Pesquisa da CNI mostra que 26% dos brasileiros estão mais endividados do que no ano passado

Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 26% dos brasileiros estão mais endividados ou muito mais endividados na comparação com os últimos 12 meses.

O levantamento mostra que esse percentual sobe para 33% entre pessoas analfabetas ou que apenas sabem ler e escrever (analfabetas funcionais). O índice também é maior, de 32%, entre os que ganham até um salário mínimo.

Entre as mulheres, 29% dizem que estão mais endividadas hoje do que há um ano. O percentual é o mesmo entre pessoas com idades entre 41 e 59 anos, moradores das regiões Norte e Centro-Oeste e residentes nas capitais.

Na outra ponta, 47% dos entrevistados que moram na região Nordeste afirmaram estar menos endividados ou muito menos do que há 12 meses.

A pesquisa foi feita presencialmente pelo Instituto de Pesquisa de Reputação e Imagem, da FSB Holding, entre 6 e 9 de fevereiro deste ano. Foram entrevistados 2.012 cidadãos com mais de 16 anos dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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INSS tem cerca de 130 mil denúncias de descontos indevidos em benefícios

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) possui cerca de 130 mil denúncias de descontos não autorizados em benefícios como pensões e aposentadorias. Esse número representa 2% do total de vínculos associativos entre beneficiários e entidades vinculadas ao instituto — cerca de 6,5 milhões em todo o Brasil.

Atualmente, existem 29 entidades conveniadas ao INSS, como sindicatos e associações voltadas a aposentados — e o Instituto pode compartilhar informações de segurados para que essas entidades possam oferecer seus serviços.

Caso o beneficiário aceite, ele se torna um associado e começa a pagar uma mensalidade para a entidade — que é descontada diretamente do benefício.

Entretanto, segurados alegam que valores estão sendo descontados sem autorização, ou seja, sem que os beneficiários tenham aceitado se tornar associados dessas entidades. Muitos afirmam que nunca sequer foram contatados por essas associações.

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Deputados pedem manutenção de incentivos para turismo e eventos

Parlamentares do Rio Grande do Norte já se posicionam a favor da manutenção do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), que foi discutido na reunião de Comissão Geral no Plenário da Câmara dos Deputados. O deputado federal Robinson Faria (PL) disse que “a luta pela manutenção do Perse é uma luta do Brasil. Não estamos concedendo privilégios, estamos garantindo a geração de emprego e renda”.

Robinson Faria apontou, na quarta-feira (27), que estimativas do setor de eventos, durante a pandemia, deixou de faturar R$ 230 bilhões e o de turismo, R$ 475 bilhões. O Perse foi criado com duas medidas centrais: o reparcelamento de dívidas fiscais e a redução de tributos federais, por 60 meses. “Só no Rio Grande do Norte, o turismo gera cerca de 300 mil empregos e alimenta o setor de serviços. O Perse é uma forma de manter em funcionamento hotéis e restaurantes, garantir o trabalho do artesão, do pescador, da camareira, de uma grande cadeia”, defendeu Robinson Faria.

Para Robinson, “não se está se concedendo nenhum privilégio ao setor de eventos, que não está pedindo nenhum privilégio, estão apenas pedindo o direito de trabalhar, de manter aberto o seu hotel, de manter aberto o seu restaurante, de manter aberta a oportunidade de sobreviver e dar emprego àqueles que mais precisam”.

Em plenário, Robinson alertou que no Estado “quase não existe mais indústria. Das cinco indústrias, duas fecharam e só existem três. O que alimenta a economia do Rio Grande do Norte hoje e gera 300 mil empregos é o turismo, que alimenta o setor de serviço. Então, o turismo gera serviço”.

O deputado federal Benes Leocádio (União Brasil) também apoia o Perse: “É um projeto importante para incentivar as atividades do setor de evento, que ainda se recupera da pandemia de Covid-19, ondew foi um dos setores da economia mais afetados”.

Para o deputado federal Paulinho Freire (União Brasil), “é inaceitável a extinção de um programa que fortalece a manutenção do turismo, um dos setores que mais geram emprego e renda no país”. Segundo ele, o Perse “foi um combustível importante para a sobrevivência dos setores mais prejudicados pela pandemia e tem gerado resultados positivos na economia brasileira”.

A preocupação do setor de eventos e dos deputados é com a publicação pelo governo federal das Medidas Provisórias 1.202, de 2023, e 1.208, de 2024, que determinam a extinção do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos.

No começo do mês, o ministro Fernando Haddad (Fazenda), havia anunciado que a Medida Provisória 1.202, editada em dezembro e que tem validade até maio, não será alterada. A única mudança foi a retirada da reoneração gradual da folha de pagamento para 17 setores da economia, suprimida do texto de 28 de fevereiro para ser convertida em projeto de lei.

O governo federal deverá enviar projeto de lei à Câmara com uma versão mais “focada” do programa, em vez de propor a extinção gradual. Como o novo PL terá urgência constitucional, precisará ser avaliado pelo Congresso em até 45 dias.

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Vendedores relatam baixa procura por pescados antes da Semana Santa

A poucos dias da Semana Santa os vendedores ainda estão aguardando o aumento da demanda que ocorre no período pascoal. Os comerciantes do tradicional Mercado do Peixe, localizado no Canto do Mangue, Rocas, relatam baixa procura por pescados.

Os vendedores comentam que nos últimos anos a procura por pescados diminuiu cerca de 30%. Rafael Ferreira trabalha há 12 anos no Mercado e percebeu que esse ano a procura está aumentando aos poucos.“ Nossa expectativa é que continue aumentando”, comenta.

A banca do Rafael Ferreira é a única do mercado que vende Bacalhau, peixe bastante consumido na Semana Santa. Ainda assim, entre os peixes mais procurados pela população estão o vermelho, cioba e pescada. Os preços do kg variam entre R$38 e R$70 reais.

De acordo com Rafael Ferreira, os preços não aumentaram muito. Os valores do quilo subiram entre R$2 e R$3 reais. “Esse período é bom para nós pescadores, o aumento só aconteceu porque a maré estava baixa e isso dificulta a pesca. Quando isso acontece, nós precisamos fazer mais viagens ou passar mais tempo no mar”, relata o pescador.

“Ano passado, eu vendi cerca de 2 mil quilos. Como eu tenho clientes que compram comigo todos os anos, acredito que irei vender a mesma quantidade”, comenta Rafael.

Edilson Brito comenta que trabalha na banca do Mercado do Peixe desde os 6 anos de idade. “Hoje tenho 58 anos, comecei a trabalhar aqui com o meu pai, hoje trabalho sozinho. Por enquanto as vendas dos peixes estão paradas, eu espero que na próxima semana apareçam mais pessoas. Ano passado eu vendi 2 mil kg, esse ano eu espero vender a mesma quantidade”.

A Semana Santa é o momento mais aguardado para quem trabalha com venda de peixed na cidade de Natal. Segundo a orientação da Conferência Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB), comer o peixe é uma forma de praticar o jejum e a abstinência. Por esse motivo muitas famílias, principalmente da religião católica, evitam comer carne vermelha durante esse período.

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Brasileiro vê piora na economia, na inflação e no desemprego, mostra Datafolha

Há mais brasileiros considerando que a economia brasileira piorou nos últimos meses do que os que enxergam melhora. Aumentou também a taxa daqueles que veem mais inflação e desemprego à frente —e cresceu o total dos que acham que sua situação econômica pessoal piorou.

Os resultados, de pesquisa Datafolha realizada nos dias 19 de 20 de março, coincidem com uma oscilação negativa de três pontos na taxa de reprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 30% para 33%, em relação a levantamento realizado em dezembro.

Na comparação com dezembro do ano passado, há menos brasileiros otimistas e mais pessimistas tanto em relação ao futuro econômico do Brasil quanto o seu próprio.

A deterioração da percepção atual e das expectativas futuras com a economia ocorre em níveis consideráveis, na maior parte dos casos fora da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento ouviu 2.002 eleitores em 147 municípios.

A avaliação de que a economia piorou de dezembro para cá cresceu de 35% para 41%. Com isso, a taxa dos que veem piora ultrapassou a dos que vinham percebendo melhora, que recuou de 33% para 28% no período.

Algumas análises consideram que a perda de popularidade do presidente pode estar ligada a falas polêmicas recentes e revezes no Congresso. A atual pesquisa sugere que a paralisia da economia nos últimos dois trimestres de 2023 (o Produto Interno Bruto não cresceu nas comparações com trimestres anteriores) e a lenta recuperação neste início de 2024 podem ter pesado mais.

Assim como uma alta mais forte nos preços dos alimentos no início do ano, provocada por problemas climáticos nas regiões produtoras do Sul e do Centro-Oeste.

A avaliação sobre a piora na economia deu-se na maior parte dos principais segmentos da pesquisa, com exceção da faixa dos mais jovens, no qual houve recuo de 37% para 33%. A alta ficou acima da média nas faixas de 35 a 44 anos (de 35% para 46%) e de 45 a 59 anos (de 32% para 42%).

Na região Nordeste, 30% avaliam que a economia brasileira piorou nos últimos meses (eram 28% em dezembro), índice inferior —dentro da margem de erro e com variação menor na percepção de piora— do que o registrado no Sul (47%, ante 44% na pesquisa anterior), no Sudeste (43%, ante 35%) e Norte/Centro-Oeste (49%, ante 40%).

Entre aqueles que votaram em Lula no segundo turno da eleição presidencial de 2022, 16% veem piora no cenário econômico do país, com oscilação em relação ao levantamento anterior (13%). Entre eleitores de Jair Bolsonaro (PL), essa percepção saltou de 59% para 69%.

Na avaliação sobre a situação econômica pessoal, caiu de 35% para 28% o índice dos que apontam melhora, e oscilou de 26% para 28% a percepção de piora. Para 44%, a situação ficou estável (eram 38 % em dezembro do ano passado).

A expectativa de que a economia vai melhorar nos próximos meses caiu de 47% para 39%, com alta de 22% para 27% na tendência contrária, de piora econômica. Uma parcela de 32% vê estabilidade (em dezembro, 29%), e 2% não opinaram.

O índice de pessimismo com a economia do país fica acima da média entre os mais escolarizados (33%), entre os mais ricos (35%), na região Sul (34%), entre evangélicos (32%) e na parcela que reprova o governo Lula (56%).

Fica abaixo da média, por outro lado, entre os mais jovens (19%), no segmento dos menos escolarizados (20%), no Nordeste (19%, e 49% de otimismo), e entre quem aprova (6%) ou considera regular (18%) o governo Lula.

As expectativas sobre inflação, desemprego e poder de compra também ficaram mais pessimistas. Seis em cada dez (60%) brasileiros preveem que a inflação irá aumentar daqui para frente, ante 51% em dezembro do ano passado.

Para 14%, a inflação irá cair (eram 19%), 23% avaliam que ficará igual (em dezembro, 27%) , e 3% não opinaram. O índice de expectativa de alta na inflação atual é o mais alto desde junho de 2022, quando estava em 63%.

A previsão de alta no desemprego é compartilhada por 46%, em alta na comparação com dezembro (39%).

Entre os que elegeram Lula, 42% acreditam que a inflação vai aumentar. A taxa salta para 77% entre os que votaram em Bolsonaro. Em relação ao aumento do desemprego, os índices são de 31% e 61%, respectivamente, na mesma comparação.

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Mais de 35 milhões de transferências por PIX no valor de um centavo foram realizadas em 2023

A facilidade de fazer um PIX gerou um comportamento inesperado entre os brasileiros, que já se traduz em números: mais de 35 milhões de transferências por PIX no valor de um centavo.

O número é do ano passado e representa um aumento de 43% em comparação com 2022.

O que deixa muita gente curiosa. Afinal, para que serve um PIX de um centavo?

“Não faço ideia”, disse uma mulher.

“Meio inusitado”, comentou um homem.

“Pode mandar que eu aceito“, brincou uma outra mulher.

O professor de economia Joelson Sampaio, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), tem uma explicação.

“Boa parte são empresas, instituições que respondem por esse maior volume. Ou para teste, ou para comunicação funcional, ou para fazer alguma checagem”, destacou o professor.

Mas uma parte dos brasileiros tem usado esse PIX de um centavo para outra finalidade. Virou uma forma de comunicação, principalmente, entre os mais jovens. A pessoa envia um centavo e usa o espaço de descrição da transferência pra mandar um recado.

Já teve até proposta de casamento sendo feita assim: E PIX pra pedir outro PIX.

“Já recebi tipo assim: ‘me empresta tal valor’. E fez mensagem assim com um centavo”, contou uma jovem.

Foi com um PIX de um centavo que o Jason Goulart conseguiu encerrar uma discussão. Ele foi bloqueado nas redes sociais, depois de brigar com a pessoa com quem estava saindo. O centavo pago deixou tudo mais leve.

“Escrevi o que eu precisava, tipo o básico, rápido. Porque é pouco caracteres; tipo, não dá para mandar a bíblia inteira ali […] A gente precisa desabafar às vezes, né”, brincou o artista visual.

O fato de ser uma operação financeira gratuita contribui para o volume de transações desse tipo. Mas o professor de finanças Ricardo Rocha, do Insper, lembra que esse não é o espaço mais adequado para enviar recados.

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No RN, 438,9 mil contribuintes devem declarar imposto de renda

O prazo para declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2024 começa nesta sexta-feira (15) e é preciso estar atentos às mudanças nas regras para acertar as contas com o Leão. No Rio Grande do Norte, 438.968 contribuintes devem fazer a declaração do imposto, segundo projeções da Receita Federal.

Em todo o País são esperadas 43 milhões de declarações. Para 2024, a Receita promete simplificar o processo e reduzir as chances de erros que podem levar à malha fina. A principal mudança é o aumento do limite de obrigatoriedade. Agora, contribuintes com rendimentos acima de R$ 30.639,90 estão obrigados a declarar, antes era de R$ 28.559,70.

Mesmo com a declaração marcada para começar na sexta, o contribuinte já pode começar a preencher os dados da entrega. Na terça-feira (12), a Receita liberou o Programa do Imposto de Renda, que pode ser baixado nos sistemas Windows, Linux e Mac OS. Desta forma, os contribuintes já podem adiantar o processo, deixar a declaração pronta e transmitir na sexta-feira (15). “Isso confere ao contribuinte a possibilidade de verificar as informações necessárias e, se for o caso, levantar documentações que por ventura sejam necessárias”, diz o auditor-fiscal José Carlos Fonseca, supervisor nacional do programa.

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No RN, 43% dos restaurantes e bares operam endividados

Apesar de um faturamento melhor nos dois primeiros meses do ano do que a média nacional, o endividamento ainda é uma preocupação do setor de bares e restaurantes do Rio Grande do Norte. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) apontou que 43% das empresas do setor, no Estado, operam com dívidas em atraso.

O percentual é igual ao que foi constatado em nível nacional e, segundo a entidade, também se deve aos reflexos das dificuldades enfrentadas durante a pandemia da covid-19.

O vice-presidente da Abrasel no RN, Thiago Machado, diz que, as dívidas são uma preocupação ainda muito presente. “O endividamento ainda é alto no setor em geral. Isso foi atenuado na pesquisa. São dívidas que estão em impostos federais, municipais, estaduais. Dívidas com fornecedores, água, luz, gás, aluguel atrasado, enfim todas os aspectos”, enfatizou.

Entre as que enfrentam dificuldades, 59% devem impostos federais, 50% impostos estaduais, 47% empréstimos bancários, 31% encargos. trabalhistas e previdenciários, 31% serviços públicos (água, gás, energia elétrica), 17% taxas municipais, 14% devem a fornecedores de insumos e 17% estão com o aluguel atrasado.

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Estados querem aumentar de 17% para 25% ICMS sobre Shein, Shopee e outras varejistas internacionais

Os Estados devem aumentar de 17% para 25% a alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre as compras feitas em varejistas internacionais. Interlocutores ouvidos pelo Estadão afirmam que há “um clima muito favorável” para essa elevação entre os secretários estaduais de Fazenda, que vêm se surpreendendo com a nova fonte de arrecadação.

A taxação de 17% foi anunciada em junho de 2023, em meio à criação do programa Remessa Conforme, que busca combater a sonegação de tributos nas transações de e-commerces estrangeiros. Fontes da equipe econômica apontam que os governadores têm recolhido mais de R$ 160 milhões por mês em cima dessas mercadorias. “Estão felizes, nunca tinham recebido essa receita”, diz um técnico ouvido pela reportagem.

O tema poderá ser debatido na quarta-feira, 13, em reunião presencial do Comitê Nacional de Secretários Estaduais de Fazenda (Comsefaz), em Brasília. A pauta oficial do encontro é a regulamentação da reforma tributária, mas nada impede que outros tópicos sejam abordados. No mais tardar, o assunto será debatido na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), marcada para 12 de abril, em Fortaleza.

A avaliação de fontes ligadas aos Estados é de que o debate deveria ser iniciado já na próxima semana, uma vez que a mudança dependerá do aval das 27 assembleias legislativas. Isso porque a uniformidade na alíquota é um pré-requisito para a cobrança operacionalizada pelos Correios.

Caso seja aprovada pelos deputados estaduais, a nova taxação passará a valer a partir de 2025, uma vez que o ICMS segue a regra da anterioridade anual. Ou seja, a majoração do tributo só pode ter efeito a partir do exercício seguinte.

Shein, Shopee e AliExpress

A eventual mudança será sentida pelos consumidores que fazem uso de plataformas bastante populares no País, como Shein, Shopee e AliExpress. Nos últimos anos, essas empresas asiáticas tiveram um salto no volume de remessas feitas ao Brasil, incomodando as varejistas nacionais, que veem concorrência desleal e exigem tratamento igualitário.

A principal reclamação é pela isenção concedida às compras de até US$ 50 (cerca de R$ 250), que não pagam Imposto de Importação — o qual é federal e tem alíquota de 60%. O benefício é válido às empresas que aderiram às regras do Remessa Conforme e não se estende ao ICMS.

Na última sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, membros do Comitê da Cadeia Produtiva da Moda e representantes do setor calçadista para tratar do tema. Em carta divulgada após o encontro, a Fiesp pediu “celeridade” para se alcançar a “isonomia tributária ampla”.

Nesse sentido, o aumento de ICMS pelos governadores cairia como uma luva para o governo federal. Primeiro, porque atenderia, ainda que de forma parcial, o pleito dos comerciantes nacionais, tornando os produtos estrangeiros mais caros e, portanto, menos competitivos.

E, segundo, porque, ao ser uma decisão colegiada de governadores, as prováveis reclamações nas redes sociais não recairiam sobre o Palácio do Planalto, já bastante preocupado com a queda na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O tema é visto como delicado e tratado com cautela, devido a polêmicas anteriores. Em 2023, o Ministério da Fazenda tentou acabar com a isenção, mas enfrentou fortes críticas nas redes, que foram reverberadas, inclusive, pela primeira-dama Janja.

Na elaboração do Orçamento de 2024, outra tentativa: sem alarde, a equipe econômica previu uma alíquota mínima de 20% para o tributo, o que renderia R$ 2,8 bilhões à União, ajudando na meta de déficit zero. Á época, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que esse piso havia sido proposto pelas próprias empresas estrangeiras.

A promessa era de que a cobrança teria início quando a Receita Federal obtivesse dados mais completos sobre as remessas — o que ocorreu entre o fim de 2023 e meados de 2024, com 100% dos pacotes sendo contabilizados pelo Fisco. Até agora, porém, nada foi anunciado e a isenção federal segue em vigor.

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Lucro da Petrobras sob Lula tem queda de 33,8%

A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 124,6 bilhões em 2023, o 2º maior da história da empresa, segundo balanço financeiro publicado nesta quinta-feira (7.mar.2024). O montante é 33,8% inferior ao reportado em 2022, quando a companhia havia lucrado R$ 188,3 bilhões.

A expectativa do mercado era de um resultado positivo da petroleira devido aos relatórios já divulgados de vendas e produção. A apreensão com a divulgação dos números anuais estava na apresentação dos dividendos.

A diretoria da estatal informou que encaminhou à AGO (Assembleia Geral Ordinária), que ocorrerá em 25 de abril, uma proposta de distribuição de dividendos equivalentes a R$ 14,2 bilhões. Se houver aprovação, os dividendos totais de 2023 alcançarão R$ 72,4 bilhões.

Segundo apuração do Poder360, o conselho da maior empresa brasileira ficou dividido em relação à distribuição dos proventos aos acionistas. Conselheiros governistas propunham a retenção dos dividendos extraordinários –pagamento extra que as empresas fazem aos seus investidores– enquanto os minoritários sustentavam os proventos.

A Petrobras informou que o recuo nos lucros se deve à queda de 18% no preço internacional do petróleo em comparação ao ano anterior, mas que mesmo assim a empresa teve resultados expressivos em produção e operação de novas plataformas.

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