Em primeira entrevista após ser eleito, Trump promete deportação em massa de imigrantes ilegais

Na primeira entrevista concedida após ser eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump reafirmou uma de suas principais promessas de campanha: a deportação em massa de imigrantes ilegais no país, uma prioridade de seu governo. O republicano declarou que “os Estados Unidos não têm escolha” e que o custo não deve ser um empecilho para a execução da medida.

Neste início de transição de governo nos EUA, tanto Trump quanto a atual vice-presidente Kamala Harris se mantiveram focados em atividades internas. Kamala permanece em Washington, enquanto Trump, na Flórida, começa a estruturar sua equipe. O primeiro nome confirmado é o de Susie Wiles, nomeada como chefe de gabinete e a primeira mulher a ocupar o cargo. Com experiência no governo do ex-presidente Ronald Reagan, Susie também participou das últimas campanhas de Trump.

Em Washington, o Pentágono e outras instituições já estão preparando a transição. O secretário de Defesa afirmou que o processo será conduzido de forma calma e ordenada.

Em contato com Kamala Harris e Joe Biden, Trump relatou “boas conversas” e afirmou que planeja um almoço com o atual presidente nos próximos dias. Ele garantiu que cumprirá suas promessas de campanha, o que inclui a rígida política de imigração. A medida deve passar com facilidade pelo Congresso, uma vez que o Partido Republicano conquistou a maioria no Senado e está próximo de controlar a Câmara dos Representantes.

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Fala de Lula sobre Trump e nazismo chega ao presidente eleito dos EUA

Após a confirmação da vitória de Donald Trump, o assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, declarou que o apoio de Lula à candidata Kamala Harris foi “discreto”. E disse, ainda, que o petista não chegou a falar mal do presidente eleito dos Estados Unidos.

Assessores de Trump, contudo, tomaram conhecimento de uma fala de Lula que vai no sentido oposto. Dias antes da eleição, o petista sugeriu que o retorno do norte-americano à Casa Branca seria “o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara”. Durante entrevista internacional, o presidente brasileiro manifestou apoio a Kamala Harris por ser um “amante da democracia”.

“Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do mandato, fazendo aquele ataque contra o Capitólio, uma coisa impensável de acontecer nos Estados Unidos, que se apresentava ao mundo como modelo de democracia. Agora temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos EUA”, disse Lula a uma emissora francesa.

Em seguida, continuou: “É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara. Como sou amante da democracia, acho a coisa mais sagrada que nós humanos conseguimos construir para bem governar o nosso país, obviamente estou torcendo para Kamala ganhar as eleições”. Durante um encontro na Flórida, a equipe de Trump assistiu às declarações de Lula, exibidas por políticos brasileiros que fazem oposição ao petista.

Após a eleição de Donald Trump, Celso Amorim afirmou que o governo Lula tentará manter uma relação normal com o republicano. “Acho que a expressão usada por Lula de simpatia por Kamala foi discreta e não falou mal de Trump”, disse.

O ex-chanceler completou: “Vamos procurar manter uma relação normal. O exemplo que dou a todos é o que aconteceu com o presidente Bush. Na ocasião, o Brasil condenou a guerra do Iraque, o que foi muito forte. O presidente Lula fez questão de falar condenando a guerra e, mesmo assim, nós tivemos uma relação normal. Ele mesmo visitou o Brasil duas ocasiões”.

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Bolsonaro celebra eleição de Trump: ‘Vitória épica. Que inspire o Brasil’

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) parabenizou na madrugada desta quarta-feira, 6, Donald Trump pela vitória nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. “Testemunhamos o ressurgimento de um verdadeiro guerreiro”, afirmou o ex-presidente brasileiro em posicionamento publicado no X (antigo Twitter).

A nota, disponível em inglês e português, celebrou a “vitória épica” do republicano, a quem o ex-presidente chamou de “meu amigo”, “contra tudo e contra todos”. Bolsonaro exaltou o “ressurgimento” de Trump após o que chamou de “um processo eleitoral brutal” no pleito presidencial anterior, de 2020, seguido por uma “injustificável perseguição judicial”.

“Que a vitória de Trump inspire o Brasil a seguir o mesmo caminho”, afirmou Bolsonaro. No texto, o ex-presidente disse ainda que o triunfo do republicano “marca não apenas seu retorno à Casa Branca, mas também o triunfo da vontade popular sobre os desígnios arrogantes de alguns poucos que desprezam nossos valores, nossas crenças e nossas tradições”.

Inelegível por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro também ligou a vitória de Trump nas urnas ao seu futuro político no País. “Talvez em breve Deus também nos conceda a chance de concluir nossa missão com dignidade e nos devolva tudo o que foi tirado de nós. Talvez tenhamos uma nova oportunidade de restaurar o Brasil como uma terra de liberdade, onde o povo é senhor de seu próprio destino”, disse.

No Instagram, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher, também se manifestou sobre a vitória de Donald Trump. “Um homem temente a Deus. Um homem que ama o Estado de Israel. Obrigada, Senhor!”, disse. “Viva a América”, finalizou.

Parlamentares bolsonaristas, como o filho do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), estão nos Estados Unidos como observadores do pleito. Eles acreditam que o retorno de Trump à Casa Branca novamente vai fortalecer a extrema direita no Brasil.

A projeção da vitória de Trump indicada pelos principais veículos de comunicação americanos ocorreu depois de ele ter conquistado ao menos 277 delegados no colégio eleitoral e uma ampla vitória no voto popular para derrotar a democrata Kamala Harris.

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Benjamin Netanyahu demite Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu demitiu nesta terça-feira (5) seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmando que “lacunas significativas” haviam surgido entre eles na gestão da guerra.

A decisão de Netanyahu, que deve entrar em vigor dentro de 48 horas, acontece após meses de disputas cada vez mais públicas entre ambos e ocorre no momento em que Israel está no meio de um conflito em múltiplas frentes contra Hamas, Hezbollah e Irã.

“Em meio a uma guerra, mais do que nunca, é necessária total confiança entre o primeiro-ministro e o ministro da Defesa”, disse Netanyahu em um comunicado emitido por seu gabinete. “Infelizmente, embora nos primeiros meses da campanha houvesse essa confiança e um trabalho muito produtivo, nos últimos meses essa confiança se quebrou entre mim e o ministro da Defesa.”

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Primeira urna aberta nos EUA dá empate entre Kamala e Trump

Os candidatos à Casa Branca Donald Trump (Partido Republicano) e Kamala Harris (Partido Democrata) empataram na 1ª votação finalizada nos Estados Unidos. Dixville Notch, pequena comunidade no Estado norte-americano de New Hampshire, tem tradição de iniciar a votação à meia-noite.

O local tem 6 moradores, segundo o site do Estado. Dos 6 votos computados, 4 foram de eleitores registrados como republicanos e 2 como independentes. Apesar disso, Trump teve 3 votos. Kamala ficou com os outros 3.

Conforme a emissora norte-americana, pela tradição local, os eleitores se reúnem no Balsams Hotel para votar assim que as urnas abrem à meia-noite. Assim, os votos são computados e os resultados anunciados horas antes de qualquer outro lugar nos EUA.

Os eleitores de Dixville Notch votaram, nas últimas duas eleições presidenciais, nos candidatos do Partido Democrata. Em 2020, a comunidade registrou 5 votos, todos em Joe Biden. No pleito anterior, em 2016, Hillary Clinton teve 4 dos 7 votos. Dois foram para Trump e 1 para Gary Johnson.

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Votação antecipada nos EUA já equivale a quase metade do total geral de votos da eleição passada

A votação antecipada nos Estados Unidos já equivale a 46% do total de votos na última eleição. Foram mais de 72 milhões de votos registrados até este domingo, 3, no que promete ser uma disputa voto a voto entre a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump.

Na Georgia, Estado decisivo, 4 milhões de pessoas já compareceram às urnas, o que corresponde a 80% do total de votos na última eleição. No Arizona e na Carolina do Norte, também decisivos, a metade dos eleitores saiu de casa antes para escolher entre Kamala e Trump.

Os números sugerem uma mudança, intensificada pela pandemia mas duradoura, nos hábitos de votação nos EUA. O dia oficial da eleição é a próxima terça-feira, 5.

A votação antecipada não chegou ao mesmo nível da última eleição, em 2020, marcada pela pandemia, mas superam qualquer pleito anterior. Depois de anos desqualificando o voto adiantado e por correio, Donald Trump passou a emitir sinais mistos e incentivar que os republicanos fossem às urnas o quanto antes.

Reflexo de uma eleição acirrada, em que as pesquisas apontam empate técnico, 40% dos eleitores que depositaram seus votos antecipadamente estão registrados como democratas e outros 40% como republicanos, segundo levantamento da rede americana NBC. 54% foi pessoalmente às urnas e outros 46% enviaram por correio.

O número de cédulas de votos antecipados deve continuar a subir antes do dia da eleição. Em comícios recentes nos Estados decisivos, Trump e Harris incentivaram seus apoiadores e eleitores indecisos a votar antecipadamente. Para as campanhas, a votação antecipada permite garantir o voto dos apoiadores para focar nos indecisos.

As regras de votação variam de acordo com o Estado. Alguns permitem que o processo se estenda por semanas, alguns enviam automaticamente cédulas para todos os eleitores registrados e outros limitam rigorosamente quando um eleitor pode votar antes do dia da eleição.

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Lula apoia Kamala para fortalecer imagem internacional de apoio à democracia


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou apoio à candidata democrata Kamala Harris para a presidência dos Estados Unidos, em uma jogada que especialistas consideram como uma estratégia para fortalecer sua imagem internacional de defensor da democracia.

Implicações para as relações bilaterais

Apesar dos possíveis benefícios, a declaração de Lula não está isenta de riscos. A imprevisibilidade das eleições americanas e a possibilidade de vitória de um candidato republicano poderiam criar tensões nas relações bilaterais futuras.

A decisão de Lula provavelmente se baseia em um cálculo cuidadoso, visando manter a coerência com os valores defendidos pelos democratas e fortalecer a posição do Brasil no cenário internacional.

A declaração surge em um momento de intenso debate político nos Estados Unidos, com as eleições presidenciais se aproximando.

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Milei demite chanceler após voto contra embargo a Cuba; embaixador assume

O presidente da Argentina, Javier Milei, demitiu, nesta quarta-feira (30), a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino. O novo chanceler do país será Gerardo Werthein, atual embaixador argentino nos Estados Unidos.

A demissão de Mondino ocorre devido ao voto da Argentina, nesta terça (29), contra o embargo imposto pelos Estados Unidos contra Cuba. A resolução, aprovada por 188 votos, somente teve a oposição dos Estados Unidos e de Israel.

“Nosso país se opõe categoricamente à ditadura cubana e se manterá firme na promoção de uma política exterior que condene todos os regimes que perpetuam a violação dos direitos humanos e das liberdades individuais”, expressou a presidência argentina em comunicado.

A Casa Rosada afirmou que a Argentina “atravessa um período de mudanças profundas e esta nova etapa exige que nosso corpo diplomático reflita em cada decisão os valores da liberdade, soberania e direitos individuais que caracterizam as democracias ocidentais”.

O texto também informa que o poder Executivo iniciará “uma auditoria do pessoal de carreira da Chancelaria, visando identificar impulsores de agendas inimigas da liberdade”.

Após o voto na ONU, a chancelaria argentina comandada por Mondino tinha afirmado que o país “reiterou sua firme oposição ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto contra Cuba, assim como as medidas unilaterais de coerção, a aplicação extraterritorial de leis comerciais nacionais, e a adoção de práticas comerciais discriminatórias”.

“O governo argentino expressa sua satisfação pela adoção desta resolução, que reflete uma rotunda rejeição da comunidade internacional ao injusto embargo imposto, há décadas, sobre o povo cubano”, afirmava o texto do comunicado.

Apesar da constância argentina no voto pelo fim do bloqueio comercial e econômico contra a ilha nas últimas décadas, Milei já havia declarado em diversas oportunidades considerar Cuba uma ditadura e que seu governo estará alinhado aos Estados Unidos e a Israel.

Polêmicas

Uma das principais polêmicas de Mondino, que liderou a pasta desde o início do mandato de Milei, foi dizer que, em uma inspeção que o governo realizou na base espacial que a China tem na província argentina de Neuquén, não conseguiu identificar se havia militares, uma vez que “eles são chineses, são todos iguais”.

Posteriormente, ela negou que houvesse qualquer intenção discriminatória na declaração, feita ao jornal Clarín, poucos dias após ter feito uma visita oficial ao país asiático, onde se encontrou com o chanceler Wang Yi. Milei, na campanha, disse que não se relacionaria com a China, mas nos últimos meses fez declarações afirmando que se surpreendeu positivamente com o país asiático.

Outra declaração da chanceler que repercutiu muito negativamente na Argentina foi quando se posicionou sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. “Como liberal, estou de acordo com o projeto de vida de cada um. É muito mais amplo que o matrimônio igualitário. Deixe que exagere: se você prefere não se banhar e estar cheio de piolhos, é escolha sua, pronto, depois não reclame se alguém não gostar que você tenha piolhos”, disse, em entrevista ao canal de notícias La Nación.

Relações com Brasil

Com o Brasil, no entanto, Mondino conseguiu estabelecer boas relações, apesar dos insultos e provocações de Milei a Lula. Ela foi a Brasília antes mesmo da posse, e entregou ao chanceler Mauro Vieira uma carta do presidente argentino convidando Lula para a cerimônia.

Mondino entregou uma segunda carta a Vieira, durante reunião bilateral no Itamaraty em abril. Ela também mantinha contato direto com o embaixador brasileiro na Argentina, Julio Bitelli, a quem pediu ajuda em maio para a liberação de um carregamento de gás natural contratado emergencialmente para evitar um colapso energético em seu país.

A ex-chanceler também articulou com o Brasil o apoio para que o Itamaraty intercedesse pelos seis opositores venezuelanos que estão asilados na embaixada da Argentina em Caracas. No início de agosto, quando os diplomatas argentinos foram expulsos da Venezuela, o Brasil assumiu a representação da missão diplomática da Argentina.

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EUA: família diz que jovem tirou a própria vida após se apaixonar por perfil de IA

A família de um adolescente de 14 anos, da Flórida, nos Estados Unidos, alega que ele teria tirado a própria vida depois de se “apaixonar” por um perfil de inteligência artificial que se passava por uma das personagens do seriado Game of Thrones. A mãe do garoto, Megan Garcia, entrou com ação na Justiça para responsabilizar a empresa de chat de I.A

Conforme relato dela, o filho Sewell começou a usar o serviço em abril de 2023, após completar 14 anos. Depois disso, segundo ela, o adolescente nunca mais foi o mesmo, tornando-se um jovem retraído, com preguiça de participar das atividades durante a aula e abandonando até mesmo o time de basquete da escola, Junior Varsity, do qual fazia parte.

Em novembro do ano passado, Sewell foi levado a um terapeuta, que o diagnosticou com ansiedade e transtorno disruptivo de desregulação do humor. Sem saber que o adolescente estava “viciado” no chat de Inteligência Artificial, o profissional recomendou que ele passasse menos tempo na internet e nas redes sociais.

Meses depois, em fevereiro deste ano, o jovem envolveu-se numa confusão na escola. Ele chegou a responder um dos professores, dizendo que queria ser expulso. No mesmo dia, conforme o processo, ele escreveu no próprio diário que estava sofrendo e que não conseguia parar de pensar em Daenerys Targaryen, a personagem de Game of Thrones com quem ele “conversava” no chat de inteligência artificial.

“É como um pesadelo”

Em uma declaração, Megan Garcia expressou o próprio sofrimento: “É como um pesadelo. Você quer se levantar, gritar e dizer: ‘Sinto falta do meu filho. Quero meu bebê’”.

A intenção dela com a ação judicial, além de buscar, claro, a responsabização pela morte do filho, é “impedir que a C.AI faça com qualquer outra criança o que fez com a dela, e interromper o uso contínuo dos dados coletados ilegalmente de seu filho de 14 anos para treinar seu produto a prejudicar outras pessoas”.

A mãe entrou com processo contra a Character Technologies e os fundadores da empresa. A ação os acusa de negligência, homicídio culposo, práticas comerciais injustas, promoção intencional de sofrimento emocional e outras alegações.

O que diz a empresa responsável pelo chatbot

Ao falar sobre o episódio, um porta-voz da empresa declarou: “Estamos de coração partido pela perda trágica de um de nossos usuários e queremos expressar nossas mais profundas condolências à família”.

A equipe de confiança e segurança da empresa “implementou inúmeras novas medidas de segurança nos últimos seis meses, incluindo um pop-up direcionando os usuários para o National Suicide Prevention Lifeline que é acionado por termos de automutilação ou ideação suicida. À medida que continuamos a investir na plataforma e na experiência do usuário, estamos introduzindo novos recursos de segurança rigorosos, além das ferramentas já existentes que restringem o modelo e filtram o conteúdo fornecido ao usuário”.

Em relação à presença de menores de 18 anos na plataforma, a empresa informou que adotará alterações “para reduzir a probabilidade de encontrar conteúdo sensível ou sugestivo”.

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