Investigado pela PF, sindicato ligado a irmão de Lula tem recorde de arrecadação e descontos em folha de aposentados

O Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados), uma das associações investigadas pela PF por suspeita de fraude no INSS, teve um aumento expressivo nos valores dos descontos em folha de seus associados e um crescimento súbito em sua receita nos últimos anos.

A entidade tem José Ferreira da Silva, o Frei Chico, um dos irmãos do presidente @lulaoficial (PT), como diretor vice-presidente. O irmão de Lula não é investigado, mas cita o presidente principal do sindicato Milton Filho. O sindicato teve um aumento de 78% nos valores de descontos em folha de 2020 para 2021.

A arrecadação também subiu: foi de R$ 17,8 milhões, em 2016, para R$ 90,5 milhões, em 2023. Também foi identificado um aumento nos pedidos de exclusão da associação ao INSS. Demandas chegaram a 20 mil em janeiro de 2024. Nesse período, o Sindnapi contava com 276,9 mil associados cadastrados.

A PF vê o número de pedidos de exclusão como um indício de que os aposentados estavam sendo associados sem consentimento.

Revista Ceará

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INSS: dinheiro descontado irregularmente será devolvido, diz governo

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vai suspender todos os acordos de cooperação técnica firmados com entidades, para interromper um esquema que desviou dinheiro de aposentados, revelado pelo Metrópoles. A decisão ocorre após operação da Polícia Federal (PF) que atingiu o órgão esta semana.

Os pagamentos de maio serão suspensos, retidos pelo órgão e restituídos aos aposentados atingidos. A devolução do restante dos recursos descontados irregularmente vai ocorrer, ainda segundo o governo, mas o prazo e o plano ainda não foram definidos.

As medidas para lidar com o escândalo foram informadas em entrevista concedida no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (24/4), pelo ministro da Controladoria-Geral da União, Vinicius Carvalho, e pela diretora de Orçamentos, Finanças e Logística do INSS, Débora Floriano.

“Não temos nesse momento como precisar quantos descontos são irregulares, contudo, nós traremos, oportunamente, um plano onde serão abordadas, tratadas, todas as informações para, em seguida, em força tarefa conjunta, promovermos o integral ressarcimento dos descontos irregularmente descontados dos benefícios dos nossos segurados. Nós vamos ressarcir. Contudo, as ações desse ressarcimento fazem parte de um plano que será apresentado oportunamente”, disse a diretora do INSS.

Todos os acordos de cooperação técnica vigentes serão suspensos para uma reorganização do sistema, explicou Carvalho. “Essa suspensão vai viabilizar que os recursos que iriam para as associações neste mês de maio já não vão para as associações. Vão ser retidos e, na próxima folha de pagamento, serão restituídos aos aposentados”, disse o ministro.

“A AGU está entrando com peso nessa história para poder garantir que essas pessoas que foram indevidamente descontadas recebam seus recursos de volta. Essa é uma prioridade do presidente Lula: garantir que os aposentados que foram lesados sejam restituídos os recursos que deles foram extraídos”, ressaltou Carvalho.

Por causa de operação da PF, o diretor-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi afastado e posteriormente demitido nessa quarta (23/4).

A megaoperação, batizada de Sem Desconto, resultou no afastamento de Stefanutto e outros quatro membros da cúpula do órgão

Metrópoles 

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A máfia do bisturi: como uma cooperativa dominou a anestesia no DF

Uma investigação conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal revelou o funcionamento de um esquema monopolista que há décadas controla o mercado de anestesiologia na capital do país. No centro da trama está a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do DF (Coopanest-DF), acusada de estabelecer um sistema fechado e excludente de atuação em hospitais privados, pressionando clínicas, planos de saúde e até mesmo órgãos públicos.

De acordo com a apuração, a cooperativa atua por meio de grupos exclusivos de anestesistas, filiados à Coopanest, que detêm o monopólio dos procedimentos anestésicos em diferentes unidades hospitalares. Cada hospital funciona como um feudo, onde apenas o grupo dominante pode atuar. Médicos de fora não têm acesso aos plantões, a menos que sejam aceitos pela cooperativa e pelo grupo local.

Depoimentos colhidos na investigação apontam que profissionais autônomos são barrados sistematicamente, e mesmo anestesistas recém-chegados ao DF só conseguem atuar na rede privada se forem integrados a um grupo já estabelecido — e, para isso, precisam da chancela da cooperativa.

Tabela da chantagem
Ainda de acordo com as apurações, a posição dominante da Coopanest-DF é reforçada por sua exclusividade junto aos convênios médicos. Todos os procedimentos anestésicos realizados na rede privada são faturados pela própria cooperativa, que retém parte do valor e repassa o restante aos grupos. Para os hospitais e operadoras de saúde, resta aceitar os termos — ou enfrentar boicotes.

Esse poder se materializa na chamada “tabela da Coopanest”, criada unilateralmente pela cooperativa, com valores até sete vezes maiores que os das tabelas de referência do mercado, como a CBHPM e a AMBR.

A tabela é imposta a hospitais e convênios, que não têm margem de negociação. Em caso de resistência, entram em cena retaliações e obstruções de atendimento, como foi identificado em mais de um caso analisado pela Polícia Civil.

Um convênio ligado à Força Aérea Brasileira foi descredenciado após contestar os valores da tabela. Clínicas privadas, como uma unidade de radioterapia, também relataram a recusa de anestesistas em atuar após discordâncias contratuais, o que inviabilizou a continuidade dos atendimentos. As tentativas de buscar profissionais fora da cooperativa esbarraram na mesma barreira: todos os anestesistas do DF estariam vinculados à Coopanest, direta ou indiretamente.

Boicote
O caso mais emblemático ocorreu quando um hospital de grande porte decidiu romper com a clínica afiliada à cooperativa. O episódio provocou uma reação coordenada de boicote.

Cirurgias foram canceladas, anestesistas foram pressionados a abandonar os plantões e houve até ameaças veladas contra médicos que aceitaram trabalhar na unidade. O hospital chegou a operar com apenas quatro anestesistas disponíveis para toda a demanda, forçando a suspensão de centenas de procedimentos.

A estrutura hierárquica da cooperativa também foi alvo da apuração. Médicos que não fazem parte da sociedade majoritária dos grupos são conhecidos informalmente como “bagres” e ficam responsáveis pelos plantões mais pesados — noturnos, fins de semana e procedimentos de maior risco — recebendo valores fixos por hora trabalhada. Já os lucros reais são concentrados nas mãos dos sócios, que organizam as escalas e controlam os contratos.

A investigação revelou ainda que o domínio da Coopanest-DF atinge também o setor público. Hospitais como o da Criança de Brasília e até a Secretaria de Saúde do DF relataram dificuldades em contratar anestesistas devido aos valores elevados exigidos pela cooperativa. Um levantamento citado aponta que mais de 1.300 cirurgias gerais, sendo 500 pediátricas, deixaram de ser realizadas por inviabilidade financeira.

Operação Toque de Midaz
Essas práticas são alvo da Operação Toque de Midaz, deflagrada em abril pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do DF. A ação cumpriu mandados de busca e apreensão contra anestesiologistas e dirigentes da cooperativa suspeitos de liderar um esquema criminoso com características de cartel, formação de organização criminosa, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro.

O nome da operação faz alusão ao rei Midas, símbolo da ganância, e ao Midazolam, sedativo amplamente utilizado em anestesias — uma referência direta ao setor envolvido no esquema.

Em nota, a Coopanest-DF negou qualquer irregularidade e afirmou que “nunca houve e não há cartel” ou ilegalidade em sua atuação. A cooperativa também declarou manter compromisso ético com seus cooperados há mais de 40 anos.

Metrópoles

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Bebê de oito meses morre e mulher está na UTI após comer açaí; suspeita é de envenenamento

Uma bebê de oito meses morreu e uma mulher está internada em estado grave no Hospital Regional Alfredo Mesquita, em Macaíba, na Grande Natal, após consumirem um açaí que estaria supostamente envenenado, no bairro de Felipe Camarão, zona Oeste da capital potiguar. Yohana Maitê chegou a ser socorrida até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade da Esperança, mas não resistiu e faleceu no local. Já Geisa de Cássia, de 50 anos, está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Em conversa com a TRIBUNA DO NORTE, o estudante Yago Smith, parente das vítimas, relatou que foram entregues à sua mãe, Geisa, dois potes de açaí por um moto entregador, como uma espécie de “presente” enviado de forma anônima. A primeira entrega aconteceu no domingo (13) e incluía um urso de pelúcia com alguns chocolates, além de uma carta com a mensagem: “Depois que te perdi, foi que percebi que te amo”.

“Minha mãe recebeu, na nossa casa, um presente deixado por um motoqueiro. Neste presente havia um urso rosa com alguns chocolates. Além disso, tinha uma carta com uma mensagem pronta. Ela (Geisa) pensou que fosse de algum ex-namorado, então comeu os chocolates, e estava tudo bem”, disse Yago.

Na tarde da última segunda-feira (14), o filho contou que a mãe recebeu uma nova encomenda, desta vez com os potes de açaí e alguns chocolates. Ela os guardou no congelador e, posteriormente, à noite, decidiu consumir e dividiu com a sobrinha, Yohana. Depois de alguns minutos, a criança começou a passar mal e foi levada à UPA no bairro Cidade da Esperança, mas não resistiu e faleceu.

Horas após a criança ser socorrida, Geisa também começou a passar mal e foi levada à unidade de emergência. Segundo Yago, a família suspeitou que fosse algo emocional, em decorrência da situação da sobrinha. Após ser medicada no local, ela recebeu alta e retornou para casa.

Uma nova entrega foi realizada na terça-feira (15), desta vez com apenas dois potes de açaí, contendo 200 ml cada. O “presente” foi recebido por uma prima que estava na residência, e Geisa os guardou na geladeira. Após o almoço, ela ingeriu novamente o açaí e começou a passar mal cerca de 15 minutos depois, com sintomas mais graves do que os anteriores.

“Levamos ela para a UPA, e lá ela já estava muito pior. Foi feita a intubação, e, após o médico avaliar seu estado, levantou-se a hipótese de envenenamento. Ele começou a questionar o que minha mãe havia ingerido, e falamos sobre esse açaí. O médico pediu que encaminhássemos o caso ao DHPP e que fosse registrado um Boletim de Ocorrência, pois se tratava de um possível envenenamento”, detalhou Smith.

O caso está sob investigação do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil e do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep/RN), que realizou a coleta de amostras do açaí para exame toxicológico.

Tribuna do Norte

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Uso de maconha aumenta em até 4 vezes risco de demência, diz estudo

Pesquisadores da Universidade de Ottawa, no Canadá, descobriram que o consumo regular de maconha está associado ao desenvolvimento de demência. A lista de possíveis efeitos do uso também inclui problemas cardiovasculares graves, como AVCs, ataques cardíacos, arritmias cardíacas e insuficiência cardíaca.

Publicado no dia 14 de abril na JAMA Neurology, o estudo ganhou notoriedade por sua abrangência, já que analisou os dados de saúde de cerca de 6 milhões de pessoas. A pesquisa inclui somente adultos canadenses com 45 anos ou mais, sem diagnóstico prévio de demência.

Outro dado importante descoberto pelos cientistas foi que os usuários de cannabis já foram hospitalizados ou precisaram visitar o pronto-socorro por conta da droga tem até quatro vezes mais chances de receberem o diagnóstico de demência em até cinco anos.

“Alguém que vai ao pronto-socorro ou é hospitalizado por causa do uso de cannabis tem um risco 23% maior de desenvolver demência em cinco anos, em comparação com alguém que foi ao hospital por outro motivo”, disse Daniel Myran, coautor do estudo, em nota à imprensa. Ele reforça que o risco é 72% maior quando comparado à população geral.

Ainda, ele menciona que os números consideram demais fatores de risco para a doença, como idade, sexo, saúde mental, além do uso de substâncias e condições crônicas (como diabetes).

Estudos feitos anteriormente apontam que usuários de maconha também têm mais chances de recorrer ao atendimento emergencial ou hospitalização.

Apesar dos dados, Myran destaca que não é um estudo que vincula oficialmente a maconha com a demência, mas com o objetivo de entender mais a associação que está aumentando em pesquisas científicas.

Vale destacar que outros fatores de risco da demência são a idade, pressão alta, diabetes, má alimentação, problemas cardíacos e de sono, além da falta de atividade física.

Fatores adicionais

A análise foi feita a partir de registros médicos de 2008 a 2021, com mais de 6 milhões de pessoas entre 45 e 105 anos, moradores de Ontário, no Canadá, sem demência. Os pesquisadores encontraram aproximadamente 16 mil pessoas que passaram por atendimento médico por conta de reações negativas ao uso de maconha.

Myran reforça que após cinco anos da visita ao hospital ou internação, 5% desse número foi diagnosticado com demência. Em dez anos, cresce para 19%.

Ao longo dos 13 anos analisados, o número de adultos de 45 a 64 anos que foram ao pronto-socorro por causa do uso de maconha foi cinco vezes maior. Entre os idosos com 65 anos ou mais, esse número cresceu ainda mais: foi quase 27 vezes maior, de acordo com o estudo.

Caso seja comprovado que a maconha realmente causa demência, é necessário entender como isso acontece no cérebro dos usuários frequentes. O coautor acredita na possibilidade de que o uso diário pode mudar a forma como as conexões entre os neurônios funcionam.

Segundo Myran, há indícios de que o uso frequente de maconha possa estar ligado a processos inflamatórios e danos em pequenos vasos sanguíneos do cérebro. Outra hipótese é que esse hábito contribui para o surgimento de outros fatores associados à demência, como quadros de depressão e isolamento social.

InfoMoney

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