalia a segurança dos automóveis por meio de crash tests).

O modelo foi o sedã compacto Suzuki Dzire, que é produzido e vendido na Índia. O veículo é comercializado pelo equivalente a R$ 45 mil naquele mercado, concorrendo com o Citroën C3.

O carro marca a evolução da Maruti, que produz os carros indianos da marca japonesa. Em testes realizados há três anos, outros veículos da montadora receberam nota mínima ou apenas uma estrela de cinco possíveis na mesma avaliação.

O Dzire é equipado com controles de tração e de estabilidade, seis airbags e assistente de partida em rampa desde a versão mais simples.

Seu motor 1.2 a gasolina tem 81 cv de potência, sendo equivalente às opções 1.0 flex disponíveis no Brasil. Não é muito, mas o baixo peso (920 quilos na opção de entrada) deve colaborar para um bom desempenho.

Há quatro versões disponíveis na Índia, e a mais cara custa o equivalente a R$ 69 mil. Essa opção vem com teto solar elétrico, faróis com LEDs, saída traseira do ar-condicionado e rodas de 15 polegadas.

Embora tenha carroceria sedã, o tamanho do Dzire é equivalente ao de um hatch compacto nacional. O modelo indiano tem 3,99 m de comprimento, mesma medida do Fiat Argo. O porta-malas do Suzuki comporta 382 litros de bagagens.

Com base nos valores cobrados por modelos disponíveis tanto no Brasil como na Índia, é possível calcular que, caso fosse comercializado no mercado nacional, o Suzuki Dzire custaria aproximadamente R$ 75 mil. Seu motor seria 1.0 flex, para se encaixar em uma faixa menor de tributação.

O Citroën C3, por exemplo, é anunciado por R$ 77.590, mas comercializado por a partir de R$ 70.590. O modelo, que é equipado com airbags frontais e controle e estabilidade, recebeu nota zero no crash test promovido pelo Latin NCAP em 2023.

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Repasse do dólar aos preços está maior que o normal e eleva preocupação com inflação

Se um dólar ao redor de R$ 6 por si só já é motivo de preocupação com a inflação, o momento atual exige ainda mais cuidado, porque o repasse da desvalorização da moeda brasileira para os preços ao consumidor está ainda mais forte. O chamado pass through maior decorre da atual dinâmica da economia brasileira, que opera acima da capacidade. Incertezas com os rumos da política fiscal e a própria trajetória prospectiva da inflação adicionam mais cautela ao cenário, turbinando o efeito da moeda nos itens vendidos ao consumidor.

O repasse do câmbio, aliás, foi mencionado pelo Banco Central na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro, que elevou a Selic para 12,25% ao ano e indicou mais dois aumentos de 1 ponto porcentual. No texto, o colegiado citou que o repasse "aumenta quando a demanda está mais forte, as expectativas estão desancoradas ou o movimento cambial é considerado mais persistente".

"A economia parece ter vários desequilíbrios atualmente, com destaque para uma demanda que está esticada em relação à oferta", reforça o economista da consultoria Quantitas João Fernandes. "Começa-se a antecipar que haverá efeitos inflacionários, mas ninguém sabe ao certo o tamanho deles. Com um ambiente de dólar alto, as pessoas [formadores de preço] pensam: 'eu não sei quanto mais esse dólar vai subir, mas isso vai virar custo para mim, então é melhor eu repassar essa desvalorização cambial logo'", detalha.

Ele trabalha hoje, em seus modelos de projeção de inflação, com um pass through do câmbio entre 8% e 10%, isto é, uma desvalorização do câmbio de 10% pode levar, no limite, a um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de quatro trimestres à frente 1,0 ponto porcentual mais alto. "Até mais ou menos 2021, esse repasse era mais baixo, entre 6% e 7%", aponta.

Fernandes ressalta, contudo, que há gradações diferentes desse repasse, a depender do tipo de item, já que nos alimentos (14%) e bens industriais (8%) a tendência do repasse é muito mais forte do que nos serviços (2%).

O economista da Terra Investimentos Homero Guizzo tem uma análise semelhante, já que, segundo ele, em momentos em que a economia opera muito próxima ou acima de sua capacidade, como o atual, é natural que a desvalorização do câmbio seja repassada com mais rapidez e força aos preços ao consumidor. "Se o hiato do produto efetivo estivesse um pouco acima, e não expressivamente acima, a depreciação seria absorvida nas cadeias de distribuição mais facilmente", afirma Guizzo.

Ele calcula que o pass through da desvalorização cambial costumava ficar em torno de 4%, mas, no ambiente atual está em 8%. Ou seja, a cada 10% de desvalorização da moeda, o headline do IPCA aumenta 0,8 ponto porcentual, estimativa próxima a da Quantitas.

Já a estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Ângelo, atenta não só para a intensidade desse repasse, mas para sua velocidade, que também está maior.

Ela conta que um estudo feito pela Warren apontou que a defasagem de movimentos de desvalorização cambial para os preços ao consumidor, que no período pré-pandemia durava até quatro trimestres, hoje tem ocorrido praticamente dentro de apenas um trimestre, ao menos numa cesta específica de itens, que tem correlação mais forte com a cotação do dólar. A cesta inclui principalmente bens como móveis, eletroeletrônicos e itens de higiene pessoal e limpeza.

"Entendemos que esse momento de repasse maior e mais rápido pode ter a ver com essas variáveis, como economia sobreaquecida e as expectativas de inflação mais elevadas", comenta Ângelo.

Ela destaca ainda que os preços atualmente têm refletido o movimento do dólar entre julho e outubro, de cerca de R$ 5,55 para a casa de R$ 5,80. A desvalorização mais recente do câmbio, de R$ 5,80 para R$ 6, portanto, só deve ser sentida a partir dos meses iniciais de 2025, afirma. A Warren projeta IPCA de 4,9% em 2024 e 5,15% ao final do ano que vem.

A análise é corroborada por Fernandes, da Quantitas: "o grosso do efeito da última desvalorização vai pegar na inflação ao longo de 2025, com bens e alimentos sendo os vilões. Os serviços já estavam altos e vão continuar altos", diz o economista. Ele trabalha com um cenário em que o IPCA sai de 4,8% no fim de 2024 e vai a 5,5% no encerramento de 2025. "Esse 0,7 pp a mais majoritariamente reflete alimentos e bens, que é aquilo que está sendo muito influenciado pelo câmbio", emenda.

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Campos Neto afirma que 'deu um exemplo de transição suave' no comando do BC

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que "deu um exemplo de transição suave" durante o processo de mudança do comando da autarquia para Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O mandato de Campos Neto termina no próximo dia 31, e Galípolo assumirá definitivamente o cargo em 1º de janeiro, na primeira passagem de bastão após a aprovação da autonomia operacional.

"A gente sabia que essa autonomia é muito testada, é a primeira mudança de governo dentro de uma autonomia, então isso é super importante", afirmou Campos Neto, em uma live de despedida no canal do BC, na tarde desta sexta-feira. "A gente teve muito ruído nessa transição, mas eu acho que a minha parte para contribuir com esse processo é fazer uma transição suave, e a gente está dando o exemplo de uma transição que é muito suave."

Na quinta-feira, durante uma entrevista coletiva, Campos Neto e Galípolo relataram que, nos últimos meses, o papel do futuro presidente do BC nas decisões da autarquia tem crescido. Galípolo é hoje diretor de Política Monetária, mas já teve um peso maior na última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), por exemplo.

Campos Neto relembrou que gostaria de ter aprovado a "autonomia total" do BC, que inclui, além da independência operacional, a financeira, orçamentária e administrativa. Sem essas dimensões, a própria autonomia operacional pode ficar em xeque, porque pode haver constrangimentos pela via financeira, ele disse.

"Eu acho que, para ter uma blindagem melhor do ciclo político, precisa ter autonomia financeira e administrativa. Então, acho que a gente caminhou muito no sentido da blindagem, mas a gente precisa avançar um pouco mais. Lembrando que a blindagem vem também com experiência e com tempo e com os enfrentamentos que são naturais", afirmou o presidente do BC.

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São Paulo tem primeira loja-conceito da Tiffany na América Latina

FELIPE BRAMUCCI
FLORIANÓPOLIS, SC (FOLHAPRESS) - A Tiffany & Co, marca de joias pertencente ao grupo LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy), maior conglomerado global de varejo de luxo, inaugurou na última quarta-feira (18) sua primeira loja de destaque na América Latina, no shopping Iguatemi, em São Paulo.

Com dois andares e 408 m², a loja-conceito, também chamada de flagship, é inspirada na icônica unidade da Quinta Avenida, em Nova York (EUA). O estabelecimento é adaptado para atender o estilo da clientela brasileira.

Projeções da Euromonitor estimam que o setor alcance R$ 35 bilhões em 2024 no mercado brasileiro. Para Mariana Cerone, professora do Hub de Luxo da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), o aumento da digitalização, a valorização de acessórios como investimentos e a retomada do consumo em grandes centros urbanos pós-pandemia são fatores que impulsionam essa demanda.

Para Roseli Morena Porto, professora da FGV (Fundação Getulio Vargas) e especialista em varejo de luxo e moda, a inauguração da flagship é estratégia para consolidar a imagem da marca no Brasil.

A inauguração é um marco significativo na parceria de mais de 20 anos entre o shopping e a joalheira, segundo Cristina Betts, CEO do Iguatemi. "Os brasileiros têm aderido a essas marcas, atraídos por benefícios como acesso direto, personalização e experiências exclusivas. Ao mesmo tempo, as grifes globais reconhecem a importância de se conectar de forma mais próxima com esse público", diz.

Para Glauco Humai, presidente da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), o segmento de luxo tem se tornado cada vez mais atrativo para os shoppings brasileiros.

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Carro que custa o equivalente a R$ 45 mil conquista nota máxima em segurança na Índia

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um autêntico carro popular conquistou nota máxima no teste de colisão promovido pelo Global NCAP (organização que avalia a segurança dos automóveis por meio de crash tests).

O modelo foi o sedã compacto Suzuki Dzire, que é produzido e vendido na Índia. O veículo é comercializado pelo equivalente a R$ 45 mil naquele mercado, concorrendo com o Citroën C3.

O carro marca a evolução da Maruti, que produz os carros indianos da marca japonesa. Em testes realizados há três anos, outros veículos da montadora receberam nota mínima ou apenas uma estrela de cinco possíveis na mesma avaliação.

O Dzire é equipado com controles de tração e de estabilidade, seis airbags e assistente de partida em rampa desde a versão mais simples.

Seu motor 1.2 a gasolina tem 81 cv de potência, sendo equivalente às opções 1.0 flex disponíveis no Brasil. Não é muito, mas o baixo peso (920 quilos na opção de entrada) deve colaborar para um bom desempenho.

Há quatro versões disponíveis na Índia, e a mais cara custa o equivalente a R$ 69 mil. Essa opção vem com teto solar elétrico, faróis com LEDs, saída traseira do ar-condicionado e rodas de 15 polegadas.

Embora tenha carroceria sedã, o tamanho do Dzire é equivalente ao de um hatch compacto nacional. O modelo indiano tem 3,99 m de comprimento, mesma medida do Fiat Argo. O porta-malas do Suzuki comporta 382 litros de bagagens.

Com base nos valores cobrados por modelos disponíveis tanto no Brasil como na Índia, é possível calcular que, caso fosse comercializado no mercado nacional, o Suzuki Dzire custaria aproximadamente R$ 75 mil. Seu motor seria 1.0 flex, para se encaixar em uma faixa menor de tributação.

O Citroën C3, por exemplo, é anunciado por R$ 77.590, mas comercializado por a partir de R$ 70.590. O modelo, que é equipado com airbags frontais e controle e estabilidade, recebeu nota zero no crash test promovido pelo Latin NCAP em 2023.

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Lula diz que jamais vai interferir no trabalho de Galípolo no BC

MARIANNA HOLANDA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (20) que Gabriel Galípolo estará na presidência do Banco Central por confiança dele, e nega interferência em seu futuro mandato.

A declaração foi feita em vídeo publicado nas redes sociais do chefe do Executivo, ao lado de Galípolo, e dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento).

Nesta sexta, o Banco Central fez mais um leilão extraordinário de dólares. Desde o último dia 12, foram injetados US$ 27,76 bilhões pela autoridade monetária no mercado de câmbio -maior valor já registrado em um mês.
O dólar abriu o dia em queda e, às 9h07, estava cotado a R$ 6,0859. Depois da primeira atuação do BC, a moeda norte-americana foi puxada para baixo. Às 9h53, caía 1,18%, sendo cotada a R$ 6,051

As declarações de Lula também ocorrem no momento em que o Congresso conclui a votação do pacote de corte de gastos no Congresso. Os parlamentares desidrataram as medidas, mas concluíram a análise delas nesta sexta.

Em sua fala, Lula disse ainda que Galípolo será o presidente com mais autonomia que o Banco Central já teve e destacou seu "compromisso com o povo brasileiro". A fala é uma crítica indireta ao atual presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.

"E quero te dizer que você será certamente o mais importante presidente do BC que esse país já teve, que vai ser o presidente com mais autonomia que o BC já teve, porque tenho certeza que sua qualidade profissional, experiência de vida e seu compromisso com povo brasileiro, certamente, você vai dar uma lição de como é que se governa o BC com a verdadeira autonomia", disse.

O mandatário sempre criticou a atuação dele, que disse desagradar o país, pela condução da política de juros. Na reunião de dezembro, o BC surpreendeu com uma alta de 1 ponto percentual dos juros, de 11,25% para 12,25% ao ano, e sinalizou mais dois aumentos da mesma magnitude nas próximas reuniões do Copom. Se esse cenário se confirmar, a taxa Selic vai a 14,25%.

O vídeo foi publicado pouco depois do almoço de confraternização de Lula com ministro no Palácio da Alvorada. A gravação foi feita no local, mas Galípolo não aparece na foto oficial de fim de ano da Esplanada.

Ao mesmo tempo que o Planalto divulgou o vídeo, Roberto Campos Neto fazia transmissão de despedida do cargo nas redes sociais do BC.

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Pacote Fiscal: Veja o que o Congresso manteve ou alterou nas medidas do governo

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Após uma rodada de votações na Câmara dos Deputados, o Senado concluiu nesta sexta-feira, 20, na última sessão legislativa do ano, a votação do pacote de ajuste fiscal apresentado pelo governo federal com medidas para contenção de gastos.

Inicialmente, o governo estimava um impacto econômico de R$ 71,9 bilhões em dois anos com as medidas enviadas ao Legislativo. Após as modificações feitas pelo Congresso, o potencial foi reduzido para R$ 70 bilhões.

O Executivo enviou ao Congresso um pacote contendo três propostas: um projeto de lei, que muda a regra do salário mínimo e estabelece mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC); um projeto de lei complementar, que cria "reforços" ao arcabouço fiscal e traz regras para emendas parlamentares; e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que traz alterações no abono salarial e no Fundeb, disciplina os chamados "supersalários", prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) e autoriza ajuste orçamentário em subsídios e subvenções.

A PEC foi promulgada nesta sexta pelo Congresso durante sessão solene. Já os projetos precisam ainda ser sancionados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Veja o que foi mantido ou alterado pelo Congresso:

Salário mínimo

Foi mantido o trecho que determina que o reajuste real do salário mínimo nunca crescerá acima da regra de cálculo das despesas totais do orçamento. Pela proposta, o salário mínimo continuará sendo corrigido pelo valor acumulado do INPC até novembro mais a variação do PIB de dois anos antes, mas limitado à regra do arcabouço fiscal a cada ano - que estabelece o crescimento da despesa a 70%, ou 50%, da variação da receita nos 12 meses anteriores, com variação entre 0,6% e 2,5% ao ano acima da inflação.

Fundeb

Foi retirado autorização para que a União, a partir de 2026, abata do Fundeb a despesa com educação em tempo integral. O texto estabelece que em 2025, até 10% - e não 20% como proposto pelo governo - de complementação da União ao Fundeb poderá ser empregado em manutenção de matrículas em escolas públicas de tempo integral. Já a partir de 2026, de acordo com o texto, no mínimo 4% da complementação dos Estados e municípios ao Fundeb deverá ir para esse mesmo tipo de despesa.

A expectativa é de que, a partir de 2026, o governo federal deixará de gastar com manutenção das matrículas em educação básica em tempo integral, que é uma despesa discricionária (não obrigatória). Esta responsabilidade passará a ser dos Estados e municípios, com recursos da transferência que a União já faz obrigatoriamente ao Fundeb.

Os senadores fizeram apenas uma modificação em relação ao texto da Câmara e decidiram suprimir um trecho que determinava que Estados e municípios poderiam destinar recursos do Fundeb para financiamento de programas de alimentação escolar para a educação básica.

Supersalários

A PEC aprovada pelo Congresso prevê que o tema envolvendo os chamados "supersalários", ou seja, as exceções ao teto remuneratório do funcionalismo público, será disciplinado em lei ordinária, e não em lei complementar, como proposto pelo governo. A lei ordinária exige um número menor de votos para ser aprovada. Foi retirado também o trecho que citava que "somente" as parcelas previstas em lei poderiam ser excetuadas dos limites remuneratórios.

Foi incluído ainda um dispositivo para deixar claro que as indenizações continuarão sendo pagas até a edição da lei. De acordo com o trecho, enquanto não for editada a lei ordinária, as parcelas de caráter indenizatório não serão computadas para efeito dos limites remuneratórios.

DRU

O Congresso manteve a proposta de prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU). O texto determina que são desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2032, 30% da arrecadação da União relativa às contribuições sociais, sem prejuízo do pagamento das despesas do Regime Geral de Previdência Social, às contribuições de intervenção no domínio econômico, às taxas e às receitas patrimoniais.

Execução orçamentária

O Congresso retirou o dispositivo incluído pelo governo que previa a revogação dos parágrafos 10 e 11 do artigo 165 da Constituição. Um deles cita que a "administração tem o dever de executar as programações orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade". Já o segundo dispositivo está relacionado à forma de execução das emendas.

Abono salarial

O Congresso manteve as alterações nas regras de concessão do abono salarial, benefício no valor de um salário mínimo hoje pago a trabalhadores que recebem no máximo dois mínimos mensais. O texto define que serão elegíveis à política quem ganha até duas vezes o salário mínimo do ano base

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Ibovespa termina o dia em alta de 0,75% após Lula garantir autonomia de Galípolo

Depois de cambalear na primeira parte da sessão desta sexta-feira de vencimento de opções sobre ações, a Bolsa conseguiu ganhar tração à tarde e recuperar o nível dos 122 mil pontos. O principal motivo foi a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, será o chefe da autarquia com "mais autonomia" que a instituição já teve. Também houve viés positivo com a aprovação do pacote de ajuste fiscal no Congresso, ainda que desidratado.

A referência da B3 renovou sucessivas máximas após Lula publicar um vídeo ao lado de Galípolo, mencionando que o futuro presidente do BC assumirá o cargo por uma "relação de confiança minha e de toda a equipe do governo".

O Ibovespa terminou o dia em 122.102,15 pontos, avanço de 0,75%. Na semana, contudo, houve perda de 2,01%.

Segundo o sócio fundador da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno, o pronunciamento de Lula reforça o compromisso do governo com a autonomia do BC, dando maior credibilidade a Galípolo. "A virada mais forte do Ibovespa veio após pronunciamento de Lula junto a Galípolo. Deu aquele ímpeto a mais", comenta.

Para a Fitch Ratings, em relatório publicado nesta tarde, o aperto monetário agressivo do BC em dezembro (alta de 1 ponto porcentual), elevando a Selic a 12,25% ao ano, demonstra claramente sua independência. "Além disso, sua unanimidade na decisão e forward guidance para as próximas reuniões sinalizam continuidade e previsibilidade, mesmo com a mudança de três membros do conselho, incluindo o presidente, no final do ano."

As maiores quedas do índice hoje foram Automob (-10,64%) e Caixa Seguridade (-3,81%), todas revertendo lucros recentes. Na ponta positiva, destaque para ações cíclicas: Vamos (+6,61%) e Assaí (+6,07%).

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Em almoço com ministros, Lula indica que quer pacificação com mercado e que entende juro alto

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, indicou, em almoço com ministros nesta sexta-feira, 20, que quer uma espécie de pacificação entre seu governo e o mercado financeiro. Em uma inflexão de discurso, ele disse entender o motivo de as taxas de juros estarem altas - apesar de se incomodar com elas. Também mencionou que o governo não pode gastar mais do que arrecada.

Lula deu as indicações em pronunciamento que fez no evento, fechado à imprensa, no Palácio da Alvorada.

As informações apuradas pelo Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) contemplam o sentido das declarações, não as palavras exatas usadas pelo presidente.

O mercado financeiro tem demonstrado desconfiança com a capacidade do governo de cortar despesas. Nas últimas semanas houve uma escalada do dólar em relação ao real e esse receio da Faria Lima foi um dos motivos.

O almoço desta sexta-feira teve a participação do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Lula gravou um vídeo com Galípolo em que dizia confiar no próximo presidente da autoridade monetária e que não tentará fazer intervenções no órgão.

Galípolo e Lula têm ótima relação. Isso é um contraste com o atual presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.

O grupo político do petista identifica Campos Neto como bolsonarista. Tanto Lula quanto seus auxiliares criticaram o chefe do BC diversas vezes por causa das taxas de juros.

A indicação de Lula sobre entender o motivo de os juros estarem altos podem sugerir uma relação menos conflituosa com a próxima diretoria da autoridade monetária.

O Banco Central já indicou que haverá novos aumentos dos juros nos próximos meses.

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