Dorme muito e ainda acorda cansado? Saiba o que pode explicar problema

Nem sempre o tempo de sono é sinônimo de descanso e bem-estar. Às vezes, mesmo dormindo mais que as oito horas recomendadas pelos especialistas, é comum acordar como se não tivesse repousado. A sensação de fadiga pode estar relacionada a fatores físicos, hormonais, emocionais e comportamentais.

“Dormir muitas horas não necessariamente significa dormir bem. Repousar por muito tempo e ainda assim acordar cansado pode estar associado a algum distúrbio do sono: a pessoa está dormindo, mas algo atrapalha o descanso. Problemas comuns que levam a cansaço ao acordar são o ronco e apneia do sono”, explica a fisioterapeuta com certificado em sono Raquel Pastrello Hirata Kondo, membro da Academia Brasileira do Sono (ABS).

Para que a noite de sono tenha qualidade, é necessário que o corpo chegue a um estágio profundo de repouso. Grande parte das pessoas que despertam cansadas dormem muitas horas em um estado de sono leve ou fragmentado.

A boa notícia é que, com as dicas certas e acompanhamento adequado, é possível voltar a transformar o sono em momento de relaxamento que traz saúde e bem-estar. Mas, para ter um descanso reparador, é preciso ter rotina e disciplina antes de deitar na cama.

Dicas para dormir bem

  • Estabeleça horários fixos para dormir e acordar, inclusive aos finais de semana.
  • Evite o uso de telas – como celular, TV e computador – pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Mantenha o ambiente escuro, silencioso e confortável para descansar.
  • Faça exercícios físicos com regularidade, mas evite atividades muito agitadas perto do horário de dormir.
  • Práticas como leituras, meditação e exercícios de respiração favorecem o relaxamento antes do repouso.
  • Evite estímulos intensos e pensar em problemas perto da hora de dormir.

Distúrbio silencioso

Entre os principais responsáveis pelo sono não reparador está a apneia obstrutiva do sono, um distúrbio caracterizado por interrupções na respiração enquanto o indivíduo dorme. A neurologista e neuroimunologista Natalia Nasser Ximenes, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, afirma que essas pausas provocam microdespertares – muitas vezes imperceptíveis – que atrapalham o cérebro a mergulhar nas fases profundas do sono.

“Você acaba comprometendo a oxigenação cerebral e, como consequência, o sono não se aprofunda. A pessoa fica a noite inteira praticamente no sono mais superficial e, mesmo dormindo oito ou dez horas por noite, ela acorda com sensação de cansaço”, diz a especialista, que também é membro da Academia Americana de Neurologia.

Hormônios influenciam

Diversos hormônios agem silenciosamente para garantir um descanso de qualidade. Um dos principais é a melatonina, conhecida como hormônio do sono. Produzida pela glândula pineal, ela regula o ritmo circadiano – ciclo natural do organismo que regula processos biológicos, como sono e vigília.

Outro fator que pode acabar com o descanso é o cortisol, o hormônio do estresse. O ideal é que ele esteja alto pela manhã e vá diminuindo ao longo do dia. Quando o contrário ocorre, o sono é afetado.

“A exposição excessiva à luz das telas, como celular e computadores, pode suprimir a produção de melatonina, dificultando o início do sono. Já o ritmo inapropriado do cortisol pode estar ligado a doenças, estresse exagerado ou uso inadequado de medicamentos. Tudo isso prejudica o sono”, afirma a endocrinologista Maria Helane Gurgel, da clínica Exame Medicina Diagnóstica.

Alimentação também pode estar envolvida

O que você come também pode ajudar ou atrapalhar seu sono. Uma alimentação equilibrada com a presença de nutrientes, como magnésio, vitaminas do complexo B, ferro, vitamina D e triptofano, é essencial para o relaxamento muscular, produção de neurotransmissores e regulação do sono.

Rotinas alimentares pobres em nutrientes e ricas em açúcar simples, gorduras saturadas, refrigerantes e industrializados podem desregular os ciclos de descanso do corpo. Refeições pesadas e consumo de álcool ou cafeína perto da hora de dormir também atrapalham.

“Sempre que possível, priorize uma alimentação equilibrada, que contenha folhas escuras, oleaginosas, sementes, proteínas magras, como peixes ricos em ômega 3, e evite açúcar simples e gorduras saturadas”, ensina Maria Helane.

Quando devo procurar ajuda?

Caso o sono não esteja sendo reparador e você acorde cansado, com dor de cabeça, memória ruim ou irritabilidade, é necessário buscar orientação médica. Esses sintomas podem estar ligados a distúrbios que comprometem a qualidade do descanso.

“Outros sinais importantes são roncos ou engasgos ao dormir e necessidade de ir muitas vezes ao banheiro durante a noite, que podem estar associados à apneia do sono. Se a dificuldade para iniciar ou manter o sono está perdurando por meses, é hora de procurar um especialista”, recomenda Raquel.

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Novos estudos mostram prejuízo do uso de vapes para saúde

Quando os vapes começaram a se tornar populares em meados da década de 2010, os pequenos cartuchos traziam grandes promessas. Eles foram apresentados como uma alternativa mais saudável aos cigarros e um caminho para parar de fumar.

Agora, pesquisadores estão começando a entender os perigos dos próprios vapes. Em um estudo do mês passado, por exemplo, uma equipe de cientistas analisou a névoa de vaporizadores populares e encontrou níveis tão altos de metais pesados que um pesquisador pensou que sua máquina havia apresentado defeito. Outros estudos sugeriram que o dispositivo pode afetar o coração, os pulmões e o cérebro.

Especialistas disseram estar preocupados que estudos sobre esse tópico possa se tornar mais difícil após o governo Trump ter fechado uma unidade focada em tabagismo e saúde. O governo também cortou fundos para programas que ajudam pessoas a parar de usar vapes.

Os dados sobre os efeitos de longo prazo na saúde são limitados, porque os dispositivos são relativamente novos e estão em constante evolução. Muitas pessoas que os usam estão na adolescência ou na casa dos 20 anos; pode levar algum tempo até que outros efeitos se tornem aparentes.

Os consumidores também frequentemente usam tanto cigarros quanto vaporizadores, o que dificulta isolar os danos apenas do eletrônico. O uso ainda é menos comum que o uso de cigarros entre adultos americanos, dos quais 4,5% disseram o ter usado em 2021. Quase 8% dos estudantes do ensino médio relataram ter usado vape no último mês em uma pesquisa de 2024.

Mesmo assim, “o bom senso diz —sua mãe diria— que inalar um produto químico superaquecido diretamente em seus pulmões não vai ser bom”, diz James H. Stein, professor de medicina cardiovascular na Escola de Medicina da Universidade de Wisconsin. Cada vez mais, pesquisas apontam para a realidade de que, embora os vapes não contenham os mesmos produtos químicos perigosos dos cigarros, eles trazem seus próprios danos.

PREOCUPAÇÕES CARDIOVASCULARES

Uma tragada de um vape imediatamente estressa o sistema cardiovascular. Sua frequência cardíaca aumenta e seus vasos sanguíneos se contraem, o que pode enrijecer as artérias do coração ao longo do tempo. Quando você usa “o dia todo, repetidamente —você está basicamente andando por aí com pressão alta”, diz Stein. Esses efeitos podem aumentar o risco de desenvolver um ritmo cardíaco irregular, derrame e até um ataque cardíaco.

Quando os vapes aquecem líquidos a temperaturas mais altas, eles podem liberar quantidades maiores de produtos químicos nocivos que podem penetrar nos pulmões, entrar na corrente sanguínea e fluir para o coração, diz Irfan Rahman, pesquisador da Universidade de Rochester Medicine que estuda produtos de nicotina. Os líquidos nos cigarros eletrônicos podem liberar carcinógenos conhecidos, como formaldeído e acetaldeído, quando aquecidos. Estes e outros produtos químicos podem danificar os vasos sanguíneos, provocar inflamação e contribuir para o risco de doenças cardiovasculares.

Quando as pessoas param de usar vape, elas também podem experimentar abstinência de nicotina que pode aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial, acrescenta Stein.

PROBLEMAS PULMONARES

O vape causa inflamação nas vias aéreas e pulmões que pode se tornar crônica, diz Stein. Também pode agravar a asma e os sintomas de doença pulmonar obstrutiva crônica e pode levar a tosse persistente e falta de ar.

Embora ainda não saibamos se causam câncer, que pode levar décadas para se desenvolver, sabemos que eles podem expor os usuários a substâncias associadas ao aumento do risco de câncer. Brett Poulin, professor assistente de toxicologia ambiental na Universidade da Califórnia em Davis, testou três marcas populares de vapes descartáveis e descobriu que elas liberavam altos níveis de níquel e antimônio, metais pesados ligados ao câncer de pulmão. A equipe de Poulin também descobriu que os vapes liberam grandes quantidades de chumbo, uma neurotoxina.

Produtos químicos usados em vaporizadores com sabor, especialmente os descartáveis, também podem danificar as membranas celulares, o que aumenta o risco de danos pulmonares e câncer, bem como doenças cardíacas, diz Stein.

Em casos raros, pacientes desenvolveram cicatrizes pulmonares e problemas respiratórios conhecidos como “pulmão de pipoca” após inalar diacetil, um composto presente em alguns vapes com sabor. (As principais marcas atualmente dizem que não usam diacetil.) Em 2019, um surto de lesões pulmonares graves, incluindo 68 mortes, foi associado a vapes que continham acetato de vitamina E.

SAÚDE BUCAL

Assim como cigarros, bolsas e outros produtos que contêm nicotina, os vapes limitam o fluxo sanguíneo para as gengivas, tornando-as mais vulneráveis a doenças e infecções. A nicotina também pode danificar o tecido gengival, diz Rahman.

VÍCIO

Pamela Ling, diretora do Centro de Pesquisa e Educação para Controle do Tabaco da Universidade da California em São Francisco, trabalhou com adolescentes que dormem com vapes escondidos sob seus travesseiros e os procuram logo ao acordar.

Pesquisas mostraram que os cigarros eletrônicos são viciantes. A dependência pode ser especialmente problemática para adolescentes, cujos cérebros estão em desenvolvimento. Ainda existem alguns programas de apoio para parar, e medicamentos para cessação do tabagismo podem oferecer alívio. Mas também pode ser um processo angustiante, trazendo sintomas de abstinência como depressão, ansiedade e irritação.

Agravando essas preocupações: vapes ainda mais viciantes que contêm níveis mais altos de nicotina estão chegando ao mercado.

Ling disse que agora é fácil encontrar vapes que têm 20.000 tragadas de nicotina —uma quantidade que rivaliza com 100 maços de cigarros.

“Novos produtos chegam ao mercado mais rápido do que podemos fazer ciência”, diz ela.

Folha de S.Paulo

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Covid: Brasil registra primeiros casos da nova variante XFG

Oito casos da nova variante da Covid-19, chamada XFG, já foram identificados no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, a cepa foi detectada em seis pacientes no Ceará e dois em São Paulo. Ainda não há registro de mortes associadas à nova linhagem, que já circula em pelo menos 38 países.

A XFG é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma “variante sob monitoramento” – uma cepa com alterações genéticas relevantes e potencial de disseminação maior do que outras. O impacto na saúde pública, no entanto, ainda é incerto.

Todas as linhagens desse grupo são descendentes da variante Ômicron, predominante desde o fim de 2021.

Sintomas da Covid-19

  • Os sinais originais da Covid-19, como perda de olfato, mudaram muito desde o início do período pandêmico.
  • Atualmente, os sintomas mais comuns são muito semelhantes aos de uma gripe: coriza, tosse e dores de cabeça e garganta lideram a lista de relatos dos pacientes.
  • A principal diferença para a gripe é a presença de febre, o que é raro em casos leves de Covid-19.
  • Pessoas infectadas com variantes derivadas da JN.1 também têm relatado, entre os principais sintomas, insônia e uma sensação de preocupação e ansiedade.

A variante tem se espalhado rapidamente em algumas regiões. No Sudeste Asiático, já representa a maioria dos casos analisados. Nas Américas, a presença da cepa passou de 7,8% para 26,5% em poucas semanas, segundo relatórios da OMS. Apesar do avanço, a organização considera o risco global de saúde pública como baixo.

Vacinação segue sendo a principal estratégia

Em nota, o Ministério da Saúde afirma que “monitora de forma contínua os sequenciamentos genômicos da Covid-19 no Brasil, com base nas listas de variantes da OMS”.

A pasta reforçou ainda que a vacinação continua sendo a principal medida de proteção. “A vacinação contra a Covid-19 é segura e protege contra as variantes em circulação, sendo a principal forma de prevenir casos graves e mortes.”

Com mais de 14,2 milhões de doses distribuídas em 2025, o Brasil mantém a imunização regular contra a Covid-19. Desde 2024, o imunizante faz parte do calendário nacional de vacinação para grupos prioritários, como crianças, gestantes e idosos.

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Pacientes do SUS enfrentam demora de até 11 anos por remédios contra câncer

Dezenove medicamentos oncológicos incorporados para uso no SUS (Sistema Único de Saúde) ainda não foram disponibilizados aos pacientes. O tempo de atraso varia de 58 dias a 11 anos, segundo levantamento do Instituto Oncoguia (ONG que apoia pessoas com câncer). O Ministério da Saúde diz que negocia com fornecedores e atualiza protocolos clínicos para viabilizar a oferta dos remédios.

Erlotinibe e Gefitinibe, usados no tratamento do câncer de pulmão metastático, são os remédios com maior atraso. Apesar de aprovados pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) em 2013, ainda não foram ofertados aos pacientes. Pela legislação, deveriam estar disponíveis em até 180 dias, mas o atraso já alcança 11 anos.

Os 19 medicamentos oncológicos aprovados no SUS acumulam, em média, 717 dias de atraso. A maior parte dos remédios é voltada para casos de câncer em estágio avançado. Dados de 2023 do Painel de Oncologia do Ministério da Saúde apontam que 57% dos pacientes iniciaram o primeiro tratamento com a doença já em estágio avançado ou metastático.

Luciana Holtz, fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, destaca que esses remédios já são oferecidos na saúde suplementar, o que pode contribuir para que pacientes atendidos em hospitais privados vivam mais do que os tratados na rede pública.

Entre os medicamentos atrasados estão também os inibidores de ciclina —classe de remédios que bloqueia o crescimento das células tumorais.

A primeira linha de tratamento para pacientes com câncer de mama hormonal metastático no SUS é a hormonioterapia, com bloqueadores hormonais associados aos inibidores de ciclina. No sistema público, só a primeira opção está disponível.

A oncologista Angélica Nogueira, presidente da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica), ressalta que todos os medicamentos com atraso já foram avaliados como custo-efetivos pelo governo, por meio da Conitec.

“Eles foram aprovados porque têm alto impacto no controle do câncer. A responsabilidade agora é garantir o acesso aos pacientes”, afirma. “Pacientes do SUS vivem menos. Os mesmos medicamentos que salvam vidas na rede privada ainda não estão disponíveis na pública”, acrescenta.

A compra desses medicamentos no SUS é majoritariamente descentralizada, ou seja, as unidades de saúde fazem suas próprias negociações e aquisições com a verba disponibilizada pelo Ministério da Saúde.

“O Brasil já tem experiência com compra centralizada em programas como o de vacinação, que funcionam muito bem. Mas isso ainda não é prática na oncologia, onde as compras descentralizadas reduzem o poder de negociação do governo e dificultam o acesso aos remédios”, explica.

Para as especialistas, o SUS poderia ampliar a compra centralizada, pois o governo federal tem maior poder para negociar preços melhores, reduzir burocracias e garantir mais agilidade na distribuição ao tratar diretamente com os fornecedores.

“O governo tem carta na manga: pode negociar com a indústria usando seu poder de compra. Mas o que de fato está sendo feito? Não há transparência nem um plano efetivo apresentado”, questiona Holtz.

O Ministério da Saúde afirma ter ampliado em 48% os recursos destinados à assistência oncológica no SUS, com foco na expansão da oferta de serviços e qualificação do atendimento.

“Em 2024, foram destinados R$ 7,5 bilhões para esse atendimento, enquanto em 2022 o valor era de R$ 5,1 bilhões. Do total, mais de R$ 1 bilhão é para compra centralizada de medicamentos oncológicos”, diz a pasta em nota.

Apesar disso, o órgão argumenta que a incorporação dos novos medicamentos representa impacto de quase R$ 1 bilhão por ano, o que, de acordo com a pasta, seria um acréscimo de 83% em relação ao total já destinado para compras centralizadas.

Holtz destaca, porém, que a demora na oferta dos remédios leva pacientes a recorrer à Justiça para garantir o acesso, o que também gera custos extras para o governo. “O paciente pode acionar a Justiça para acessar esses medicamentos aprovados. Isso também tem um custo, que volta para o próprio governo. Então, que economia é essa?”, questiona.

Em 2023, cerca de 33% dos gastos dos estados brasileiros com medicamentos foram provocados por decisões judiciais. O dado é da Pesquisa Assistência Farmacêutica no SUS, elaborada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em parceria com os conselhos Nacional de Secretarias Municipais de Saúde e Nacional de Secretários de Saúde.

O levantamento ouviu gestores de saúde de 25 estados, incluindo o Distrito Federal, e de 1.865 municípios, revelando que todos os estados e 58,7% dos municípios tiveram despesas com medicamentos motivadas por ações judiciais.

Folha de S.Paulo

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Mutirão de cataratas em Parelhas: Justiça determina apuração das licenças das unidades de saúde


A Justiça determinou nesta quinta-feira (3) que seja apurada a situação das licenças e das autorizações de funcionamento de duas unidades de saúde envolvidas na realização do mutirão de cirurgias de catarata em Parelhas, na Região Seridó do Rio Grande do Norte.

O mutirão foi realizado pelo município - em parceria com uma empresa de saúde ocular - nos dias 27 e 28 de setembro de 2024, faltando pouco mais de uma semana para as eleições municipais. Ao todo, 15 dos 20 pacientes que fizeram a cirurgia no primeiro dia sofreram uma infecção bacteriana - e 10 deles perderam o olho afetado.

A decisão da Justiça é para:

A Subcoordenadoria da Vigilância Sanitária do RN (SUVISA/RN) informar, no prazo de dez dias, qual era a situação das licenças e das autorizações de funcionamento do centro cirúrgico da Maternidade Dr. Graciliano Lordão, onde ocorreu o mutirão, nos dias das cirurgias;

A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa/PE) prestar informações sobre a regularidade da empresa envolvida no mutirão, que tem sede em Goiana (PE).

A Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) informou que todas as informações foram encaminhadas pela Vigilância Sanitária no relatório resultante da apuração aberta, e que o documento foi encaminhado ao Ministério Público.

A Justiça também determinou que a prefeitura de Parelhas deve diligenciar junto à empresa que realizou o mutirão para que sejam obtidos os documentos médicos dos pacientes, sob pena de preclusão da prova, ou seja, a perda do direito de apresentar uma prova. A ação segue tramitação na unidade judicial até uma sentença de mérito.

A decisão judicial foi proferida após uma ação indenizatória movida por um dos pacientes submetidos à cirurgia durante o mutirão. De acordo com autos do processo, o autor da ação relata complicações pós-operatórias, inclusive infecção grave no olho operado, conhecida como endoftalmite.

Após o caso, a prefeitura chegou a oferecer indenizações no valor de R$ 50 mil os pacientes, mas o valor havia sido negado por alguns deles, que seguiam com processos judiciais.

Problemas em higienização e esterelização

Uma investigação da Sesap, realizada após o caso, no ano passado, apontou que a infecção bacteriana teve indícios de ter sido causada por contaminação em procedimentos como higienização e esterilização.

Os problemas de procedimento apontados na investigação, segundo a pasta, são relacionados à esterilização de equipamentos e higienização dos profissionais e do ambiente, por exemplo.

Os pacientes apresentaram sintomas de endoftalmite, infecção no interior do olho causada por bactéria e que geralmente leva a perda de visão.

A bactéria responsável pelas infecções, a Enterobacter cloacae, comumente é encontrada no trato intestinal das pessoas.

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Impressora do Walfredo Gurgel é levada por falta de pagamento do Estado

Uma situação  chamou atenção no Hospital Walfredo Gurgel. A impressora usada para emissão de documentos foi retirada do local pela empresa terceirizada responsável pelo equipamento. O motivo? A falta de pagamento por parte do Estado.

Sem o aparelho, servidores estão recorrendo a métodos improvisados. Em anexo, o denunciante encaminhou um relatório feito à mão, com papel e caneta.


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Saúde mental: conheça sinais do burnout que não podem ser ignorados

A saúde mental no trabalhador é um assunto que tem ganhado cada vez mais espaço nas rodas de conversa devido às rotinas cada vez mais longas e exaustivas. De acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), um em cada três brasileiros sofre com a síndrome do esgotamento profissional, o burnout.

Em muitos casos, os sintomas do burnout tendem a ser confundidos com cansaço ou estresse, porém, as situações são distintas. O cansaço é um estado temporário, que pode ser tratado com um período de descanso, enquanto o estresse é uma resposta natural do corpo a situações desafiadoras.

Já o burnout é caracterizado por um estado de completa exaustão física, emocional e mental, causado por situações desgastantes e de muita pressão no trabalho durante longos períodos de tempo. Desde 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a síndrome como uma doença ocupacional.

“O resultado de situações desfavoráveis se traduz em quadros de ansiedade, estresse e alterações psiquiátricas, podendo levar à depressão, ao burnout e a outros sérios problemas”, explica a psicóloga Silvia Cury, do Hospital do Coração (Hcor), em São Paulo.

Sinais do burnout

  • Físicos: cansaço extremo constante, insônia ou sono de má qualidade, dores de cabeça, musculares ou no estômago e imunidade baixa.
  • Emocionais: falta de motivação e energia, sensação de fracasso ou impotência, ansiedade ou tristeza sem motivo claro e irritabilidade frequente.
  • Comportamentais: cinismo ou distanciamento do trabalho, baixo rendimento ou procrastinação, afastamento de colegas ou amigos e uso excessivo de café, álcool ou remédios para aguentar a rotina.

Por que os sinais do burnout são ignorados?

Na maioria das vezes, os trabalhadores relativizam o estado de exaustão intensa, tentando ignorar o problema e não procuram ajuda. Outro fator que leva à normalização dos sintomas é o medo de parecer fraco ou incapaz diante das outras pessoas.

“É preciso pensar o burnout também como uma questão institucional, firmando compromissos com a promoção de ambientes e relações de trabalho saudáveis”, alerta a psicóloga Raquel Ferreira, da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro.

Como tratar a síndrome?

Sinais persistentes por semanas ou meses, com prejuízos na vida pessoal, social e profissional são indicativos de que o trabalhador deve procurar ajuda profissional para tratar o burnout. Quando não tratada, a síndrome pode evoluir para quadros mais graves, como depressão e crises de pânico.

Em alguns casos, a condição pode deixar sequelas para a vida do paciente, que acaba desenvolvendo hipersensibilidade ao estresse, insegurança ao retornar ao trabalho e alterações na autoestima.

Para tratar o burnout, Raquel alerta que é essencial um acompanhamento psicológico e psiquiátrico contínuo e especializado.

“A terapia vai desenvolver a ressignificação do trabalho a partir da reflexão do paciente e do entendimento sobre suas prioridades, valores e ajustes necessários no âmbito profissional. Nesse sentido, o processo de autoconhecimento é fundamental para identificar gatilhos e situações de riscos, criando recursos de enfrentamento”, ensina a psicóloga.

Pausas na rotina, autocuidado e mudanças no estilo de vida também são soluções que ajudam a enfrentar o burnout de forma eficaz.


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O Alzheimer pode ser identificado nos olhos bem antes dos primeiros sinais de demência

Um novo estudo mostra que observar a pupila pode ser uma ferramenta poderosa para identificar precocemente o risco de Alzheimer e outras formas de demência.

A pesquisa revela que alterações específicas no comportamento da pupila durante testes cognitivos podem sinalizar um possível desenvolvimento de demência. Essa descoberta abre caminho para métodos de diagnóstico mais simples e acessíveis no futuro.

Os cientistas perceberam que, ao realizar atividades que exigem concentração, pessoas com maior risco para Alzheimer apresentam respostas pupilares diferentes das pessoas saudáveis.

A análise da pupila pode, portanto, se tornar um marcador importante na detecção precoce da doença.

A pupila como espelho do cérebro

A pupila não reage apenas à luz, mas também a processos cognitivos. Durante tarefas que exigem memória e raciocínio, o diâmetro da pupila se altera de acordo com o esforço mental.

Esse fenômeno ocorre porque a atividade do sistema nervoso autônomo regula tanto as funções pupilares quanto os processos cerebrais. Assim, observar a pupila oferece uma janela para o funcionamento do cérebro.

Sinais que podem antecipar o Alzheimer

Nos testes realizados, indivíduos com maior propensão à doença apresentaram dilatações pupilares mais acentuadas em tarefas simples. Isso indica que o cérebro deles precisa trabalhar mais para realizar atividades básicas.

Esse padrão pode surgir anos antes dos primeiros sintomas clínicos da demência. Portanto, observar essas mudanças pode ser fundamental para intervenções preventivas.

Tecnologia simples pode ajudar no diagnóstico

Ao contrário de exames caros, como ressonâncias ou tomografias, a análise pupilar pode ser feita com equipamentos relativamente simples, como câmeras de alta definição e softwares específicos.

Essa possibilidade torna o método promissor, especialmente para uso em clínicas, consultórios e até mesmo em triagens comunitárias de saúde.

Perspectivas para o futuro da prevenção

Os pesquisadores acreditam que, com o avanço das tecnologias, será possível incorporar esse tipo de exame em avaliações de rotina, ajudando na detecção precoce de riscos de demência.

Isso permite que estratégias de prevenção, como mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico, sejam aplicadas muito antes do surgimento dos sintomas.


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Receita retida: entenda como fica a venda de canetas emagrecedoras

Farmácias e drogarias de todo o país passaram a reter receitas de medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras. A categoria inclui medicamentos como Ozempic, Mounjaro e Wegovy.

A decisão por um controle mais rigoroso na prescrição e na dispensação desse tipo de medicamento foi tomada pela diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril e entrou em vigor 60 dias depois.

Com a mudança, a prescrição dos medicamentos passou a ser feita em duas vias e a venda só pode ocorrer com a retenção da receita nas farmácias e drogarias, assim como acontece com antibióticos.

A validade das receitas médicas de canetas emagrecedoras, segundo a Anvisa, é de até 90 dias a partir da data de emissão, período durante o qual o pedido pode ser utilizado pelo paciente.

Farmácias e drogarias, por sua vez, devem incluir, no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados, a escrituração da movimentação de compra e venda dos medicamentos.

Off label

Ainda de acordo com a Anvisa, a mudança não altera o direito do profissional médico de prescrever canetas emagrecedoras para finalidades diferentes das descritas na bula – prática conhecida como uso off label.

“É uma decisão tomada com responsabilidade pelo médico e sempre com o devido esclarecimento ao paciente, garantindo que ele esteja bem-informado sobre o procedimento”, informou a agência.

Uso indiscriminado

A retenção do receituário de canetas emagrecedoras já era defendida pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, pela Sociedade Brasileira de Diabetes e pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.

Em nota aberta, as entidades citam que o uso indiscriminado desse tipo desse tipo de medicamento gera preocupações quanto à saúde da população e ao acesso de pacientes que realmente necessitam desse tipo de tratamento.

“A venda de agonistas de GLP-1 sem receita médica, apesar de irregular, é frequente. A legislação vigente exige receita médica para a dispensação destes medicamentos, porém não a retenção da mesma pelas farmácias. Essa lacuna facilita o acesso indiscriminado e a automedicação, expondo indivíduos a riscos desnecessários”, destacou o documento.

Versões manipuladas

Em fevereiro, as entidades divulgaram outra nota na qual alertam sobre “graves riscos” associados ao uso de medicamentos injetáveis de origem alternativa ou manipulados para tratar obesidade e diabetes.

“Medicamentos biológicos, como a semaglutida e a tirzepatida, exigem processos rigorosos de fabricação para assegurar que o organismo utilize e metabolize a substância de forma eficaz e segura. Essas moléculas são administradas por injeções subcutâneas, o que demanda padrões rigorosos de esterilidade e estabilidade térmica.”

O uso de versões alternativas ou manipuladas, segundo a nota, figura como “prática crescente, preocupante e perigosa” e carece de bases científicas e regulatórias que garantam eficácia, segurança, pureza e estabilidade do produto, “expondo os usuários a sérios riscos à saúde, pois não passam pelos testes de bioequivalência necessários, tornando impossível prever seus efeitos no corpo humano”.

Dentre as recomendações que constam na nota está:

- que profissionais de saúde não prescrevam semaglutida ou tirzepatida alternativas ou manipuladas. “Apenas utilizem medicamentos aprovados por agências reguladoras, com fabricação industrial certificada e vendidos em farmácias”;

- que pacientes rejeitem tratamentos que incluam versões alternativas ou manipuladas dessas moléculas – incluindo vendas diretas em sites, aplicativos ou em consultórios – e busquem alternativas aprovadas pela Anvisa;

- que órgãos reguladores e fiscalizadores, em especial a Anvisa e os conselhos de medicina, intensifiquem ações de fiscalização sobre todas as empresas e pessoas envolvidas na prática.


 Agência Brasil

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