FORTUNA BILIONÁRIA: Dono do Telegram diz que dará herança igual aos mais de 100 filhos

Pavel Durov, fundador e presidente-executivo do Telegram, disse que vai deixar sua herança para seus mais de 100 filhos. A lista inclui seis concebidos naturalmente e vários outros nascidos graças à doação de esperma.

O empresário tem fortuna de US$ 17,1 bilhões (R$ 93 bilhões), segundo a Forbes. Mas ele afirmou que levará pelo menos 30 anos para que o patrimônio seja liberado para seus herdeiros.

“Quero que vivam como pessoas normais, que se construam sozinhos, que aprendam a confiar em si mesmos, que sejam capazes de criar, que não dependem da uma conta bancária”, afirmou Durov em entrevista à revista francesa Le Point.

“Não faço distinção entre meus filhos: há aqueles que foram concebidos naturalmente e aqueles que vêm das minhas doações de esperma. São todos meus filhos e todos terão os mesmos direitos. Não quero que eles se separem depois da minha morte”.

Durov disse que escreveu seu testamento recentemente por entender que seu trabalho no Telegram envolve muitos riscos. “Defender liberdades traz muitos inimigos, inclusive dentro de Estados poderosos”, afirmou.

Ele alegou não ter “casa, iate ou jato particular”, apesar de admitir alugar esses bens às vezes, e disse que as estimativas de que sua fortuna esteja entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões (entre R$ 82 bilhões e R$ 110 bilhões) consideram o valor que o Telegram pode ter.

“Como não estou vendendo o Telegram, não importa. Não tenho esse dinheiro em uma conta bancária. Meus ativos líquidos são muitos menores, e eles não vêm do Telegram: vêm do meu investimento em bitcoin em 2013”, afirmou.

Segundo ele, após sua morte, o Telegram será assumido por uma fundação sem fins lucrativos. “Quero que ela continue existindo de forma independente, respeitando a privacidade e a liberdade de expressão”.

g1

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MST deixa de ser um aliado e se consolida como fonte de desgaste político para Lula

Histórico parceiro do Partido dos Trabalhadores (PT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deixou de ser um aliado estratégico e passou a figurar como fonte constante de desgaste político para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Cobranças públicas, invasões e críticas diretas ao Palácio do Planalto têm exposto a fragilidade da articulação política do Executivo e o impasse em torno da pauta agrária.

O mais recente capítulo dessa tensão envolve a pressão aberta pela saída do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. O MST acusa o titular da pasta de não cumprir promessas relativas a assentamentos e de travar o andamento da reforma agrária. Na avaliação de lideranças do movimento, o governo se perde em anúncios vazios e compromissos não executados, aprofundando a insatisfação no campo.

Em declarações à imprensa e em manifestações como a ocorrida na Câmara de Vereadores de Votuporanga (SP), a atuação do ministro vem sendo criticada. Teixeira foi chamado de “ministro promessinha” por um coro de militantes que participavam de uma audiência pública em maio. Além disso, lideranças históricas do movimento têm afirmado que o ministro “fala sempre a mesma coisa” e inventa “números que não são reais”.

Um dos líderes do movimento no Rio Grande do Sul, Ildo Pereira afirmou que existe insatisfação diante de uma série de demandas locais, estaduais e até nacionais. “Nós não estamos tão simpáticos a alguns anúncios do governo para a reforma agrária”, disse Pereira à Gazeta do Povo.

Para o líder da oposição, deputado Luciano Zucco (PL-RS), o governo do PT conseguiu a “proeza de transformar um antigo aliado em problema”. “O MST hoje não está satisfeito com pouco, quer mais poder, mais cargos e, agora, quer até escolher o ministro do Desenvolvimento Agrário”, afirmou Zucco.

Assim, a crise com o MST – antes limitada a críticas da oposição e de setores do agronegócio por causa das invasões – ganha contornos de problema político com ainda mais fôlego.

A Gazeta do Povo procurou o MST para obter um posicionamento oficial a respeito das queixas relacionadas ao ministro Paulo Teixeira, mas o movimento preferiu não se posicionar.

O ministro Paulo Teixeira, por sua vez, minimizou as críticas. “Ao contrário de governos anteriores, respeitamos as manifestações. As cobranças fazem parte da dinâmica dos movimentos sociais”, disse o ministro por meio de nota enviada pela assessoria.

MST cobra promessas não cumpridas

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, desde 2023 para cá, já foram homologados cerca de 38 mil novos lotes para famílias sem terra em todo o Brasil.

Os números do governo, no entanto, não atendem à demanda apresentada pelo MST. No começo de maio, o MST reforçou o pedido de assentamento prioritário de 65 mil famílias que estariam acampadas há mais de 20 anos. Ao todo, o movimento afirma que há 120 mil famílias à espera de terras. Um pedido de R$ 1 bilhão no Orçamento para a reforma agrária também fez parte das reivindicações. A estimativa do movimento é de que, com R$ 100 milhões, em média 4 mil famílias podem ser assentadas.

“Ainda não estamos satisfeitos com a proposta do MDA [Ministério do Desenvolvimento Agrário] sobre o tema da obtenção de terra. O MST está pressionando muito para que o governo se comprometa que ano que vem vá assentar todas as famílias acampadas, são 65 mil”, disse o coordenador nacional do movimento, João Paulo Rodrigues, em matéria publicada em novembro de 2024 na página do MST.

Em nota à Gazeta do Povo, Teixeira afirmou que as metas de novos lotes de assentamentos estão sendo cumpridas. “O objetivo do governo é entregar 60 mil novos lotes em assentamentos tradicionais até 2026. Para 2025, a meta é de 30 mil novos lotes em assentamentos e até maio, faltando mais da metade do ano, já foram entregues mais de 15 mil lotes. Isso significa que, depois do desmonte realizado pelos governos anteriores, a reforma agrária no Brasil retomou o ritmo dos primeiros governos do presidente Lula”, diz a nota do ministro.

Ainda assim, integrantes do MST têm feito críticas recorrentes à gestão petista. “Nossa expectativa é que o Lula reassuma o compromisso que ele fez”, disseram Maurício Roman e Lara Rodrigues, dirigentes nacionais do movimento no Rio Grande do Sul, ao Poder360, em 29 de maio. “Não é que a gente está pedindo a cabeça do ministro. O Lula tem total autonomia. Mas todos os acordos que fizemos com ele [Paulo Teixeira] até agora não foram cumpridos”.

Gazeta do Povo

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Botafogo faz história, vence o PSG e se aproxima de classificação na Copa de Clubes

O Botafogo chocou o mundo do futebol, na noite desta quinta-feira (19), ao vencer por 1 a 0 o Paris Saint-Germain, atual campeão da Champions League, pela Copa do Mundo de Clubes.

Com a vitória histórica, os campeões da Libertadores chegam aos seis pontos no grupo B, com 100% de aproveitamento, e estão muito perto da vaga nas oitavas de final — entenda os cenários.

O gol da partida foi marcado pelo centroavante Igor Jesus, aos 35 minutos do primeiro tempo, levando à loucura a barulhenta torcida do Botafogo presente ao estádio Rose Bowl, na Califórnia, palco do tetracampeonato da Seleção Brasileira.

PSG mexe no time e é surpreendido pelo Botafogo

Técnico do PSG, o espanhol Luis Enrique mexeu algumas peças do time após o golear o Atlético de Madrid por 4 a 0 na estreia. Marquinhos, João Neves, Fábian Ruiz e Nuno Mendes foram sacados por Beraldo, Zaïre-Emery, Mayulu e Hernandez.

Já Renato Paiva fortaleceu o meio de campo, escalando o volante Allan na vaga do atacante Mastriani, para diminuir os espaços do times francês e explorar possíveis contra-ataques.

Foi o que aconteceu: o PSG teve 75% da posse de bola no primeiro tempo, assustou o goleiro John, mas foi para o intervalo perdendo para o time brasileiro graças a uma saída rápida do Botafogo.

Artur tirou a bola de Kvaratskhelia, acionou Marlon Freitas, que passou para Savarino. O venezuelano lançou Igor Jesus na velocidade, o atacante fintou Pacho, bateu rasteiro, a bola desviou no zagueiro e matou Donnarumma.

Valente, o Botafogo voltou para o segundo tempo na mesma toada do primeiro, deixando a bola com o PSG, mas fechando os espaços dos pontas Kvaratskhelia e Doué, armas mais fortes do time francês.

Tanto que por até o fim do segundo tempo, a melhor chance do PSG havia saído de uma bola parada. Vitinha cobrou falta aos 6 minutos, Mayulu desviou e John fez uma defesa milagrosa, no reflexo.

Nos acréscimos, Kvaratskhelia cobrou uma falta perigosa, mas a bola passou por cima do gol de John.

A partida seguiu até o fim com pressão e domínio total do time de Paris, mas ineficiente. O tempo foi passando e o que antes parecia improvável, um sonho para a torcida do Botafogo, que estava na Série B até 2021, virou realidade.

CNN

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Mãe é presa após ser condenada por estuprar e matar filha de 3 anos

Uma mulher condenada por estuprar a filha de três anos foi presa, na zona rural de Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia. A criança morreu em janeiro de 2022, após dar entrada em uma unidade de saúde com indícios de abuso sexual. A mulher foi condenada a 24 anos de prisão pelo crime de estupro de vulnerável. A prisão ocorreu nesta quarta-feira (18/6).

Ela era considerada foragida pela Justiça e foi localizada no povoado São Pedro. A condenada foi encaminhada para a Conjunto Penal de Barreiras, onde cumprirá a pena, conforme a decisão judicial.

No dia do crime, a menina foi socorrida com vida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Luís Eduardo Magalhães. A criança foi atendida, medicada e intubada, mas não resistiu aos ferimentos.

Na Mira por CARLOS CARONE - METRÓPOLES

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Depressão aumenta o risco de doenças crônicas, revela estudo

Adultos de meia-idade com histórico de depressão têm mais doenças crônicas, mostra um estudo da Universidade de Edimburgo, na Escócia, publicado no periódico Plos One. A pesquisa avaliou a associação entre depressão e as chamadas multicomorbidades, ou seja, a coexistência de duas ou mais doenças.

Sabe-se que a depressão afeta vários sistemas, e os autores buscaram quantificar sua relação com a presença ou o desenvolvimento de 69 problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, pulmonares, diabetes, artrite, entre outros.

Para isso, avaliaram dados de mais de 172 mil participantes do Biobanco britânico, um grande banco de dados de saúde, acompanhados por sete anos em média. Cerca de 18% tinham depressão diagnosticada ao iniciar a pesquisa.

Já no começo, aqueles diagnosticados com depressão tinham em média três doenças crônicas, contra duas no caso dos demais participantes. Ao final do acompanhamento, quem tinha depressão apresentou um risco duas vezes maior de ter outras doenças. O resultado se manteve mesmo após ajustar outros fatores de risco, como sedentarismo ou tabagismo.

“O estudo evidencia a questão bidirecional entre depressão e quadros clínicos: sabemos que esses pacientes têm maior risco de apresentar doenças crônicas ao longo da vida e que doentes crônicos têm maior risco de ter depressão ao longo da vida”, analisa o psiquiatra Gabriel Garcia Okuda, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Uma das razões por trás dessa associação é o impacto da depressão no cuidado com a própria saúde. “É muito difícil que um paciente deprimido consiga cuidar bem de comorbidades clínicas, como hipertensão arterial, dislipidemia ou do diabetes”, diz Okuda.

Esses indivíduos também têm mais dificuldade em sustentar os tratamentos, desde procurar atendimento inicial até dar continuidade. “Pode acontecer de não tomar os remédios, ou tomar durante um tempo e parar, o que pode piorar o quadro clínico geral”, relata o especialista.

Além disso, os próprios sintomas da doença — tristeza, falta de vontade ou ânimo, alterações no apetite e sono, por exemplo — têm impacto direto na saúde. “O sono tem papel importante na regulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, que pode alterar o ciclo do cortisol, o hormônio do estresse. Ao não dormir bem, a tendência é apresentar cortisol elevado, o que pode aumentar o risco de obesidade, doenças cardíacas, entre outros”.

Já as alterações de apetite podem tanto levar à desnutrição ou, ao contrário, a uma piora da qualidade da alimentação, trazendo ganho de peso. Isso por sua vez pode favorecer aumento de pressão arterial, piora do diabetes e das taxas de colesterol.

“São situações frequentes que os quadros depressivos podem causar, gerando um efeito cascata, com piora da parte clínica. Essa piora dificulta ainda mais a melhora dos sintomas de humor”, explica o psiquiatra. Além disso, essas pessoas têm maior probabilidade de uso de substâncias como álcool, tabaco e outras.

Por isso o estudo enfatiza a necessidade de uma triagem mais ativa desses casos, que podem acabar evoluindo para quadros mais graves. Vale lembrar que o tratamento é baseado em um tripé que inclui acompanhamento psiquiátrico e uso de medicação, quando necessário, psicoterapia e medidas de estilo de vida, incluindo cuidados com a qualidade do sono, da alimentação, controle do estresse e atividade física.

Daí a necessidade de um tratamento integrado e colaborativo entre médicos e outros profissionais. “Também é importante a educação do paciente, que às vezes acha que basta tomar a medicação, lembrando desse efeito bidirecional entre depressão e outras doenças e da importância de tratar a parte física, emocional e mental para melhora do quadro”.

METRÓPOLES

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Lula diz não temer disputa em 2026: “Quem quiser ganhar de mim vai ter que andar mais do que eu na rua”

Ao vislumbrar a corrida eleitoral do ano que vem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, caso dispute a reeleição, será “candidato para ganhar” as Eleições de 2026. O petista ainda frisou que não teme a busca do que chamou de “extrema direita” por um adversário para enfrentá-lo no pleito do próximo ano e citou nomes, como os dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Ronaldo Caiado (União), de Goiás.

“Pode procurar o candidato que eles quiserem, se eu for candidato é para ganhar as eleições”, disse o petista em entrevista ao podcast Mano a Mano, do cantor Mano Brown, publicada na madrugada desta quinta-feira (19/6).

O petista, porém, não garantiu que vá mesmo disputar o pleito. “Se estiver, no momento eleitoral, com a saúde que eu estou hoje, com a vontade que estou hoje e com a disposição que tenho, eu serei candidato par ganhar as eleições.”

De acordo com o presidente Lula, “a extrema direita está procurando” um adversário para enfrentá-lo em 2026, mas nenhum deles seria capaz de fazer “mais do que ele” para ganhar as eleições presidenciais.

Na entrevista, ele citou os seguintes nomes: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

“Quem quiser ganhar de mim vai ter que andar mais do que eu na rua, vai ter que fazer mais discurso do que eu na rua, vai ter que conversar mais com o povo do que eu e vai ter que fazer mais do que eu. Duvido que tenha alguém que seja capaz disso, pelo menos dos que estão aí”, declarou o petista.

Metrópoles

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Gastos no terceiro mandato de Lula crescem em ritmo de quase o dobro da receita

Os gastos federais no governo Lula 3 têm corrido em ritmo equivalente a quase o dobro do aumento da arrecadação, que cresce substancialmente. O padrão deve se manter em 2026, levando a um colapso no funcionamento da máquina pública a partir de 2027, segundo projeções oficiais. O chamado “shutdown” é a falta de dinheiro para despesas básicas.

Ao longo do terceiro mandado de Lula, a equipe econômica obteve aumento acima da inflação na receita líquida (livre de transferências para estados e municípios, entre outras) de R$ 191,3 bilhões, com arrecadação prevista neste ano de R$ 2,318 trilhões. No período, as despesas cresceram R$ 344 bilhões, devendo atingir R$ 2,415 trilhões, segundo dados da IFI (Instituição Fiscal Independente, do Senado) e do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do Tesouro Nacional.

Com gastos crescendo acima da receita, o governo pode encerrar 2025 com déficit primário (sem contar juros para rolar débitos) equivalente a 0,77% do PIB, incluindo o pagamento de precatórios. Isto deve impactar no crescimento da dívida pública, principal termômetro de solvência dos países. Projeções da IFI indicam que o governo Lula acrescentará cerca de 12 pontos percentuais na dívida em quatro anos.

É para conter essa trajetória explosiva que a equipe do ministro Fernando Haddad (Fazenda) busca elevar ainda mais as receitas. Tentou inicialmente aumentar alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Diante da resistência do Congresso, procura taxar aplicações financeiras isentas e elevar a tributação sobre apostas esportivas e fintechs, entre outras medidas –como majoração mais branda do IOF.

Para especialistas, Lula criou uma armadilha para si, que o levará ao ano eleitoral de 2026 sem gás para grandes gastos em caso de resistência maior de um Congresso majoritariamente de centro-direita, sem motivos para dar fôlego ao PT. O temor é que Lula abandone as regras do arcabouço fiscal que instituiu em 2023 e acelere o crescimento da dívida pública –pressionando inflação e juros para cima.

O arcabouço estabeleceu limite entre 0,6% e 2,5% acima da inflação para o crescimento da despesa primária (sem contar juros). Mas o aumento da despesa não pode ultrapassar 70% o da receita. Assim, para cada R$ 1 em novas receitas, podem ser gastos R$ 0,70, respeitando o limite de alta de 2,5%. Apesar de mais frouxo que o teto de gastos do governo Michel Temer, quando a despesa era corrigida só pela inflação, a regra é o que ainda contém crescimento maior do gasto.

‘Dribles’ para gastar mais

O governo Lula, no entanto, usa outros meios para gastar mais, fora da regra do arcabouço –algo que, no final, aumenta a dívida pública. Uma das estratégias é liberar recursos do Orçamento como despesas financeiras, que não são computadas como primárias e ficam de fora da regra fiscal.

Dinheiro do chamado Fundo Social (abastecido com rendas da União com petróleo), por exemplo, tem sido direcionado para irrigar programas do BNDES, o Minha Casa Minha Vida e o Fundo de Investimento em Infraestrutura Social. Cálculo da economista Cecilia Machado, colunista da Folha, mostra que os desembolsos autorizados em alguns desses programas atingem R$ 74 bilhões neste ano –ante R$ 25 bilhões em 2023.

Segundo o especialista em contas públicas e também colunista da Folha Marcos Mendes, antes de Lula assumir, grande parte dos recursos captados pelo Fundo Social eram direcionados ao abatimento da dívida pública.

Outro drible para gastar mais se dá por meio dos chamados fundos privados, que financiam programas como Pé de Meia (até R$ 15 bilhões neste ano) e Desenrola Brasil.

“Esses desembolsos do Orçamento com cara de despesa financeira, que não vão impactar o [déficit] primário, são R$ 59 bilhões maiores do que a média de desembolsos similares de 2018 a 2022, excluindo 2020, ano da pandemia”, diz Mendes.

Principais causas para o crescimento das despesas acima da arrecadação

Esses gastos, porém, não são a principal causa para o crescimento das despesas acima da arrecadação. Ao assumir e acabar com o teto de gastos, o governo Lula reestabeleceu a regra de os desembolsos para saúde e educação acompanharem o crescimento da receita corrente líquida (e não mais a inflação), na proporção de 15% e 18% do total arrecadado, respectivamente. Quando a receita sobe, esses gastos aumentam.

Outro motivo é a regra de correção do salário mínimo, que prevê aumentos acima da inflação até 2,5%. Isto tem impacto enorme sobre os benefícios previdenciários, a maior despesa, porque 70% dos pagamentos seguem o piso básico. No atual, governo, o valor dos benefícios previdenciários saltou de R$ 912,2 bilhões para R$ 1.053 trilhão.

Existem outras despesas que também estão crescendo muito, com suspeitas de fraudes ou a partir de decisões judiciais. Uma delas é o BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a pessoas pobres com mais de 65 anos ou deficientes. O total de beneficiários neste governo por decisão administrativa ou judicial passou de 5,1 milhões para 6,3 milhões.

Para Marcus Pestana, diretor-executivo da IFI, a trajetória dos gastos acima da receita líquida deve levar o Brasil ao “shutdown” em 2027, com o estrangulamento dos gastos discricionários (não vinculados e sobre os quais o governo tem liberdade para gastar). A própria equipe econômica escancarou essa possibilidade no Anexo IV do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026.

“Exceto em saúde e educação, que são protegidos por vinculação, não haverá munição para as Forças Armadas, gasolina para o Ibama e Polícia Federal, nem internet e telefone para os órgãos. Este é o desenho da mediocridade do horizonte brasileiro”, diz Pestana.

Em sua opinião, as medidas propostas pela Fazenda para aumento das receitas são “band-aids” para salvar o ano e nada têm de estrutural. Não se espera que o governo, às vésperas do período eleitoral, mexa com as regras que garantem mais recursos para saúde e educação e para o aumento real do salário mínimo.

O economista Alexandre Manoel, ex-secretário do Ministério da Fazenda (2018-2020), acredita que, embora o atual governo tenha conseguido aumentos reais na arrecadação, esse movimento “chegou a um limite”. “O Congresso deve aprovar o mínimo para que o país atravesse o ano eleitoral de 2026, e para preservar o fluxo de dinheiro para sustentar as emendas parlamentares”, diz.

As emendas são outro ponto de estrangulamento dos gastos discricionários. No governo Lula, elas saltaram de R$ 35,6 bilhões para R$ 50,4 bilhões.

Para os próximos trimestres, até a eleição, o que se espera é um aumento da despesa (e da dívida pública) para manter o governo funcionando; além da preservação das verbas de deputados e senadores.

Nesse cenário, o Brasil perdeu a chance de fazer um ajuste gradual nas contas públicas sob Lula 3, e precisará de um choque em 2027 –com possíveis mudanças nas vinculações em saúde e educação e na regra de aumento acima da inflação no salário mínimo.

Folhapress

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Netanyahu: “Tiranos de Teerã pagarão preço” após ataque a hospital


O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que cobrará “o preço integral dos tiranos de Teerã”, após o Irã lançar mísseis contra áreas do território israelense e atingir um hospital em Beersheba, no sul do país, nesta quinta-feira (19/6).

“Esta manhã, os tiranos terroristas do Irã lançaram mísseis contra o Hospital Soroka, em Beersheba, e contra uma população civil no centro do país”, disse. “Cobraremos o preço integral dos tiranos de Teerã”, ameaçou Netanyahu, em publicação nas redes sociais.

O primeiro-ministro também comparou as proporções dos ataques de Israel e do Irã: “Atingimos com precisão alvos nucleares e de mísseis, e eles atingiram um hospital, onde as pessoas não conseguem nem se levantar e fugir”.

“Há uma ala para crianças e bebês aqui. Essa é toda a diferença em uma democracia que age de acordo com a lei para se salvar desses assassinos e contra esses assassinos que querem destruir cada um de nós. Cada um de nós. Até o último de nós. Acho que isso diz tudo”, declarou Netanyahu, após visitar a área do Hospital de Soroka.

Ataque contra hospital em Israel

O conflito entre Irã e Israel entrou no sétimo dia e aumentou a tensão no Oriente Médio. Mais cedo, as Forças de Defesa de Israel confirmaram que mísseis iranianos atingiram o Soroka Medical Center, principal hospital no sul israelense.

A estrutura do prédio foi danificada pelo ataque aéreo. De acordo com a direção do hospital, os danos foram severos.

Segundo autoridades, ao menos 71 pessoas ficaram feridas. No momento, a unidade não está operando e os pacientes foram transferidos.

As Forças de Defesa de Israel voltaram a dizer que “não podemos permitir que o Irã obtenha armas nucleares”. “Não podemos permitir que o Irã obtenha mísseis balísticos. É uma ameaça existencial para Israel”, alertou o porta-voz Effie Defrin.





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