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Papa Leão XIV diz que família é ‘pai, mãe e filhos’ e que casamento é ‘para um homem e uma mulher’

Em uma nova biografia lançada nesta semana, o papa Leão XIV afirma que não pretende ordenar mulheres, embora esteja disposto a ouvir outras opiniões sobre o tema. Ele declara que quer evitar “políticas partidárias” e promete acolher “todos, todos, todos”, incluindo católicos LGBT, mas sem alterar a doutrina oficial da Igreja contra a homossexualidade.

“O casamento é para um homem e uma mulher”, disse o pontífice, que definiu “família” como “pai, mãe e filhos”.

O livro “Leão XIV: Cidadão do Mundo, Missionário do Século XXI” foi publicado em espanhol e terá versão em inglês no próximo ano. A obra reúne as reflexões mais extensas do papa desde sua eleição, em maio.

Leão XIV, que completou 70 anos no domingo, busca reduzir as divisões em uma Igreja com 1,4 bilhão de fiéis. A autora da biografia é a jornalista norte-americana Elise Ann Allen, correspondente do Vaticano pelo veículo Crux, e traz trechos de três horas de entrevistas com o chefe da Igreja Católica em julho.

Revista Oeste

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Janja acumula 145 dias em viagens internacionais desde a posse de Lula

A primeira-dama Janja Lula da Silva viajou para Nova York na quarta-feira (17) para participar da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Ao fim da viagem, a socióloga somará 145 dias fora do Brasil desde 2023, quando chegou ao Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

São 33 viagens para 35 países.

O total de viagens para o exterior de Janja será de 21 dias a mais que Lula no mesmo período.

Só em 2025, a socióloga terá passado 42 dias no exterior em 8 viagens internacionais, sendo duas sem o presidente.

A primeira-dama chegou à cidade norte-americana 3 dias antes do presidente, que desembarca no domingo (21.set). O petista discursará na abertura da assembleia, marcada para 3ª feira (23.set).

Durante os próximos dias em Nova York, Janja participará de encontros ligados a pautas sociais. Depois, acompanhará a agenda do presidente, que priorizará a política externa do governo. Ambos devem retornar ao Brasil em 25 de setembro.

As viagens de Janja têm alimentado críticas da oposição. A ida à Itália em fevereiro, por exemplo, resultou em uma representação na CGU (Controladoria Geral da União) pelo deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP). O congressista pediu investigação sobre os gastos da viagem a Roma.

Logo depois, a AGU (Advocacia Geral da União) publicou uma instrução normativa desautorizando primeiras-damas a assumirem compromissos oficiais em nome do Brasil. Na prática, pouco muda em relação a Janja. O texto reconhece que sua atuação tem “natureza jurídica própria”.

Com informações de Poder 360

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‘As condições são inaceitáveis’, diz Padilha ao desistir de viagem a Nova York após restrições de Trump

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desistiu de ir a Nova York devido às restrições impostas pelo governo americano para ele possa circular pelos Estados Unidos. Ainda que a Casa Branca tenha dado aval para que Padilha esteja em Nova York para a Assembleia-Geral da ONU, o ministro ficou impedido de se deslocar até em Washington onde foi convidado para participar da conferência internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

— É inaceitável as condições. Sou ministro da Saúde do Brasil, com plena possibilidade de participar das atividades — disse Padilha em entrevista a Globo News — As restrições inviabilizam a presença do ministro da saúde para as atividades que ele precisa fazer parte.

Apesar de ter recebido nesta quinta-feira o visto para entrar nos Estados Unidos, o ministro da Saúde teria sua circulação na cidade de Nova York limitada, caso fosse acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU na próxima semana. As restrições são mais severas das que costumam ser impostas a representantes de países como Síria, Rússia e Cuba.

As limitações impostas pelo governo dos EUA determinaram que Padilha poderia transitar em uma área equivalente a até cinco quarteirões de onde estiver hospedado e deverá seguir os trajetos entre o hotel, a sede da ONU e representações do Brasil ligadas ao organismo.

Na prática, porém, Padilha tinha pouca margem de manobra para reverter a decisão da Casa Branca. Um recurso ou protesto à ONU pela concessão do visto com restrições de mobilidade teria pouco efeito prático, principalmente porque, embora a praxe seja a de conceder vistos sem restrições a diplomatas e membros de governo para a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, a ONU não tem poder de polícia e não pode interferir na decisão soberana de um país conceder ou não vistos. A concessão da permissão de entrada e saída de um país não é um direito, e sim decisão discricionária das autoridades do país que recebe o pedido.

Ainda assim, a decisão dos EUA é controversa, já que a sede da ONU, a rigor, embora esteja em Nova York, não é considerada, em termos jurídicos, território dos Estados Unidos. Um tratado de 1947 que disciplina as obrigações dos Estados Unidos como país sede das Nações Unidas veda que se impeça o ingresso das delegações dos países. A Palestina, que teve vistos negados pelos EUA a 80 funcionários da Autoridade Nacional Palestina, é considerada observadora da ONU, e não membro pleno.

Padilha foi o último da comitiva a receber visto para entrar nos EUA, relataram interlocutores do governo ao GLOBO. No mês passado, o governo americano cancelou os vistos de entrada nos EUA da mulher e da filha de Padilha. Servidores que tinham participado do programa Mais Médicos, criado em 2013, na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, também foram atingidos pela medida. Segundo a Casa Branca, médicos cubanos que trabalhavam no Brasil pelo programa eram alvos de exploração de mão de obra escrava.

O ministro da Saúde estava com o visto vencido desde 2024. No último dia 18 de agosto ele pediu a renovação do documento. Questionado por jornalistas sobre o motivo da demora para as autoridades americanas renovarem o documento, Padilha respondeu que estava “nem aí”.

— Esse negócio do visto é igual àquela música, ‘tô nem aí’. Vocês estão mais preocupados com o visto do que eu. Eu não tô nem aí. Acho que só fica preocupado com o visto quem quer ir para os Estados Unidos. Eu não quero ir para os Estados Unidos. Só fica preocupado com o visto quem quer sair do Brasil, ou quem quer ir para lá fazer lobby de traição da pátria, como alguns estão fazendo. Não é meu interesse, está certo? — disse, referindo-se ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Globo

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Renda de filho do Careca do INSS aumentou 63 vezes em 2 meses, diz PF

A investigação da Polícia Federal que embasou a Operação Sem Desconto, deflagrada em abril contra o esquema que desviou mais de R$ 6 bilhões em descontos de aposentadorias, mostrou que familiares de lobistas e empresários participaram de uma rede de empresas montadas para ocultar a origem de recursos.

Entre os investigados está Romeu Carvalho Antunes, filho de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, pela influência que exercia junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com a investigação, entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024, a renda de Romeu saltou, em 60 dias, de R$ 1,6 mil para R$ 107,6 mil, valor 63 vezes maior.

O aumento nos rendimentos coincide com o período em que Romeu se tornou sócio das empresas do pai. Antes, ele trabalhava como programador, segundo a investigação.

“Não obstante a movimentação milionária das empresas que participa, verifica-se que o último vínculo empregatício de Romeu Carvalho foi como programador de sistemas na empresa Picpay Instituição de Pagamentos, de 18/07/2022 a 19/09/2023, período anterior à sua entrada nas sociedades juntamente com seu pai”, diz a PF.

Segundo registros no governo federal, Romeu é sócio direto de ao menos quatro empresas do pai e ainda tem participação indireta em outros três negócios do Careca, por meio de outros CNPJs, dos quais Romeu consta como um dos sócios.

“Todas as empresas supracitadas cuja sociedade Romeu Carvalho integra foram utilizadas para envio de valores a pessoas físicas e jurídicas relacionadas a servidores do INSS”, afirma a PF em outro trecho do relatório da Operação Sem Desconto.

Romeu foi alvo de busca e apreensão. Sob posse dele, foi encontrada uma frota milionária de seis carros e uma motocicleta, entre eles um Porsche e dois veículos da marca BMW. A PF também afirma que Romeu ficaria responsável por um Call Center de Antonio Antunes, caso o lobista conseguisse consumar um plano de fuga para os Estados Unidos.

Nesta semana, Romeu Carvalho Antunes foi convocado para prestar esclarecimentos à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura o escândalo do INSS.

O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.

As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela PF e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Metrópoles

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Influenciadora estimula assassinato de aliados de Bolsonaro e deve perder visto nos EUA

A influenciadora Juliana Rosa, conhecida como “Juju dos Teclados”, deve perder o visto americano após um vídeo publicado nesta terça-feira (16) em que debocha do assassinato do ativista conservador Charlie Kirk e estimula que seguidores façam o mesmo com figuras alinhadas à direita no Brasil. Juliana está, atualmente, em Nova York.

Após repercussão do caso nas redes sociais, o vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, comentou "El Quitavisas" – expressão em espanhol que, de forma literal, significa algo como “o que tira os vistos” – em uma publicação que denunciava o vídeo. No sábado (14), Landau já havia anunciado a revogação do visto americano do médico brasileiro que comemorou a morte de Charlie Kirk.

Mas no caso do vídeo de “Juju dos Teclados”, as falas são ainda mais graves. Ela inicia dizendo que a morte de Kirk é “muito bonita e poética” e pede “justiça por Tyler Robinson”, o homem de 22 anos acusado de matar o conservador.

Em seguida ela diz, ironicamente, que Tyler “entrou na trend [tendência]” do assassinato de figuras públicas, citando a semelhança com o atirador que, em dezembro de 2024, matou Brian Thompson, CEO de uma empresa norte-americana de seguros de saúde.

Naquele caso, o assassino Luigi Mangione deixou mensagens nas cápsulas dos cartuchos. O mesmo foi feito por Robinson, que inscreveu frases como “Pega essa, fascista” nas cápsulas usadas para matar Charlie Kirk.

“Já que a gente gosta tanto de imitar os EUA, por que a gente não pega essa moda, que combina super bem com bilionários, fascistas, políticos que só falam merda na internet e fazem tudo para f**** o trabalhador?”, disse “Juju dos Teclados”.

É uma moda que cairia super bem com qualquer peça BolsonaroEntão assim, se tiver algum doido assistindo aí, assim... sugestões”, diz ela, ao mesmo tempo em que mostra uma foto do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).

Em seguida ela sugere o assassinato de outros aliados de Jair Bolsonaro, como o advogado Paulo Junqueira Neto e os empresários Luciano Hang (dono da Havan), Afrânio Barreira (proprietário do restaurante Coco Bambu) e Iwan Wrobel (dono da construtora W3 Engenharia). “Por que não ser maluco para o bem?”, finaliza.

Nos comentários, o perfil oficial de Nikolas Ferreira publicou: “Cuidei pessoalmente do seu processo. Nada como um dia após o outro”. Um dia antes, na segunda-feira (15), o deputado já havia se manifestado sobre a série de mensagens de militantes que sugeriam o assassinato do parlamentar.

“Já vi o vídeo que esquerdistas estão divulgando com uma simulação da minha morte da mesma forma que Charlie Kirk. Estou abrindo inquérito contra esses criminosos. Esse processo de desumanização que levou a morte de um inocente. Não permitirei que façam o mesmo comigo. A justiça chegará”, disse Nikolas.

Luciano Hang diz que processará influenciadora

À Gazeta do Povo, Luciano Hang informou que irá processar “Juju dos Teclados” pelo crime de incitação à violência. Leia na íntegra a nota do empresário:

“Há uma frase de Ada Lluch que diz: ‘eles não matam você por ser fascista. Eles chamam você de fascista para poder te matar’. O que essa influenciadora fez é incitação à violência. Não podemos normalizar esse discurso de ódio. Já estamos preparando uma notícia-crime para que seja responsabilizada. Quem dissemina esse tipo de mensagem pode até não puxar o gatilho, mas é cúmplice moral dos crimes que acontecem”.

Gazeta do Povo entrou em contato com Juliana Rosa abrindo espaço para posicionamento, mas até o fechamento da reportagem a influenciadora não se manifestou.

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Preço do gás de cozinha no RN sofre novo reajuste a partir desta quarta-feira (17)

O gás de cozinha fica mais caro para os consumidores do RN a partir desta quarta-feira (17). Segundo o Sindicato dos Revendedores de Gás do estado (Singás-RN), o novo reajuste será de R$ 4 a R$ 4,50 nas distribuidoras, gerando um impacto que pode chegar a R$ 5ou R$ 6 no botijão de 13 kh para o consumidor final.

Com o aumento, o botijão de 13 kg deve ficar entre R$ 115 e R$ 116 no estado. O valor final, no entanto, dependerá da margem praticada por cada ponto de revenda.

“O reajuste ocorre em decorrência do dissídio coletivo da categoria. Isso significa que os custos de mão de obra e logística aumentaram, exigindo repasse imediato às revendas e, consequentemente, à população”, explicou Ivo Lopes, presidente do Singás-RN.

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A imprensa de mal com a democracia

Uma pesquisa estranha apareceu em manchetes recentes. Comparava Estados Unidos e China segundo a percepção dos brasileiros. Era mais uma notícia mal-ajambrada, sugerindo preferências duvidosas.

Na matéria em questão, atribuída a um desses institutos que fazem pesquisas de opinião na área política, o resultado divulgado foi de que metade dos brasileiros considera os EUA mais autoritários que a China. Será que metade dos brasileiros ignora que os EUA sejam uma democracia e a China seja uma ditadura?

Pouco provável. A China é uma ditadura há muito tempo, e o fato de que os direitos individuais no país estão condicionados às conveniências do partido governante é amplamente conhecido pela sociedade brasileira. Aliás, falar em partido governante na China é uma imprecisão. O partido é o próprio regime.

Será que metade dos brasileiros acha que isso não é uma forma nítida de autoritarismo? Difícil. Será que metade ignora que os norte-americanos escolhem seu governante regularmente em eleições livres, diferentemente do que acontece na China? Mais difícil ainda. Será que metade dos brasileiros tem a ilusão de que os chineses têm livre acesso às redes sociais? Muito pouco provável.

Mas vamos admitir que, na era da comunicação total, esse nível avançado de ignorância ainda seja possível. Nesse caso, a notícia não seria de que metade dos brasileiros considera os EUA mais autoritários que a China.

A notícia seria de que metade ignora que a China é mais autoritária que os Estados Unidos. Certo? Porque, mesmo com toda boa vontade do mundo, não se pode cogitar que um grande veículo de comunicação e um grande instituto de pesquisa ignorem os regimes vigentes nos dois países citados.

Mas, se não ignoram que o regime chinês é autoritário e que o regime norte-americano não é autoritário, e mesmo assim noticiaram da forma citada, onde está o problema? Fica a reflexão.

Seria possível que a imprensa tradicional estivesse disposta a cultivar uma narrativa em que a China seja o bem e os EUA o mal, para bajular os atuais donos do poder no Brasil? Fica também essa reflexão. Com uma observação introdutória: se a intenção for inventar uma história convincente, melhor procurar um enredo mais verossímil.

O Reino Unido foi palco de uma manifestação gigantesca no fim de semana. Os ingleses foram às ruas pedindo a Inglaterra de volta. Literalmente. E o noticiário do que se chamava grande imprensa mais uma vez distorceu tudo, tentando atribuir a colossal manifestação pacífica da população a uma facção radical. E, para dar verossimilhança a essa abordagem torta, ainda tentou reduzir a dimensão do ato (“100 mil pessoas”…).

Será que os jornalistas que se prestam a essas acrobacias arrojadas acham que nunca serão cobrados pela história?


Guilherme Fiuza - Gazeta do Povo


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Bolsonaro teve crise de soluço, vômito e falta de ar antes de ser levado ao hospital

O ex-presidente Jair Bolsonaro teve uma crise de soluço e sentiu o diafragma se fechar. Em seguida, vomitou com um jato de dois metros para a frente e não conseguiu respirar por quase 10 segundos. Com isso, foi levado às pressas para o hospital DF Star, em Brasília. O relato foi feito na noite desta terça-feira (16) pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho de Bolsonaro, após visitá-lo.

Quem socorreu Bolsonaro e o levou ao hospital foi a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro, que contou o que ocorreu a Flávio.

“Hoje teve um episódio mais drástico, porque o soluço dele foi aumentando e, às vezes, pela repetição, ele diz que trava o diafragma dele. Ele teve um episódio de vômito a jato, com força, ficou quase 10 segundos sem respirar. Teve tontura expressão muito baixa. E aí graças a Deus, a Michele estava lá perto dele e conseguiu rapidamente trazer ele para cá. Ele está lá, estável, mas não está com a cara boa, bastante desidratado”, disse Flávio à imprensa na entrada do hospital.

Segundo o senador, ele deve passar a noite em observação. Por causa da desidratação, tomou soro e se alimentou com sopa, evitando alimentos sólidos. Flávio disse que a piora resultou da tensão psicológica de Bolsonaro, que está em prisão domiciliar, e desgaste emocional com a vigilância acirrada de policiais na casa da família, em Brasília.

“É policial cercando a casa como se ele fosse fugir em algum momento e abrindo o porta-mala do carro da Michele na hora de levar a criança no colégio, para mostrar que não tem ninguém no capô, onde não cabe nem um animal lá dentro”, relatou.

Segundo o senador, Bolsonaro tem reclamado da condenação a 27 anos de prisão, na semana passada, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Todo momento que eu vou conversar com ele, ele repetidamente desabafa reclamando com relação ao que aconteceu nesse linchamento que sofreu no Supremo Tribunal Federal. Como que se defendendo: ‘o que eu tenho a ver com 8 de janeiro? Não é possível, os caras não conseguem enxergar! Eu estava fora do Brasil, não admito’”.

Junto com outros sete réus, Bolsonaro foi condenado por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano e deterioração do patrimônio.

No início de agosto, o ministro Alexandre de Moraes, que conduz o processo, determinou a prisão domiciliar e depois, a pedido do PT, determinou vigilância da polícia em volta da casa, no quintal e nos carros da família, para impedir eventual tentativa de fuga.

Flávio Bolsonaro pediu trégua a Alexandre de Moraes, comparando o ministro a um terrorista.

“Eu queria fazer um pedido de público aqui. Até terrorista dá trégua em alguma guerra. Então quero pedir para o terrorista aí dar uma dá uma pausa, um pouco, né? Deixa as instituições voltarem a funcionar, deixa o presidente Bolsonaro recuperar, pelo menos, já que não teve nenhuma oportunidade de se recuperar depois da última cirurgia. O cara foi intimado numa dentro de uma CTI aqui nesse hospital. Então tudo tem limite”, disse.

“Deixa o cara recuperar pelo menos mentalmente, fisicamente ele está arrebentado, tudo isso aqui ainda é consequência da facada que ele sofreu.

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TRF-4 condena Bolsonaro a pagar R$ 1 milhão em indenização por racismo recreativo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi condenado nesta terça-feira (16) a pagar R$ 1 milhão em danos morais coletivos por comentários racistas feitos em 2021, enquanto ainda ocupava a Presidência.

Em fala pública no Palácio do Alvorada, o ex-presidente disse em 2021 que o cabelo black power de um apoiador era um “criadouro de baratas”.

O caso foi analisado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). A condenação foi confirmada por unanimidade. O relator Rogério Favreto afirmou em voto que as declarações do ex-presidente não configuravam meras brincadeiras ou exercício de liberdade de expressão, mas uma discriminação grave e “racismo recreativo”.

Além da indenização em dinheiro, Bolsonaro foi condenado a retirar o vídeo com as declarações de suas redes sociais e se retratar publicamente com a população negra por meio dos veículos de imprensa e redes sociais.

A União também foi condenada ao pagamento de R$ 1 milhão pelos danos coletivos.

A condenação do ex-presidente é no âmbito civil, ou seja, Bolsonaro não foi condenado penalmente pelo crime de racismo.

A ação pública foi movida em 2021 por um grupo de 54 defensores, procuradores e promotores e acatada pelo Ministério Público.

Em primeira instância, a Justiça Federal havia rejeitado a ação, alegando que as declarações do ex-presidente, mesmo que de mau-gosto, não causaram danos a toda comunidade negra nacional. O Ministério Público recorreu da sentença e, por isso, o caso voltou à análise no TRF-4.

“A ofensa racial disfarçada de manifestação jocosa ou de simples brincadeira que relaciona o cabelo black power a insetos que causam repulsa e à sujeira atinge a honra e a dignidade de pessoas negras e potencializa o estigma de inferioridade dessa população”, afirmou o relator em voto.

De acordo com o processo, Bolsonaro disse ao mesmo apoiador, entre risos: “Você não pode tomar ivermectina, vai matar todos os seus piolhos”, em referência ao vermífugo defendido por ele como tratamento para a Covid-19.

Na ocasião, o cidadão afirmou não se incomodar com a fala, dizendo que não era um “negro vitimista”. Até hoje, nas suas redes sociais, o alvo da ofensa faz publicações com mensagens de apoio ao ex-presidente;

No processo, o MP também menciona episódios anteriores, como em maio de 2021, quando o ex-presidente observou o cabelo do mesmo cidadão e comentou: “Tô vendo uma barata aqui” e “o que que você cria nessa cabeleira aí?”.

O grupo que moveu a ação defende que as falas não se tratam de simples piadas de mau gosto, e que o fato de o cidadão não se sentir ofendido não descaracteriza a prática racista.

Segundo a ação, o ex-presidente transformou o cabelo black power, símbolo de resistência do movimento negro, em motivo de zombaria e discriminação, afetando a população negra de forma geral. Também foram lembradas na ação falas antigas de Bolsonaro, quando deputado, que reforçariam o padrão de racismo em seus discursos.

Em sustentação oral, a defesa de Bolsonaro ressaltou que a vítima direta do comentário não se sentiu ofendida e disse que as declarações eram meras brincadeiras, sem potencial de afetar toda a população negra.

CNN Brasil

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