Pesquisa Datafolha: 35% culpam Lula por tarifaço e 22%, Bolsonaro

Uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada neste sábado (16) revela que 35% dos entrevistados atribuem a responsabilidade pelo tarifaço ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outros 22% associam a questão ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e 17%, ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsoanro (PL-SP).

O outro nome que aparece como possível responsável pelas tarifas impostas ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é o do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, com 15%. Os que não atribuem o problema a nenhuma das figuras são 3%, os que responsabilizam todos equivalem a 1% e os que não sabem somam 7%.

A pesquisa Datafolha ouviu 2.002 pessoas de 113 municípios brasileiros nos dias 11 e 12 de agosto. A margem de erro considerada é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. O nível de confiança divulgado equivale a 95%.

O Brasil recebeu uma taxação suplementar de 40% no início do mês, que, somada aos 10% impostos em abril deste ano, resulta em 50% pagos sobre o valor dos produtos nacionais que ingressarem nos Estados Unidos.

Quando falou nas primeiras vezes que iria impor a taxa adicional, Trump associou a medida, entre outros argumentos, a supostas violações de direitos fundamentais cometidas por Moraes.

O ministro da Suprema Corte abriu um inquérito para apurar a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos para a imposição de sanções contra autoridades brasileiras.

Fonte: Metrópoles

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Supermercados projetam queda de US$ 40,4 bilhões na economia do Brasil se não houver medidas contra tarifaço

O Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento (FCNA), que reúne associações ligadas às redes de supermercados, enviou um relatório ao governo federal para alertar sobre os impactos do tarifaço dos Estados Unidos na economia e no consumo, a partir do cenário atual de sobretaxas de 50% sobre o Brasil.

Segundo o estudo enviado pelo grupo, se não houver mudanças no médio prazo, a economia brasileira pode perder US$ 40,4 bilhões em 12 meses, o que significaria uma redução de 1,8 ponto percentual no PIB. De acordo com o relatório, essa situação derrubaria o crescimento esperado para 2025, de 3,2%, para 1,3%.

Associações ligadas a redes de supermercados apresentam lista de medidas ao governo

O estudo aponta que o setor mais exposto neste momento é a indústria de transformação, que pode ter retração de até 5,6 pontos percentuais no cenário mais grave, enquanto a agropecuária e a indústria extrativa sofreriam menos por terem maior capacidade de redirecionar commodities para outros mercados.

O documento também traça cenário de impactos negativos sobre a arrecadação federal, com perdas de até 2% no curto prazo, além de pressão sobre o emprego.

Sem medidas de fomento ao mercado interno, projeta-se uma redução de 179 mil postos de trabalho no curtíssimo prazo (até seis meses após a entrada em vigor da tarifa), até 287 mil postos no médio prazo (18 a 36 meses).
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“O FCNA manifesta sua profunda preocupação com os impactos econômicos e sociais potenciais, em especial sobre setores que lideram as exportações brasileiras de alimentos, bebidas e insumos industriais, como café, carnes, frutas e derivados agroindustriais”, afirma o documento, que foi enviado na quinta-feira (8) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de oito ministros.

Para enfrentar o choque, o Fórum das associações propõe um conjunto de medidas para fortalecer o mercado interno. Entre elas, menciona a necessidade de antecipar a vigência da cesta básica nacional de alimentos com isenção tributária total.

O setor pede, ainda, “aceleração da redução da taxa Selic e ampliação do crédito produtivo”, além de “desoneração e simplificação das contratações formais, com foco nas pequenas e médias empresas”.

As demandas também incluem a criação de um programa emergencial de apoio aos setores mais impactados, com refinanciamento de passivos e compra pública de excedentes de produção, além de “medidas fiscais estruturantes, com foco no equilíbrio orçamentário”.

Segundo o Fórum, se as ações forem adotadas de forma coordenada, será possível neutralizar grande parte dos efeitos recessivos e de perda de empregos provocados pelo tarifaço.

Apesar do cenário traçado pelo setor, a imposição de tarifa de 50% feita por Donald Trump não causou uma mudança significativa nas expectativas dos economistas ouvidos pelo Banco Central para os principais índices da economia nacional.

O boletim Focus da segunda-feira (4) apresentou uma queda na previsão para a inflação e manteve a perspectiva para o PIB (Produto Interno Bruto), o dólar e a taxa de juros deste ano.

A expectativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) caiu pela décima semana seguida, indo de 5,09% para 5,07%. Os analistas também reduziram o IPCA de 2026 para 4,43%, uma diminuição de 0,01 ponto percentual em relação à semana passada. Já a expectativa para 2027 e 2028 segue em 4% e 3,8%, respectivamente.

Com isso, o mercado manteve a expectativa que a inflação fique no limite da meta no próximo ano. O objetivo é alcançar uma alta de preços anual de 3%, com variação de 1,5% para cima ou para baixo.

Além da inflação, o outro índice que teve alteração na comparação com o último boletim foi o PIB, que teve uma redução em 2026 (de 1,89% para 1,88%) e 2027 (de 2% para 1,95%). Neste ano, a perspectiva é que o crescimento econômico seja de 2,23%, patamar mantido pela quarta semana consecutiva.

O documento é endossado por 15 instituições:

Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Abad (Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores), Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), Abipla (Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes), Abir (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas), ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio), Abralog (Associação Brasileira de Logística), Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho), Abre (Associação Brasileira de Embalagem), Andav (Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários), ANR (Associação Nacional de Restaurantes) e CropLife Brasil (Associação de Pesquisa e Desenvolvimento de Soluções para a Produção Agrícola Sustentável).

Folhapress

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Criação de empregos com carteira assinada cai 19,2% no mês de junho em comparação ao mesmo período em 2024

O Brasil criou 166,6 mil empregos com carteira assinada em junho de 2025. Trata-se de um recuo de 19,2% ante o mesmo período em 2024, quando houve saldo positivo de 206,3 mil postos de trabalho.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (4) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado veio abaixo das expectativas do mercado.

Atualmente, o Brasil tem 48,4 milhões de pessoas trabalhando formalmente nos setores público e privado –variação positiva de 3,4% em relação ao estoque de junho de 2024.

SALÁRIO MÉDIO

O salário médio de admissão foi de R$ 2.278,37 em junho. O resultado representou um aumento de R$ 24,48 (ou alta de 1,09%) em relação a maio (R$ 2.253,89), considerando o valor corrigido pela inflação.

Na comparação com junho de 2024, houve uma alta real de R$ 28,76 (ou crescimento real de 1,28%).

1º SEMESTRE

O saldo de empregos com carteira assinada de janeiro a junho foi de 1,22 milhão de vagas. É uma baixa de 6,8% em relação aos 1,31 milhão de empregos criados no 1º semestre de 2024.

Poder 360

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Com tarifaço, estrangeiros retiram R$ 6,27 bilhões da Bolsa brasileira

Julho foi um período tumultuado para os investidores estrangeiros na Bolsa brasileira (B3). De acordo com um levantamento da consultoria Elos Ayta, houve uma saída líquida de R$ 6,27 bilhões em recursos externos no mês passado, marcando o pior desempenho mensal desde abril de 2024, quando o saldo negativo foi de R$ 11,1 bilhões.

Apesar da debandada de julho, destaca a consultoria, o saldo do investimento estrangeiro na B3 segue positivo em 2025.

Até o fim do mês, o fluxo líquido acumula R$ 20,64 bilhões com IPOs (oferta pública inicial de ações) e follow-ons e R$ 20,08 bilhões sem considerar essas operações.

Metrópoles

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59% veem alta de preços no mercado e nas contas, mostra pesquisa PoderData

Pesquisa PoderData realizada de 26 a 28 de julho de 2025 mostra que 59% dos eleitores declaram ter percebido um aumento nos preços das compras no supermercado e das despesas gerais nas últimas semanas. Os percentuais caíram 6 pontos desde março.

Só 9% dos entrevistados afirmam que os custos diminuíram nas últimas semanas. Os percentuais do grupo com essa opinião oscilaram 2 pontos, no limite da margem de erro, para cima em 4 meses.

Há ainda 24% dos eleitores que dizem não ter sentido diferença e que os preços permaneceram iguais. Outros 8% não souberam responder.

A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 26 a 28 de julho de 2025, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 182 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%.

Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

Poder 360

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Argentina deve crescer mais do que o dobro do Brasil em 2025, diz FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a economia da Argentina crescerá 5,5% em 2025, enquanto o Brasil deve registrar uma expansão de 2,3% no mesmo período. Os dados constam na atualização do relatório World Economic Outlook, divulgada na última segunda-feira, 28. Para 2026, o FMI projeta um crescimento de 4,5% para a Argentina e 2,1% para o Brasil.

Segundo o relatório, a previsão para a Argentina permanece inalterada em relação à edição anterior, de abril. Ainda assim, o país sul-americano aparece como um dos destaques de crescimento entre as economias emergentes e supera não apenas o Brasil, mas também países como México (0,2%) e Rússia (0,9%).

Na América Latina como um todo, o crescimento projetado é de 2,2% para 2025. Para o Brasil, o FMI revisou positivamente a previsão de abril em 0,3 ponto porcentual, o que sugere melhora nas condições macroeconômicas do país. Ainda assim, o relatório ressalta que o Brasil figura entre as nações com déficits fiscais elevados diante de uma dívida pública historicamente alta.

As previsões do FMI estão condicionadas a um cenário de manutenção das políticas comerciais e fiscais em vigor no momento da publicação. A instituição assume, por exemplo, que a suspensão temporária de tarifas comerciais pelos Estados Unidos será prorrogada, embora esteja programada para terminar em agosto. A incerteza nesse campo permanece alta.

A previsão global de crescimento para 2025 foi revista para cima: de 2,8% em abril para 3,0% em julho. A revisão reflete fatores como a antecipação de exportações pela ameaça de novas tarifas, a queda no valor do dólar e o afrouxamento das condições financeiras internacionais. Ainda assim, o FMI alerta que o crescimento segue abaixo da média anterior à pandemia, de 3,7%.

Revista Oeste

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Às vésperas do tarifaço, empresas brasileiras demitem e dão férias coletivas

A poucos dias da entrada em vigor do tarifaço, com novas tarifas americanas sobre produtos importados, empresários e trabalhadores brasileiros já sofrem os impactos da medida que será aplicada sobre o Brasil.

Com a sobretaxa de 50% a todas as exportações do país para os Estados unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump para iniciar na sexta-feira (1.º), importadores americanos têm suspendido contratos de importação e indústrias de diferentes áreas se viram obrigadas a paralisar atividades, demitir funcionários e impor férias coletivas forçadas.

No Sul, setor madeireiro anuncia demissões e antecipa férias por causa de tarifaço

O setor madeireiro, que concentra cerca de 90% de sua capacidade instalada nos três estados da região Sul, é um dos mais afetados. Na semana passada, a Sudati, que produz compensados de madeira, anunciou o desligamento coletivo de 100 funcionários de duas fábricas, nas cidades de Ventania e Telêmaco Borba, no Paraná, em razão da insegurança financeira. 

As demissões motivadas pelo tarifaço serão realizadas ao longo de 60 dias e, segundo a empresa, os colaboradores afetados estão sendo comunicados individualmente. Por enquanto, os trabalhadores das unidades de Palmas e Ibaiti, também no Paraná, e de Otacílio Costa, em Santa Catarina, não devem ser afetados. 

Na BrasPine, que fabrica produtos à base de madeira, 1,5 mil funcionários, mais da metade do quadro da empresa, entraram em férias coletivas pela mesma razão. No dia 15, a companhia anunciou a medida por 30 dias para 700 trabalhadores da fábrica de Jaguariaíva (PR). Na semana seguinte, mais 800 pessoas foram incluídas – 50 da mesma unidade e outros 750 da planta de Telêmaco Borba.

Os trabalhadores foram divididos dois grupos: o primeiro parou na segunda-feira (28), por 30 dias, e o outro entra em férias, também por 30 dias, a partir da próxima segunda (4). 

Outra empresa paranaense, a Millpar, também fabricante de produtos de madeira, deu férias coletivas a 720 funcionários das unidades de Guarapuava e Quedas do Iguaçu. Os trabalhadores atingidos atuam na manufatura de produtos voltados à exportação – a maior parte da produção da empresa é destinada ao mercado americano. 

De acordo com a empresa, a medida pode ser ampliada, dependendo do desenrolar das negociações do Brasil com os Estados Unidos nos próximos dias. 

Em Santa Catarina, o grupo Ipumirim também decidiu antecipar férias coletivas para 550 colaboradores. Segundo a empresa, a medida foi tomada enquanto se aguarda uma definição nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. A marca atua na fabricação de portas, kit de portas, molduras e no manejo de floresta própria.

Outra empresa catarinense, a Móveis Weihermann, que destina 70% de sua produção para os Estados Unidos, suspendeu as atividades nesta semana. 

O setor madeireiro emprega aproximadamente 180 mil pessoas em postos diretos e em 2024 exportou US$ 1,6 bilhão para o mercado americano, cerca de 50% da produção nacional, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci).

De acordo com a entidade, alguns segmentos dependem exclusivamente dos Estados Unidos, com 100% das vendas atreladas ao país. A maioria dos contratos com empresas americanas estão sendo cancelados e muitos embarques do setor foram suspensos desde o anúncio das novas tarifas. 

“O setor possui aproximadamente 1.400 contêineres com produtos já embarcados e em trânsito marítimo para os Estados Unidos. Além disso, em torno de 1.100 contêineres estão posicionados em terminais portuários aguardando embarque”, informou a associação, em nota.

Empresas siderúrgicas paralisam atividades em Minas Gerais

Em Minas Gerais, a iminência da aplicação das novas tarifas americanas gera uma das maiores crises recentes da indústria de ferro-gusa, utilizado na produção de aço. Com o aumento de custos, empresas dos Estados Unidos que importam o produto brasileiro têm suspendido contratos de compra desde o anúncio do aumento da tarifa pelo governo americano.

Os Estados Unidos são o principal destino do material produzido no estado, absorvendo cerca de 68% da produção, segundo o Sindicado da Indústria do Ferro de Minas Gerais (Sindifer). 

Nesta segunda-feira, a Fergubel, localizada em Matozinhos, na região metropolitana de Belo Horizonte, parou as atividades por 30 dias, colocando em férias coletivas todos os seus cerca de 150 funcionários. 

“A decisão foi tomada diante dos desafios enfrentados pelo setor siderúrgico, agravados por medidas como o recente tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos, que vêm afetando diretamente a cadeia produtiva do ferro-gusa e impactando a competitividade das exportações brasileiras”, informa um comunicado da empresa. 

Outras duas empresas mineiras do setor, a Modulax e a CSS Siderúrgica Setelagoana, também recorreram à medida, por tempo indeterminado, para, em princípio, evitar demissões em razão do tarifaço.

Em 2024, 87% das exportações de ferro-gusa brasileiras tiveram como destino os Estados Unidos, que importou 3,3 milhões de toneladas do material. Cerca de 85% desse volume saiu de Minas Gerais.

Com entrada em vigor do tarifaço, demissões podem chegar a 110 mil, diz estudo

Na semana decisiva para os exportadores brasileiros, as negociações do Brasil com os Estados Unidos continuam travadas. No domingo (27), Trump negou a possibilidade de adiamento da medida, confirmando a entrada em vigor das novas taxas a partir do dia 1º.

O tarifaço, se confirmado, pode gerar demissões em massa ainda em importantes setores do agronegócio, como o de café, carne bovina e suco de laranja, além das indústrias de petróleo e gás, peças para aeronaves, máquinas e equipamentos de geração de energia e minerais não metálicos.

A Taurus, maior fabricante de armas de fogo do Brasil e uma das maiores fornecedoras de pistolas para o mercado americano, declarou que, caso a tarifa seja mantida, poderá transferir toda a sua operação para os Estados Unidos. A mudança resultaria na perda de até 15 mil empregos no Rio Grande do Sul, sendo 3 mil deles diretos, gerados pela fábrica em São Leopoldo (RS).

Um estudo do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental Aplicada (Nemea), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estima que o tarifaço americano pode levar a até 110 mil demissões no país. O impacto seria de 40 mil postos de trabalho na agropecuária, 31 mil no comércio e 26 mil na indústria.

Conforme o levantamento, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encolheria 0,16%, o equivalente a uma redução de R$ 19,2 bilhões. Os estados mais prejudicados, em termos absolutos, seriam São Paulo (-R$ 4,4 bilhões), Rio Grande do Sul (-R$ 1,9 bilhões), Paraná (-R$ 1,9 bilhão), Santa Catarina (-R$ 1,74 bilhão) e Minas Gerais (-R$ 1,66 bilhão).

Estados lançam medidas para socorrer empresas; governo federal estuda programa de preservação de empregos

Em meio ao clima de tensão gerado entre empresários e à dificuldade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de negociar uma redução, adiamento ou flexibilização do tarifaço com os Estados Unidos, alguns estados já anunciaram medidas de ajuda às empresas afetadas, com o objetivo de minimizar prejuízos, falências e demissões.

Ronaldo Caiado, governador de Goiás, anunciou na semana passada uma linha de crédito emergencial para empresas com exposição significativa ao mercado norte-americano. A taxa anual de financiamento será inferior a 10%.

Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) lançou uma linha de crédito com juros subsidiados para exportadores paulistas, com a disponibilização de até R$ 20 milhões por empresa, com taxas de juros a partir de 0,27% ao mês mais a inflação, prazo de pagamento de até 60 meses, com carência de até 12 meses.

O governo paulista vai ainda liberar créditos de ICMS acumulados por empresas exportadoras, no valor de até R$ 1 bilhão, que ficam retidos no sistema tributário estadual e deve ampliar o Fundo Garantidor do Estado, que permite acesso a crédito com menor exigência de garantias. 

No Paraná, o governador Ratinho Junior (PSD) anunciou na semana passada um pacote para empresas que vendem para os Estados Unidos. Créditos de ICMS serão liberados para serem usados para monetização, giro ou como garantia para tomada de empréstimos.

Mais de R$ 400 milhões serão disponibilizados para oferta de linhas de crédito especial pela Fomento Paraná e pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Além disso, empresas poderão solicitar o adiamento de parcelas de empréstimos já contratados. 

O governo do Rio Grande do Sul também anunciou um programa de liberação de crédito, de R$ 100 milhões, por meio do BRDE, para exportadores que vendem para os Estados Unidos, Segundo a administração de Eduardo Leite (PSD), os juros serão equalizados com recursos do Fundo Impulsiona Sul e ficarão entre 8% e 9% ao ano. O prazo de pagamento será de 60 meses, com 12 meses de carência. 

O governo federal também estuda medidas de socorro a empresas e preservação de empregos, de modo a evitar demissões em massa diante do cenário cada vez mais inevitável do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros. 

A proposta elaborada pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, incluiria medidas de facilitação de crédito para empresas exportadoras, além de um programa de manutenção de trabalho e renda, semelhante ao BEm, benefício emergencial criado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de Covid-19.

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WhatsApp clonado? Saiba como agir e onde denunciar o golpe



Os golpes no WhatsApp têm crescido em todo o país e se tornaram uma das principais formas de fraude digital nos últimos tempos. Os criminosos usam diferentes técnicas para assumir o controle da conta da vítima, e assim, roubam desde dinheiro até dados importantes para a aplicação de outros golpes.

Segundo Rubens Alexandre de Faria, pós-doutor em ciências forenses pela Syracuse University (EUA) e professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a clonagem funciona como um espelho.

“Alguém pode estar vendo o que você posta, interagindo em tempo real e até publicando algo por você”, explica. Em alguns casos, a vítima continua usando o aplicativo normalmente, sem saber que outra pessoa também está acessando a conta de outro lugar.

Caso você queira ficar bem informado e ter conhecimento sobre esse e outros tipos de fraudes que podem ocorrer digitalmente, inscreva-se no Curso "Na Mira dos Golpes". Ministrado pelo Delegado Emmanoel David, é uma iniciativa Gazeta do Povo.


Como saber se o seu WhatsApp foi clonado?

A clonagem da conta pode ocorrer de formas simples ou até mesmo com métodos mais complexos de roubo de dados. Filipe Augusto da Luz Lemos, pós-doutorando em Engenharia de Defesa pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e professor da Syracuse University (EUA), lembra que uma das formas mais comuns é a do WhatsApp Web conectado em um computador de terceiros.

“Dá pra conferir isso nas configurações, onde aparece a lista de dispositivos conectados.” No entanto, ele alerta que há situações mais sofisticadas, como o roubo de credenciais. “Um exemplo comum é quando alguém liga se passando por empresas como OLX ou Mercado Livre e envia um código. Se você repassar esse código, perderá o acesso”, alerta.

Um dos principais sinais de clonagem é perder completamente o acesso ao WhatsApp. Outro indício frequente são mensagens suspeitas enviadas a partir do número da vítima, muitas vezes pedindo transferências via Pix. “99% dos casos têm motivação financeira”, diz Filipe. Mas ele acrescenta que há outros contextos, como espionagem entre casais, roubo de informações estratégicas e ataques com objetivos políticos, por exemplo.


Já Rubens, ressalta que o maior risco está na manipulação emocional das vítimas, o que caracteriza a chamada Engenharia Social, um método de manipulação psicológica muito utilizado para fazer com que as pessoas revelem informações confidenciais, tomem alguma ação prejudicial ou permitam o acesso a sistemas.

“A pessoa mal-intencionada não precisa forçar. Ela induz você a executar a ação.”


“A pessoa mal-intencionada não precisa forçar. Ela induz você a executar a ação.”


Ele cita ainda a facilidade com que criminosos conseguem explorar a busca por informações pessoais dentro do próprio aplicativo devido a falta de cuidado de algumas pessoas no uso do WhatsApp. “Pessoas mais tradicionais têm mania de mandar mensagem para elas mesmas. Se alguém toma conta, pega tudo com palavras de busca.”

O que fazer em caso de clonagem?

Para recuperar um WhatsApp clonado, é preciso reinstalar o aplicativo, fazer login com seu número e confirmar o código de verificação. O professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) explica que, se a vítima ainda tiver acesso ao aplicativo, é possível interromper o golpe no WhatsApp verificando os dispositivos conectados e desconectando acessos desconhecidos. “Você, enquanto a usuária principal, enquanto for a titular da conta, pode derrubar esse acesso.”

No entanto, se o criminoso já tiver assumido o controle total, é necessário entrar em contato com a operadora para a recuperação de conta, além de registrar ocorrência na Polícia Civil. “Se for uma situação criminal, a investigação segue com mandado, e a operadora é quem vai conseguir desclonar. Leva uns dias, depende da situação”, afirma.

Após a clonagem, é fundamental registrar a denúncia no Nuciber, o Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil. Filipe Lemos também reforça a importância de formalizar o caso, mesmo que o prejuízo não seja imediato, para que sejam criadas mais políticas de segurança digital.


“É fundamental para saber que é prioridade para a população. Se não há dados, não é possível pedir ação pública do Estado.” Ele recomenda reportar o caso ao próprio WhatsApp, que possui equipes dedicadas à segurança digital e pode agir preventivamente com base nos relatos dos usuários.

Como evitar o golpe da clonagem do WhatsApp?

Para evitar que seu WhatsApp seja clonado, os especialistas recomendam cuidados básicos com segurança digital. Principalmente:

  • não repassar códigos recebidos por SMS;
  • desconfiar de mensagens inesperadas;
  • evitar baixar aplicativos de fontes desconhecidas;
  • checar periodicamente os acessos ativos no WhatsApp Web.

Lemos também orienta a criar palavras-chave entre familiares para verificar a identidade de quem está pedindo ajuda: “Entre familiares, criar métodos que só vocês conhecem previne muita coisa.”.


Apesar do cenário preocupante, os especialistas lembram que não é necessário viver com medo constante. “Não precisa ter neurose. É uma higiene. É importante ficar atento, mas não achar que vai ser clonado toda hora”, diz o professor da UTFPR. Para ele, o maior erro acontece quando se está desatento.

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Trump fecha acordo comercial com União Europeia e anuncia tarifa de 15%: “O maior já feito”

Durante encontro realizado neste domingo (27) na Escócia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um novo acordo comercial com a União Europeia. Em vez dos 30% inicialmente previstos, será aplicada uma tarifa de 15% sobre as exportações do bloco europeu aos EUA.

A reunião foi realizada com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Segundo Trump, o pacto inclui um investimento europeu de US$ 600 bilhões nos Estados Unidos — sendo US$ 150 bilhões destinados ao setor de energia e outra parcela significativa voltada à área de defesa.

“Esse é o maior acordo comercial já fechado entre nós”, afirmou Trump, destacando que o mercado europeu continuará sendo estratégico, mas exigirá reciprocidade nas trocas.

O presidente americano ressaltou ainda que, em caso de formalização do pacto, as tarifas deixarão de ser um ponto de atrito entre as partes. Ele também indicou que medicamentos devem ser excluídos da lista de produtos tarifados. "Se acordo houver, esse será o fim da discussão sobre tarifas com a União Europeia", disse.

Questionado por jornalistas, após a reunião, se os 15% poderiam ser reduzidos, Trump respondeu: “Se por melhor você quer dizer menor, então não.” O republicano ainda classificou o bloco europeu como um “mercado muito fechado”, especialmente em relação a automóveis e produtos agrícolas dos EUA.


Von der Leyen: “Trump é um negociador duro”


Segundo a agência France Presse, o comércio anual entre Estados Unidos e União Europeia movimenta cerca de US$ 1,9 trilhão em bens e serviços. O acerto, se confirmado, ainda precisará ser aprovado pelos 27 Estados-membros do bloco, cujos representantes devem se reunir ainda neste domingo.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiou a postura firme do presidente norte-americano: “Trump é um negociador duro, mas se chegarmos a um entendimento, será o maior acordo já alcançado por ambos os lados.”

Trump também sinalizou avanços com outros parceiros. Segundo o presidente, os EUA estão próximos de fechar um acordo com a China e iniciaram conversas com Camboja e Tailândia para discutir termos tarifários.

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Pesquisa mostra que 4 a cada 10 brasileiros estão endividados; preocupação com dívidas afeta saúde mental

Quatro em cada dez brasileiros estão endividados. Além do bolso, a maioria sente o impacto também na saúde emocional. As dívidas têm mesmo tirado o sono de muitas famílias no país. Uma pesquisa da Federação Brasileira de Bancos, a Febraban, mostra que quatro em cada dez (39%) brasileiros estão endividados.

37% acreditam que vão quitar a dívida este ano, mas 24% dizem que vão demorar muito para pagar. A maioria dos endividados diz que a preocupação com as contas compromete a saúde.

“77% afirma que o endividamento afeta a saúde emocional, afeta as relações familiares, afeta a qualidade de vida”, diz Amaury Oliva, diretor de sustentabilidade e cidadania financeira da Febraban.

Fabiana Zanelatto é vendedora e tem uma dívida que supera em doze vezes o salário que ganha. Ela diz que nunca foi organizada com as contas e em janeiro, quando foi demitida, as despesas se acumularam de vez.

“A gente tenta cobrir uma dívida com outra e aí não dá certo isso. Aí você deita, você pensa que vai dormir, aí seu cérebro já começa. Do nada, vem a cobrança ‘E essa dívida? E o aluguel? E o condomínio? E não sei o quê que tem que pagar, como que eu vou fazer?'”

Das pessoas ouvidas na pesquisa, mais de 60% afirmaram que recorrem com frequência a algum tipo de crédito. O mais comum é o cartão, mas também foram mencionados os empréstimos pessoais.

Sem o planejamento adequado, esse tipo de comportamento pode levar a um endividamento descontrolado. Se a pessoa não pagar o valor total na data certa, a dívida vai só aumentando por causa dos juros altos.

Uma fatura de mil reais no cartão de crédito, por exemplo, pode chegar a quase R$ 1600 se a conta ficar atrasada por três meses.

O estudo ouviu três mil pessoas nas cinco regiões do país. 55% dos entrevistados admitiram que entendem pouco ou nada de educação financeira.

g1

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