Com tarifaço, estrangeiros retiram R$ 6,27 bilhões da Bolsa brasileira

Julho foi um período tumultuado para os investidores estrangeiros na Bolsa brasileira (B3). De acordo com um levantamento da consultoria Elos Ayta, houve uma saída líquida de R$ 6,27 bilhões em recursos externos no mês passado, marcando o pior desempenho mensal desde abril de 2024, quando o saldo negativo foi de R$ 11,1 bilhões.

Apesar da debandada de julho, destaca a consultoria, o saldo do investimento estrangeiro na B3 segue positivo em 2025.

Até o fim do mês, o fluxo líquido acumula R$ 20,64 bilhões com IPOs (oferta pública inicial de ações) e follow-ons e R$ 20,08 bilhões sem considerar essas operações.

Metrópoles

Publicidade

59% veem alta de preços no mercado e nas contas, mostra pesquisa PoderData

Pesquisa PoderData realizada de 26 a 28 de julho de 2025 mostra que 59% dos eleitores declaram ter percebido um aumento nos preços das compras no supermercado e das despesas gerais nas últimas semanas. Os percentuais caíram 6 pontos desde março.

Só 9% dos entrevistados afirmam que os custos diminuíram nas últimas semanas. Os percentuais do grupo com essa opinião oscilaram 2 pontos, no limite da margem de erro, para cima em 4 meses.

Há ainda 24% dos eleitores que dizem não ter sentido diferença e que os preços permaneceram iguais. Outros 8% não souberam responder.

A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 26 a 28 de julho de 2025, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 182 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%.

Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

Poder 360

Publicidade

Argentina deve crescer mais do que o dobro do Brasil em 2025, diz FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a economia da Argentina crescerá 5,5% em 2025, enquanto o Brasil deve registrar uma expansão de 2,3% no mesmo período. Os dados constam na atualização do relatório World Economic Outlook, divulgada na última segunda-feira, 28. Para 2026, o FMI projeta um crescimento de 4,5% para a Argentina e 2,1% para o Brasil.

Segundo o relatório, a previsão para a Argentina permanece inalterada em relação à edição anterior, de abril. Ainda assim, o país sul-americano aparece como um dos destaques de crescimento entre as economias emergentes e supera não apenas o Brasil, mas também países como México (0,2%) e Rússia (0,9%).

Na América Latina como um todo, o crescimento projetado é de 2,2% para 2025. Para o Brasil, o FMI revisou positivamente a previsão de abril em 0,3 ponto porcentual, o que sugere melhora nas condições macroeconômicas do país. Ainda assim, o relatório ressalta que o Brasil figura entre as nações com déficits fiscais elevados diante de uma dívida pública historicamente alta.

As previsões do FMI estão condicionadas a um cenário de manutenção das políticas comerciais e fiscais em vigor no momento da publicação. A instituição assume, por exemplo, que a suspensão temporária de tarifas comerciais pelos Estados Unidos será prorrogada, embora esteja programada para terminar em agosto. A incerteza nesse campo permanece alta.

A previsão global de crescimento para 2025 foi revista para cima: de 2,8% em abril para 3,0% em julho. A revisão reflete fatores como a antecipação de exportações pela ameaça de novas tarifas, a queda no valor do dólar e o afrouxamento das condições financeiras internacionais. Ainda assim, o FMI alerta que o crescimento segue abaixo da média anterior à pandemia, de 3,7%.

Revista Oeste

Publicidade

Às vésperas do tarifaço, empresas brasileiras demitem e dão férias coletivas

A poucos dias da entrada em vigor do tarifaço, com novas tarifas americanas sobre produtos importados, empresários e trabalhadores brasileiros já sofrem os impactos da medida que será aplicada sobre o Brasil.

Com a sobretaxa de 50% a todas as exportações do país para os Estados unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump para iniciar na sexta-feira (1.º), importadores americanos têm suspendido contratos de importação e indústrias de diferentes áreas se viram obrigadas a paralisar atividades, demitir funcionários e impor férias coletivas forçadas.

No Sul, setor madeireiro anuncia demissões e antecipa férias por causa de tarifaço

O setor madeireiro, que concentra cerca de 90% de sua capacidade instalada nos três estados da região Sul, é um dos mais afetados. Na semana passada, a Sudati, que produz compensados de madeira, anunciou o desligamento coletivo de 100 funcionários de duas fábricas, nas cidades de Ventania e Telêmaco Borba, no Paraná, em razão da insegurança financeira. 

As demissões motivadas pelo tarifaço serão realizadas ao longo de 60 dias e, segundo a empresa, os colaboradores afetados estão sendo comunicados individualmente. Por enquanto, os trabalhadores das unidades de Palmas e Ibaiti, também no Paraná, e de Otacílio Costa, em Santa Catarina, não devem ser afetados. 

Na BrasPine, que fabrica produtos à base de madeira, 1,5 mil funcionários, mais da metade do quadro da empresa, entraram em férias coletivas pela mesma razão. No dia 15, a companhia anunciou a medida por 30 dias para 700 trabalhadores da fábrica de Jaguariaíva (PR). Na semana seguinte, mais 800 pessoas foram incluídas – 50 da mesma unidade e outros 750 da planta de Telêmaco Borba.

Os trabalhadores foram divididos dois grupos: o primeiro parou na segunda-feira (28), por 30 dias, e o outro entra em férias, também por 30 dias, a partir da próxima segunda (4). 

Outra empresa paranaense, a Millpar, também fabricante de produtos de madeira, deu férias coletivas a 720 funcionários das unidades de Guarapuava e Quedas do Iguaçu. Os trabalhadores atingidos atuam na manufatura de produtos voltados à exportação – a maior parte da produção da empresa é destinada ao mercado americano. 

De acordo com a empresa, a medida pode ser ampliada, dependendo do desenrolar das negociações do Brasil com os Estados Unidos nos próximos dias. 

Em Santa Catarina, o grupo Ipumirim também decidiu antecipar férias coletivas para 550 colaboradores. Segundo a empresa, a medida foi tomada enquanto se aguarda uma definição nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. A marca atua na fabricação de portas, kit de portas, molduras e no manejo de floresta própria.

Outra empresa catarinense, a Móveis Weihermann, que destina 70% de sua produção para os Estados Unidos, suspendeu as atividades nesta semana. 

O setor madeireiro emprega aproximadamente 180 mil pessoas em postos diretos e em 2024 exportou US$ 1,6 bilhão para o mercado americano, cerca de 50% da produção nacional, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci).

De acordo com a entidade, alguns segmentos dependem exclusivamente dos Estados Unidos, com 100% das vendas atreladas ao país. A maioria dos contratos com empresas americanas estão sendo cancelados e muitos embarques do setor foram suspensos desde o anúncio das novas tarifas. 

“O setor possui aproximadamente 1.400 contêineres com produtos já embarcados e em trânsito marítimo para os Estados Unidos. Além disso, em torno de 1.100 contêineres estão posicionados em terminais portuários aguardando embarque”, informou a associação, em nota.

Empresas siderúrgicas paralisam atividades em Minas Gerais

Em Minas Gerais, a iminência da aplicação das novas tarifas americanas gera uma das maiores crises recentes da indústria de ferro-gusa, utilizado na produção de aço. Com o aumento de custos, empresas dos Estados Unidos que importam o produto brasileiro têm suspendido contratos de compra desde o anúncio do aumento da tarifa pelo governo americano.

Os Estados Unidos são o principal destino do material produzido no estado, absorvendo cerca de 68% da produção, segundo o Sindicado da Indústria do Ferro de Minas Gerais (Sindifer). 

Nesta segunda-feira, a Fergubel, localizada em Matozinhos, na região metropolitana de Belo Horizonte, parou as atividades por 30 dias, colocando em férias coletivas todos os seus cerca de 150 funcionários. 

“A decisão foi tomada diante dos desafios enfrentados pelo setor siderúrgico, agravados por medidas como o recente tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos, que vêm afetando diretamente a cadeia produtiva do ferro-gusa e impactando a competitividade das exportações brasileiras”, informa um comunicado da empresa. 

Outras duas empresas mineiras do setor, a Modulax e a CSS Siderúrgica Setelagoana, também recorreram à medida, por tempo indeterminado, para, em princípio, evitar demissões em razão do tarifaço.

Em 2024, 87% das exportações de ferro-gusa brasileiras tiveram como destino os Estados Unidos, que importou 3,3 milhões de toneladas do material. Cerca de 85% desse volume saiu de Minas Gerais.

Com entrada em vigor do tarifaço, demissões podem chegar a 110 mil, diz estudo

Na semana decisiva para os exportadores brasileiros, as negociações do Brasil com os Estados Unidos continuam travadas. No domingo (27), Trump negou a possibilidade de adiamento da medida, confirmando a entrada em vigor das novas taxas a partir do dia 1º.

O tarifaço, se confirmado, pode gerar demissões em massa ainda em importantes setores do agronegócio, como o de café, carne bovina e suco de laranja, além das indústrias de petróleo e gás, peças para aeronaves, máquinas e equipamentos de geração de energia e minerais não metálicos.

A Taurus, maior fabricante de armas de fogo do Brasil e uma das maiores fornecedoras de pistolas para o mercado americano, declarou que, caso a tarifa seja mantida, poderá transferir toda a sua operação para os Estados Unidos. A mudança resultaria na perda de até 15 mil empregos no Rio Grande do Sul, sendo 3 mil deles diretos, gerados pela fábrica em São Leopoldo (RS).

Um estudo do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental Aplicada (Nemea), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estima que o tarifaço americano pode levar a até 110 mil demissões no país. O impacto seria de 40 mil postos de trabalho na agropecuária, 31 mil no comércio e 26 mil na indústria.

Conforme o levantamento, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encolheria 0,16%, o equivalente a uma redução de R$ 19,2 bilhões. Os estados mais prejudicados, em termos absolutos, seriam São Paulo (-R$ 4,4 bilhões), Rio Grande do Sul (-R$ 1,9 bilhões), Paraná (-R$ 1,9 bilhão), Santa Catarina (-R$ 1,74 bilhão) e Minas Gerais (-R$ 1,66 bilhão).

Estados lançam medidas para socorrer empresas; governo federal estuda programa de preservação de empregos

Em meio ao clima de tensão gerado entre empresários e à dificuldade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de negociar uma redução, adiamento ou flexibilização do tarifaço com os Estados Unidos, alguns estados já anunciaram medidas de ajuda às empresas afetadas, com o objetivo de minimizar prejuízos, falências e demissões.

Ronaldo Caiado, governador de Goiás, anunciou na semana passada uma linha de crédito emergencial para empresas com exposição significativa ao mercado norte-americano. A taxa anual de financiamento será inferior a 10%.

Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) lançou uma linha de crédito com juros subsidiados para exportadores paulistas, com a disponibilização de até R$ 20 milhões por empresa, com taxas de juros a partir de 0,27% ao mês mais a inflação, prazo de pagamento de até 60 meses, com carência de até 12 meses.

O governo paulista vai ainda liberar créditos de ICMS acumulados por empresas exportadoras, no valor de até R$ 1 bilhão, que ficam retidos no sistema tributário estadual e deve ampliar o Fundo Garantidor do Estado, que permite acesso a crédito com menor exigência de garantias. 

No Paraná, o governador Ratinho Junior (PSD) anunciou na semana passada um pacote para empresas que vendem para os Estados Unidos. Créditos de ICMS serão liberados para serem usados para monetização, giro ou como garantia para tomada de empréstimos.

Mais de R$ 400 milhões serão disponibilizados para oferta de linhas de crédito especial pela Fomento Paraná e pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Além disso, empresas poderão solicitar o adiamento de parcelas de empréstimos já contratados. 

O governo do Rio Grande do Sul também anunciou um programa de liberação de crédito, de R$ 100 milhões, por meio do BRDE, para exportadores que vendem para os Estados Unidos, Segundo a administração de Eduardo Leite (PSD), os juros serão equalizados com recursos do Fundo Impulsiona Sul e ficarão entre 8% e 9% ao ano. O prazo de pagamento será de 60 meses, com 12 meses de carência. 

O governo federal também estuda medidas de socorro a empresas e preservação de empregos, de modo a evitar demissões em massa diante do cenário cada vez mais inevitável do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros. 

A proposta elaborada pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, incluiria medidas de facilitação de crédito para empresas exportadoras, além de um programa de manutenção de trabalho e renda, semelhante ao BEm, benefício emergencial criado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de Covid-19.

Publicidade

WhatsApp clonado? Saiba como agir e onde denunciar o golpe



Os golpes no WhatsApp têm crescido em todo o país e se tornaram uma das principais formas de fraude digital nos últimos tempos. Os criminosos usam diferentes técnicas para assumir o controle da conta da vítima, e assim, roubam desde dinheiro até dados importantes para a aplicação de outros golpes.

Segundo Rubens Alexandre de Faria, pós-doutor em ciências forenses pela Syracuse University (EUA) e professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a clonagem funciona como um espelho.

“Alguém pode estar vendo o que você posta, interagindo em tempo real e até publicando algo por você”, explica. Em alguns casos, a vítima continua usando o aplicativo normalmente, sem saber que outra pessoa também está acessando a conta de outro lugar.

Caso você queira ficar bem informado e ter conhecimento sobre esse e outros tipos de fraudes que podem ocorrer digitalmente, inscreva-se no Curso "Na Mira dos Golpes". Ministrado pelo Delegado Emmanoel David, é uma iniciativa Gazeta do Povo.


Como saber se o seu WhatsApp foi clonado?

A clonagem da conta pode ocorrer de formas simples ou até mesmo com métodos mais complexos de roubo de dados. Filipe Augusto da Luz Lemos, pós-doutorando em Engenharia de Defesa pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e professor da Syracuse University (EUA), lembra que uma das formas mais comuns é a do WhatsApp Web conectado em um computador de terceiros.

“Dá pra conferir isso nas configurações, onde aparece a lista de dispositivos conectados.” No entanto, ele alerta que há situações mais sofisticadas, como o roubo de credenciais. “Um exemplo comum é quando alguém liga se passando por empresas como OLX ou Mercado Livre e envia um código. Se você repassar esse código, perderá o acesso”, alerta.

Um dos principais sinais de clonagem é perder completamente o acesso ao WhatsApp. Outro indício frequente são mensagens suspeitas enviadas a partir do número da vítima, muitas vezes pedindo transferências via Pix. “99% dos casos têm motivação financeira”, diz Filipe. Mas ele acrescenta que há outros contextos, como espionagem entre casais, roubo de informações estratégicas e ataques com objetivos políticos, por exemplo.


Já Rubens, ressalta que o maior risco está na manipulação emocional das vítimas, o que caracteriza a chamada Engenharia Social, um método de manipulação psicológica muito utilizado para fazer com que as pessoas revelem informações confidenciais, tomem alguma ação prejudicial ou permitam o acesso a sistemas.

“A pessoa mal-intencionada não precisa forçar. Ela induz você a executar a ação.”


“A pessoa mal-intencionada não precisa forçar. Ela induz você a executar a ação.”


Ele cita ainda a facilidade com que criminosos conseguem explorar a busca por informações pessoais dentro do próprio aplicativo devido a falta de cuidado de algumas pessoas no uso do WhatsApp. “Pessoas mais tradicionais têm mania de mandar mensagem para elas mesmas. Se alguém toma conta, pega tudo com palavras de busca.”

O que fazer em caso de clonagem?

Para recuperar um WhatsApp clonado, é preciso reinstalar o aplicativo, fazer login com seu número e confirmar o código de verificação. O professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) explica que, se a vítima ainda tiver acesso ao aplicativo, é possível interromper o golpe no WhatsApp verificando os dispositivos conectados e desconectando acessos desconhecidos. “Você, enquanto a usuária principal, enquanto for a titular da conta, pode derrubar esse acesso.”

No entanto, se o criminoso já tiver assumido o controle total, é necessário entrar em contato com a operadora para a recuperação de conta, além de registrar ocorrência na Polícia Civil. “Se for uma situação criminal, a investigação segue com mandado, e a operadora é quem vai conseguir desclonar. Leva uns dias, depende da situação”, afirma.

Após a clonagem, é fundamental registrar a denúncia no Nuciber, o Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil. Filipe Lemos também reforça a importância de formalizar o caso, mesmo que o prejuízo não seja imediato, para que sejam criadas mais políticas de segurança digital.


“É fundamental para saber que é prioridade para a população. Se não há dados, não é possível pedir ação pública do Estado.” Ele recomenda reportar o caso ao próprio WhatsApp, que possui equipes dedicadas à segurança digital e pode agir preventivamente com base nos relatos dos usuários.

Como evitar o golpe da clonagem do WhatsApp?

Para evitar que seu WhatsApp seja clonado, os especialistas recomendam cuidados básicos com segurança digital. Principalmente:

  • não repassar códigos recebidos por SMS;
  • desconfiar de mensagens inesperadas;
  • evitar baixar aplicativos de fontes desconhecidas;
  • checar periodicamente os acessos ativos no WhatsApp Web.

Lemos também orienta a criar palavras-chave entre familiares para verificar a identidade de quem está pedindo ajuda: “Entre familiares, criar métodos que só vocês conhecem previne muita coisa.”.


Apesar do cenário preocupante, os especialistas lembram que não é necessário viver com medo constante. “Não precisa ter neurose. É uma higiene. É importante ficar atento, mas não achar que vai ser clonado toda hora”, diz o professor da UTFPR. Para ele, o maior erro acontece quando se está desatento.

Publicidade

Trump fecha acordo comercial com União Europeia e anuncia tarifa de 15%: “O maior já feito”

Durante encontro realizado neste domingo (27) na Escócia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um novo acordo comercial com a União Europeia. Em vez dos 30% inicialmente previstos, será aplicada uma tarifa de 15% sobre as exportações do bloco europeu aos EUA.

A reunião foi realizada com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Segundo Trump, o pacto inclui um investimento europeu de US$ 600 bilhões nos Estados Unidos — sendo US$ 150 bilhões destinados ao setor de energia e outra parcela significativa voltada à área de defesa.

“Esse é o maior acordo comercial já fechado entre nós”, afirmou Trump, destacando que o mercado europeu continuará sendo estratégico, mas exigirá reciprocidade nas trocas.

O presidente americano ressaltou ainda que, em caso de formalização do pacto, as tarifas deixarão de ser um ponto de atrito entre as partes. Ele também indicou que medicamentos devem ser excluídos da lista de produtos tarifados. "Se acordo houver, esse será o fim da discussão sobre tarifas com a União Europeia", disse.

Questionado por jornalistas, após a reunião, se os 15% poderiam ser reduzidos, Trump respondeu: “Se por melhor você quer dizer menor, então não.” O republicano ainda classificou o bloco europeu como um “mercado muito fechado”, especialmente em relação a automóveis e produtos agrícolas dos EUA.


Von der Leyen: “Trump é um negociador duro”


Segundo a agência France Presse, o comércio anual entre Estados Unidos e União Europeia movimenta cerca de US$ 1,9 trilhão em bens e serviços. O acerto, se confirmado, ainda precisará ser aprovado pelos 27 Estados-membros do bloco, cujos representantes devem se reunir ainda neste domingo.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiou a postura firme do presidente norte-americano: “Trump é um negociador duro, mas se chegarmos a um entendimento, será o maior acordo já alcançado por ambos os lados.”

Trump também sinalizou avanços com outros parceiros. Segundo o presidente, os EUA estão próximos de fechar um acordo com a China e iniciaram conversas com Camboja e Tailândia para discutir termos tarifários.

Publicidade

Pesquisa mostra que 4 a cada 10 brasileiros estão endividados; preocupação com dívidas afeta saúde mental

Quatro em cada dez brasileiros estão endividados. Além do bolso, a maioria sente o impacto também na saúde emocional. As dívidas têm mesmo tirado o sono de muitas famílias no país. Uma pesquisa da Federação Brasileira de Bancos, a Febraban, mostra que quatro em cada dez (39%) brasileiros estão endividados.

37% acreditam que vão quitar a dívida este ano, mas 24% dizem que vão demorar muito para pagar. A maioria dos endividados diz que a preocupação com as contas compromete a saúde.

“77% afirma que o endividamento afeta a saúde emocional, afeta as relações familiares, afeta a qualidade de vida”, diz Amaury Oliva, diretor de sustentabilidade e cidadania financeira da Febraban.

Fabiana Zanelatto é vendedora e tem uma dívida que supera em doze vezes o salário que ganha. Ela diz que nunca foi organizada com as contas e em janeiro, quando foi demitida, as despesas se acumularam de vez.

“A gente tenta cobrir uma dívida com outra e aí não dá certo isso. Aí você deita, você pensa que vai dormir, aí seu cérebro já começa. Do nada, vem a cobrança ‘E essa dívida? E o aluguel? E o condomínio? E não sei o quê que tem que pagar, como que eu vou fazer?'”

Das pessoas ouvidas na pesquisa, mais de 60% afirmaram que recorrem com frequência a algum tipo de crédito. O mais comum é o cartão, mas também foram mencionados os empréstimos pessoais.

Sem o planejamento adequado, esse tipo de comportamento pode levar a um endividamento descontrolado. Se a pessoa não pagar o valor total na data certa, a dívida vai só aumentando por causa dos juros altos.

Uma fatura de mil reais no cartão de crédito, por exemplo, pode chegar a quase R$ 1600 se a conta ficar atrasada por três meses.

O estudo ouviu três mil pessoas nas cinco regiões do país. 55% dos entrevistados admitiram que entendem pouco ou nada de educação financeira.

g1

Publicidade

BC: vazam dados do Pix de 11 milhões de pessoas; acesso a contas foi preservado

O Banco Central comunicou, nesta quarta-feira (23), que ocorreram acessos indevidos a dados vinculados a chaves Pix no Sisbajud (Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário), que é operado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

O CNJ afirma que o incidente que ocorreu entre domingo (20) e segunda-feira (21) provocou o vazamento dos dados de 11.003.398 pessoas. Foram acessados dados como nome da pessoa, chave Pix, nome do banco, número da agência e número da conta.

As informações vazadas são cadastrais, do tipo que não permitem movimentação de recursos, nem acesso às contas ou a outras informações financeiras, segundo o BC, ressaltando não foram obtidos dados sensíveis e sob sigilo bancário, como senhas, movimentações financeiras ou saldos em contas.

Apesar de os dados vazados por si só não permitirem o acesso às contas nos bancos, o CNJ reforça que a exposição de dados cadastrais gera riscos e sublinha recomendações de segurança que os bancos já divulgam com frequência.

“O CNJ não se utiliza de qualquer meio de comunicação aos afetados, como mensagens, SMS, e-mail ou chamadas telefônicas”, pontua.

O órgão ainda vai disponibilizar um canal exclusivo para consulta ao cidadão, que será divulgado no site oficial do Conselho.

CNN

Publicidade

Pecuaristas dos Estados Unidos elogiam tarifaço e querem banir carne do Brasil

Em meio às preocupações com as tarifas anunciadas pelos Estados Unidos, um setor aplaude com entusiasmo as iniciativas de Donald Trump. E vai além: defende a suspensão total da entrada dos produtos brasileiros nos Estados Unidos.

“A Associação Nacional de Pecuaristas dos Estados Unidos (NCBA) apoia firmemente o plano do presidente Trump de impor ao Brasil com uma tarifa de 50%”, cita a entidade.

A entidade que representa os pecuaristas americanos há mais de um século, desde 1898, informa que “há muitos anos defende a suspensão total da carne bovina brasileira importada”.

“Uma tarifa de 50% é um bom começo, mas precisamos suspender as importações de carne bovina do Brasil para que possamos conduzir uma auditoria completa”, citou a entidade.

A NCBA acusa produtores brasileiros de terem uma “abismal falta de responsabilidade em relação à saúde do gado e à segurança alimentar”.

Os pecuaristas americanos citam especificamente os casos da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da vaca louca.

“A falha do Brasil em reportar casos atípicos de EEB e seu histórico de febre aftosa são uma grande preocupação para os produtores de gado dos EUA”, citam os produtores americanos.

O governo brasileiro rebate a afirmação dos pecuaristas americanos.

O Ministério da Agricultura cita que o Brasil nunca teve um “caso clássico” do mal da vaca louca – aqueles em que a doença ocorre pela ingestão de alimentos contaminados, especialmente farinha de carne e ossos. Essa foi a origem do surto na Europa há algumas décadas.

No Brasil, há registro de seis casos atípicos da doença. A situação não interfere no status do país na Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Isso acontece porque os casos têm ocorrência espontânea, quando a infecção se dá pela mutação espontânea da proteína – normalmente pela idade avançada do animal, sem ter relação com a ingestão de alimentos contaminados.

“Assim, o Brasil mantém o reconhecimento pela OMSA como país de risco insignificante para a doença desde 2012”, cita o Ministério da Agricultura.

CNN Brasil

Publicidade

IOF e tarifaço são “carga dupla” ao câmbio, dizem especialistas

A alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o tarifaço de Donald Trump contra o Brasil são dois fatores que geram uma “carga dupla” na economia brasileira, sobretudo no câmbio por conta das incertezas geradas pelo debate em torno dos dois mecanismos, segundo especialistas ouvidos pela CNN.

Mais do que as questões técnicas, o IOF e tarifaço tocam dimensões estruturais da previsibilidade jurídica, da estabilidade regulatória e da competitividade econômica do país, observa Andrea Feitosa, advogada tributarista sócia do Martorelli Advogados.

A consequência da imprevisibilidade gerada, segundo Roger Amarante, CFO da S8 Capital, é uma piora para os movimento econômicos feitos na prática.

“Os riscos jurídicos e institucionais se somam ao aumento dos custos operacionais, trazendo assim um desafio considerável em se operar no Brasil. Soma-se a isso a recente decisão do tarifaço imposto ao Brasil pelo presidente Donald Trump, o que traz um expressivo aumento nos custos de bens e serviços. Investir no Brasil se torna uma das decisões mais arriscadas e incertas no momento”, pondera Amarante.

“Se por um lado a decisão do ministro [Alexandre de Moraes] significou uma vitória política e econômica para o governo, por outro lado provavelmente significará uma derrota na atividade produtiva e fluxo financeiro na balança comercial. Cobertor curto da União.”

Efeito no câmbio

Tanto o tarifaço como a decisão sobre o IOF mexem diretamente com o fluxo de moedas estrangeiras no país. Além disso, a incerteza em torno dos dois figuram entre os fatores que têm mexido com o investidor e o movimento do câmbio no país.

De um lado, o presidente Trump anunciou que irá aplicar, a partir do dia 1º de agosto, uma alíquota de 50% contra os importados brasileiros que entrarem em território norte-americano.

“Os impactos já estão sendo sentidos fortemente no setor agro exportador [aos EUA], como sucos de frutas, celulose e café e o setor de indústria de máquinas e equipamentos agrícolas e aeronaves. Nestas indústrias, o impacto é tão relevante que os empresários já estão discutindo demissões em massa e algumas empresas já pararam a sua linha de produção, o que pode ocasionar numa retração econômica em nosso [PIB] Produto Interno Bruto”, nota Guilherme Viveiros, assessor de investimentos da WFlow.

Do outro lado, o STF (Supremo Tribunal Federal) restaurou, por decisão de Moraes, a alta do IOF proposta pelo governo federal, que havia sido derrubada pelo Congresso Nacional. Serão tributadas com taxas mais elevadas as operações de:

  • Aportes em seguros de vida: passa a incidir IOF de 5% sobre aportes mensais superiores a R$ 300 mil em planos de seguro de vida com cobertura por sobrevivência. A partir de 2026, o imposto passa a incidir nos aportes que excederem R$ 600 mil, independente se foram depositados em uma ou várias instituições;
  • Cooperativas de crédito: operações de crédito com valor anual acima de R$ 100 milhões passam a ser tributadas como empresas comuns;
  • Crédito para empresas: IOF foi ajustado para 0,38% para empresas em geral, inclusive as enquadradas no Simples Nacional;
  • Cotas de FDICs: aquisição primária em Fundos de Investimento em Direito Creditório tem alíquota fixa de 0,38%;
  • Cartão de crédito e débito internacional: alíquota foi elevada de 3,38% para 3,5%;
  • Operações com câmbio e moeda em espécie: IOF fixado em 3,5%. Depois da repercussão, o governo esclareceu que remessas para investimento seguem com a alíquota antiga, de 1,1%;
  • Saída de recursos não especificada: operações financeiras não detalhadas que envolvam envio de recursos ao exterior também terão incidência de IOF de 3,5%.

“Há impacto não só nas operações internacionais (como o frete de importações), mas também nas nacionais. Até mesmo pegar dinheiro emprestado aqui no Brasil vai sair mais caro. Exemplo prático: se você fizer uma compra em um site internacional, o frete e o produto em si devem ficar mais caros por causa desses aumentos”, analisa Graziela Fortunato, professora da Escola de Negócios da PUC-Rio.

A alta do IOF foi proposta pelo governo como uma medida para assegurar a arrecadação prevista no orçamento, fator esse que alimenta o mau humor do mercado, segundo André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica.

“À medida que o governo consegue apoio em novas receitas, o entendimento geral é de que a iniciativa com vistas a resolver de forma estrutural a trajetória das despesas primárias será deixada de lado ou será tratada de uma forma mais amena do que, de fato, deveria ser. Então, isso acaba trazendo impacto no câmbio.”

Raissa Florence, diretora da Oz Câmbio, avalia que “estamos diante de gatilhos simultâneos que agravam a instabilidade da nossa economia”, acrescentando que os fenômenos significam “uma carga dupla no bolso do brasileiro”, tendo em vista que “o câmbio instável afeta o custo dos produtos”.

CNN

Publicidade