Lula: Brasil não negociará como se fosse um país pequeno contra um grande

Dias antes das novas tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump entrarem em vigor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre as negociações em entrevista ao The New York Times publicada nesta quarta-feira (30).

Em nenhum momento o Brasil negociará como se fosse um país pequeno contra um país grande”, disse.

Lula afirmou que está tratando o assunto com a “seriedade”, mas destacou que “seriedade não exige subserviência“.

O líder brasileiro falou ao jornal americano pela primeira vez em 13 anos diante do impasse aberto pelo tarifaço. A nova alíquota está prevista para esta sexta-feira (1º).

“Conhecemos o poder econômico dos Estados Unidos, reconhecemos o poder militar dos Estados Unidos, reconhecemos a dimensão tecnológica dos Estados Unidos”, afirmou Lula. “Mas isso não nos deixa com medo”, acrescentou. “Nos deixa preocupados.”

Na segunda-feira (28), durante uma agenda em São João da Barra, no Rio de Janeiro, Lula pediu que Trump refletisse sobre a “importância do Brasil” e resolvesse suas “divergências” por meio de negociação.

CNN

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Rota 22 alcança mais de 45 milhões de interações nas redes sociais

De março a julho o Projeto Rota 22 iniciou um contato direto com os simpatizantes dos valores e propostas do Partido Liberal (PL) e o resultado foi uma interação expressiva nas redes sociais com mais de 45 milhões de visualizações e um alcance de 5 milhões de contas no Rio Grandes do Norte e cidades vizinhas de outros estados. Para aproximar a mensagem do PL da sociedade, o Projeto Rota 22 criou site, canais de whatsapp e grupos de interação nas redes sociais.

"Tudo para fortalecer a direita em todo o Brasil, ouvindo a população, formando novas lideranças por meio de oficinas e construindo soluções verdadeiras para um país mais forte e livre", reforça o senador Rogério Marinho, secretário-geral do PL e presidente estadual da legenda. 

O momento de maior impacto e interação do Projeto Rota 22 na redes socias e influenciadores ocorreu no período de 12 a 14 de junho, durante a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), ao Rio Grande do Norte, que revisitou obras e ações no período de sua gestão na presidência e que favoreceram o Estado como: Engorda de Ponta Negra, Complexo Cidade da Moda, em Acari, Barragem de Oiticica, em Jucurutu, e o Anel Viário de Mossoró. Antes, em 11 de abril, Bolsonaro interrompeu visita ao RN ao passar mal e precisar de atendimento médico.  

O Rota 22 é uma iniciativa do Partido Liberal (PL) em parceria com o Instituto Álvaro Valle, que fechou o primeiro semestre com 20 eventos realizados no Estado, sendo 16 oficinas e 4 seminários abrangendo todas as regiões do RN. Com o propósito de fortalecer os laços entre a sociedade civil e o partido, valorizando o diálogo e a construção coletiva de propostas; o projeto possibilitou um diagnóstico detalhado das dificuldades do Estado, por região. "Ferramenta fundamental para a troca de informações com os pré-candidatos em 2026 do Partido Liberal. É uma base sólida de informações que eleverá o debate em torno de ações concretas que irão impactar na vida de quem mais precisa de políticas públicas", disse Rogério Marinho.

AGENDA

Fique conectado com o Rota 22 — acesse o site plrota22.com.br e confira quando o projeto passará por sua região. Mais informações também estão disponíveis nas redes sociais, pelos perfis @pl22rn e @plnacional22, e no canal de WhatsApp do Rota 22 no Rio Grande do Norte: canal.plrota22.com.br.

No dia 2 de agosto haverá o grande Seminário, em Santo Antônio, reunindo lideranças do Agreste, Trairí e Potengi. Na agenda do Projeto Rota 22, ainda tem oficina em Parnamirim, no dia 6 de agosto, em Extremoz, no dia 7 de agosto, e Seminário da Região Metropolitana, em Natal, no dia 16 de agosto.

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Governo pode acabar com obrigatoriedade de autoescola para tirar CNH

O ministro dos Transportes do governo Lula (PT), Renan Filho (MDB), afirmou que pretende acabar com a obrigatoriedade de aulas em autoescolas para que o cidadão possa obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Em entrevista à Folha de S. Paulo, ele classificou o processo atual como “caro, trabalhoso e demorado” — o que, segundo ele, impede que milhões de brasileiros obtenham a habilitação.

Renan destacou que, atualmente, cerca de 60 milhões de pessoas têm idade para tirar a CNH no Brasil, mas muitas conduzem sem carteira ou simplesmente não dirigem. Um dos principais motivos apontados por ele é o custo elevado, sobretudo entre os mais pobres, pois, conforme afirmou, o valor necessário para tirar a carteira é semelhante ao de uma moto usada. “Se a pessoa tem dinheiro apenas para uma das duas coisas, ela opta por comprar a moto”, disse.

O ministro também mencionou que em algumas regiões do Brasil, quase 40% dos motociclistas circulam sem habilitação, o que evidencia, segundo ele, a ineficiência e o caráter excludente do atual modelo. Renan acrescentou ainda que a demora na obtenção da CNH é um dos principais obstáculos relatados pelo setor produtivo para contratar caminhoneiros.

A proposta do governo é eliminar a exigência de carga horária obrigatória em autoescolas, permitindo que o candidato faça a prova de direção sem ter que pagar por aulas. Para o ministro, exigir que a pessoa faça autoescola a fim de tirar carteira é como obrigar o estudante a fazer cursinho para entrar em uma universidade pública. De acordo com ele, o que deveria importar é se essa pessoa consegue passar na prova.


Segundo Renan, a medida não precisa passar pelo Congresso Nacional e aguarda apenas a sanção do presidente Lula. Ele falou ainda que as provas prática e teórica continuariam existindo, mas que qualquer pessoa poderia se inscrever para fazê-las, independentemente de ter frequentado uma autoescola. E disse acreditar que o dinheiro que seria gasto com aulas será convertido em consumo e geração de empregos, sem necessidade de investimento direto do governo.

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Às vésperas do tarifaço, empresas brasileiras demitem e dão férias coletivas

A poucos dias da entrada em vigor do tarifaço, com novas tarifas americanas sobre produtos importados, empresários e trabalhadores brasileiros já sofrem os impactos da medida que será aplicada sobre o Brasil.

Com a sobretaxa de 50% a todas as exportações do país para os Estados unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump para iniciar na sexta-feira (1.º), importadores americanos têm suspendido contratos de importação e indústrias de diferentes áreas se viram obrigadas a paralisar atividades, demitir funcionários e impor férias coletivas forçadas.

No Sul, setor madeireiro anuncia demissões e antecipa férias por causa de tarifaço

O setor madeireiro, que concentra cerca de 90% de sua capacidade instalada nos três estados da região Sul, é um dos mais afetados. Na semana passada, a Sudati, que produz compensados de madeira, anunciou o desligamento coletivo de 100 funcionários de duas fábricas, nas cidades de Ventania e Telêmaco Borba, no Paraná, em razão da insegurança financeira. 

As demissões motivadas pelo tarifaço serão realizadas ao longo de 60 dias e, segundo a empresa, os colaboradores afetados estão sendo comunicados individualmente. Por enquanto, os trabalhadores das unidades de Palmas e Ibaiti, também no Paraná, e de Otacílio Costa, em Santa Catarina, não devem ser afetados. 

Na BrasPine, que fabrica produtos à base de madeira, 1,5 mil funcionários, mais da metade do quadro da empresa, entraram em férias coletivas pela mesma razão. No dia 15, a companhia anunciou a medida por 30 dias para 700 trabalhadores da fábrica de Jaguariaíva (PR). Na semana seguinte, mais 800 pessoas foram incluídas – 50 da mesma unidade e outros 750 da planta de Telêmaco Borba.

Os trabalhadores foram divididos dois grupos: o primeiro parou na segunda-feira (28), por 30 dias, e o outro entra em férias, também por 30 dias, a partir da próxima segunda (4). 

Outra empresa paranaense, a Millpar, também fabricante de produtos de madeira, deu férias coletivas a 720 funcionários das unidades de Guarapuava e Quedas do Iguaçu. Os trabalhadores atingidos atuam na manufatura de produtos voltados à exportação – a maior parte da produção da empresa é destinada ao mercado americano. 

De acordo com a empresa, a medida pode ser ampliada, dependendo do desenrolar das negociações do Brasil com os Estados Unidos nos próximos dias. 

Em Santa Catarina, o grupo Ipumirim também decidiu antecipar férias coletivas para 550 colaboradores. Segundo a empresa, a medida foi tomada enquanto se aguarda uma definição nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. A marca atua na fabricação de portas, kit de portas, molduras e no manejo de floresta própria.

Outra empresa catarinense, a Móveis Weihermann, que destina 70% de sua produção para os Estados Unidos, suspendeu as atividades nesta semana. 

O setor madeireiro emprega aproximadamente 180 mil pessoas em postos diretos e em 2024 exportou US$ 1,6 bilhão para o mercado americano, cerca de 50% da produção nacional, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci).

De acordo com a entidade, alguns segmentos dependem exclusivamente dos Estados Unidos, com 100% das vendas atreladas ao país. A maioria dos contratos com empresas americanas estão sendo cancelados e muitos embarques do setor foram suspensos desde o anúncio das novas tarifas. 

“O setor possui aproximadamente 1.400 contêineres com produtos já embarcados e em trânsito marítimo para os Estados Unidos. Além disso, em torno de 1.100 contêineres estão posicionados em terminais portuários aguardando embarque”, informou a associação, em nota.

Empresas siderúrgicas paralisam atividades em Minas Gerais

Em Minas Gerais, a iminência da aplicação das novas tarifas americanas gera uma das maiores crises recentes da indústria de ferro-gusa, utilizado na produção de aço. Com o aumento de custos, empresas dos Estados Unidos que importam o produto brasileiro têm suspendido contratos de compra desde o anúncio do aumento da tarifa pelo governo americano.

Os Estados Unidos são o principal destino do material produzido no estado, absorvendo cerca de 68% da produção, segundo o Sindicado da Indústria do Ferro de Minas Gerais (Sindifer). 

Nesta segunda-feira, a Fergubel, localizada em Matozinhos, na região metropolitana de Belo Horizonte, parou as atividades por 30 dias, colocando em férias coletivas todos os seus cerca de 150 funcionários. 

“A decisão foi tomada diante dos desafios enfrentados pelo setor siderúrgico, agravados por medidas como o recente tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos, que vêm afetando diretamente a cadeia produtiva do ferro-gusa e impactando a competitividade das exportações brasileiras”, informa um comunicado da empresa. 

Outras duas empresas mineiras do setor, a Modulax e a CSS Siderúrgica Setelagoana, também recorreram à medida, por tempo indeterminado, para, em princípio, evitar demissões em razão do tarifaço.

Em 2024, 87% das exportações de ferro-gusa brasileiras tiveram como destino os Estados Unidos, que importou 3,3 milhões de toneladas do material. Cerca de 85% desse volume saiu de Minas Gerais.

Com entrada em vigor do tarifaço, demissões podem chegar a 110 mil, diz estudo

Na semana decisiva para os exportadores brasileiros, as negociações do Brasil com os Estados Unidos continuam travadas. No domingo (27), Trump negou a possibilidade de adiamento da medida, confirmando a entrada em vigor das novas taxas a partir do dia 1º.

O tarifaço, se confirmado, pode gerar demissões em massa ainda em importantes setores do agronegócio, como o de café, carne bovina e suco de laranja, além das indústrias de petróleo e gás, peças para aeronaves, máquinas e equipamentos de geração de energia e minerais não metálicos.

A Taurus, maior fabricante de armas de fogo do Brasil e uma das maiores fornecedoras de pistolas para o mercado americano, declarou que, caso a tarifa seja mantida, poderá transferir toda a sua operação para os Estados Unidos. A mudança resultaria na perda de até 15 mil empregos no Rio Grande do Sul, sendo 3 mil deles diretos, gerados pela fábrica em São Leopoldo (RS).

Um estudo do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental Aplicada (Nemea), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estima que o tarifaço americano pode levar a até 110 mil demissões no país. O impacto seria de 40 mil postos de trabalho na agropecuária, 31 mil no comércio e 26 mil na indústria.

Conforme o levantamento, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encolheria 0,16%, o equivalente a uma redução de R$ 19,2 bilhões. Os estados mais prejudicados, em termos absolutos, seriam São Paulo (-R$ 4,4 bilhões), Rio Grande do Sul (-R$ 1,9 bilhões), Paraná (-R$ 1,9 bilhão), Santa Catarina (-R$ 1,74 bilhão) e Minas Gerais (-R$ 1,66 bilhão).

Estados lançam medidas para socorrer empresas; governo federal estuda programa de preservação de empregos

Em meio ao clima de tensão gerado entre empresários e à dificuldade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de negociar uma redução, adiamento ou flexibilização do tarifaço com os Estados Unidos, alguns estados já anunciaram medidas de ajuda às empresas afetadas, com o objetivo de minimizar prejuízos, falências e demissões.

Ronaldo Caiado, governador de Goiás, anunciou na semana passada uma linha de crédito emergencial para empresas com exposição significativa ao mercado norte-americano. A taxa anual de financiamento será inferior a 10%.

Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) lançou uma linha de crédito com juros subsidiados para exportadores paulistas, com a disponibilização de até R$ 20 milhões por empresa, com taxas de juros a partir de 0,27% ao mês mais a inflação, prazo de pagamento de até 60 meses, com carência de até 12 meses.

O governo paulista vai ainda liberar créditos de ICMS acumulados por empresas exportadoras, no valor de até R$ 1 bilhão, que ficam retidos no sistema tributário estadual e deve ampliar o Fundo Garantidor do Estado, que permite acesso a crédito com menor exigência de garantias. 

No Paraná, o governador Ratinho Junior (PSD) anunciou na semana passada um pacote para empresas que vendem para os Estados Unidos. Créditos de ICMS serão liberados para serem usados para monetização, giro ou como garantia para tomada de empréstimos.

Mais de R$ 400 milhões serão disponibilizados para oferta de linhas de crédito especial pela Fomento Paraná e pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Além disso, empresas poderão solicitar o adiamento de parcelas de empréstimos já contratados. 

O governo do Rio Grande do Sul também anunciou um programa de liberação de crédito, de R$ 100 milhões, por meio do BRDE, para exportadores que vendem para os Estados Unidos, Segundo a administração de Eduardo Leite (PSD), os juros serão equalizados com recursos do Fundo Impulsiona Sul e ficarão entre 8% e 9% ao ano. O prazo de pagamento será de 60 meses, com 12 meses de carência. 

O governo federal também estuda medidas de socorro a empresas e preservação de empregos, de modo a evitar demissões em massa diante do cenário cada vez mais inevitável do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros. 

A proposta elaborada pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, incluiria medidas de facilitação de crédito para empresas exportadoras, além de um programa de manutenção de trabalho e renda, semelhante ao BEm, benefício emergencial criado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de Covid-19.

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Mega-Sena sorteia nesta terça-feira prêmio acumulado em R$ 51 milhões


As seis dezenas do concurso 2.894 da Mega-Sena serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.

O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 51 milhões.

O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa. 

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 6.

Fonte: Agência Brasil

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WhatsApp clonado? Saiba como agir e onde denunciar o golpe



Os golpes no WhatsApp têm crescido em todo o país e se tornaram uma das principais formas de fraude digital nos últimos tempos. Os criminosos usam diferentes técnicas para assumir o controle da conta da vítima, e assim, roubam desde dinheiro até dados importantes para a aplicação de outros golpes.

Segundo Rubens Alexandre de Faria, pós-doutor em ciências forenses pela Syracuse University (EUA) e professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a clonagem funciona como um espelho.

“Alguém pode estar vendo o que você posta, interagindo em tempo real e até publicando algo por você”, explica. Em alguns casos, a vítima continua usando o aplicativo normalmente, sem saber que outra pessoa também está acessando a conta de outro lugar.

Caso você queira ficar bem informado e ter conhecimento sobre esse e outros tipos de fraudes que podem ocorrer digitalmente, inscreva-se no Curso "Na Mira dos Golpes". Ministrado pelo Delegado Emmanoel David, é uma iniciativa Gazeta do Povo.


Como saber se o seu WhatsApp foi clonado?

A clonagem da conta pode ocorrer de formas simples ou até mesmo com métodos mais complexos de roubo de dados. Filipe Augusto da Luz Lemos, pós-doutorando em Engenharia de Defesa pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e professor da Syracuse University (EUA), lembra que uma das formas mais comuns é a do WhatsApp Web conectado em um computador de terceiros.

“Dá pra conferir isso nas configurações, onde aparece a lista de dispositivos conectados.” No entanto, ele alerta que há situações mais sofisticadas, como o roubo de credenciais. “Um exemplo comum é quando alguém liga se passando por empresas como OLX ou Mercado Livre e envia um código. Se você repassar esse código, perderá o acesso”, alerta.

Um dos principais sinais de clonagem é perder completamente o acesso ao WhatsApp. Outro indício frequente são mensagens suspeitas enviadas a partir do número da vítima, muitas vezes pedindo transferências via Pix. “99% dos casos têm motivação financeira”, diz Filipe. Mas ele acrescenta que há outros contextos, como espionagem entre casais, roubo de informações estratégicas e ataques com objetivos políticos, por exemplo.


Já Rubens, ressalta que o maior risco está na manipulação emocional das vítimas, o que caracteriza a chamada Engenharia Social, um método de manipulação psicológica muito utilizado para fazer com que as pessoas revelem informações confidenciais, tomem alguma ação prejudicial ou permitam o acesso a sistemas.

“A pessoa mal-intencionada não precisa forçar. Ela induz você a executar a ação.”


“A pessoa mal-intencionada não precisa forçar. Ela induz você a executar a ação.”


Ele cita ainda a facilidade com que criminosos conseguem explorar a busca por informações pessoais dentro do próprio aplicativo devido a falta de cuidado de algumas pessoas no uso do WhatsApp. “Pessoas mais tradicionais têm mania de mandar mensagem para elas mesmas. Se alguém toma conta, pega tudo com palavras de busca.”

O que fazer em caso de clonagem?

Para recuperar um WhatsApp clonado, é preciso reinstalar o aplicativo, fazer login com seu número e confirmar o código de verificação. O professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) explica que, se a vítima ainda tiver acesso ao aplicativo, é possível interromper o golpe no WhatsApp verificando os dispositivos conectados e desconectando acessos desconhecidos. “Você, enquanto a usuária principal, enquanto for a titular da conta, pode derrubar esse acesso.”

No entanto, se o criminoso já tiver assumido o controle total, é necessário entrar em contato com a operadora para a recuperação de conta, além de registrar ocorrência na Polícia Civil. “Se for uma situação criminal, a investigação segue com mandado, e a operadora é quem vai conseguir desclonar. Leva uns dias, depende da situação”, afirma.

Após a clonagem, é fundamental registrar a denúncia no Nuciber, o Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil. Filipe Lemos também reforça a importância de formalizar o caso, mesmo que o prejuízo não seja imediato, para que sejam criadas mais políticas de segurança digital.


“É fundamental para saber que é prioridade para a população. Se não há dados, não é possível pedir ação pública do Estado.” Ele recomenda reportar o caso ao próprio WhatsApp, que possui equipes dedicadas à segurança digital e pode agir preventivamente com base nos relatos dos usuários.

Como evitar o golpe da clonagem do WhatsApp?

Para evitar que seu WhatsApp seja clonado, os especialistas recomendam cuidados básicos com segurança digital. Principalmente:

  • não repassar códigos recebidos por SMS;
  • desconfiar de mensagens inesperadas;
  • evitar baixar aplicativos de fontes desconhecidas;
  • checar periodicamente os acessos ativos no WhatsApp Web.

Lemos também orienta a criar palavras-chave entre familiares para verificar a identidade de quem está pedindo ajuda: “Entre familiares, criar métodos que só vocês conhecem previne muita coisa.”.


Apesar do cenário preocupante, os especialistas lembram que não é necessário viver com medo constante. “Não precisa ter neurose. É uma higiene. É importante ficar atento, mas não achar que vai ser clonado toda hora”, diz o professor da UTFPR. Para ele, o maior erro acontece quando se está desatento.

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Quem pede veto de Lula não produz um quilo sequer de alimento

Segunda-feira foi dia do agricultor. O agricultor brasileiro é quem está botando comida na nossa mesa e na mesa de 1,6 bilhão de terráqueos, e ao mesmo tempo mantém a nossa capacidade de importar, trazendo divisas para o Brasil. O Congresso Nacional removeu recentemente algo que atrapalha muito o agricultor, aprovando uma nova lei para o licenciamento ambiental. Hoje existe uma burocracia terrível para esmagar o progresso no Brasil. São as regras atuais que impedem, por exemplo, a construção de uma ferrovia mesmo que passe apenas no cantinho de uma reserva indígena.

Estão comprando páginas nos jornais principais do país para escrever, com letras garrafais, “VETA, LULA”. Querem que o presidente vete esse projeto que, enfim, torna civilizado o licenciamento ambiental, que domestica o processo, porque hoje ele é agressivo, é parte de uma guerra contra os produtores. São várias entidades que estão pedindo o “VETA, LULA”, e foi verificar uma por uma. Nenhuma delas representa quem produz, apenas quem consome. Esse é o nosso problema.


Moraes não quer saber de farda no STF 

Em audiência com um juiz auxiliar de Alexandre de Moraes, nesta segunda-feira, dois tenentes-coronéis compareceram fardados. Um deles, inclusive, estava no expediente. O outro parece que está preso, mas em um quartel, onde também tem de permanecer fardado; quando sai do quartel, sai fardado e recebe a continência do sentinela. Os dois tiveram de pedir terno emprestado porque Moraes resolveu que não podiam usar farda. O advogado perguntou e o juiz auxiliar respondeu que “isso foi determinado pelo ministro relator, na medida em que a acusação é voltada contra militares e não contra o Exército como um todo”. Vocês entenderam? Porque não tem lógica alguma. Se são militares, estão fardados. Mauro Cid, por exemplo, já prestou vários depoimentos fardado. Mas agora Moraes não quer ver farda no STF.

Quem está violando o sigilo das conversas de Bolsonaro?

A polícia levou o celular de Jair Bolsonaro dias atrás. Vocês se lembram, entraram na casa dele de uma hora para outra. Parece que foi uma resposta a Donald Trump, que anunciou as tarifas ao Brasil porque o STF está perseguindo Bolsonaro e os bolsonaristas, porque não há transparência na eleição etc., além das questões econômicas; a resposta veio com a polícia, cedinho na casa dele, no dia seguinte, pegando o celular por ordem judicial. Isso apesar de, como disse o ministro Marco Aurélio, Bolsonaro não ser mais presidente da República e, portanto, seu foro não é mais o Supremo, e sim a primeira instância, como foi com Lula.

E agora estão aparecendo na imprensa frases, palavras, diálogos que estavam no celular de Bolsonaro e que a polícia levou. Por acaso houve alguma ordem para rasgar a alínea XII do artigo 5.º da Constituição, cláusula pétrea, que trata da inviolabilidade das comunicações telefônicas? Em qualquer país sério alguém seria responsabilizado por essa violação, por essa quebra de sigilo.


A estratégia do INSS para acabar com os processos por causa da megafraude

Vi, na agência oficial, o presidente do INSS dizendo que até agora 1,147 milhão de aposentados e pensionistas enganados serão ressarcidos, e que outros 2,295 milhões estão aptos a fazer o acordo proposto pelo governo federal para antecipar o reembolso e não entrar na Justiça. Mas a própria notícia diz que faltam 4,8 milhões. Por quê? Porque é difícil para essas pessoas ir a uma agência dos Correios ou conseguir entrar no site da Previdência.

Eu tenho aqui o caso de uma senhora. Ela disse que queria, e veio uma exigência: ela tinha que ler um texto, dizendo que não encontraram provas de que ela deu permissão para fazer o desconto, nem encontrou a devolução dos descontos, e que o INSS devolverá os valores descontados indevidamente. E é preciso marcar um “sim, aceito receber”. E, dar esse “sim”, a pessoa desiste de processar o INSS, inclusive desiste de ações já existentes. E o presidente do INSS ainda disse que quem desistir de ação já existente pode pagar os honorários do advogado da ação interrompida. Mas o que todos querem saber: quem está na ponta? Quem recebeu toda essa dinheirama, esses bilhões de reais, de toda essa gente, esses milhões de aposentados?


Alexandre Garcia

Colunas sobre política nacional publicadas de domingo a quinta-feira. *Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.

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