Lula sanciona sem vetos lei com novas regras para emendas parlamentares

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou integralmente a lei complementar nº 210, aprovada pelo Congresso na semana passada com novas regras para destinação de emendas parlamentares ao Orçamento. Nenhum ministério solicitou veto a trechos do projeto aprovado no dia 19 deste mês.

Na votação, a Câmara dos Deputados retomou a aplicação de no mínimo 50% das emendas de comissão para a área da Saúde. Essa obrigatoriedade havia sido retirada pelo Senado.

A possibilidade de o governo bloquear emendas parlamentares continuou fora do projeto, mas o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou ao Broadcast Político que o Planalto irá enviar um novo projeto que propõe estabelecer um bloqueio de emendas de 15% proporcional ao bloqueio das despesas discricionárias do Poder Executivo.

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Carne já começa a faltar em unidades do Carrefour em SP com boicote de frigoríficos

(FOLHAPRESS) - Consumidores do Carrefour em São Paulo relatam os primeiros reflexos do boicote promovido por frigoríficos brasileiros contra a varejista. Entre 60 clientes entrevistados em três unidades da rede nesta segunda-feira (25), 34 afirmaram já sentir falta de produtos específicos nas prateleiras.

O boicote começou na semana passada, após o Carrefour na França anunciar que deixará de comercializar carne originária do Mercosul, bloco econômico que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e que negocia há décadas um acordo comercial com a União Europeia.

Até o momento, 23 frigoríficos brasileiros aderiram à suspensão do fornecimento, incluindo gigantes como JBS, Marfrig e Masterboi. Segundo fontes do setor, o desabastecimento já afeta mais de 150 lojas do Carrefour no Brasil.

Em nota, o Carrefour Brasil lamentou a situação e reafirmou sua relação com o agronegócio nacional. "Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade", afirmou a empresa.

A rede também diz que já está trabalhando para mitigar os impactos do boicote. "Entendemos a importância deste setor para a economia e para a sociedade como um todo, e continuamos comprometidos com o fortalecimento dessa relação."

Questionado sobre a diferença de estoque entre as lojas, o Carrefour afirmou que "o abastecimento pode variar entre unidades, mas garantiu que todas mantêm produtos suficientes para atender os clientes".

Na unidade da avenida Ribeiro Lacerda, zona sul da capital paulista, os consumidores já percebem a diminuição na oferta de carnes. Na prateleira destinada aos produtos da Friboi, restavam apenas 12 peças.

O mecânico Mauro Oliveira, 53, que costuma comprar produtos da marca, precisou escolher outra por não encontrar o corte desejado.
"Eu sabia desse boicote pelas notícias, mas não imaginei que já estaria sentindo isso na prática", comentou. Ao perguntar ao açougueiro sobre o produto, foi informado de que haveria mais peças em outra geladeira, mas não encontrou o item.

Apesar do transtorno, Mauro apoia a ação dos frigoríficos. "Eles estão certos. É uma maneira de defender o Brasil."

O Carrefour Brasil é líder no varejo alimentar no país. A filial brasileira é a segunda maior operação do grupo francês no mundo, só perdendo para a França. O grupo já vinha desde a pandemia investindo na compra de produtos locais e regionais para abastecer as lojas, fortalecendo itens de marca própria.

"No Brasil o maior faturamento do grupo Carrefour vem do Atacadão, responsável por cerca de 70% das vendas totais. Em um atacarejo, as vendas de carnes não são tão representativas quanto em um supermercado", diz o consultor Alberto Serrentino, sócio da Varese Retail.

O maior fornecedor de carnes do grupo é a JBS, responsável sozinha por 80% do abastecimento das lojas do Carrefour, apurou a Folha junto a fontes próximas do frigorífico. Mas a JBS responde por 100% do abastecimento do Atacadão, a principal operação do grupo -o que torna o imbróglio do Carrefour com os frigoríficos brasileiros muito mais uma queda de braço entre o grupo francês e a JBS.

As declarações do CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, na última quarta-feira (20) teriam mexido com os ânimos da JBS, o maior produtor mundial de proteína animal, controlado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, dono de marcas como Swift, Friboi, Seara e Maturatta.

Segundo fontes próximas ao frigorífico, na sexta (22) houve ordem para que os caminhões da JBS que estivessem em rota para lojas ou centros de distribuição do Carrefour suspendessem as entregas.

O Carrefour tem intensificado a fiscalização sobre os frigoríficos brasileiros, o que levou inclusive à suspensão de 11 fornecedores este ano. No terceiro trimestre, a varejista ampliou o controle socioambiental para compras de carne bovina: antes restrito ao bioma amazônico, passou a controlar a origem da carne dos demais biomas brasileiros.

"Nossos fornecedores se comprometem a realizar a análise de geomonitoramento (checagem de conformidade por meio de imagens via satélite) de suas fazendas de fornecimento direto e, paralelamente, devem informar a origem da compra a partir do Cadastro Ambiental Rural (CAR) ao Grupo Carrefour Brasil, para que seja realizada uma dupla checagem de conformidade", disse o grupo, em relatório de resultados do terceiro trimestre deste ano.

"No trimestre, analisamos 22.615.555 hectares em 28.451 fazendas. Encerramos o trimestre com 18 frigoríficos fornecedores ativos e 11 bloqueados pelo não cumprimento do critério para compras do grupo."

CARNES REPRESENTAM ENTRE 6% E 12% DAS VENDAS DO GRUPO

De acordo com relatório do Goldman Sachs, as carnes representam entre 6% e 12% das vendas do Carrefour no Brasil. Nas estimativas do banco, o lucro líquido da rede varejista pode cair entre 0,54% e 1,

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Bolsonaro diz que estado de sítio foi estudado e que palavra golpe não existe em seu dicionário

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(FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira (25) que o estado de sítio chegou a ser estudado no final de seu governo, mas negou que tenha liderado a trama de um golpe de Estado.

"Golpe de Estado é uma coisa séria. (...) Tem que tá envolvido todas as Forças Armadas senão não existe golpe. Ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais. É um absurdo o que estão falando", disse Bolsonaro na área de desembarque do aeroporto de Brasília.

"Da minha parte nunca houve discussão de golpe. Se alguém viesse pedir golpe para mim ia falar, tá, tudo bem, o 'after day'? E o dia seguinte, como é que fica? Como fica o mundo perante a nós. (...) A palavra golpe nunca esteve no meu dicionário."

Na semana passada, a PF indiciou 37 pessoas, entre elas Bolsonaro, pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, cujas penas somam de 12 a 28 anos de prisão, sem contar agravantes.

Os investigadores apontam quem teria se envolvido nas diversas frentes golpistas em 2022, incluindo os ataques ao sistema eleitoral e discussões sobre uma minuta de decreto para anular o resultado das eleições.

A PF ainda investiga o documento denominado "Planejamento - Punhal Verde Amarelo", que teria sido criado pelo general de brigada da reserva Mario Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência da República. O plano incluiria a possibilidade de matar o presidente eleito Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo as investigações, Fernandes imprimiu o planejamento em 9 de novembro de 2022 no Palácio do Planalto. Cerca de 40 minutos depois, ele teria ido até o Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência então ocupada por Bolsonaro.

Bolsonaro não comentou vários dos pontos específicos da investigação, até porque foram convocados políticos aliados e apoiadores que dificultaram perguntas ao ex-presidente.

Ao negar a trama golpista, ele disse que todas as medidas "dentro das quatro linhas" e da Constituição foram estudadas, entre elas uma medida extrema, o estado de sítio.

A Constituição inclui dois estados possíveis para casos de quebra da ordem social e de instauração de guerras ou conflitos, sejam internos ou externos: o estado de defesa, conforme citado na minuta que mirava o TSE, e o estado de sítio, mais amplo.

O estado de defesa é um dos instrumentos previstos na Constituição Federal capazes de ampliar poderes do chefe do Executivo, mas, segundo especialistas, seria inconstitucional no caso citado por Bolsonaro porque representaria uma interferência indevida do Executivo na Justiça Eleitoral.

Já o estado de sítio é o instrumento capaz de restringir ainda mais as liberdades individuais, deve ser utilizado somente em caso de declaração de guerra, resposta a eventuais ataques de outros países ou instabilidades extremas, que não podem ser resolvidas com o estado de defesa.

Na entrevista desta segunda, Bolsonaro voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que "a mesma pessoa faz tudo e, no final, vota para condenar quem quer que seja".

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"Guardiola é indespedível", diz Carragher sobre crise no Manchester City

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O Manchester City enfrenta atualmente uma crise esportiva rara, acumulando cinco derrotas consecutivas em suas últimas partidas. A mais recente aconteceu no Etihad Stadium, onde o time foi goleado por 4 a 0 pelo Tottenham.

Apesar disso, Jamie Carragher, ex-capitão do Liverpool e atual comentarista esportivo da Sky Sports, acredita que não há razões para especular sobre uma possível demissão de Pep Guardiola. O técnico, inclusive, renovou recentemente seu contrato com o clube até junho de 2027.

"Sir Alex Ferguson era indespedível. Acho que Jürgen Klopp também é, provavelmente, indespedível no Liverpool. O Manchester City nunca demitiria Pep Guardiola, mesmo que ele passasse dois ou três anos sem vencer nada", afirmou Carragher.

O comentarista ainda destacou a confiança que clubes de alto nível têm em técnicos de calibre como Guardiola: "Sempre senti isso no Liverpool com Klopp. Se ele ficasse dois ou três anos sem conquistar um troféu, todos ainda o quereriam como treinador. Quem poderiam trazer que fosse melhor do que Pep Guardiola?", concluiu.

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STF obriga Câmara a alterar número de deputados e gera crise política


Ganhando quatro vagas, Santa Catarina é dos Estados beneficiados pelo projeto que altera as bancadas de deputados federais. A Câmara vê com desconfiança o fato de serem catarinenses o autor do proposta, Rafael Pezenti (MDB), e Caroline de Toni (PL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, que pautou o texto para esta terça (26). Mas foi o STF que fixou prazo para o Congresso se “adequar” ao último censo, sob pena de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) legislar de novo.

Time ganhador

Além de Santa Catarina, Pará ganharia 4 vagas, Amazonas 2, enquanto ganhariam uma vaga Ceará, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso.

Campo minado

O projeto retira duas vagas da bancada da Paraíba e duas da Bahia, de onde sairá o futuro presidente, e uma de Alagoas, de Arthur Lira (PP).

Toque de caixa

Também perdem deputados Estados grandes como o Rio de Janeiro (4), Rio Grande do Sul (2), Piauí (2) e Pernambuco (1).

Rearrumação

O total de 513 deputados continua, mas Estados ganham, outros perdem e outros ficam com as mesma vagas, como os 70 deputados paulistas.

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Evangélicos jogam menos na Mega-Sena, e adesão a bets é igual, mostra Datafolha

Evangélicos são historicamente avessos aos chamados jogos de azar. Quando falamos das versões mais contemporâneas da jogatina, contudo, eles não destoam do resto da sociedade.

Pesquisa Datafolha mostra que crentes aderem a bets, jogo do tigrinho e afins numa proporção similar à da população em geral.

A postura é outra com modalidades mais tradicionais de jogo. Aqui a taxa de evangélicos que aposta em loterias ou no jogo do bicho é menor.

Entre os fiéis do evangelicalismo: 19% têm o costume de jogar na Mega-Sena e outras loterias da Caixa, 9% tenta a Loteria Federal e há 4% de entusiastas da bolsa de apostas ilegal com figuras de animais. Entre católicos, o outro grande bloco religioso do país, os números ficam em 36%, 15% e 10%, respectivamente.

As diferenças entre os dois grupos encolhem quando falamos de apostas esportivas online (as bets) e cassinos digitais (tigrinho e companhia): 19% dos adeptos do catolicismo dizem que já se engajaram em ao menos um dos dois, contra 23% dos evangélicos.

Não dá para dizer que o segundo contingente cristão é mais receptivo às novas formas de jogo porque esses números estão dentro da margem de erro da pesquisa.

Católicos são 51% dos 1.935 entrevistados pelo instituto. A margem de erro para esse recorte religioso é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. Já evangélicos respondem por 24% do total, com uma margem mais ampla, de cinco pontos percentuais, por conta da amostra menor. O restante se divide entre quem tem outras religiões ou os 13% que relatam não ter nenhuma.

A sondagem foi feita nos dias 5 e 6 de novembro, em 113 municípios brasileiros.

Reportagem da Folha revelou que bets e caças-níqueis virtuais vêm preocupando pastores, que observam um aumento nos fiéis adictos em jogos. “Profetizou, jogou, sacou”, mote popular em empresas de aposta, é tido como particularmente cativante nas igrejas.

Trata-se, afinal, de um público “acostumado que é a ouvir o verbo profetizar no sentido de ‘manifestar positivamente’ que algo aconteça no mundo espiritual”, diz Marília de Camargo Cesar, autora de “Feridos em Nome de Deus” e de um artigo sobre o tema. “É uma bela jogada de marketing. Nem todos captam a mensagem dessa maneira, claro, mas os crentes se identificam.”

Segundo o Datafolha, entre os que fazem bets, 20% dos evangélicos apostam todos os dias, contra 14% dos católicos. Os primeiros desembolsam em média R$ 186 por mês para isso. Os segundos, R$ 290.

A maioria, nos dois estratos cristãos, acha que essa forma de jogar deveria ser proibida: 66% dos crentes e 63% dos seguidores do Vaticano.

O instituto diferencia bets (apostar no placar de uma partida de futebol, por exemplo) de cassinos digitais, sendo o jogo do tigrinho o mais famoso deles. Estes aí são ainda mais rejeitados: oito em cada dez entrevistados, sejam eles evangélicos ou católicos, concordam com o banimento deles. Admitem já tê-los praticado 16% dos crentes e 11% dos católicos.

O gasto médio mensal dos evangélicos que o fazem é de R$ 337. No segundo grupo, são R$ 517.

Evangélicos são mais suscetíveis a propaganda em redes sociais: é por elas que 36% têm mais contato com jogos online, ante 26% dos católicos. Entre crentes, só 17% acham que saem ganhando quando jogam, impressão que sobe para 28% no outro nicho cristão.

O pastor e teólogo Victor Fontana, da presbiteriana Comunidade da Vila, aponta algumas hipóteses para fiéis não rejeitarem bets e cassinos virtuais mais do que a média da população.

Tratar jogos de azar como pecado é praxe na maioria das denominações evangélicas, daí vermos menos gente do segmento nas loterias oficiais do Estado ou em atividades clandestinas como o jogo do bicho —que ainda por cima remete a “algum tipo de malandragem que a igreja vê mal”.

O formato digital é uma categoria nova e bem mais acessível —não é preciso, por exemplo, ir fisicamente até a lotérica nem sair de lá com a “prova do crime”, o tíquete físico. Isso, segundo Fontana, pode tornar a modalidade mais palatável para brios evangélicos —que ainda a repelem em massa, mas não mais do que a sociedade como um todo.

A “facilidade do celular”, para o cientista político Vinicius do Valle, do Observatório Evangélico, também é uma mão na roda, o que pode dar mais chances ao evangélico de, digamos, cair em tentação.

“Não é tão simples jogar nas loterias via celular”, ele exemplifica. “Isso significa que você tem que entrar numa lotérica, pegar um papelzinho, preencher, enfrentar uma fila do caixa com pessoas que vão estar te olhando. São vários passos que você tem que dar numa coisa que é considerada pecado.”

Outro componente que Valle considera é a Teologia da Prosperidade e “essa coisa de Jesus dar uma bênção imediata na sua vida”.

Sobretudo “isso do ‘profetiza’, do ‘vai que agora é sua chance’, pode dialogar com a fé da pessoa”, diz. “Se a gente for pegar o milagre de Jesus em que ele fala para o pescador jogar de novo a rede que virá o peixe”, o recurso pode ser sedutor para o fiel.

“A arquitetura das bets consegue trazer uma dissociação entre o jogo e o ambiente do pecado”, afirma o cientista político. Como se entrar num cassino, numa lotérica, fosse um desvio moral mais escancarado. Melhor não.

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CEO do Carrefour sinaliza retratação a produtores brasileiros após veto a carne do Mercosul

O Ministério da Agricultura foi avisado por representantes da Embaixada da França no Brasil de que o CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, fará uma retratação pública sobre a carne brasileira. A redação da carta já estaria pronta, segundo o que foi informado à pasta e apurado pela Folha.

Na última quarta-feira (20), Bompard publicou um comunicado nas redes sociais em que anunciava que as lojas francesas da empresa não comprariam mais carne vinda do Mercosul, diante do “risco de inundar o mercado francês com uma produção de carne que não respeita suas exigências e normas”.

O texto, que tem como pano de fundo as negociações do acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, alvo de protestos de agricultores franceses, continua nos perfis do executivo nas redes sociais.

A declaração desencadeou um boicote de produtores brasileiros, que deixaram de entregar carne para unidades do Carrefour no Brasil. O movimento recebeu apoio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD). O embaixador francês, Emmanuel Lenain, foi à sede da pasta interceder na situação nesta segunda-feira (25).

O Carrefour Brasil afirmou não ter informações sobre a carta de desculpas do executivo.

A Embaixada do Brasil em Paris também criticou o comunicado do CEO global do Carrefour. “Tal posição não pode justificar uma campanha pública baseada na disseminação generalizada de desinformação sobre os produtos brasileiros.”

Até o momento, 23 frigoríficos brasileiros aderiram à suspensão do fornecimento, incluindo gigantes como JBS, Marfrig e Masterboi. Segundo fontes do setor, o desabastecimento já afeta mais de 150 lojas do Carrefour no Brasil.

Consumidores do Carrefour em São Paulo relatam os primeiros reflexos do boicote promovido por frigoríficos brasileiros contra a varejista. Entre 60 clientes entrevistados pela Folha em três unidades da rede nesta segunda-feira (25), 34 afirmaram já sentir falta de produtos específicos nas prateleiras.

Em nota, o Carrefour Brasil lamentou a situação e reafirmou sua relação com o agronegócio nacional. “Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade”, afirmou a empresa.

O Carrefour Brasil é líder no varejo alimentar no país. A filial brasileira é a segunda maior operação do grupo francês no mundo, só perdendo para a França. A Folha apurou que a diretoria do Carrefour no Brasil entrou em contato com o Ministério da Agricultura e disse que foi “surpreendida” com as declarações feitas por Alexandre Bompard.

Os acionistas do Carrefour no Brasil demonstraram preocupação com os reflexos da crise entre a rede varejista e o governo brasileiro e, segundo uma fonte do alto escalão do governo, se comprometeram a cobrar algum posicionamento diferente de sua matriz na França.

A União Europeia foi destino de 3% das exportações de carnes brasileiras de janeiro a outubro deste ano, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). O bloco europeu comprou 67 mil toneladas de carne bovina.

A França respondeu por 0,02% das vendas externas brasileiras até outubro. Nos primeiros dez meses de 2024, o país europeu comprou 314 toneladas de carnes brasileiras.

A China, principal destino das carnes bovinas produzidas no Brasil, comprou 1 milhão de toneladas –o país responde, sozinho, por quase 50% das carnes brasileiras vendidas ao exterior.

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Líder supremo do Irã pede pena de morte para Netanyahu

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu seja condenado a pena de morte por conta de crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza e no Líbano. A declaração aconteceu nesta segunda-feira (25/11), durante um evento em Teerã.

“O mandado de prisão emitido para Netanyahu não é suficiente, e uma sentença de morte deve ser emitida para ele e os líderes criminosos do regime sionista”, disse o mandatário iraniano.

Há quatro dias, o Tribunal de Haia emitiu mandados de prisão contra Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant. O líder do Hamas que Israel diz ter assassinado, Mohammed Deif, também entrou na mira da Corte.

Os três são acusados de cometer diversos crimes de guerra e contra a humanidade, no contexto da guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, que se estende por mais de um ano e já deixou mais de 40 mil palestinos mortos.

O pedido extremo do líder iraniano surge em meio à tensão envolvendo Israel e Irã, que se atacaram de forma inédita neste ano. A última ofensiva aconteceu em 25 de outubro, quando forças israelenses bombardearam o país persa.

Sob o comando de Ali Khamenei, o Irã prometeu vingança contra o ato, mas até agora nenhuma ação concreta foi tomada contra o território israelense.

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Operação Contragolpe: defesa de capitão da reserva nega envolvimento de militar com plano

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A Polícia Federal colocou um de seus integrantes na mira da Operação Contragolpe - o agente Wladimir Soares - após identificar que ele repassou, em 2022, informações sobre a estrutura de segurança do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para pessoas próximas ao então presidente Jair Bolsonaro, "aderindo de forma direta ao intento golpista". A investigação revelou que um dos braços do grupo pretendia inclusive assassinar o petista por envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico.

Segundo o inquérito, Wladimir encaminhou para o capitão da reserva Sérgio Rocha Cordeiro - assessor especial de Bolsonaro - relatos sobre a segurança do candidato eleito, inclusive sobre a presença de policiais de força tática na equipe de segurança. Além disso, ele se colocou à "disposição para atuar no Golpe de Estado, demonstrando aderência subjetiva à ruptura institucional", dizem os investigadores.

Em nota, o criminalista Luiz Eduardo Kuntz, que representa o capitão Cordeiro, afirmou que o militar "não tem qualquer envolvimento com os fatos expostos". Segundo a defesa, as mensagens encaminhadas ao capitão não foram respondidas por ele, por qualquer integrante da equipe da segurança presidencial e tão pouco por Bolsonaro.

"Eu e minha equipe estamos com todo equipamento pronto p ir ajudar a defender o Palácio e o presidente. Basta a canetada sair !", afirmou Wladimir em 20 de dezembro de 2022. Antes de enviar a mensagem, o agente recebeu duas mensagens que foram apagadas por Sérgio e anotou: "Estou pronto!"

Wladimir foi um dos presos da Operação Contragolpe, aberta na manhã desta terça, 19, no rastro do agente e de quatro militares - um general reformado e três ‘kids pretos’ - que estariam envolvidos em um plano de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes. O grupo previa matar o trio por envenenamento e com bomba.

A Polícia Federal considera que Wladimir, que estava atuando no apoio à segurança do candidato presidencial eleito, deveria ter passado os dados para a Coordenação de segurança de Lula, "principalmente diante dos eventos que ocorreram no dia anterior, com a tentativa de invasão da Sede da Polícia Federal, por manifestantes que não reconheciam o resultado das eleições e apoiavam um golpe de Estado para impedir a posse do governo eleito".

No entanto, Wladimir passou os dados para o segurança pessoal de Bolsonaro, que "que estava naquele momento empenhado para consumação do golpe de Estado, tentando obter o apoio das Forças Armadas".

A corporação considera que o agente atuou junto com a organização criminosa "que tentou consumar um golpe de Estado, fornecendo informações que pudessem de alguma forma subsidiar as ações que seriam desencadeadas, caso o decreto de golpe de Estado fosse assinado, especialmente relacionadas ao então candidato eleito".

Segundo o inquérito, Wladimir "aproveitando-se das atribuições inerentes o seu cargo no período entre a diplomação e posse do governo eleito" passou informações a aliados de Bolsonaro. À época, da transição, Lula se hospedava em um hotel em Brasília

A PF entrou no encalço de Wladimir Soares após encontrar, em meio às diligências da Operação Venire - investigação sobre fraudes na carteira de vacinação de Bolsonaro e seus aliados - indícios de que o agente "atuou como elemento auxiliar do núcleo vinculado à Tentativa de Golpe de Estado".

Analisando as mensagens do capitão da reserva Sérgio Rocha Cordeiro - assessor especial de Bolsonaro - os investigadores apuraram que Wladimir "se inseriu no contexto de atuação da criminosa ao fornecer informações relativas à segurança do candidato eleito Luís Inácio Lula da Silva".

Em um dos áudios interceptados pela PF, o agente da PF tratou com o então assessor da Presidência de informações sobre um dos seguranças de Lula, que veio a ser nomeado como Assessor do Gabinete Pessoal do Presidente da República.

Em outra mensagem, Wladimir enviou para Sérgio uma foto com a mensagem "Coordenador da Operação Posse!; "Petista e baba ovo do Alkimin"; "DPF Cleyton". A mensagem fez referência ao delegado que atuou como Coordenador de Execução da operação da Polícia Federal que atuou na segurança da cerimônia de posse de Lula.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA LUIZ EDUARDO KUNTZ, QUE REPRESENTA CORDEIRO

Cumpre enfatizar que nosso constituinte não tem qualquer envolvimento com os fatos ali expostos, sendo certo que tal afirmativa é de fácil constatação, uma vez que as mensagens que lhe foram encaminhadas, muito embora recebidas, NÃO FORAM RESPONDIDAS POR ELE OU POR QUALQUER INTEGRANTE DA EQUIPE DA SEGURANÇA PRESIDENCIAL, tão pouco pelo então Presidente da República. Por fim, a Defesa permanece à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos que se façam necessários para esclarecimento dos fatos investigados, solicitando respeito e um jornalismo informativo e responsável.

Política 24/11/2024 Notícias no Minuto
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Foragido por roubo em cofres de postos de combustíveis é preso em operação da Polícia Civil

Um homem investigado por furtos e roubos a cofres de postos de combustíveis, cometidos com o uso de explosivos e maquinários de corte na região da Grande Natal, foi preso durante a operação “Chapa Quente”, deflagrada por policiais civis da Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (DEFUR) de Natal, na última sexta-feira (22). A prisão aconteceu no bairro Igapó, na zona Norte da capital potiguar.

Segundo informações, o homem, de 32 anos, foi localizado em um supermercado no bairro Igapó, em Natal. As investigações apontam que a organização criminosa foi responsável, somente em 2024, por 11 furtos qualificados a cofres de postos de combustíveis, causando um prejuízo estimado em R$ 400 mil, além de um roubo com explosivos. Durante a primeira etapa da operação, seis mandados judiciais foram cumpridos, um de prisão e cinco de busca e apreensão.

Ao ser abordado, o suspeito também foi flagranteado por fraude processual, após quebrar o celular no momento da prisão. Ele foi conduzido à delegacia e posteriormente enviado para o sistema prisional.

O nome Chapa Quente faz referência às ações do grupo criminoso, que utilizava explosivos e equipamentos de corte em seus crimes. A Polícia Civil reforçou que as investigações continuam para identificar e responsabilizar os demais envolvidos na organização criminosa.

A Polícia Civil ressalta que a população continue enviando informações, de forma anônima, por meio do Disque Denúncia 181.

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