Zelenski admite que pode ceder território para a Rússia pela primeira vez

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, afirmou neste domingo (17) que as negociações com a Rússia para o fim da guerra podem ter como base a linha de frente atual do conflito, a primeira vez que o líder ucraniano admite colocar na mesa parte de seu território.

“Precisamos de negociações reais, o que significa que podemos começar por onde está a linha de frente agora”, disse ele, após encontro com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Bruxelas.

O líder ucraniano viajou à sede da União Europeia na tentativa de mobilizar apoio de aliados europeus, todos apartados da cúpula entre Donald Trump e Vladimir Putin na sexta-feira (15). Zeleski, Von der Leyen e outros líderes do continente viajam a Washington nesta segunda-feira (18) para se reunir com o americano.

A cúpula entre Putin e Trump terminou sem um improvável cessar-fogo, que havia sido colocado como condição por Trump para que Moscou não sofresse “consequências severas”. O republicano, no entanto, saiu do encontro emulando os termos do Kremlin para o fim do conflito, defendendo um acordo de paz permanente em vez de um cessar-fogo, algo que favorece a posição russa.

Trump também fala agora em troca de território para finalizar um pacto, termo que agrada ao Kremlin. Putin tem pouco mais de 400 km² sob seu controle em Sumi e Kharkiv, áreas que não fazem parte das quatro regiões que anexou ilegalmente e que reivindica —são elas Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson, além da Crimeia ocupada desde 2014 que já vê como sua e pouco é considerada em discussões sérias sobre o fim do conflito.

Cerca de 6.600 km² de Donetsk ainda estão sob controle ucraniano, embora tropas russas tenham ganhado terreno recentemente próximo a cidades relevantes no local, ameaçando as defesas de Kiev. A troca, portanto, pode se referir à entrega da totalidade de Donetsk aos russos pelo retorno da pequena área de Sumi e Kharkiv. Lugansk já está toda sob controle de Moscou, que pode aceitar recortar Zaporíjia e Kherson e congelar o território no desenho atual da linha de frente.

Neste domingo, apesar do recuo em sua posição até aqui intransigente quanto a ceder territórios, Zelenski reiterou que busca uma pausa no conflito antes de negociar um acordo permanente.

Os péssimos sinais vindos do encontro Putin-Trump para Kiev, apartado na prática da discussão sobre o fim da guerra, é também deplorado por europeus, temerosos das aspirações de Putin para o resto do continente. A reação à cúpula, porém, foi cautelosa e em tom propositivo, com os principais líderes buscando caminhos que contemplassem a nova realidade.

Von der Leyen, por exemplo, já havia se pronunciado antes de receber o ucraniano, afirmando que “garantias de segurança sólidas que protejam os interesses vitais de segurança da Ucrânia e da Europa são essenciais” e, por isso, que está trabalhando em “estreita colaboração com Zelenski e os EUA”.

Neste domingo em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia afirmou que a Europa continuará “a apoiar o caminho da Ucrânia em relação à adesão à União Europeia”, adicionando que não poderia haver limitações às Forças Armadas de Kiev em eventual acordo de paz. Não falou em adesão à Otan, a aliança militar ocidental.

Um dos pontos em discussão seria implementar garantias de segurança à Ucrânia, semelhante ao que prevê o artigo 5 da carta fundadora da aliança, mas sem incluir Kiev no grupo, algo que é inadmissível para Putin.

A ideia da garantia alternativa foi ventilada pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, no sábado (16). Neste domingo, o enviado especial americano, Steve Witkoff, afirmou em entrevista à rede americana CNN que Putin concordou com a ideia do oferecimento de garantias de segurança dos EUA e da Europa nos moldes do artigo 5 da Otan a Kiev, sem a admissão dos ucranianos ao grupo.

O presidente ucraniano se reunirá com Trump nesta segunda (18), em Washington. A reunião foi agendada depois que o americano fez uma ligação com Zelenski para reportar sobre a cúpula com Putin. Na esteira do anúncio da reunião, outros líderes europeus também confirmaram presença na capital americana.

Folhapress

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Macron e outros líderes europeus vão acompanhar Zelenski na reunião com Trump

Emmanuel Macron, presidente da França; Friedrich Merz, chanceler da Alemanha; Mark Rutte, secretário-geral da OTAN; e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, vão acompanhar o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, em seu encontro com o presidente Donald Trump, nesta segunda-feira, 18, na Casa Branca.

A decisão parece ser um esforço para evitar a repetição do encontro tenso que Zelenski enfrentou quando se reuniu com Trump no Salão Oval em fevereiro.

A presença dos líderes europeus ao lado de Zelenski, demonstrando o apoio da Europa à Ucrânia, pode ajudar a aliviar preocupações em Kiev e em outras capitais europeias de que o presidente ucraniano corra o risco de ser pressionado a aceitar um acordo de paz que Trump afirma querer intermediar com a Rússia.

Von der Leyen, chefe do braço executivo da União Europeia, publicou no X que “a pedido do presidente Zelenski, participarei da reunião com o presidente Trump e outros líderes europeus na Casa Branca amanhã”.

A viagem conjunta destacou a determinação dos líderes europeus em garantir que a Europa tenha voz na tentativa de Trump de promover a paz, após a cúpula realizada na sexta-feira entre o presidente dos EUA e o líder russo Vladimir Putin — da qual Zelenski não foi convidado a participar.

Estadão Conteúdo

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Trump e Putin se encontram no Alasca para cúpula que pode selar destino de guerra na Ucrânia

Pela primeira vez em seis anos, os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia apertarão as mãos durante um encontro no Alasca nesta sexta-feira, 15. Também é a primeira vez que Vladimir Putin pisa em terras americanas em 10 anos. O objetivo é discutir o futuro da guerra na Ucrânia, que já se arrasta por mais de três anos e vive um momento de congelamento dos avanços no campo de batalha. O governo ucraniano, porém, não estará à mesa de negociação.

O que sairá desse encontro de Putin com Donald Trump é incerto. Analistas ouvidos pelo Estadão dizem que um acordo de paz é altamente improvável. Mas um compromisso russo com um cessar-fogo temporário é uma possibilidade real. “O problema com Trump é que você nunca sabe ao certo o que ele vai fazer”, opina Stefan Wolff, cientista político alemão especialista em segurança internacional e solução de conflitos.

Para Trump o que possivelmente está na agenda é um cessar-fogo para a Ucrânia. Mas também acho que Trump está muito interessado em algum tipo de reinício das relações com a Rússia. Ele poderia sair com ambos. Ele poderia sair com nada também. Nesse sentido os resultados reais são muito incertos.

O próprio governo americano admitiu que essa reunião histórica servirá para “ouvir Putin” mais do que desenhar qualquer tipo de acordo, por isso a Ucrânia estaria de fora. Mas apenas uma foto ao lado do presidente americano poderá ser considerada a consolidação das vitórias diplomáticas do russo depois de ter sido considerado um pária internacional por sua invasão da Ucrânia em 2022.

“Tem muito de teatro político e pouco de substância em termos de negociação”, analisa Carlos Gustavo Poggio, internacionalista e professor associado do Berea College, no Kentucky. “É muito claro o que Putin quer com a guerra. Este é um encontro em que você não está incluindo a Ucrânia e outros parceiros”.

O governo Trump diz que é um encontro para escutar Vladimir Putin. O Putin claramente entende que ele tem uma influência sobre Donald Trump. Quando eles tiveram esse tipo de encontro similar no passado, o Trump saiu repetindo toda a versão do Vladimir Putin nas questões que eles discutiram.

Na quinta-feira, 14, o Kremlin sinalizou que também estava interessado em discutir outros assuntos além da guerra, como laços econômicos e armas nucleares. Putin disse acreditar nos “esforços bastante enérgicos para interromper os combates, pôr fim à crise e chegar a acordos de interesse para todas as partes envolvidas neste conflito”.

Estadão

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Comunismo e a alma do Ocidente

Venerável arcebispo Fulton Sheen e a sua tese de que o comunismo representa uma ameaça aos valores ocidentais. (Foto: Divulgação/ Lumine TV)

Um livro que me marcou bastante nessa fase de leituras religiosas foi “Communism and the Conscience of the West”, do venerável arcebispo Fulton Sheen. Sua grande tese é que o comunismo representa uma ameaça aos valores ocidentais, mais por questões espirituais do que econômicas. Na verdade, o autor coloca o comunismo num grupo não tão distinto assim do liberalismo, ao menos em sua versão economicista. Ao reduzir o homem a um agente econômico apenas, ambos os modelos materialistas negam o aspecto espiritual da humanidade.

Mais do que uma disputa entre coletivismo e individualismo, portanto, o que estaria em jogo é a disputa pela alma do homem. De um lado, o liberalismo parte da ideia de que liberdade é licença e que consumidores devem buscar seus prazeres sem coerção; de outro, o comunismo quer impor um meio de produção estatal, aceitando a premissa de que a economia é tudo o que importa. Capitalistas ou burocratas decidem como alocar os recursos, mas, em ambos os casos, há total desprezo pelo aspecto espiritual do ser humano, feito à imagem de Deus.

O homem moderno carece, então, de um propósito mais elevado, e acaba frustrado com o hedonismo à sua volta. Se o liberalismo significa um sistema que acredita no progresso em direção à liberdade como um direito para se fazer aquilo que se deve fazer para uma vida com propósito, então merece apoio; mas se representa o direito para se fazer o que se deseja, então merece ser condenado. Não haveria qualquer distinção entre quem vive uma vida plena e quem permite se tornar escravo dos próprios vícios. Sheen desenvolve seu raciocínio sobre isso:

"Liberdade para o cristianismo não significa o direito de fazer o que quiser, mas sim o direito de fazer o que se deve. "Deve" implica ordem, lei e justiça. Liberdade, por definição, é um atributo que pertence apenas a uma pessoa. Não pode ser atribuído a uma coletividade ou totalidade, seja ela uma nação, um estado, uma raça ou uma classe. A falácia básica do comunismo nesse ponto é a transferência da liberdade da pessoa para a coletividade."

Sheen acredita que o liberalismo só funciona numa sociedade com bases morais sólidas

Como outros pensadores importantes, Sheen acredita que o liberalismo só funciona numa sociedade com bases morais sólidas, que no Ocidente são provenientes do legado cristão. Ao amputar essa perna moral, cortando de cena a religião, o liberalismo moderno coloca em risco as próprias liberdades individuais que prega. O verdadeiro conflito seria entre uma visão que crê no absoluto e que o homem deve obediência a Deus, ou uma sociedade que acredita que o homem pode se tornar seu próprio Deus. Eis como Fulton Sheen explica:

"Satanás, por meio de seus poderes superiores, conseguiu desviar os homens ao sugerir-lhes que se tornarão como deuses. Mas, pela busca do mal e pela substituição de si mesmo por Deus, o homem, longe de se tornar o ser divino de seus sonhos, torna-se escravo de sua natureza inferior e, ao mesmo tempo, ao perder sua natureza superior, fica sujeito à necessidade natural e deixa de ser espiritualmente determinado de dentro para fora. Ele é privado de sua liberdade. "

Mesmo com o avanço do sentimento antirreligioso no Ocidente, Sheen não é pessimista e lembra que a Igreja sobreviveu a inúmeras crises em dois milênios de história. Mas ele admite que nunca houve um argumento tão forte para a necessidade do cristianismo, pois os homens estão descobrindo que suas misérias, suas guerras e suas revoluções aumentam em proporção direta ao negligenciarem o legado cristão. 

Ocidente que merece ser salvo é aquele que prega os direitos humanos como herança de Deus, que valoriza a dignidade do indivíduo por ele ser feito à imagem de Deus, e prega a liberdade com responsabilidade e como uma dádiva divina para se fazer aquilo que se deve, não qualquer coisa que der na “telha”. Já o lado materialista, herdeiro da Revolução Francesa, que coloca o homem como um animal mais desenvolvido e acredita que o mal pode ser curado pela “educação”, este Ocidente seria parte do problema. O comunismo representa este Ocidente turbinado. Se nossa civilização se tornou indiferente ao cristianismo, o comunismo é anticristão. Mas ambos desprezam aquilo que permitia as liberdades individuais até então.

Quando se abandona Deus, mergulha-se no relativismo moral e “tudo é permitido”. O comunismo, como uma visão completa de mundo, acaba endossando isso de forma mais radical, mas o liberalismo secular ocidental vai na mesma linha, ainda que de forma mais tímida. Segundo Sheen, que faz uma análise minuciosa das ideias de Marx, não há uma única ideia russa na filosofia comunista; ela teria origem burguesa, ocidental e materialista. 

Quem pode oferecer resistência ao comunismo, portanto, é a Igreja, não o liberalismo secular. Não por acaso os comunistas declaram guerra ao cristianismo. Em sua doutrina, não há espaço para a ideia de Deus, não há diferença entre matéria e espírito, entre alma e corpo. Por isso, o comunismo ataca também o matrimônio e a família, como instituições artificiais que representam obstáculos ao ideal utópico de uma sociedade sem classes. “Em uma palavra, os comunistas afirmam inaugurar uma nova era e uma nova civilização que é o resultado de forças evolutivas cegas culminando em uma humanidade sem Deus”, resume.

O comunismo quer o impossível: uma irmandade sem a paternidade de Deus. Ao tentar criar o “novo homem” na marra, acaba produzindo escravidão e uma pilha de cadáveres. Ao tentar eliminar o poder do dinheiro, mostra-se incapaz de eliminar o desejo pelo poder. Ao contrário do cristianismo, que quer salvar cada alma para a vida eterna no Reino dos Céus, o comunismo quer salvar a Humanidade por meio de uma revolução, e acaba criando o inferno na Terra. 

Os perfis seduzidos pelo comunismo costumam ser os ingênuos e os amargurados. E o materialismo ocidental tem produzido uma legião de rancorosos que se tornam alvos fáceis do discurso comunista. A destruição das famílias, o relativismo moral, o hedonismo, as drogas, tudo isso tem enfraquecido os pilares da civilização ocidental. A tolerância virou indiferença frente à Verdade, e falta paixão e propósito aos ocidentais. Nenhuma civilização pode permanecer por muito tempo indiferente à religião, diz Sheen. Eis o que ele conclui dos três grandes sistemas totalitários:

"Comunismo, nazismo e fascismo foram revoltas contra o materialismo parcial em nome do materialismo total; protestos contra o individualismo em nome da coletividade, sendo a única diferença entre as três formas de totalitarismo que o nazismo absorvia a pessoa na raça, o fascismo no estado e o comunismo na classe. Todos os três sistemas representavam revoltas contra a desintegração do mundo."

O liberalismo secular se mostra impotente diante de tais ameaças. Os jovens modernos querem paixão, fogo e entusiasmo, e não encontram isso no mundo hedonista e relativista. “O humanismo sozinho não pode restaurar a paixão necessária, primeiramente porque nenhum homem tem um valor intrínseco exceto como criatura de Deus. Se ele é apenas um descendente da besta, então não se pode esperar nada melhor dele do que agir como uma besta”. O Ocidente quer preservar os frutos do cristianismo abandonando suas raízes, e isso se mostra inviável. 

Para concluir: “Quando uma civilização perde uma filosofia de vida unificadora e um propósito comum, como um corpo sem alma, ela começa a se fragmentar em mil elementos discordantes e em conflito”. Estamos afundando pelo mesmo motivo que Pedro: tiramos o olhar do Mestre!


Rodrigo Constantino - Gazeta do Povo


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Recurso pede que Suprema Corte anule união do mesmo sexo nos EUA


A Suprema Corte dos Estados Unidos deve avaliar se aceita ou não analisar um caso que pede para que o tribunal anule uma decisão que estendeu o direito do casamento para casais do mesmo sexo, segundo a ABC News e a Newsweek.

O recurso é de Kim Davis, ex-escrivã do condado de Kentucky que foi presa por seis dias em 2015 após se recusar a emitir licenças de casamento para um casal gay por motivos religiosos.

Ela recorre de um veredicto de US$ 100 mil (equivalente a R$ 544 mil) por danos morais, além de US$ 260 mil (equivalente a R$ 1,4 milhão) em honorários advocatícios.

Em uma petição apresentada no mês passado, Davis argumenta que a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que protege o livre exercício da religião, a isenta de responsabilidade pessoal por negar licenças de casamento, de acordo com a ABC.

O jornal ressalta que, mais fundamentalmente, ela alega que a decisão da Suprema Corte no caso Obergefell v. Hodges — que estendeu os direitos de casamento para casais do mesmo sexo — foi “extremamente equivocada”.

Ainda assim, Daniel Urman, professor de Direito na Northeastern University, disse à Newsweek que é improvável que a Suprema Corte concorde em anular o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Além disso, a ABC relatou que tribunais inferiores rejeitaram as alegações de Davis e que especialistas jurídicos consideram a anulação improvável.

CNN

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Governo Lula e Alexandre de Moraes serão criticados em relatório da gestão Trump, diz jornal

Trechos do relatório anual de direitos humanos do Departamento de Estados dos EUA obtidos pelo jornal americano “The Washington Post” mostram que o documento, preparado pela gestão Trump, deve criticar o governo brasileiro e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes por uma suposta perseguição ao ex-presidente, Jair Bolsonaro, e seus aliados.

O relatório deve ser apresentado ao Congresso dos EUA nesta terça-feira (12).

Segundo o Post, “no rascunho do relatório sobre o Brasil, o Departamento de Estado acusou o governo de esquerda do país de ‘suprimir desproporcionalmente o discurso de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro’, acusado de tentar se manter no poder por meio de um golpe violento”.

“O relatório menciona especificamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal”, prossegue a reportagem, “afirmando que ele ‘determinou pessoalmente a suspensão de mais de 100 perfis de usuários na plataforma de mídia social X (antigo Twitter)’, de uma forma que impactou os apoiadores de Bolsonaro na extrema direita.”

No último dia 30 de julho, o governo Trump sancionou Moraes com a Lei Magnitsky, que impõe sanções econômicas a estrangeiros acusados pela Casa Branca de violações graves contra os direitos humanos. O criador da Lei Magnitsky foi contra a aplicação do dispositivo contra o juiz do STF.

O relatório de direitos humanos de 2025, que será apresentado nesta terça, é produzido pelo pela gestão Trump e diz respeito a eventos ocorridos em 2024.

Procurado pelo “Post”, o Departamento de Estado se recusou a comentar a reportagem. De acordo com o jornal, no entanto, um funcionário disse, sob a condição de não ter sua identidade revelada, que “governos em todo o mundo continuam a usar a censura, a vigilância arbitrária ou ilegal e leis restritivas contra vozes desfavorecidas, muitas vezes por motivos políticos e religiosos”.

G1

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Após volta à estaca zero, empresários pedem que Lula ligue logo para Trump

Empresários com quem a CNN conversou nas últimas horas defenderam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) volte a considerar um telefonema para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar do fim do tarifaço sobre produtos brasileiros.

Eles avaliam que seria um gesto relevante do Palácio do Planalto à Casa Branca em um momento em que a negociação entre os dois países voltou à estaca zero, diante do cancelamento da reunião que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teria na quarta-feira (13) com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent.

Como a CNN mostrou na segunda-feira (11), a despeito de Haddad ter culpado a oposição bolsonarista pelo cancelamento, empresários atribuem a responsabilidade ao presidente Lula, devido aos seus acenos, nos últimos dias, aos países do Brics e a falas rejeitando acordos sobre big techs e minerais críticos.

Para eles, o telefonema é a melhor forma de o governo brasileiro resgatar as negociações e colocar os agentes de cada lado novamente à mesa. Apontam que o próprio Trump já disse que, se Lula ligasse, seria atendido.

Lula, porém, afirmou que não via motivos para uma ligação e que não iria se humilhar.

Os empresários afirmam ainda que o plano de contingência que o governo pretende anunciar até hoje, embora bem-vindo, não será suficiente para suprir as perdas que os setores terão com o mercado americano.

Também relataram reconhecer os esforços do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, na busca por uma solução, mas consideram que um desfecho definitivo para o caso só ocorrerá quando os dois presidentes tratarem diretamente do tarifaço.

CNN – Caio Junqueira

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Secretário de Trump alfineta Moraes e diz que “togas não podem proteger quem atropela direitos”

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, mandou um recado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, alvo de sanções dos Estados Unidos nesta quarta-feira (30) com base na Lei Magnitsky, que visa acusados de violar direitos humanos e de corrupção.

“O presidente [Donald Trump] e o Departamento do Tesouro americano sancionaram o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob o programa de sanções Global Magnitsky por graves violações de direitos humanos. Que isso sirva de alerta para aqueles que atropelam os direitos fundamentais de seus compatriotas — togas judiciais não podem protegê-los”, escreveu Rubio no X.

No último dia 18, Rubio já havia anunciado que a gestão Trump revogou os vistos de Moraes, de “aliados dele” no STF e seus familiares, que ficam assim impedidos de entrar nos Estados Unidos.

“O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos. A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos”, escreveu Rubio no X na ocasião.


As medidas do Departamento do Tesouro contra Moraes incluem bloqueio de todos os bens dele que estejam nos Estados Unidos ou em posse ou controle de americanos; bloqueio de empresas ou outras organizações que tenham participação de 50% ou mais do ministro; e proibição de pessoas nos Estados Unidos ou em trânsito no território americano de fazer transações financeiras e comerciais com o juiz, exceto em caso de licença emitida pelo Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (Ofac, na sigla em inglês).

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Trump fecha acordo comercial com União Europeia e anuncia tarifa de 15%: “O maior já feito”

Durante encontro realizado neste domingo (27) na Escócia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um novo acordo comercial com a União Europeia. Em vez dos 30% inicialmente previstos, será aplicada uma tarifa de 15% sobre as exportações do bloco europeu aos EUA.

A reunião foi realizada com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Segundo Trump, o pacto inclui um investimento europeu de US$ 600 bilhões nos Estados Unidos — sendo US$ 150 bilhões destinados ao setor de energia e outra parcela significativa voltada à área de defesa.

“Esse é o maior acordo comercial já fechado entre nós”, afirmou Trump, destacando que o mercado europeu continuará sendo estratégico, mas exigirá reciprocidade nas trocas.

O presidente americano ressaltou ainda que, em caso de formalização do pacto, as tarifas deixarão de ser um ponto de atrito entre as partes. Ele também indicou que medicamentos devem ser excluídos da lista de produtos tarifados. "Se acordo houver, esse será o fim da discussão sobre tarifas com a União Europeia", disse.

Questionado por jornalistas, após a reunião, se os 15% poderiam ser reduzidos, Trump respondeu: “Se por melhor você quer dizer menor, então não.” O republicano ainda classificou o bloco europeu como um “mercado muito fechado”, especialmente em relação a automóveis e produtos agrícolas dos EUA.


Von der Leyen: “Trump é um negociador duro”


Segundo a agência France Presse, o comércio anual entre Estados Unidos e União Europeia movimenta cerca de US$ 1,9 trilhão em bens e serviços. O acerto, se confirmado, ainda precisará ser aprovado pelos 27 Estados-membros do bloco, cujos representantes devem se reunir ainda neste domingo.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiou a postura firme do presidente norte-americano: “Trump é um negociador duro, mas se chegarmos a um entendimento, será o maior acordo já alcançado por ambos os lados.”

Trump também sinalizou avanços com outros parceiros. Segundo o presidente, os EUA estão próximos de fechar um acordo com a China e iniciaram conversas com Camboja e Tailândia para discutir termos tarifários.

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Trump mostra força política com economia em alta, aponta Wall Street Journal

Mesmo diante de críticas a algumas políticas específicas, o presidente Donald Trump mantém estabilidade em sua aprovação popular, apoiado especialmente pela base republicana e por uma percepção mais otimista sobre a economia. É o que revela uma pesquisa divulgada pelo Wall Street Journal nesta semana.

Segundo o levantamento, 46% dos eleitores aprovam o desempenho de Trump, número inalterado desde abril. Ainda que a maioria (52%) desaprove seu trabalho, o presidente segue forte entre republicanos: 88% o aprovam, sendo que 66% o fazem com entusiasmo.

O estudo mostra que a percepção econômica melhorou consideravelmente: 47% avaliam a economia como “boa” ou “excelente” — alta de 11 pontos percentuais em relação a abril, alcançando o melhor índice desde 2021. Já a taxa dos que consideram a economia “ruim” caiu de 63% para 51%.

Além disso, menos eleitores relatam estar enfrentando dificuldades severas por causa da inflação, e o pessimismo em relação ao futuro da economia também diminuiu: a diferença entre os que acham que a economia está piorando e os que acreditam que está melhorando caiu de 26 para 8 pontos percentuais.


Apesar da estabilidade no cenário geral, há desaprovação em temas pontuais. A lei de impostos e gastos, por exemplo, é reprovada por 52% dos eleitores, enquanto 42% apoiam. A agenda tarifária também sofre resistência, com desaprovação 17 pontos acima da aprovação.

No tema da imigração — carro-chefe do presidente —, a avaliação é dividida: a condução da “imigração ilegal” recebe mais apoio, enquanto a “imigração” em geral é vista com maior ceticismo.

Eventos recentes como o bombardeio a instalações nucleares iranianas, o programa de deportações e a polêmica sobre tarifas não afetaram a imagem do presidente. “Eles chamaram Reagan de presidente Teflon. Trump também tem isso dentro dele”, afirmou o pesquisador democrata John Anzalone, que conduziu a pesquisa em parceria com o republicano Tony Fabrizio. Segundo ele, “Trump provoca controvérsias, mas elas raramente o atingem”, relatou o WSJ.

Cenário político permanece competitivo

Segundo o Wall Street Journal, o nível de aprovação do ex-presidente Donald Trump — hoje na casa dos 40% — pode ser decisivo nas eleições legislativas do próximo ano. “Na política atual, a faixa dos 40% representa os novos 50%”, afirmou o estrategista republicano Bill McInturff, em declaração ao jornal. “No ambiente hiperpartidário atual, se Trump conseguir manter o apoio nessa faixa, teremos um ciclo incrivelmente competitivo em 2026.”


A avaliação faz parte de uma pesquisa feita com 1.500 eleitores registrados, entre 16 e 20 de julho de 2025. As entrevistas foram feitas por telefone fixo, celular e também via mensagens de texto com convite para participação online. A margem de erro do levantamento é de 2,5 pontos percentuais para a amostra completa.

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