Número de abortos legais feitos pelo SUS no RN cresce 43% em 2024

Uma discussão no Congresso Nacional é palco para debates em todo o Brasil nas últimas semanas. Parlamentares discutem equiparar o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples, inclusive nos casos de gravidez resultante de estupro. Nesse cenário, o NOVO buscou junto ao Ministério da Saúde dados sobre abortos legais feitos na rede de saúde pública do Rio Grande do Norte.

De janeiro a abril deste ano, 23 abortos foram realizados em estabelecimentos que atendem através do Sistema Único de Saúde (SUS). Deste total, 22 foram feitos em Natal, enquanto um caso foi registrado em Santa Cruz. O número representa uma alta considerável na busca por esse tipo de atendimento.

Em comparação com o mesmo período do ano passado, com 16 casos, o número de procedimentos cresceu 43%.

Os dados mostram que a busca pelo chamado aborto legal vem crescendo gradativamente. Em 2023, o Rio Grande do Norte atingiu o recorde da série histórica registrada, iniciada em 2008 pelo Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS). Em todo o ano passado, foram 54 abortos, sendo 46 em Natal, cinco em Santa Cruz, um em Mossoró, um em Currais Novos e um em Ceará-Mirim.

Os hospitais da rede EBERSH, o Hospital Universitário Ana Bezerra, em Santa Cruz, e a Maternidade Escola Januário Cicco, em Natal, estão habilitados para realizar abortos nos casos permitidos por lei.
Nesses hospitais, as mulheres podem procurar atendimento com seus documentos pessoais e, se já tiverem, com os exames realizados. A equipe multiprofissional, composta por assistente social, psicólogo, médico ginecologista e enfermeira, realiza a avaliação clínica necessária e solicita os exames para confirmar diagnósticos de malformação ou verificar o tempo de gestação.

Jaciclelma Márcia da Silva, assistente social do Hospital Universiário Ana Bezerra, explica que a procura pelo serviço tem aumentado devido ao maior acesso à informação: “Observamos um aumento no número de pessoas que buscam o serviço desde 2017, quando começamos a funcionar, mas agora há uma massificação da informação. Quanto mais pessoas procuram o serviço, mais a informação se dissemina”, pontua. Ela destaca que os principais casos atendidos são de gestações resultantes de violência sexual e também casos encaminhados pela justiça.

Além do atendimento inicial, os hospitais oferecem acompanhamento psicológico e de toda a equipe multiprofissional após o procedimento. “Se a mulher desejar continuar o acompanhamento psicológico ou precisar de acompanhamento ginecológico, já marcamos a data de retorno antes da alta hospitalar,” afirma a assistente social. Essa abordagem visa garantir um atendimento completo e humanizado às mulheres que passam por esse difícil momento.

Abortos por razões médicas
2008 – 25
2009 – 34
2010 – 27
2011 – 13
2012 – 4
2013 – 21
2014 – 17
2015 – 5
2016 – 11
2017 – 21
2018 – 20
2019 – 19
2020 – 20
2021 – 29
2022 – 25
2023 – 54
2024* – 23
*Referente aos meses de janeiro a abril

Para falar sobre a importância da prestação desse serviço e detalhar um pouco sobre o atendimento, o NOVO conversou com a médica ginecologista Maria da Guia de Medeiros Garcia, que atua na Maternidade Escola Januário Cicco, da UFRN e administrada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

Dentre vários assuntos, a médica falou sobre o aumento da procura por esse tipo de atendimento, que na opinião dela se deve ao aumento também da violência contra a mulher.

ENTREVISTA – MARIA DA GUIA GARCIA, GINECOLOGISTA E OBSTETRA

Qual a importância desse serviço?
O processo de aborto legal, após estupro é permitido pela legislação em vigor no Brasil, que prevê que a mulher tem direito ao aborto nos casos de gravidez decorrente de estupro. O serviço é importante pois se estrutura desde o acolhimento à mulher, por equipe multiprofissional até a relização do procedimento aborto legal. Os profissionais são treinados para não realizarem juízo de valor no caso de aborto legal. A equipe multiprofissional é composta de enfermeira, assistente social, psicóloga e médico. Em Natal , o acesso ao abortamento legal, se dá através de duas maternidades. Hospital Santa Catarina e Maternidade Escola Januario Cicco, conforme A NOTA TÉCNICA Nº 1/2020/SESAP que desmembra este tipo de atendimento em regiões na tentativa de dividir o cuidado desta tão importante demanda, visando não sobrecarregar um serviço de atenção à saúde em detrimento de outro.

Quem pode e o que é preciso fazer para ter acesso ao serviço?
A mulher que se encontra grávida vítima de estupro, procura a instituição por livre demanda ou vem encaminhada de outro serviço, com o desejo de realizar o abortamento. É acolhida e se dá seguimento aos trâmites até a realização do procedimento. Certamente estas mulheres já chegam com a saúde mental abalada pela violência sofrida do estupro e no momento ainda mais vulnerável pela necessidade de realizar um aborto, que muitas vezes não dividiu este sofrimento com ninguém e vem sozinha ao serviço

Nos últimos cinco anos, o número de abortos por razões médicas aumentou consideravelmente no Rio Grande do Norte. A que se deve essa mudança?
O aumento nos últimos anos se dá certamente pelo aumento da violência contra a mulher e muitas vezes porque ela não procurou um serviço na época do estupro e resultou em uma gestação. A vergonha de dizer que foi estuprada é incalculável, pois muitas vezes as pessoas ainda fazem juízo do momento que isto aconteceu e a mulher ao invés de vítima parece ser a culpada.

O procedimento para o aborto é um só ou existem múltiplas opções? Se sim, todos eles estão disponíveis no RN?
A indução do aborto legal é realizada através do uso de Misoprostol e a seguir é realizada uma curetagem uterina ou Aspiração Manual Intrauterina. Todos os dois métodos são disponíveis na Maternidade Januário Cicco.

O aborto legal tem aumentado e isso se dá também pelo aumento da violência sexual contra mulheres. Que políticas poderiam ser adotadas para mudar esse cenário?
Entendemos que já que no momento não existe política que procure diminuir este ato tão violento que é o estupro, as mulheres necessitam procurar os serviços de saúde tão logo aconteça esta violência, para que se possa prevenir uma gestação e diminua o sofrimento pelo qual elas passam. Importante também que o governo faça campanhas permanentes de esclarecimento à população sobre como a mulher deve proceder após o estupro e quais locais elas devem procurar. Isto é de fundamental importância.

Parlamentares potiguares divergem sobre o polêmico PL do Aborto

O Projeto de Lei 1904/2024, conhecido como PL do Aborto, com intensos debates na Câmara dos Deputados, também divide opiniões entre os parlamentares do Rio Grande do Norte. O projeto, que visa equiparar o aborto legal ao crime de homicídio após 22 semanas de gestação, é considerado inconstitucional por alguns e uma medida necessária por outros.

O deputado federal Fernando Mineiro se posiciona fortemente contra o projeto, que ele chama de “PL do Estuprador”. Segundo Mineiro, a proposta é um retrocesso inaceitável que ataca direitos das mulheres garantidos desde a década de 1940. “É um projeto inconstitucional que, se aprovado, obrigará crianças e mulheres a terem filhos dos seus abusadores, submetendo-as a uma nova violência. O aborto é uma questão de saúde pública que precisa ser cuidada, não criminalizada,” afirmou o deputado.

Por outro lado, o deputado federal General Girão apoia firmemente o PL 1904/2024, defendendo que a vida deve ser protegida a partir da 22ª semana de gestação, “quando o feto já é um ser humano formado e com possibilidade de viver fora do útero”. “A técnica de aborto proposta é extremamente dolorosa e cruel. Permiti-la em seres humanos é absurdo. O projeto não altera os casos de aborto legal já previstos, mas reafirma a proibição do aborto tardio, alinhando-se com normas históricas do Ministério da Saúde,” declarou Girão, que também é favorável à castração química para estupradores e ao aumento da pena para o crime de estupro.

Única mulher da bancada federal potiguar, a deputada Natália Bonavides critica a proposta como uma grave violação dos direitos humanos, especialmente para crianças vítimas de estupro. “Estão tentando aprovar um projeto para equiparar o procedimento do aborto legal ao homicídio e assim submeter mulheres e meninas que engravidem em casos de estupro a mais uma violência: a de serem obrigadas a gestarem o filho dos estupradores. É inadmissível que, em vez de avançar nos direitos das mulheres, os deputados de direita estejam empenhados em retirar direitos fundamentais garantidos desde 1940,” disse Bonavides.

O senador Valentim, por sua vez, enfatizou a importância de um debate amplo e detalhado no Senado. “Sou contra o aborto, exceto nos casos já previstos por lei. Precisamos adequar o projeto à nossa Constituição e às realidades social, econômica e de saúde. Quando o projeto chegar ao Senado vou defender o trâmite pelas comissões teremos tempo e espaço para debater de forma ampla os temas complexos que ele encerra”, concluiu.
Os deputados federais Paulinho Freire, Robinson Faria, Benes Leocádio, Sargento Gonçalves e João Maia, bem como os senadores Rogério Marinho e Zenaide Maia, foram procurados pela reportagem do NOVO, mas não retornaram até o fechamento desta edição.

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Hospital Walfredo Gurgel fica com pacientes em macas nos corredores e ambulâncias retidas

O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, a maior unidade pública de saúde do Rio Grande do Norte, ficou superlotado na noite de segunda-feira (24), o que fez pacientes esperarem por atendimento nos corredores do prédio. O pronto-socorro Clóvis Sarinho também funciona na unidade.

Com a superlotação, alguns desses pacientes nos corredores precisaram usar as macas das ambulâncias, o que manteve pelo menos 14 veículos retidos no estacionamento. As ambulâncias só deixam as unidades de saúde com as macas de volta aos veículos para novos atendimentos.

De acordo com o diretor do hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, Geraldo Neto, a demanda, principalmente para atendimentos de ortopedia, aumenta em alguns momentos do dia, como os períodos com trânsito mais intenso em Natal, entre 17h e 19h.

“O Rio Grande do Norte já acompanha esse movimento do Walfredo, porque de fato é a grande referência em trauma no estado. Então, não tem como não esperar grandes movimentos no pronto-socorro, não tem como não esperar grandes movimentos de ambulância circulando e, em certos momentos, travando”, explicou.

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Programa Mais Médicos tem 13 vagas remanescentes para o RN; confira

O Rio Grande do Norte tem 13 vagas remanescentes no Programa Mais Médicos, que visa inserir profissionais da área médica em regiões mais vulneráveis e potencializar a Atenção Primária à Saúde (APS), distribuídas em 10 cidades. Ao todo, de acordo com edital publicado pelo Ministério da Saúde, estão sendo ofertadas 1.042 vagas ainda não preenchidas em todo o país. O prazo para confirmação das oportunidades remanescentes pelos municípios segue até esta quarta-feira (26).

No Rio Grande do Norte, com exceção de Natal que tem quatro vagas remanescentes, todas as cidades oferecem uma vaga. Entre elas, estão Barcelona, Canguaretama, Ceará-Mirim, Currais Novos, Extremoz, Macaíba, Mossoró, Nísia Floresta e Santa Cruz. Além do território potiguar, outros estados da região Nordeste, a exemplo de Sergipe e Paraíba, também contam com vagas a serem ocupadas.

De acordo com o Ministério da Saúde, neste 38º ciclo do Programa Mais Médicos, os profissionais contam com oportunidades de especialização e mestrado, benefícios proporcionais ao valor mensal da bolsa para atuarem nas periferias e regiões mais remotas e direito à compensação do valor pago pelo INSS para alcançar o valor da bolsa durante os seis meses de licença-maternidade, no caso das médicas que se tornarem mães. Os médicos que se tornarem pais, terão direito a licença de 20 dias.

O Programa Mais Médicos foi criado pela Medida Provisória (MP) Nº 621, de 8 de julho de 2013, depois convertida na Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013, com a finalidade de formar recursos humanos na área médica para o Sistema Único de Saúde (SUS). Os dois eixos principais da iniciativa, portanto, são a formação médica com foco no atendimento humanizado e expansão do número de vagas para os cursos de Medicina e residência médica no País; e a melhoria da infraestrutura da APS com ações voltadas à infraestrutura das Unidades Básicas de Saúde.

Confira vagas remanescentes por região:

Centro-Oeste: 62
Nordeste: 316
Norte: 100
Sudeste 364
Sul: 200

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Testado na África, novo medicamento contra HIV alcança 100% de eficiência

Um amplo ensaio clínico com o medicamento lenacapavir surpreendeu especialistas. O ensaio, chamado Propósito 1, foi prorrogado em Uganda e na África do Sul após constatar que uma injeção semestral do novo medicamento deu proteção total contra o HIV em mulheres com idades entre 16 e 25 anos.

Mais de 5.300 pessoas em 28 cidades participaram do ensaio. Por conta do resultado, o comitê independente da pesquisa recomendou que as doses fossem aplicadas em todos — e não só em parte dos participantes, na chamada fase cega do ensaio.

Os resultados foram anunciados pela Giliad, farmacêutica responsável pelo medicamento. Os dados ainda não foram submetidos à revisão da comunidade científica.

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Empresa retoma cirurgias no Walfredo Gurgel após acordo com Sesap

A empresa Justiz Terceirização, contratada pelo Governo do Estado para realizar cirurgias ortopédicas no Hospital Walfredo Gurgelretomou os procedimentos neste domingo (23) após dois dias de paralisação. A informação foi confirmada pela própria empresa à 98 FM na manhã desta segunda-feira (24).

A empresa afirmou que retomou as cirurgias após receber da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) o compromisso de que os processos de pagamento que ainda estão pendentes serão acelerados. Os valores estão em aberto desde março.

Na sexta-feira (21), a empresa informou que iria suspender os procedimentos eletivos por falta de pagamento do Governo do Estado. Ficou mantida apenas a assistência aos pacientes do pós-operatório. As cirurgias de urgência continuaram sendo realizadas pela própria equipe do hospital, formada por servidores do Estado.

Em nota, a Sesap disse que os profissionais da Justiz atendem a cerca de 25% da demanda de procedimentos eletivos. De acordo com a pasta, a demanda seria absorvida pelos demais prestadores que apoiam o Walfredo Gurgel.

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Falta de médicos ameaça plantões do Hospital Maria Alice Fernandes

O Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, no conjunto Parque dos Coqueiros, zona Norte de Natal, enfrenta dificuldades de encontrar profissionais para fechar as escalas médicas na unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica, o que ameaça o atendimento. Entre os principais obstáculos estão a localização do hospital e atrasos nos pagamento.

De acordo com a Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap), “o caso se deu pela saída de diversos profissionais da escala da empresa contratada para a prestação do serviço”. A pasta afirmou ainda que realizará reuniões nos próximos dias, “para definir as ações e garantir o pleno atendimento aos pacientes”.

A Sesap apontou ainda que em média 25 crianças e adolescentes se internam, por mês, na UTI pediátrica. A unidade comporta dez leitos na pediatria e conta com profissionais terceirizados, via cooperativa, para os plantões. Somente a coordenadora dessa seção é servidora efetiva.

Para o presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Norte (Sopern), Reginaldo Holanda, a localização do hospital é uma razão para o desinteresse dos pediatras. Além disso, ele relatou que os honorários dos médicos não são pagos em dias fixos. “Se fechar dez leitos de UTI pediátrica por falta de acordo, de ajustes, vai ser um aumento de mortalidade de crianças e adolescentes, especialmente nessa época do ano, onde existe uma demanda imensa por leitos de UTI, por causa dos problemas respiratórios que ocorrem de fevereiro a junho”, alerta Holanda.

Para ele, o Estado precisa agir para evitar que a situação piore. “O Estado tem que fazer tudo o que é necessário para evitar o fechamento desse serviço porque isso seria um crime contra a saúde das crianças e adolescentes do Rio Grande do Norte”, pontua.

O Sindicato de Médicos do Estado do RN (Sinmed RN) também tem acompanhado a situação das UTIs pediátricas e de neonatologia, que fazem do Maria Alice Fernandes uma referência na urgência e emergência. O médico Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed/RN, disse que as ameaças de fechamento de UTI são recorrentes, porque não há concursos e que os pediatras não têm interesse em aceitar os plantões pelas cooperativas, devido os pagamentos que atrasam.

Segundo ele, o Sinmed/RN propõe buscar associados para atender de forma emergencial, mas, ainda assim, é difícil. “Nós atuaremos de todas as formas, junto às promotorias e aos canais competentes do Legislativo para, se for necessário, abrir exceção para concurso, valorização salarial, permitir a terceirização com pagamento diferenciado”, completou.

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Kansas (EUA)acusa Pfizer de enganar população sobre vacina contra Covid-19

O Estado norte-americano do Kansas abriu um processo judicial, nesta segunda-feira (17), contra a Pfizer, acusando a empresa de enganar o público sobre sua vacina contra Covid-19 ao esconder os riscos e fazer alegações falsas sobre sua eficácia.

Em uma ação aberta no Tribunal Distrital do Condado de Thomas, o Estado disse que as supostas declarações falsas da farmacêutica sediada em Nova York violaram a Lei de Proteção ao Consumidor do Kansas. O Estado está buscando indenizações financeiras não especificadas.

O Kansas também disse que a Pfizer alegou falsamente que sua vacina, desenvolvida com a parceira alemã BioNTech 22UAy.DE para a cepa original do vírus, mantinha uma alta eficácia contra variantes e que impediria não apenas a doença, como também a transmissão. A BioNTech não é ré no caso.

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Vacinação contra poliomielite em Natal atinge apenas 44% da meta


A vacinação contra poliomielite, que começou no dia 27 de maio com o objetivo de vacinar cerca de 46 mil crianças em Natal, ainda registra baixa procura. De janeiro a maio foram aplicadas 16.141 doses, atingindo cerca de 44% do público-alvo, estimado em 36.400 crianças na capital. Voltada para o público de 1 a 4 anos de idade, a vacina no formato de “gotinha”, VOP (Vacina Oral Poliomielite), será descontinuada após o fim da campanha, no dia 14 de junho, sendo futuramente aplicada apenas a VIP (Vacina Inativada Poliomielite), via intramuscular.

No Dia D de vacinação, realizado no último sábado (8), foram aplicadas mais de 1.700 doses, superando as quantidades aplicadas nos meses de abril (1.000) e maio (1.700), mas, a Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS) avalia a taxa atingida como baixa.

“É considerada baixa ainda. O fator principal é a falta de envolvimento dos pais e responsáveis, a falta de credibilidade nas vacinas pelo desconhecimento da gravidade das doenças causadas pelos agentes virais ou bactérias”, informou a pasta, por meio de sua assessoria de imprensa.

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Serviço gratuito itinerante de mamografia chega ao bairro de Neópolis

A Prefeitura de Natal, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) Natal, oferece, de forma itinerante, exames de mamografia gratuitos em diversas Unidades de Saúde do município durante todo o ano. Os exames são realizados pelo prestador Grupo Reviver e têm como descoberta a descoberta precoce do câncer de mama nas moradoras do município. Nesta semana, de 10 a 14 de junho, os serviços de mamografia estão sendo ofertados na Unidade Básica de Saúde Jiqui, localizada na Rua União dos Palmares, n.º 11, no bairro de Neópolis.

O atendimento acontece das 7h30 às 16h30. Mulheres com idade a partir de 40 anos podem procurar o local apresentando RG, CPF, Cartão do SUS e comprovante de residência. Não há necessidade de solicitação de exame para receber o atendimento.

O câncer de mama é o tipo de câncer que mais ocorre nas mulheres (depois de pele não melanoma), com previsão de 74 mil novos casos por ano até 2025 no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). O Sistema Único de Saúde (SUS) recomenda a mamografia de rastreamento a cada dois anos para mulheres com idade entre 50 e 69 anos, mesmo sem presença de sintomas. A doença tem cura se for bloqueada a tempo, por isso o diagnóstico precoce é importante para o sucesso no tratamento.

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Câncer de pênis: estudo brasileiro indica tratamento inovador


Um estudo brasileiro apontou a combinação de imunoterapia e quimioterapia como uma nova possibilidade de tratamento para o câncer de pênis avançado. Segundo a pesquisa, pioneira na área, o método se mostrou eficaz e seguro, garantindo a redução do tumor em 75% dos pacientes, dos quais 39,4% deles apresentaram diminuição significativa.

O ensaio clínico foi conduzido pelo oncologista Fernando Maluf e apresentado no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2024), o maior congresso de oncologia do mundo, que aconteceu em Chicago entre os dias 31 de maio e 4 de junho. Agora, o estudo deve ser submetido à publicação.

“Esse estudo tem a capacidade de representar um novo tratamento padrão para o mundo inteiro em pacientes com câncer de pênis avançado”, afirma Maluf. Segundo o oncologista, o tratamento pode representar uma alternativa para redução dos casos de amputação peniana, medida que foi empregada no tratamento de três em cada 10 pacientes com câncer de pênis nos últimos dez anos.

Embora nem sempre seja necessário, o procedimento é indicado justamente em estágios mais avançados da doença. “Eventualmente, caso tivesse uma resposta importantíssima [com o tratamento], sim, [o paciente] poderia ser tratado com uma cirurgia mais conservadora”, explica.

Entenda o estudo

O ensaio clínico foi realizado pelo Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG) em parceria com oncologistas brasileiros e teve início em 2020. No total, participaram 33 pacientes com câncer de pênis em estágio avançado. Eles receberam seis aplicações de imunoterapia associadas à quimioterapia e, depois, passaram por mais 28 sessões apenas de imunoterapia.

Em geral, esse tipo de tratamento utiliza medicamentos para ativar o próprio sistema imunológico do paciente, a fim de que combata o câncer. Durante todo o estudo, os participantes foram acompanhados por meio de exames de imagem a cada seis semanas.

Ao final do ensaio clínico, 75% dos pacientes tiveram algum grau de redução do volume tumoral, sendo que 39,4% deles apresentaram diminuição significativa. Segundo Maluf, os resultados superaram as expectativas iniciais.

Além disso, os pesquisadores também identificaram dois marcadores nas amostras tumorais, o P16 e o TMB, ambos que sugerem melhor resposta ao tratamento. Cerca 55,6% dos pacientes com P16 positivo apresentaram redução do volume do tumor, enquanto o mesmo aconteceu com 75% daqueles que tinham o TMB alto.

Maluf também aponta que a toxicidade do tratamento foi bem aceita e que houve melhora na qualidade de vida dos pacientes durante a pesquisa. “O próximo passo seria um estudo de maior porte, comparando a combinação de imunoterapia e quimioterapia versus a quimioterapia sozinha”, conta o oncologista.

O câncer de pênis

Entre 2012 e 2022, o Brasil registrou mais de 21 mil diagnósticos de câncer de pênis, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). O primeiro sinal da doença é o aparecimento de uma ferida que não cicatriza, que pode vir acompanhada de secreção com forte odor, presença de nódulos na virilha e mudança na textura e coloração da pele da glande. Com o tempo, a ferida evolui para uma úlcera ou lesão grave.

Uma das principais causas é a falta de higienização adequada do órgão, que permite a proliferação de fungos e bactérias. Outro fator que pode desencadear o câncer de pênis é a infecção pelo vírus HPV (o papilomavírus humano), que é sexualmente transmissível e afeta cerca de 9 milhões de pessoas no Brasil.

Dessa forma, cuidados de higiene, uso de preservativos durante as relações sexuais e a vacinação contra o HPV são medidas simples que podem evitar o câncer de pênis.

A prática de limpeza deve ser realizada diariamente e após relações sexuais, com água e sabão neutro, puxando o prepúcio totalmente para trás. Para a população de 9 a 14 anos e imunossuprimidos até os 45 anos, o SUS oferece a vacina contra o HPV gratuitamente.

Além disso, o diagnóstico da doença ainda em estágio inicial aumenta a chance de cura do paciente, diminuindo também a agressividade do tratamento. Por isso, o autoexame é incentivado pelo Ministério da Saúde, que estimula a busca por atendimento em casos de alteração no pênis.

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