Entenda a PEC da “privatização das praias” que está no Senado

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 3 de 2022 que tramita no Senado Federal gerou discussão nas redes sociais sobre a transferência dos terrenos de marinha, sob domínio da União, para empresas privadas. A proposta ganhou holofotes depois que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa Legislativa marcou uma audiência pública para discutir o tema.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) é o relator da matéria na CCJ do Senado. Durante a audiência pública, realizada na segunda-feira (27/5), o parlamentar se posicionou favorável ao tema que, segundo ele, irá atingir 521 mil propriedades cadastradas pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU).

“Os prefeitos conhecem mais a situação dos municípios do que nós aqui do Senado. É um fato: a PEC não privatiza praias”, destacou Flávio Bolsonaro.

A PEC de autoria do ex-deputado federal Arnaldo Jordy (Cidadania-PA), se sancionada, revogaria um trecho da Constituição e autorizaria a transferência dos territórios de Marinha, de forma gratuita, para habitações de interesse social e para Estados e municípios, onde há instalações de serviços.

“Fica vedada a cobrança de foro e de taxa de ocupação das áreas de que trata o art. 1º desta Emenda Constitucional, bem como de laudêmio sobre as transferências de domínio, a partir da data de publicação desta Emenda Constitucional”, diz trecho da proposta.

Atualmente, as praias pertencem à União e são geridas pela SPU, ligada ao Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, que se posicionou contrário à aprovação da matéria.

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Com ministérios, PP, Republicanos e União se afastam do PT nas capitais e optam pelo PL

Com cinco ministérios no governo Lula, PP, Republicanos e União Brasil não só apoiarão candidatos a prefeito contra o PT nas capitais como também estarão na mesma aliança do PL, de Jair Bolsonaro, em municípios tidos como prioritários pelo partido do presidente. Em dez cidades, num rol que inclui São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre, pelo menos um dos três partidos estarão com bolsonaristas contra petistas. Já o inverso só está previsto para acontecer nas disputas do Rio, Fortaleza e Recife. Nas outras cidades, ou há indefinição de cenário ou as legendas do Centrão estarão em alianças opostas às siglas do ex e do atual presidente.

Na maior parte desses casos, os partidos com cargos no governo federal e o PL apoiam políticos que já são prefeitos ou são pré-candidatos considerados competitivos. Uma das cidades mais emblemáticas do afastamento é São Paulo. Lá, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) já tem a promessa de apoio do PL, PP e Republicanos e deve conseguir também o endosso do União Brasil. Do outro lado, o PT e Lula apoiam o deputado Guilherme Boulos (PSOL).

Em Salvador acontecerá algo parecido. O prefeito Bruno Reis (União Brasil) terá o apoio do PL, do PP e do Republicanos. Na capital baiana, o PT apoia Geraldo Júnior (MDB). O mesmo cenário se repete na tentativa de reeleição do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), que também deve reunir os quatro partidos e enfrentará o petista Lela Faria.

O prefeito de Maceió, JHC (PL), também deverá ter em sua coligação PP, União Brasil e Republicanos. Tião Bocalom (PL), que tenta se reeleger em Rio Branco, já tem o endosso de duas dessas legendas, restando a indefinição do Republicanos.

Uma exceção é Recife, cujo prefeito João Campos (PSB), que deve ter o endosso do PT, já tem o apoio do Republicanos e do União Brasil e ainda tenta conquistar o PP. Também há sincronia entre o cenário nacional e local em Fortaleza, cujo pré-candidato petista é o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão, que já tem a promessa de apoio do PP e do Republicanos, mas vai enfrentar Capitão Wagner (União Brasil).

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que deverá ser apoiado pelo PT, tem o Republicanos em sua base na prefeitura e tenta ainda amarrar uma aliança com o União Brasil e o PP.
Olho em 2026

Os três partidos estão à frente de ministérios com peso na Esplanada. O União Brasil indicou os titulares do Desenvolvimento Regional (Waldez Góes), Comunicações (Juscelino Filho) e Turismo (Celso Sabino), enquanto o Republicanos comanda Portos e Aeroportos (Silvio Costa Filho). O PP, por sua vez, ficou com o Esporte (André Fufuca).

Após um péssimo resultado em 2020, quando saiu das urnas sem estar à frente de nenhuma capital, o PT tenta usar a força da máquina do Executivo para retomar espaço nos municípios — tarefa que enfrenta barreiras nos próprios aliados a nível federal. Além disso, vê adversários tentaram usar a via municipal para fortalecer laços na tentativa de derrotar a gestão petista em 2026.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do partido, é um dos maiores apoiadores de uma aliança nacional que envolva sua legenda, PL, Republicanos e União Brasil para o próximo ciclo presidencial. De acordo com ele, as alianças nas capitais servem como indicativo para uma aglutinação em uma candidatura presidencial de oposição a Lula.

Além disso, Nogueira tenta amarrar uma federação com PP, União Brasil e Republicanos, o que tem esbarrado em divergências regionais.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, reconhece que o cenário de desalinhamento com as legendas não é o ideal, mas descarta vinculação com a eleição nacional de 2026 e diz que é esperado dos três partidos que sejam base de Lula no Congresso e apoiem a reeleição do presidente. Mesmo no Parlamento, no entanto, a aliança é frágil, como mostram as derrotas do governo sobre a saída temporária de presos e a disseminação de notícias falsas eleitorais.

— Acho que fica (estranho), mas aliança para as eleições municipais nunca foi condição para a composição da base de apoio no Congresso. Nós também temos poucos apoios a candidatos destes partidos e todos eles têm como condição o apoio a Lula em 2026 — disse Gleisi.

Por outro lado, o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, justifica o descompasso entre a aliança nacional e os apoios municipais pelo fato de o PT não ter investido tanto em nomes próprios:

— O PT não vai ter candidatura própria em quase nenhuma capital.

Até agora, o partido de Lula definiu pré-candidaturas próprias em apenas 12 capitais. Como mostrou o GLOBO, o PT deve lançar em 2024 o menor número de candidatos do partido dos últimos 32 anos.

Candidaturas próprias

Rueda também evitou falar que há enfrentamento com o PT e disse que o União Brasil tem como prioridade ter candidaturas próprias. São 18 lançadas pelo partido, mas, em algumas delas, como em São Paulo e no Rio, pode haver intervenção para apoiar os atuais prefeitos — Ricardo Nunes (MDB) e Eduardo Paes (PSD), respectivamente.

Outra justificativa dada por dirigentes partidários é que as alianças nas eleições municipais são feitas por pragmatismo e que o PT hoje não se apresenta competitivo em quase nenhuma capital.

Dentro do Republicanos, o entendimento é que o comando nacional da legenda não interfere nas definições municipais e que é dada liberdade para diretórios decidirem. Integrantes do partido, presidido pelo deputado Marcos Pereira (SP), também negam que haja confronto com o PT e dizem que é cedo para definir se vão apoiar a reeleição do presidente ou oposição em 2026.

A avaliação é que, dentro da sigla, é precipitado fazer qualquer previsão, pois ainda há a possibilidade de o comando nacional do Republicanos mudar. Se Pereira, que é pré-candidato a comandar a Câmara, conseguir vencer a disputa no ano que vem, ele já acordou que o deputado Hugo Motta (PB), líder da legenda na Casa e atual primeiro vice-presidente da sigla, vai assumir o comando.

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Kelps diz ter mudado de ideia sobre Carlos Eduardo e não descarta ser vice: ‘Gestões dele foram aprovadas’

Cotado para ser candidato a vice de Carlos Eduardo (PSD) nas eleições deste ano em Natal, o ex-deputado estadual Kelps Lima (Solidariedade) não descarta uma composição com o ex-prefeito, apesar das divergências e das duras críticas do passado.

Em entrevista ao programa 12 em Ponto, da 98 FM, nesta sexta-feira (31), Kelps declarou que mudou de ideia sobre Carlos Eduardo e que não pode ser “teimoso” em suas análises. Ele afirmou que a população já manifestou nas urnas ter aprovado as gestões anteriores do ex-prefeito.

O ex-deputado registrou que, em 2016, quando chamava a gestão de Carlos Eduardo de “quadrada” e “analógica” e defendia uma renovação política na Prefeitura do Natal, ele perdeu a eleição no primeiro turno – naquela ocasião, Carlos Eduardo foi reeleito.

“Eu perdi a eleição no primeiro turno para Carlos Eduardo. A população disse: ‘eu não concordo com o que você está defendendo’. Quem disse isso foi a população, que elegeu ele, o sucessor dele (Álvaro Dias). Eu sempre fiz críticas administrativas. Todos os palanques vão ter pessoas que criticaram outras no passado. Um pouco sim (mudou de ideia sobre Carlos Eduardo). As gestões dele foram muito aprovadas. Não posso ser teimoso. Eu discordo, o que é diferente. Discordo de coisas até dentro do meu partido”, afirmou Kelps Lima.

Questionado sobre a possibilidade de ser vice de Carlos Eduardo, Kelps declarou que isso ainda não foi tratado, mas que a possibilidade de composição existe porque o ex-prefeito se posiciona, segundo ele, no seu mesmo campo político, ao ser oposição tanto à governadora Fátima Bezerra (PT) quanto ao prefeito Álvaro Dias (Republicanos).

Kelps afirmou que as conversas começaram a progredir mais depois que Álvaro Dias formalizou apoio a Paulinho Freire (União Brasil). Com isso, ficou configurado que Carlos Eduardo ficará mesmo na oposição.

“Esperamos as pedras se encaixarem. Havia um movimento no tabuleiro muito importante, que era quem o prefeito Álvaro Dias iria apoiar. Mas nem houve convite nem oferecimento (para ser vice). A gente é experiente e sabe que a definição é final de julho, início de agosto”, enfatizou o ex-deputado estadual.

Kelps registrou que o Solidariedade e o PSD estão alinhados em cidades importantes, e que isso favorece a articulação de Natal. Ele citou o caso de Parnamirim, onde o PSD apoia a candidatura de Professora Nilda (Solidariedade). E o caso de São Gonçalo do Amarante, onde o Solidariedade vai indicar o vice de Jaime Calado (PSD).


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Projeto que taxa compras internacionais precisa de tempo de discussão, diz Pacheco

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quarta-feira (29) que vai priorizar na próxima semana a votação da proposta que cria o Mover (Programa de Mobilidade Verde e Inovação) e tributa compras internacionais online de até US$ 50 (cerca de R$ 250). Apesar disso, disse que o tema precisa de tempo de debate para que os senadores entendam o projeto. A ideia é que a matéria seja discutida com líderes no início da próxima semana, após o feriado, para acordar o regime de tramitação, se deve passar por comissões ou será votado diretamente no plenário.

“Vamos fazer uma ponderação para determinar se será possível levar o projeto diretamente ao plenário do Senado Federal, permitindo que todos os senadores tenham tempo para se debruçar sobre o projeto e entendê-lo da melhor forma possível, possibilitando a adição de emendas e destaques eventuais. Acredito que, na próxima semana, conseguiremos priorizar essa pauta”, afirmou em conversa com jornalistas.

Pacheco afirmou que os senadores precisam de tempo para avaliar a matéria para evitar que o Senado se transforme em uma “casa carimbadora”. “Faremos todas as avaliações dos dispositivos contidos no projeto de lei que serão analisados, mas os dois temas são relevantes, tanto o tema do programa [Mover] quanto a questão da taxação [das compras online], que também foi amplamente debatido na Câmara. É muito importante se dar tempo para fazer uma decisão refletida”, completou.

O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) será o relator da proposta no Senado. Pelo texto aprovado na Câmara, a alíquota do Imposto de Importação será de 20%. Além disso, ficou mantida a alíquota de 60% para valores entre US$ 50,01 e US$ 3.000 (cerca de R$ 16.500 mil).

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Ceará teve 3 assassinatos de pré-candidatos a vereador em 12 dias

Em menos de duas semanas, 3 pré-candidatos a vereador foram mortos no Ceará em 2024. De 28 de abril a 9 de maio, morreram os vereadores Cesar Araújo Veras (PSB) e Erasmo Morais (PL), e o pré-candidato Geilson Pereira Lima (PL), diante de suspeitas de crime político e revanchismo com governos locais.

O 1º caso se deu em Camocim, litoral do Estado, em 28 de abril. Cesar Araújo Veras, de 51 anos, foi golpeado com uma faca por um garçom enquanto aguardava atendimento em um restaurante. O político, que já estava no seu 4º mandato como vereador, morreu no local.

Segundo a SSPDS-CE (Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará), o suspeito ainda feriu outros 2 homens, que foram encaminhados para atendimento médico. Um deles é o proprietário do estabelecimento. O suspeito tentou fugir do local, mas foi preso no mesmo dia por equipes da Polícia Militar do Ceará.

Ele foi autuado em flagrante por homicídio qualificado, além de duas tentativas de homicídio, e segue preso. A Delegacia Regional de Sobral, responsável pela ocorrência, encerrou o inquérito e encaminhou o processo ao TJ-CE (Tribunal de Justiça do Ceará).

No caso de Cesar Araújo, o crime por conotação política foi descartado pela investigação policial. Ao ser indagada pelo Poder360 sobre quais outras suspeitas haviam sido levantadas sobre a motivação do assassinato, a SSPDS do Estado não respondeu.

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42% dos deputados avaliam Lula negativamente; 32% aprovam, diz pesquisa Quaest

Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (22/5) aponta que 42% dos deputados federais avaliam o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como negativo. Os que consideram positivo somam 32%. Outros 26% veem a gestão do petista como regular.

O levantamento, encomendado pela Genial Investimentos, ouviu 183 deputados federais (35% do total), levando em consideração os estratos de região e posicionamento ideológico dos partidos. A margem de erro é de 4,8 pontos percentuais.

Em agosto de 2023, a sondagem do mesmo instituto registrava 35% de avaliação positiva; 33% negativa; e 30% regular.

A pesquisa também perguntou aos deputados se eles consideram que o país está indo na direção certa ou errada. Os que responderam a primeira opção foram 38%, enquanto 52% avaliam que o país vai na direção errada. Outros 10% não souberam ou não responderam.

No que diz respeito à relação do governo com o Congresso Nacional, 43% dos políticos ouvidos avaliaram como negativa; 33% como regular; e 22% como positiva.

Além disso, 64% consideram que o governo dá menos atenção aos parlamentares do que deveria. Outros 27% avaliam que dá a atenção devida. Apenas 4% dizem que dá mais atenção do que deveria. 5% não souberam ou não responderam.

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Allyson perde aliados e vê pré-campanha esquentar

A aliança política construída em torno da eleição do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), vem sendo toda desfeita ao longo de três anos e meio do primeiro mandato. Às vésperas da campanha ao pleito de 6 de outubro, que começa após 5 de agosto com o fim do prazo de realizações das convenções partidárias para escolha de candidatos aos cargos de prefeito e vereador em 167 municípios do Rio Grande do Norte, o chefe do Executivo tentará a reeleição sem apoios de cinco aliados de primeira hora na campanha de 2020, a começar do rompimento político do vice-prefeito João Fernandes de Melo Neto, o “Fernandinho das Padarias”, ocorrido já no primeiro ano de gestão, que era filiado ao PSD e ingressou no MDB.

Em dezembro de 2021, o prefeito Allyson Bezerra demitiu todas as pessoas indicadas por “Fernandinho das Padarias”, que hoje não tem nem gabinete de trabalho, dos cargos que ocupavam na vice-prefeitura, inclusive sua sogra Francisca Nilza Batista.

O motivo seria o fato do prefeito de Mossoró discordar do posicionamento do vice de tentar alçar voos políticos. “Não resolvi ser pré-candidato a deputado estadual do nada, apenas entendi que poderia ofertar bem mais ao cidadão mossoroense do que sentado na cadeira de vice-prefeito”, chegou a dizer em nota, à época, “Fernandinho das Padarias”, que terminou disputando eleição à Câmara dos Deputados, obtendo 5.626 votos no pleito de 2022.

A dissidência do vice-prefeito abriu uma sequência de perdas de apoios, inclusive na Câmara Municipal de Mossoró, onde o prefeito Allyson Bezerra vangloria-se de ter filiado 14 vereadores em março deste ano, uma maioria que chegou a ser de 19 de uma bancada de 23 vereadores na Casa, no início da gestão em 2021.

Eleitos ao lado do prefeito para o primeiro mandato legislativo pelo mesmo partido, o Solidariedade, os vereadores Paulo Igo (MDB) e Tony Fernandes (Avante) foram os primeiros a sair da bancada da situação, pois já vinham discordando de algumas medidas administrativas do prefeito em fins de 2021.

Mas o estopim para o rompimento político veio entre fevereiro e março do ano seguinte, segundo Fernandes: “Não concordamos com a votação e aprovação dar reforma previdência sem ouvir os servidores municipais”.

No entanto, Fernandes disse “houve mesmo um rompimento político e administrativo”, porque o próprio prefeito o “pediu para desistir da campanha” a deputado estadual em 2022, quando teve 19.405 votos, dos quais 15.647 sufrágios somente em Mossoró, pouco menos do que o candidato apoiado pelo prefeito, o ex-vereador Soldado Jadson, que obteve 17.681 votos dos mossoroenses.

Já o primeiro sinal de abandono dos aliados de primeira hora foi dado em março de 2021, quando Allyson Bezerra deslocou o ex-prefeito de Olho d’Água dos Borges e ex-candidato a governador Breno Queiroga da Secretaria Municipal de Infraestrutura, Meio Ambiente, Urbanismo e Serviços Urbanos para uma recém-criada pasta extraordinária, praticamente sem orçamento, a de Projetos e Programas de Governo, onde ficou, mesmo assim, até março de 2022, quando saiu para tentar disputar o governo do Estado pelo partido Solidariedade, que terminou indicando o ex-vice-governador Fábio Dantas.

“Breno Queiroga não tinha verba e nem birô”, recorda o vereador Tony Fernandes, que se lançou pré-candidato a prefeito de Mossoró e já tem o apoio do vereador Paulo Igo, o qual havia lhe apoiado para deputado estadual em 2022.

Além do engenheiro Breno Queiroga, o prefeito Allyson Bezerra perdeu aliados políticos sem mandatos, como o empresário Tião Couto, que chegou a disputar a prefeitura de Mossoró e o Governo do Estado, bem como o ex-vereador Genivan Vale, que estava decidido a cuidar de negócios na iniciativa privada, mas atendendo apelo do presidente estadual do Partido Liberal (PL), senador Rogério Marinho, lançou-se pré-candidato a prefeito de Mossoró.

A mais recente deserção do grupo político do prefeito foi a do presidente da Câmara Municipal de Mossoró, vereador Lawrence Amorim (PSDB), cuja pré-candidatura a prefeito no segundo maior colégio eleitoral do Estado (184.488 eleitores), atrás de Natal (578.625), foi lançada pelo presidente estadual do partido e da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ezequiel Ferreira, que pediu aos institutos de opinião pública a inclusão do seu nome nas pesquisas de intenções de votos por ocasião da visita do presidente da Executiva Nacional, Marconi Perillo, ao Rio Grande do Norte em 10 de maio.

Em “live” nas redes sociais na segunda-feira (13), Lawrence Amorim disse, claramente, que foi “chutado” por Allyson Bezerra, que negou qualquer proposta de acordo sobre a negociação de uma dívida de R$ 11 milhões da Câmara com o município, em razão de mudanças de índice de duodécimo (valor a ser repassado mensalmente ao legislativo), que caiu de 6% para 5%.

Denúncias da corrupção incomodam

A oposição ao prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) tende a crescer a cada dia em Mossoró diante da crise administrativa e denúncias de corrupção no município, como abordou a deputada Isolda Dantas (PT) em pronunciamento na quinta-feira (16), na Assembleia Legislativa. “Tem coisa que a gente precisa trazer o outro lado da versão e da moeda”, disse a parlamentar, rebatendo em plenário o deputado estadual Neilton Diógenes (PP) por tecer elogios à gestão municipal: “Acho que essa Mossoró deve ser só no celular e na rede social, porque não é a Mossoró que eu moro”.

Para a deputada Isolda Dantas, a Mossoró de hoje “é da digital influencer do prefeito”, porque “o tempo que passa em rede social, certamente, deve ser maior do que se preocupa com os problemas de Mossoró”. Isolda Dantas diz que, na realidade, Mossoró atualmente “vive de sucessivas denúncias de corrupção profunda”, que já chegam a quatro casos, “sem do nível de rotatividade dos secretários”.


A deputada do PT citou a condenação por falsidade ideológica do “ex-braço direito” do prefeito, o advogado Kadson Eduardo de Freitas, que “passou meses nos cargos (Planejamento e Cultura) de forma indevida”, porque em Mossoró “tem uma lei, que pessoas condenadas não podem assumir cargos no Executivo”.

“Recentemente fomos surpreendidos por áudios de também ‘homem forte’ na cultura por possível superfaturamento no Mossoró Cidade Junina”, aludiu a deputada Isolda Dantas em relação ao ex-auxiliar do prefeito, Thiago Bento, durante a contratação de artistas para o patrimônio cultural “Chuvas de bala no país de Mossoró” e que, por isso, “teve de ser exonerado”.

Ela também exemplificou o contrato com uma empresa no valor de R$ 3 milhões, em que vereadores foram atrás do endereço e nada encontraram. “Semana passada ficamos sabendo que um vaso que custava R$ 2,50, estava por R$ 760,00 numa licitação”, contou. “Como falar em transparência numa gestão dessa”, criticou a deputada, que aventou: “Isso é só o começo, eu digo que é a ponta do iceberg, sem falar de outras coisas que estão tramitando”.

Afora isso, Isolda Dantas denunciou o descalabro administrativo na demora na aquisição de um tomógrafo financiado com recursos de emenda de um deputado, “passou 630 dias encaixado, começou a pressão, o prefeito desencaixou”. Outra questão é à compra de um “castramóvel” para atendimento de animais, ao qual destinou emenda em 2020, que “até hoje não saiu do papel”.

Segundo a deputada, o prefeito “cria fatos para se sobressair”, como ocorreu ao dizer que a Caern tinha uma dívida para com o município: “Quando fomos ver os fatos, a prefeitura devia à Caern mais de R$ 100 milhões”. Agora, continuou a deputada, foi com a Câmara Municipal de Mossoró, dizendo que o Poder Legislativo devia à Prefeitura. “É exatamente o contrário, a Prefeitura deve R$ 14 milhões à Câmara”.

Candidaturas de oposição podem unir forças

Em Mossoró são cinco pré-candidatos da oposição a prefeito, mas existe a possibilidade de união em torno de um projeto político para derrotar o prefeito, é o que defende, por exemplo, a ex-prefeita e ex-vice-prefeita Cláudia Regina, que pretende voltar à Câmara Municipal pelo Progressistas.

“Esse quadro deve convergir até às convenções em agosto”, considera Cláudia Regina, entendendo que é possível que se possa se juntar o grupo “para ter a clareza de quem serão os reais candidatos” ao pleito majoritário.

Mesmo sem citar nomes, ela também disse que existe, na oposição, “a pessoa com capacidade de agregar todas as pessoas em seu entorno, temos grandes nomes”.

Mas Cláudia Regina disse ainda, em entrevista ao canal TCM de Mossoró, no meio da semana, que a ex-governadora e ex-senadora Rosalba Ciarlini, está avaliando com a família e todo o grupo político se volta a disputar a prefeitura, depois da derrota à reeleição em 2020. “Foi necessária uma pausa, quem de nós não precisa de uma pausa, quando perde um ente e se reestruturar a partir de então”, afirmou, quanto ao falecimento do ex-deputado federal Betinho Rosado, cunhado da ex-prefeita Rosalba Ciarlini.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Lawrence Amorim (PSDB), disse que respeitando os pré-candidatos que já existiam antes de se lançar pré-candidatos a prefeito, já conversou com o Avante, Republicanos, MDB, PP e PL e outras legendas. “Não temos como chegar impondo”, avisou, entendendo a necessidade de um projeto único que possa levar à transformação de uma cidade “totalmente abandonada”.

Amorim diz acreditar numa vitória da oposição em outubro, contando que em 2020 Allyson Bezerra tinha o apoio do SD e PSD e de um vereador e hoje já são nove vereadores na oposição.

O vice-prefeito “Fernandinho das Padarias” declarou que se preocupou em formar uma chapa de vereadores no MDB, mas também “é a favor de um trabalho em bloco” para a oposição vencer a eleição majoritária. “Acredito que 70% da oposição marchará unida”, defendeu ele, apelando para que as divergências em nível nacional sejam deixadas de lado em favor de um projeto unificado para Mossoró.

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Petrobras: como foi a conversa em que Lula demitiu Jean Paul Prates

A conversa em que Lula demitiu Jean Paul Prates da presidência da Petrobras, na noite dessa terça-feira (14/5), foi bastante dura, tanto para o presidente quanto para o ex-senador petista. O encontro no gabinete de Lula no Planalto durou cerca de 20 minutos, foi acompanhado pelos ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Alexandre Silveira, das Minas e Energia, e, nas palavras de um interlocutor de Lula, foi “uma das mais difíceis que o petista teve neste governo”. Para Prates não foi muito diferente. Conforme ele comentou ao longo da noite de ontem com diferentes interlocutores, a sensação foi de que foi “humilhado” por Lula.

Lula estava constrangido com a situação. Não explicou a Prates por que Rui Costa e Alexandre Silveira, que tentam desde o ano passado tirá-lo da Petrobras, estavam na reunião. O presidente havia convocado Costa e Silveira poucas horas antes, cedendo a uma pressão que ambos exerciam há meses pela demissão de Prates, sob a alegação de que ele não entregava os resultados de que o país precisa na Petrobras.

Lula não comunicou outros ministros de seu círculo mais restrito de confiança, como Fernando Haddad e Alexandre Padilha, de que a demissão seria ontem. Poucas horas antes, ambos não sabiam de nada. A decisão de demitir Prates estava tomada há semanas, mas a decisão de comunicar Prates daquela maneira sobre a saída passou essencialmente pelo trio que agora, ao lado de Lula, recebia um espantado presidente da Petrobras, pego de surpresa com a presença de seus algozes.

“Eu e você temos visões diferentes sobre a Petrobras”
Lula foi direto e, assim que Prates entrou, disse que havia decidido substituí-lo. “Eu e você temos visões diferentes sobre a importância que a Petrobras tem para o Brasil”, disse Lula, evitando encarar Prates.

“Presidente, desta vez eu vou me permitir discordar do senhor. Das outras vezes em que eu vim aqui e o senhor me apresentou argumentos que chegavam ao senhor contra mim, eu discordava daqueles argumentos. Mas, agora que o senhor disse isso, a discordância é diretamente do senhor”, começou Prates. Lula ouvia calado e assim permaneceu. O agora ex-presidente da Petrobras prosseguiu.

“Quem escreveu cada linha do seu programa de governo na eleição de 2022, nas áreas de energia, petróleo, indústria naval, fui eu. Escrevi baseado em tudo que o senhor ensinou ao longo do tempo, mas aquelas linhas foram redigidas por mim. Como eu não poderia ter a mesma visão do senhor?”, rebateu. Lula, Rui Costa e Alexandre Silveira ficaram calados.

De fato, Prates fez, ao longo da campanha de 2022, dezenas de encontros, grande parte no segundo turno, em São Paulo e no Rio Janeiro, em que prometia a operadores do mercado, agentes de fundos e especialistas que a Petrobras do governo Lula 3 seria do diálogo, ouviria os diferentes segmentos envolvidos com a empresa e não perseguiria acionistas privados.

“Sua decisão me pareceu uma afronta”
Lula disse na sequência que a crise da distribuição dos dividendos da Petrobras, em março, havia sido um ponto relevante para a demissão. “A sua decisão de se abster na questão dos dividendos me pareceu uma afronta”, afirmou

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Camilo diz que greve nas universidades é prejuízo para o Brasil. “Não vejo necessidade”

O ministro da Educação Camilo Santana, afirmou que é contra Greve, e que na greve, quem perde é o Brasil e o alunos. “Prejuízo é para Brasil e para alunos e queremos evitar isso. Mas governo é aberto ao diálogo”, enfatizou.

Em sua terra natal o Ceará, já a deputada Luzianne Lins (PT), sua ex-aliada partidária, defende que professores e universidades mantenham a greve geral por reajuste salarial; “Não é para parar, tem que continuar”.

Professores de universidades, centros de educação tecnológicas e institutos federais das cinco regiões do Brasil exigem reajuste salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06% —a primeira ainda para este ano e outras para 2025 e 2026.

A paralisação teve início com a adesão de 21 instituições e, nesta segunda, chegou a 24 universidades, institutos federais e Cefets. Prestes a se completar um mês da última reunião, o governo federal anunciou uma nova rodada de negociação com os servidores.

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Lula demite Jean Paul Prates da presidência da Petrobras, diz colunista

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comunicou ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que ele está fora da empresa. A informação é da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, e foi publicada na noite desta terça-feira (14).

Segundo Malu Gaspar, Jean Paul Prates se despediu nesta tarde de seus diretores e comunicou à equipe que Magda Chambriard será a nova presidente da Petrobras. Ela foi diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) no governo Dilma Rousseff.

Ex-senador pelo Rio Grande do Norte, Jean estava no cargo desde o início do Governo Lula.

O CEO da Petrobras enfrentou nos últimos meses intensa fritura interna no governo, acumulando disputas com o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

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