Após Maduro elogiar Lula, embaixador da Venezuela anuncia que voltará ao Brasil

O embaixador da Venezuela no Brasil, Manuel Vadell, que tinha sido chamado para consultas pelo presidente Nicolás Maduro no final de outubro, anunciou nesta quarta-feira (13) que está voltando para Brasília.

Em um vídeo, gravado no ministério das Relações Exteriores e postado no perfil da embaixada venezuelana na rede social X, Vadell disse estar “a poucas horas” de seu regresso ao Brasil. O embaixador também afirmou estar levando para Brasília passaportes pedidos por venezuelanos residentes no Brasil.

O anúncio de Vadell acontece dois dias após Maduro elogiar uma declaração de Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que o brasileiro fez uma “reflexão sábia” ao afirmar que não pode questionar a decisão da Suprema Corte da Venezuela. A fala se refere à ratificação, pelo Tribunal Supremo de Justiça do país, da suposta vitória do presidente venezuelano nas eleições de 28 de julho.

O retorno de Vadell sinaliza disposição de Caracas de normalizar as relações diplomáticas entre os países. Em 30 de outubro, o representante de Maduro foi retirado da embaixada para consultas, em um protesto contra o que o governo venezuelano considerou serem “recorrentes declarações intervencionistas e grosseiras de porta-vozes autorizados pelo governo brasileiro”.

Em comunicado, na ocasião, a chancelaria venezuelana criticou nominalmente o assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim. No texto, o ministério das Relações Exteriores da Venezuela também condenou o veto do Brasil à entrada da Venezuela nos Brics, o bloco dos países emergentes.

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Trump coroa Elon Musk com cargo em ‘comissão de eficiência’ de seu governo

O presidente eleito Donald Trump anunciou nesta terça-feira (12) que escolheu Elon Musk, dono do X, para o cargo de chefe do novo Departamento de Eficiência Governamental, junto com Vivek Ramaswamy, ex-adversário de Trump nas primárias do Partido Republicano.

“Estou ansioso para ver Elon e Vivek implementando mudanças na burocracia federal com foco em eficiência e, ao mesmo tempo, melhorando a vida de todos os americanos”, disse Trump em um pronunciamento.

“Vamos erradicar o imenso desperdício e fraude que existem nos US$ 6,5 trilhões de gastos anuais do governo. Eles trabalharão juntos para libertar nossa economia e tornar o governo dos EUA responsável perante ‘NÓS, O POVO'”.

O Departamento de Eficiência Governamental é um órgão que será criado por Trump e terá a sigla DOGE, em provável referência à criptomoeda Dogecoin, apoiada por Musk em diversas ocasiões. “Isso vai chocar o sistema e qualquer pessoa envolvida em desperdício dentro do governo —ou seja, muitas pessoas!” disse Musk.

Não está claro qual será o papel do novo departamento dentro do governo americano —se ele terá poder de fato, ou se existirá apenas para analisar e propor a outros departamentos os cortes anunciados por Trump. No comunicado, o presidente eleito sugeriu que o departamento funcionará “do lado de fora do governo”, mas não entrou em detalhes.

Segundo Trump, o objetivo do órgão será realizar reformas estruturais de grande porte e criar uma “visão empresarial para o governo nunca antes vista”. “Esse pode ser o ‘projeto Manhattan’ da nossa era”, disse Trump no pronunciamento, em referência à iniciativa que desenvolveu a bomba atômica. “Os republicanos vem sonhando com os objetivos do DOGE há muito tempo.”

A criação do órgão, que foi levantada como possibilidade ainda na campanha, e a escolha de Musk para comandá-lo mostram que o bilionário dono do X e da SpaceX foi recompensado por seus esforços (e dinheiro) ao longo da corrida —além de doações próprias, o empresário ajudou a arrecadar cerca de US$ 200 milhões, por volta de R$ 1,1 bilhão, para a campanha de Trump. Também participou de seus comícios e fez dezenas de publicações no X em apoio ao republicano.

Como havia sido apontado pela imprensa americana antes da eleição, colocar Musk dentro do governo abre caminho para um sem-número de eventuais conflitos de interesse: as empresas do bilionário trabalham de perto com diversos setores do governo americano, em especial o aeroespacial e de defesa.

Trump anunciou na mesma data a indicação de Pete Hegseth, um apresentador da Fox News para o Departamento de Defesa. A rede conservadora é uma das maiores caixas de ressonância do empresário nos EUA ao menos desde o seu primeiro mandato.

“Pete é resiliente, inteligente e acredita verdadeiramente no ‘America first’ (EUA em primeiro lugar). Com ele no comando, os inimigos dos EUA estão avisados —nosso Exército será grande Novamente, e os EUA nunca recuarão”, disse o presidente eleito em comunicado, citando slogans de campanha em sequência.

Hegseth é veterano da Guarda Nacional, força de reserva do Exército americano e, de acordo com a biografia publicada em seu site pessoal, esteve no Afeganistão, no Iraque e na Baía de Guantánamo, em Cuba. Ele é um dos apresentadores do programa “Fox & Friends”, um dos favoritos de Trump, e trabalha na emissora conservadora desde 2014.

Apesar do histórico militar, Hegseth é uma escolha pouco ortodoxa para o cargo —com a patente de major, está longe do topo da carreira, nunca esteve à frente de nenhum órgão público, e seu envolvimento com questões militares nos últimos dez anos tem sido como comentarista na mídia.

Por outro lado, é um apoiador ferrenho de Trump e defendeu as decisões do republicano de reduzir o envolvimento americano em conflitos ao redor do mundo, além de ser um defensor enérgico de militares dos EUA acusados de crimes de guerra.

Também na terça, Trump escolheu o ex-deputado republicano John Ratcliffe, aliado próximo do presidente eleito, para o cargo de diretor da CIA, a agência de espionagem dos EUA. Ratcliffe foi diretor de inteligência do primeiro governo Trump e seu nome precisará passar pelo crivo do Senado, onde os republicanos agora têm maioria.

Quando era diretor de inteligência, foi acusado por democratas e também por ex-espiões americanos de remover o sigilo de informações confidenciais que pudessem ser usadas por Trump e pelos republicanos contra seus adversários políticos, incluindo Joe Biden. Ratcliffe nega.

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Em primeira entrevista após ser eleito, Trump promete deportação em massa de imigrantes ilegais

Na primeira entrevista concedida após ser eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump reafirmou uma de suas principais promessas de campanha: a deportação em massa de imigrantes ilegais no país, uma prioridade de seu governo. O republicano declarou que “os Estados Unidos não têm escolha” e que o custo não deve ser um empecilho para a execução da medida.

Neste início de transição de governo nos EUA, tanto Trump quanto a atual vice-presidente Kamala Harris se mantiveram focados em atividades internas. Kamala permanece em Washington, enquanto Trump, na Flórida, começa a estruturar sua equipe. O primeiro nome confirmado é o de Susie Wiles, nomeada como chefe de gabinete e a primeira mulher a ocupar o cargo. Com experiência no governo do ex-presidente Ronald Reagan, Susie também participou das últimas campanhas de Trump.

Em Washington, o Pentágono e outras instituições já estão preparando a transição. O secretário de Defesa afirmou que o processo será conduzido de forma calma e ordenada.

Em contato com Kamala Harris e Joe Biden, Trump relatou “boas conversas” e afirmou que planeja um almoço com o atual presidente nos próximos dias. Ele garantiu que cumprirá suas promessas de campanha, o que inclui a rígida política de imigração. A medida deve passar com facilidade pelo Congresso, uma vez que o Partido Republicano conquistou a maioria no Senado e está próximo de controlar a Câmara dos Representantes.

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Fala de Lula sobre Trump e nazismo chega ao presidente eleito dos EUA

Após a confirmação da vitória de Donald Trump, o assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, declarou que o apoio de Lula à candidata Kamala Harris foi “discreto”. E disse, ainda, que o petista não chegou a falar mal do presidente eleito dos Estados Unidos.

Assessores de Trump, contudo, tomaram conhecimento de uma fala de Lula que vai no sentido oposto. Dias antes da eleição, o petista sugeriu que o retorno do norte-americano à Casa Branca seria “o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara”. Durante entrevista internacional, o presidente brasileiro manifestou apoio a Kamala Harris por ser um “amante da democracia”.

“Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do mandato, fazendo aquele ataque contra o Capitólio, uma coisa impensável de acontecer nos Estados Unidos, que se apresentava ao mundo como modelo de democracia. Agora temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos EUA”, disse Lula a uma emissora francesa.

Em seguida, continuou: “É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara. Como sou amante da democracia, acho a coisa mais sagrada que nós humanos conseguimos construir para bem governar o nosso país, obviamente estou torcendo para Kamala ganhar as eleições”. Durante um encontro na Flórida, a equipe de Trump assistiu às declarações de Lula, exibidas por políticos brasileiros que fazem oposição ao petista.

Após a eleição de Donald Trump, Celso Amorim afirmou que o governo Lula tentará manter uma relação normal com o republicano. “Acho que a expressão usada por Lula de simpatia por Kamala foi discreta e não falou mal de Trump”, disse.

O ex-chanceler completou: “Vamos procurar manter uma relação normal. O exemplo que dou a todos é o que aconteceu com o presidente Bush. Na ocasião, o Brasil condenou a guerra do Iraque, o que foi muito forte. O presidente Lula fez questão de falar condenando a guerra e, mesmo assim, nós tivemos uma relação normal. Ele mesmo visitou o Brasil duas ocasiões”.

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Bolsonaro celebra eleição de Trump: ‘Vitória épica. Que inspire o Brasil’

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) parabenizou na madrugada desta quarta-feira, 6, Donald Trump pela vitória nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. “Testemunhamos o ressurgimento de um verdadeiro guerreiro”, afirmou o ex-presidente brasileiro em posicionamento publicado no X (antigo Twitter).

A nota, disponível em inglês e português, celebrou a “vitória épica” do republicano, a quem o ex-presidente chamou de “meu amigo”, “contra tudo e contra todos”. Bolsonaro exaltou o “ressurgimento” de Trump após o que chamou de “um processo eleitoral brutal” no pleito presidencial anterior, de 2020, seguido por uma “injustificável perseguição judicial”.

“Que a vitória de Trump inspire o Brasil a seguir o mesmo caminho”, afirmou Bolsonaro. No texto, o ex-presidente disse ainda que o triunfo do republicano “marca não apenas seu retorno à Casa Branca, mas também o triunfo da vontade popular sobre os desígnios arrogantes de alguns poucos que desprezam nossos valores, nossas crenças e nossas tradições”.

Inelegível por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro também ligou a vitória de Trump nas urnas ao seu futuro político no País. “Talvez em breve Deus também nos conceda a chance de concluir nossa missão com dignidade e nos devolva tudo o que foi tirado de nós. Talvez tenhamos uma nova oportunidade de restaurar o Brasil como uma terra de liberdade, onde o povo é senhor de seu próprio destino”, disse.

No Instagram, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher, também se manifestou sobre a vitória de Donald Trump. “Um homem temente a Deus. Um homem que ama o Estado de Israel. Obrigada, Senhor!”, disse. “Viva a América”, finalizou.

Parlamentares bolsonaristas, como o filho do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), estão nos Estados Unidos como observadores do pleito. Eles acreditam que o retorno de Trump à Casa Branca novamente vai fortalecer a extrema direita no Brasil.

A projeção da vitória de Trump indicada pelos principais veículos de comunicação americanos ocorreu depois de ele ter conquistado ao menos 277 delegados no colégio eleitoral e uma ampla vitória no voto popular para derrotar a democrata Kamala Harris.

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Benjamin Netanyahu demite Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu demitiu nesta terça-feira (5) seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmando que “lacunas significativas” haviam surgido entre eles na gestão da guerra.

A decisão de Netanyahu, que deve entrar em vigor dentro de 48 horas, acontece após meses de disputas cada vez mais públicas entre ambos e ocorre no momento em que Israel está no meio de um conflito em múltiplas frentes contra Hamas, Hezbollah e Irã.

“Em meio a uma guerra, mais do que nunca, é necessária total confiança entre o primeiro-ministro e o ministro da Defesa”, disse Netanyahu em um comunicado emitido por seu gabinete. “Infelizmente, embora nos primeiros meses da campanha houvesse essa confiança e um trabalho muito produtivo, nos últimos meses essa confiança se quebrou entre mim e o ministro da Defesa.”

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Primeira urna aberta nos EUA dá empate entre Kamala e Trump

Os candidatos à Casa Branca Donald Trump (Partido Republicano) e Kamala Harris (Partido Democrata) empataram na 1ª votação finalizada nos Estados Unidos. Dixville Notch, pequena comunidade no Estado norte-americano de New Hampshire, tem tradição de iniciar a votação à meia-noite.

O local tem 6 moradores, segundo o site do Estado. Dos 6 votos computados, 4 foram de eleitores registrados como republicanos e 2 como independentes. Apesar disso, Trump teve 3 votos. Kamala ficou com os outros 3.

Conforme a emissora norte-americana, pela tradição local, os eleitores se reúnem no Balsams Hotel para votar assim que as urnas abrem à meia-noite. Assim, os votos são computados e os resultados anunciados horas antes de qualquer outro lugar nos EUA.

Os eleitores de Dixville Notch votaram, nas últimas duas eleições presidenciais, nos candidatos do Partido Democrata. Em 2020, a comunidade registrou 5 votos, todos em Joe Biden. No pleito anterior, em 2016, Hillary Clinton teve 4 dos 7 votos. Dois foram para Trump e 1 para Gary Johnson.

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Votação antecipada nos EUA já equivale a quase metade do total geral de votos da eleição passada

A votação antecipada nos Estados Unidos já equivale a 46% do total de votos na última eleição. Foram mais de 72 milhões de votos registrados até este domingo, 3, no que promete ser uma disputa voto a voto entre a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump.

Na Georgia, Estado decisivo, 4 milhões de pessoas já compareceram às urnas, o que corresponde a 80% do total de votos na última eleição. No Arizona e na Carolina do Norte, também decisivos, a metade dos eleitores saiu de casa antes para escolher entre Kamala e Trump.

Os números sugerem uma mudança, intensificada pela pandemia mas duradoura, nos hábitos de votação nos EUA. O dia oficial da eleição é a próxima terça-feira, 5.

A votação antecipada não chegou ao mesmo nível da última eleição, em 2020, marcada pela pandemia, mas superam qualquer pleito anterior. Depois de anos desqualificando o voto adiantado e por correio, Donald Trump passou a emitir sinais mistos e incentivar que os republicanos fossem às urnas o quanto antes.

Reflexo de uma eleição acirrada, em que as pesquisas apontam empate técnico, 40% dos eleitores que depositaram seus votos antecipadamente estão registrados como democratas e outros 40% como republicanos, segundo levantamento da rede americana NBC. 54% foi pessoalmente às urnas e outros 46% enviaram por correio.

O número de cédulas de votos antecipados deve continuar a subir antes do dia da eleição. Em comícios recentes nos Estados decisivos, Trump e Harris incentivaram seus apoiadores e eleitores indecisos a votar antecipadamente. Para as campanhas, a votação antecipada permite garantir o voto dos apoiadores para focar nos indecisos.

As regras de votação variam de acordo com o Estado. Alguns permitem que o processo se estenda por semanas, alguns enviam automaticamente cédulas para todos os eleitores registrados e outros limitam rigorosamente quando um eleitor pode votar antes do dia da eleição.

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Lula apoia Kamala para fortalecer imagem internacional de apoio à democracia


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou apoio à candidata democrata Kamala Harris para a presidência dos Estados Unidos, em uma jogada que especialistas consideram como uma estratégia para fortalecer sua imagem internacional de defensor da democracia.

Implicações para as relações bilaterais

Apesar dos possíveis benefícios, a declaração de Lula não está isenta de riscos. A imprevisibilidade das eleições americanas e a possibilidade de vitória de um candidato republicano poderiam criar tensões nas relações bilaterais futuras.

A decisão de Lula provavelmente se baseia em um cálculo cuidadoso, visando manter a coerência com os valores defendidos pelos democratas e fortalecer a posição do Brasil no cenário internacional.

A declaração surge em um momento de intenso debate político nos Estados Unidos, com as eleições presidenciais se aproximando.

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