Esquerda francesa critica título de doutor honoris causa a Lula: “Defende ditaduras”

O jornal francêsLibération, principal publicação de esquerda na França, criticou na última 3ª feira (3.jun.2025) a decisão da Universidade Paris-VIII de conceder um título de doutor honoris causa (título honorário dado por mérito, sem necessidade de defesa de tese) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em editorial intitulado “Il n’est pas possible aujourd’hui de décerner un doctorat honoris causa à Lula, trop proche de Poutine” (“Não é possível hoje conceder um doutorado honoris causa a Lula, próximo demais de Putin”), o jornal expressa “surpresa e tristeza” diante da homenagem, entregue nesta 6ª feira (6.jun).

Segundo o texto, o presidente brasileiro tem adotado uma postura ambígua em relação à guerra na Ucrânia, equiparando “agressor e agredido”. A publicação cita a presença de Lula no desfile militar de 9 de maio, na Praça Vermelha, em Moscou, ao lado de presidentes autoritários como Vladimir Putin (Rússia) e Xi Jinping (China). O evento buscou, segundo o jornal, associar a invasão da Ucrânia à luta contra o nazismo.

A realpolitik ou a defesa, ainda que legítima, do multilateralismo e do Sul Global não justificam tudo”, escreveu o jornal.

Fundado por Jean-Paul Sartre e Serge July em 1973, o Libération é conhecido como o principal veículo da esquerda intelectual francesa, especialmente por sua atuação crítica desde os protestos de Maio de 1968. O editorial representa um setor de esquerda europeia que vê com ceticismo a política externa de Lula.

O texto questiona se, diante da necessidade de reforçar laços com o Brasil, não haveria outra figura política, intelectual ou artística com maior consenso dentro da sociedade francesa para receber a homenagem.

Apesar de elogiar o passado de Lula, citado símbolo da resistência democrática, o editorial afirma que o contexto internacional atual torna a concessão do título “altamente contestável”.

Poder 360

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Trump Media pede para Justiça dos EUA responsabilizar Moraes por censura

A Trump Media, empresa ligada ao presidente Donald Trump, acionou a Justiça dos Estados Unidos nesta sexta-feira (6) para que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), seja responsabilizado por suposta censura a cidadãos e empresas americanas.

A ação foi apresentada pela plataforma Rumble, que pertence à Trump Media, no Distrito Central da Flórida. O documento, obtido pela CNN, tem 62 páginas e afirma que Moraes violou a Primeira Emenda da Constituição dos EUA ao emitir “ordens secretas de censura extraterritorial” contra usuários e plataformas sediadas em território americano.

O documento cita o inquérito das Fake News como instrumento para Moraes perseguir adversários do presidente Lula, e o caso recente de abertura de investigação contra o Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado que está morando nos Estados Unidos.

Segundo os autores da ação, Moraes teria agido de forma ilegal ao aplicar leis brasileiras sobre liberdade de expressão nos Estados Unidos, forçando empresas como a própria Rumble a remover conteúdos e bloquear usuários por determinação do STF.

A CNN procurou o Supremo Tribunal Federal, mas até o momento não houve posicionamento do tribunal.

“Ao exigir que empresas americanas cumpram ordens sigilosas, sob pena de sanções no Brasil, Moraes ultrapassou sua autoridade e feriu garantias constitucionais dos EUA”, diz a petição.

“Permitir que ele silencie um usuário barulhento em um canal digital americano colocaria em risco o compromisso fundamental do nosso país com o debate aberto e robusto.”

Pedidos à Justiça dos EUA

A petição faz seis pedidos principais à Justiça americana, entre eles:

  1. Que declare as ordens de Moraes “inexequíveis” nos EUA por violarem a Primeira Emenda e leis locais, como a Lei de Decência nas Comunicações;
  2. Que conceda uma liminar para impedir a aplicação dessas ordens em território americano;
  3. Que proíba Moraes de acionar terceiros — como Apple e Google — para remover o aplicativo Rumble de suas lojas nos EUA;
  4. Que conceda indenizações por danos comerciais, reputacionais e à liberdade de expressão;
  5. Que reconheça a responsabilidade pessoal do ministro pelas supostas violações;
  6. E que conceda qualquer outra reparação que o tribunal considere adequada.Na visão da Trump Media, Moraes teria tentado obrigar a Rumble a aceitar notificações judiciais brasileiras e até a nomear um representante legal no Brasil, mesmo sendo uma empresa sediada na Flórida sem operação direta no país.

A Trump Media argumenta que Moraes agiu ultra vires — ou seja, “além do escopo de sua autoridade legal” — ao tentar aplicar as leis brasileiras de liberdade de expressão em solo americano.

Para interlocutores da Trump Media com quem a CNN conversou, o caso é um teste “histórico” para verificar o alcance da legislação americana sobre episódios que podem conter excesso de poder judicial estrangeiro e de responsabilização pessoal de juízes de outros países que violam as leis dos Estados Unidos.

“Permitir que o Juiz Moraes silencie um usuário barulhento em um canal digital americano colocaria em risco o compromisso fundamental do nosso país com o debate aberto e robusto. Nem ditames extraterritoriais nem a interferência judicial estrangeira podem anular as liberdades protegidas pela Constituição e pela lei dos Estados Unidos”, diz trecho da petição.

Eduardo Bolsonaro e outros alvos

A petição cita a investigação aberta contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), autorizada por Moraes a pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Para a Trump Media, trata-se de mais um exemplo de “tentativa de silenciar opositores” mesmo quando suas ações ocorrem nos EUA.

“Apesar da proteção legal das atividades de Eduardo pela lei americana, Moraes autorizou uma investigação criminal para reprimir dissidência política fora do território brasileiro”, argumenta o texto.

Desde 2022, Moraes teria ordenado a suspensão de quase 150 contas de mídia social, visando uma ampla gama de indivíduos, incluindo autoridades eleitas, jornalistas, profissionais do direito, artistas e cidadãos em geral. A esmagadora maioria desses alvos são críticos do presidente Lula e de Moraes.

Outros nomes citados como alvos das decisões de Moraes são os jornalistas Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino, além da ex-juíza Ludmilla Grilo. A empresa afirma que todos sofreram sanções como suspensão de contas, bloqueio de bens ou inclusão em investigações sigilosas com motivações políticas.

“O caso de Eduardo ilustra ainda mais um padrão de repressão política que visa pessoas e discursos residentes nos EUA, como parte da campanha contínua de censura e excesso de poder judicial do Juiz Moraes. Ele se junta à crescente lista de dissidentes políticos”, diz o documento.

CNN

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Governo Lula gasta R$ 168 mil em show para jantar de Lula, Janja e Macron

O governo federal vai desembolsar R$ 168 mil em cachê artístico para a cantora Roberta Sá se apresentar em um jantar nesta quinta-feira, 5. O evento em Paris atende a um convite do líder francês, Emmanuel Macron, ao presidente Lula da Silva. O Diário Oficial da União divulgou os termos do contrato para o show nesta quarta-feira, 4.

A apresentação da cantora integra um roteiro diplomático. A programação inclui tradicionais discussões sobre acordos bilaterais, espaço para cerimônias, protocolos e ações culturais — tudo financiado com dinheiro público.

Governo convive com impasse comercial

O jantar vai ocorrer em meio às negociações do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. A pauta enfrenta forte resistência do governo francês, principalmente por questões ambientais, bem como proteção ao setor agrícola local.

Lula vai permanecer na França até o próximo domingo, 9. A agenda prevê encontros sobre temas como a mudança climática e a guerra na Faixa de Gaza. Busca, do mesmo modo, destravar o impasse do acordo entre os blocos econômicos. O presidente brasileiro, que não tem curso superior, também receberá um título de doutor honoris causa e participará de debates na Universidade de Sorbonne.

Artistas, homenagens e cheques públicos

A expectativa é que Lula e Macron assinem cerca de 20 atos bilaterais que envolvem acordos nas áreas de vacinas, segurança pública, educação e ciência. Esta é a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro à França em 13 anos. A última ocorreu em 2012, durante o governo Dilma Rousseff.

Roberta Sá, de 44 anos, é considerada um dos nomes de destaque da música popular brasileira contemporânea. Ela tem passagens por gêneros como MPB, samba e bossa nova. A cantora, aliás, já foi indicada ao Grammy Latino e, assim, mantém parcerias com nomes como Chico Buarque e Gilberto Gil.

Em maio, ela recebeu a Ordem do Mérito Cultural, maior honraria da cultura brasileira. O símbolo foi entregue pessoalmente pelo presidente Lula, assim como pela primeira-dama Janja da Silva. O evento marcou um novo gesto que reforça a percepção de que cultura, política e viagens oficiais caminham juntos neste governo à base de dinheiro do pagador de impostos.

Revista Oeste

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Morador do RN esconde R$ 15 mil em bota e perde após esposa jogar calçado no lixo


Um morador de Viçosa, no interior do Rio Grande do Norte, perdeu R$ 15 mil em espécie depois que a esposa jogou fora, sem saber, a bota onde o dinheiro estava escondido. O caso aconteceu na segunda-feira 2 e mobilizou vizinhos da cidade, que foram até o aterro sanitário de Tabuleiro Grande tentar localizar o calçado.

O homem guardava o dinheiro dentro da bota como forma de segurança, sem informar à esposa. Durante a faxina, a mulher descartou o calçado, que foi recolhido pelo caminhão de lixo.

A ausência da bota foi percebida quando ele tentou guardar mais R$ 5 mil no mesmo local. “Ela entrou em desespero, não conseguia acreditar no que tinha feito”, contou um vizinho próximo da família.

Após o relato, moradores da cidade se reuniram e organizaram um mutirão até o aterro sanitário em busca da bota. A história circulou por toda a cidade.

Até agora, não há confirmação de que o dinheiro tenha sido recuperado.

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Operação da PRF prende 50 pessoas e recupera 162 veículos em 8 cidades do RN


Entre os dias 28 e 31 de maio, a Operação BOER resultou na prisão de 50 pessoas e na recuperação de 162 veículos em diferentes municípios do Rio Grande do Norte. A maioria dos veículos apresentava sinais identificadores adulterados ou registro de furto e roubo.

A operação foi coordenada de forma integrada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PMRN), Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP) e Polícia Civil do RN. As ações ocorreram em São Gonçalo do Amarante, Touros, Extremoz, Ceará-Mirim, Guamaré, Macau, Pendências e João Câmara.

“Durante os quatro dias de trabalho, foram intensificadas fiscalizações em pontos estratégicos, com o objetivo de combater fraudes veiculares, desarticular organizações criminosas e promover mais segurança nas rodovias e nas áreas urbanas das cidades envolvidas”, informaram os órgãos responsáveis.

Todos os presos e os veículos recuperados foram encaminhados às delegacias da Polícia Civil, onde foram realizados os procedimentos cabíveis.

Segundo as instituições envolvidas, “a Operação BOER reforça o compromisso das instituições envolvidas com a preservação da ordem pública, o combate à criminalidade e a proteção do patrimônio da população potiguar”.

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Ministro da Previdência se reuniu com Careca do INSS no início do governo Lula


O atual ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), se reuniu com o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, dentro do ministério no início do governo Lula, em janeiro de 2023.

O encontro também contou a participação de três ex-dirigentes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspeitos de terem recebido propina para favorecer entidades da envolvidas nas fraudes dos descontos indevidos contra aposentados, reveladas pelo Metrópoles.

À época, Wolney (no centro da foto) era deputado federal e havia sido indicado para ser secretário-executivo do ministério, cargo que assumiria um mês depois. Na pasta, ele foi o número 2 de Carlos Lupi (PDT) até maio deste ano, quando o ex-ministro pediu demissão após a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no fim de abril contra o esquema que faturou R$ 6,3 bilhões.

Além do Careca do INSS, estavam na reunião realizada no dia 12 de janeiro os então diretores do INSS André Fidelis (Benefícios) e Alexandre Guimarães (Governança), e o procurador-geral do órgão, Virgílio Oliveira Filho, afastado do cargo em abril por decisão judicial. O encontro não consta na agenda oficial de nenhum deles. Como Wolney ainda era deputado na ocasião, não havia exigência de divulgar a agenda.

Em nota enviada ao Metrópoles, o ministro afirmou que “a agenda foi organizada e conduzida” por Virgílio Oliveira Filho, “com o intuito de apresentar ao futuro secretário-executivo um panorama técnico da pasta no âmbito do processo de transição”. Segundo o texto, o grupo foi montado por ele “sem anuência prévia de Wolney sobre os participantes”.

“Nenhuma lembrança de conhecê-los”

Em 15 de maio, quando foi ao Senado prestar esclarecimentos sobre o escândalo do INSS, Wolney foi indagado pelo senador Sergio Moro (União-PR) se Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, e os empresários Danilo Trento e Maurício Camisotti — este último é investigado como “beneficiário final” das fraudes contra aposentados praticadas por três associações que pagaram o lobista.

“Olha, eu posso ter, eventualmente, me encontrado com alguns deles, não me lembro de tê-los recebido, mas eventualmente posso ter recebido. O nosso ministério recebe dezenas de pessoas, e eu não tenho nenhuma lembrança de conhecê-los, nem tenho nenhuma relação com eles. Relação com eles, de certeza, eu posso garantir que não tenho qualquer relação”, respondeu o atual ministro.

O que diz Wolney Queiroz

Questionado pelo Metrópoles sobre a reunião com o lobista Careca do INSS dentro do Ministério da Previdência, em janeiro de 2023, o ministro Wolney Queiroz se manifestou por meio de nota. Confira a íntegra abaixo:

“A reunião mencionada ocorreu em 12 de janeiro de 2023. Wolney Queiroz ainda era deputado federal – ele havia sido convidado a assumir a Secretaria-Executiva do Ministério da Previdência Social, mas só tomou posse em fevereiro, motivo pelo qual o compromisso não consta no E-Agendas.

A agenda foi organizada e conduzida pelo então consultor jurídico do ministério, Dr. Virgílio Oliveira Filho, com o intuito de apresentar ao futuro secretário-executivo um panorama técnico da pasta no âmbito do processo de transição. O grupo foi montado por Oliveira Filho, sem anuência prévia de Wolney sobre os participantes. A atividade foi registrada, à ocasião, nas redes sociais do próprio Wolney, o que reforça a boa-fé no encontro e no que diz respeito a todos os presentes.

O ministro não tem qualquer relação com investigados pela Polícia Federal. Sua longa trajetória na vida pública sempre foi pautada por transparência, integridade e compromisso com o interesse público.”

Metrópoles

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Crises e falas de Janja ajudaram Lula a perder um milhão de seguidores em seis meses

Além da queda de popularidade apontada pelas pesquisas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta perda de apoio nas redes sociais. Levantamento feito pela consultoria Ativaweb aponta que as contas oficiais do petista no Instagram e no Facebook perderam um milhão de seguidores nos últimos seis meses por influência de crises associadas aos descontos fraudulentos do INSS e ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Os casos também provocaram picos de menções negativas, que se repetiram diante de declarações da primeira-dama Janja da Silva.

Lula conta hoje com 5,6 milhões de seguidores no Facebook e 13,3 milhões no Instagram, somando 18,9 milhões. Em razão do escândalo do INSS, abril foi o mês que registrou a maior queda no número de seguidores (240 mil) de Lula. O caso, exposto por operação da Polícia Federal contra entidades envolvidas no esquema, teve pico de 2,88 milhões de menções em 24h, das quais 79% com teor negativo. À época, segundo a pesquisa, predominaram termos como “roubo”, “despreparo” e governo “omisso” nos posts monitorados. Os dados foram antecipados pelo portal PlatôBR.


Para Alek Maracajá, professor da ESPM e CEO da Ativaweb, a má repercussão indicou que o caso foi “o gatilho final de um desgaste que já vinha se acumulando desde o início do ano”.

“Houve uma falha grave de antecipação e preparo comunicacional. O governo não possuía uma estrutura capaz de fazer escuta ativa, identificar os sinais de crise e agir com agilidade. A demora em responder deu espaço para a viralização de desinformação, memes e vídeos emocionais que amplificaram a indignação popular em um caso como esse, que tem um forte apelo emocional por atingir o cidadão comum”, afirmou Maracajá.

Na análise do pesquisador, o mesmo se repetiu com o anúncio do aumento do IOF, marcado pelo recuo do governo e pela derrubada de parte da medida na mesma noite do anúncio. A situação ocasionou o maior percentual de citações a Lula com teor negativo no ano, quando 89% das referências ao caso foram contrárias ao governo, com atribuição da culpa tanto ao presidente quanto ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Repercussão no Nordeste

A pesquisa também mostrou que o volume de menções foi maior no Nordeste (28,4%), historicamente alinhado ao PT e onde a atual gestão tem registrado aumentos sucessivos de desaprovação desde o início do ano. A região foi seguida pelo Norte (20,3%), Sudeste (18,7%), Centro-Oeste (17,7%) e Sul (14,9%). O episódio também resultou na perda de 190 mil seguidores para Lula em maio e reforçou, na análise do cientista político e CEO do Instituto Travessia, Renato Dorgan, narrativas difundidas pela oposição:

— Do ponto de vista estratégico para o Lula, a situação do IOF foi um desastre, porque ratifica a história de que é um governo que aumentou impostos, narrativa que já tem sido divulgada há tempos pela oposição. Isso se soma ao caso do INSS, que também traz de volta e associa o governo à corrupção, martelado pela direita como a marca do PT desde a Lava-Jato. São vários traumas que vão se juntando.

Além do aumento do IOF, o mês de maio foi marcado pela alta de posts críticos ao governo por influência de falas da primeira-dama, aponta a Ativaweb. De acordo com a pesquisa, a notícia de que Janja criticou o TikToK durante jantar com o presidente chinês, Xi Jinping, gerou 73% de rejeição em publicações analisadas no Instagram e no Facebook. Já em grupos de WhatsApp monitorados em um levantamento feito pela consultoria Palver a pedido do GLOBO, o caso resultou em 456 menções a Janja a cada 100 mil mensagens trocadas, das quais 60% foram negativas.

Um segundo pico de citações a Janja foi registrado após a primeira-dama defender a regulação das redes sociais com base no modelo chinês. Em participação no podcast “Se ela não sabe, quem sabe”, do jornal “Folha de S. Paulo”, Janja afirmou que naquele país existe prisão em caso de descumprimento das normas. No mesmo dia, foram contabilizadas pela Palver 154 citações ao nome da primeira-dama a cada 100 mil mensagens trocadas, das quais 35% negativas, 51,4% neutras e 13,6% positivas.

A data coincidiu com o lançamento de uma campanha de apoio a ela pelo PT, com o o slogan #EstouComJanja. Na data, foram contabilizadas pela Palver 154 citações ao nome da primeira-dama a cada 100 mil publicações, das quais 51,4% foram neutras, 35% negativas e 13,6% positivas.

Ainda segundo a consultoria, as reações chegaram mais próximo ao equilíbrio somente em 12 de fevereiro, quando ela se encontrou com o Papa Francisco. Na ocasião, 37,8% de menções foram positivas. O mesmo percentual foi registrado para referências neutras, enquanto as negativas foram 24,4%. O número total de menções a ela, no entanto, foi menor (111). A nível de comparação, o maior pico de menções a Janja (1 mil a cada 100 mil menções) aconteceu após a primeira-dama atacar o empresário Elon Musk, dono do X, durante o G20 Social, em novembro do ano passado.

Na análise do diretor de estratégia da consultoria, Luis Fakhouri, o caso favoreceu discurso crítico da oposição à aproximação do Brasil com a China.

— Janja se torna alvo daqueles que querem atingir o governo e a imagem do presidente, principalmente em momentos que a oposição também quer reforçar narrativas próprias, que dizem, por exemplo, que o Brasil se aproxima de um país com governo autoritário.

O Globo – Sonar

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