Prazo para investir em previdência privada e ter vantagem no IR chega à reta final
BRUNO XAVIER E JÚLIA MOURA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Investir em previdência privada até o fim deste mês pode trazer vantagem na declaração do IR (Imposto de Renda), mas esse não deve ser o único critério a ser considerado para optar por esse tipo de aplicação.
É permitido deduzir até 12% da renda bruta tributável no ano, mas o benefício não é para todos: vale apenas para os planos do tipo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e para quem faz a declaração do IR pelo modelo completo, mais usado por quem tem gastos com dependentes, além de despesas com educação e saúde.
Quem quiser utilizar o benefício fiscal na declaração do IR 2025 tem até o final deste mês para fazer o investimento. O último dia de expediente bancário será 30 de dezembro, mas o prazo final pode ser mais curto e depende da empresa que faz a gestão da previdência privada.
É necessário verificar o perfil do investidor, conhecer o mercado e estar atento ao fundo e à instituição escolhidos. Apesar de ser uma aplicação considerada mais segura, há várias opções com riscos diferentes e voltadas a um perfil específico.
Apesar de o PGBL permitir o desconto na base de cálculo do IR, quando for resgatar o dinheiro a tributação será aplicada sobre o valor total investido, e não só sobre o quanto rendeu. Já o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) não oferece benefícios na declaração do IR, mas tem vantagem no resgate: o cliente só paga o IR pelo valor do rendimento, e não sobre o investimento todo.
COMO ESCOLHER UM BOM PLANO
A recomendação de especialistas para quem está começando a investir é analisar os próprios rendimentos e observar qual fundo mais se encaixa na sua carteira e no seu perfil, se conservador ou agressivo. "Ele tem que entender qual produto mais se adequa a ele", diz o assessor de investimentos e colunista da Folha de S.Paulo Michael Viriato.
O vice-presidente da Comissão de Produtos por Sobrevivência da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência e Vida), Amâncio Palladino, diz que, ao escolher em qual instituição fazer o investimento, o cliente precisa ter três critérios em mente: o relacionamento com a instituição, a qualidade da plataforma oferecida, que deve ser fácil de utilizar e verificar os valores, e a confiança no banco ou na corretora.
ENTENDA AS TAXAS QUE PODEM SER COBRADAS
As taxas que podem ser cobradas na previdência privada também estão relacionadas ao risco do produto. Investimentos de menor risco poderão ter taxas menores que os mais arriscados. Para saber se as taxas cobradas estão adequadas, o cliente pode compará-las com fundos de outras corretoras e também com outros fundos de risco semelhante.
"A taxa deve estar alinhada com a dos produtos de mesmo risco. Pagar pouco por algo ruim é pior que pagar muito por algo bom. Não é porque a taxa é baixa que o investimento é bom", diz Viriato.