Lula diz ter feito mais obras no Acre que D. Pedro II, que morreu antes de o estado ser anexado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em evento nesta sexta-feira (8), afirmou que ele e a ex-presidente Dilma Roussef, juntos, fizeram mais obras no Acre do que todos os presidentes da República desde 1988 e "até mais que D. Pedro II".

“Eu e a Dilma fizemos mais do que [José] Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Itamar [Franco], [Fernando] Collor, [Jair] Bolsonaro e até mais do que Dom Pedro II".

Entretanto, há um erro histórico na fala do petista. O Acre só foi incorporado ao Brasil em 1903, 12 anos após a morte de D. Pedro II. Em 17 de novembro daquele ano, o Tratado de Petrópolis foi assinado com a Bolívia, o que garantiu a anexação do estado acreano ao território brasileiro.

Em sua fala, Lula também afirmou que duvida que "os últimos 10" presidentes brasileiros tenham feito no Estado “10% das coisas” que ele e Dilma, mas apontou que só não fizeram "mais do que Plácido de Castro, que teve a coragem de lutar e criar o Estado do Acre".


“Quantas casas foram feitas no governo passado? Alguém, por favor, levanta a mão, se sabe de uma casa que foi feita. Cadê o emprego da Carteira Profissional Verde e Amarela? Cadê a Minha Casa Verde e Amarela?”, questionou o presidente.

No evento, Lula disse que Moraes está "garantindo a democracia"

No mesmo evento, Lula defendeu a perda do mandato aos deputados e senadores que ocuparam por dois dias as Mesas Diretoras do Congresso e disse que Moraes está "garantindo a democracia".

Enquanto discursava, o petista direcionou sua fala ao senador Sérgio Petecão (PSD-AC) e pediu: "E você, Petecão, por favor, não assine o pedido de impeachment do Alexandre de Moraes porque ele está garantindo a democracia".

"Quem deveria ter o impeachment são esses deputados e senadores que ficam tentando fazer greve para não permitir que funcione a Câmara e o Senado, verdadeiros traidores da pátria", completou.


Nesta semana, parlamentares de oposição ocuparam as Mesas Diretoras da Câmara e Senado por dois dias, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, o atual mandatário voltou a criticar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que segundo ele está nos Estados Unidos "pedindo pros americanos darem um golpe".

"Em pleno século 21, um presidente ignorante e chucro, que mandou o filho dele ir pros EUA pedir pros americanos dar golpe nesse país, ele vai saber o que vai custar isso porque vai ter um processo", disse.

"Esse moleque é traidor de 215 milhões de brasileiros com o prejuízo que os EUA está dando para esse país", completou.

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“Vaza Toga” expõe o “sistema chinês” de Moraes no TSE e no STF

A ordem de prisão domiciliar expedida por Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro, na segunda-feira, acabou ofuscando aquele que deveria ser o grande fato em Brasília, comentado extensivamente por todos os veículos de comunicação, tamanha a sua gravidade. Falamos de uma nova leva de mensagens trocadas por assessores de Moraes, obtidas pelos jornalistas Eli Vieira e David Ágape e divulgadas pelo também jornalista Michael Shellenberger. Se na primeira rodada da “Vaza Toga” ficou evidente a existência de uma atuação “fora do rito” (um eufemismo para o que ficaria melhor chamar de conluio) em que estruturas do TSE eram usadas para ajudar a fundamentar decisões de Moraes em inquéritos no STF, as novas mensagens mostram que a “Justiça paralela” foi muito mais longe.

Funcionários das duas cortes – incluindo juízes auxiliares de Moraes – foram recrutados para montar uma espécie de unidade informal de inteligência que funcionava por meio de um grupo de WhatsApp. O objetivo era vasculhar a presença on-line dos brasileiros detidos nos acampamentos em frente a quartéis do Exército após os atos de 8 de janeiro de 2023, de forma que seu destino era decidido com base nessas publicações. As mensagens indicam que Moraes teria até mesmo autorizado militantes políticos, universidades e agências de checagem a se infiltrar em grupos privados de troca de mensagens, usando seu e-mail pessoal para não deixar rastros institucionais. A administração desta força-tarefa informal estaria a cargo de Cristina Yukiko Kusahara, chefe de gabinete de Moraes no STF.


Se Gilmar Mendes disse em junho que “nós todos somos admiradores do regime chinês”, Alexandre de Moraes o colocou em prática: uma simples crítica passou a fazer a diferença entre a liberdade e a Papuda ou a Colmeia


Uma das principais tarefas deste grupo era a elaboração de “certidões”, que podiam ser positivas ou negativas, dependendo do tipo de publicações feitas pelas pessoas investigadas ou detidas. Qualquer crítica que tivesse sido feita ao STF, ao PT ou ao presidente Lula bastaria para uma “certidão positiva”, que por sua vez transformaria a vida do detido em um inferno. Os exemplos dados são escabrosos. Um artesão ganhou uma “certidão positiva” por publicar uma imagem com os dizeres “fazer cumprir a Constituição não é golpe”. Um caminhoneiro foi classificado da mesma forma por chamar de “vendidos” os ministros do STF e questionar “como esse cara [Lula] conseguiu 60 milhões de votos?”. Um ambulante apenas publicou críticas a Lula e ao PT. Em outro episódio, Cristina Kusahara dizia aos colegas que, apesar de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter pedido a soltura de um grupo de detidos do 8 de janeiro, Moraes não queria atender o pedido “sem antes a gente ver nas redes se tem alguma coisa”.

Tudo isso, a julgar pelos conteúdos divulgados, era feito de forma totalmente oculta: nem a PGR, nem os advogados de defesa dos réus do 8 de janeiro tinham acesso a tais “certidões” – se é que sabiam de sua existência até agora. A apuração de Vieira e Ágape indica que os membros da “Justiça paralela” de Moraes usaram dados da Receita, do cadastro nacional de portadores de habilitação e até do banco de dados biométrico do TSE, violando a Lei Geral de Proteção de Dados. Tudo circulava à margem dos procedimentos processuais legais e da chamada “cadeia de custódia”, que garante a integridade das evidências colhidas em uma investigação criminal.


Em resumo, se Gilmar Mendes disse em junho que “nós todos somos admiradores do regime chinês”, Alexandre de Moraes o colocou em prática: uma simples crítica passou a fazer a diferença entre a liberdade e a Papuda ou a Colmeia. As novas mensagens revelam a existência de um sistema de “fichamento ideológico” no qual pouco importam eventuais crimes reais cometidos pelas pessoas; são suas opiniões que, no fim das contas, determinam o destino de quem foi preso na Praça dos Três Poderes ou no dia seguinte, diante dos quartéis – ainda que vários desses detidos não tivessem estado nos atos de vandalismo da véspera. Não há outro nome para isso, a não ser totalitarismo.


Já não faltavam motivos para que Hugo Motta finalmente colocasse em funcionamento a CPI do Abuso de Autoridade na Câmara dos Deputados; as novas mensagens apenas reforçam a sua urgência. A CPI é, hoje, a única instância que tem o poder de lançar luz sobre o sistema repressivo montado por Moraes, ouvindo todos os envolvidos – especialmente o ex-assessor do TSE Eduardo Tagliaferro. E o único obstáculo para que isso ocorra é a covardia, especialmente da imprensa e de formadores de opinião que se recusam a dar ao assunto a repercussão que ele merece, e de Hugo Motta, que até agora não autorizou a abertura da CPI, embora ela cumpra todos os requisitos constitucionais. Felizmente, este é obstáculo superável; basta que os envolvidos consultem suas consciências e se perguntem se querem mesmo passar para a história como lacaios de autocratas, ou se querem deixar um legado positivo para o Brasil.

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Prisão de Bolsonaro irrita ministros do STF, isola Moraes e deve ser reconsiderada

A ordem de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro gerou forte desconforto entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), provocando isolamento do relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, e abrindo caminho para uma possível revisão da medida.

Segundo apuração, a maioria dos magistrados considera a decisão como exagerada, desnecessária e juridicamente insustentável, o que teria acendido um sinal de alerta dentro da Corte. O descontentamento generalizado entre os colegas de tribunal teria colocado Moraes em uma posição desconfortável e solitária.

A avaliação interna é de que a prisão de Bolsonaro não se sustenta diante dos elementos atuais do processo e pode comprometer a imagem de equilíbrio e imparcialidade do STF. Por isso, cresce nos bastidores a expectativa de que o próprio Moraes reconsidere a determinação nos próximos dias.

A aposta entre integrantes da Corte é que o ministro deve recuar e rever sua decisão, a fim de evitar uma crise institucional ainda maior e preservar a coesão entre os membros do Supremo.

Folha de São Paulo 

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Agência Brasil, órgão de imprensa do governo, faz deboche com Zambelli em notícia


A Agência Brasil usou uma foto em que Carla Zambelli parece estar gritando, mas retirou a imagem menos de duas horas após a publicação (Foto: Reprodução/Agência Brasil - Foto: Lula Marques )

Uma imagem de deboche em que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) parece estar gritando chamou a atenção em uma das reportagens publicadas pela Agência Brasil, órgão do governo federal, na manhã desta terça-feira (30). A foto foi trocada menos de duas horas após a publicação.

A reportagem da agência do governo foi publicada com uma análise da situação de Zambelli após sua prisão em Roma, na Itália, devido ao mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, a foto escolhida para ilustrar o texto foi de Zambelli em aparente desespero.

Em pesquisa nas redes da Agência Brasil, a imagem — do fotógrafo Lula Marques — aparece entre fotos da retrospectiva de 2023, e as informações da legenda informam que se trataria de uma reação de Carla Zambelli durante leitura do relatório da "CPI do Golpe", na Câmara dos Deputados. Não foram localizadas outras reportagens com o uso da imagem.

A Gazeta do Povo entrou em contato com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que coordena a Agência Brasil, e aguarda retorno. Entre os questionamentos da reportagem estão a intenção da primeira foto e o motivo de ela ter sido trocada. A agência não respondeu até a publicação desta reportagem, mas o espaço segue aberto para manifestação.

O que aconteceu com a deputada Carla Zambelli?

A parlamentar Carla Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do STF a 10 anos de prisão por suposta autoria na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A condenação também impõe perda do mandato e pagamento de multa de R$ 2 milhões. Ela nega participação no crime.

Após a decisão, em maio, Zambelli deixou o Brasil em busca de asilo político. Inicialmente, ela foi para os Estados Unidos, mas decidiu ficar na Itália por ter cidadania italiana. No dia 3 de junho, a deputada chegou a afirmar que seria “intocável” naquele país.

"Vão tentar me prender na Itália, mas eu não temo, porque sou cidadã italiana e lá eu sou intocável, a não ser que a justiça italiana me prenda", disse em entrevista à CNN Brasil na ocasião.

Logo após sua saída do Brasil, a Polícia Federal pediu a inclusão do nome da deputada na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), e o governo Lula solicitou extradição da deputada.


No entanto, caso a Justiça italiana aceite o pedido, esse processo pode durar meses, já que o artigo 26 da Constituição italiana não prevê extradição de cidadãos por crimes políticos. “A extradição do cidadão somente pode ser permitida quando expressamente prevista pelas convenções internacionais. Em hipótese alguma pode ser admitida por crimes políticos”, diz o texto da lei italiana.

Entretanto, Brasil e Itália assinaram um tratado, em 1989, afirmando que o fato de ter cidadania italiana não impede a extradição. Outro ponto que também pode pesar contra Zambelli é que a parlamentar não nasceu no país europeu e nunca viveu lá. O texto estabelece que a recusa, neste caso, será facultativa.

Próximos passos após a prisão

Com sua prisão nesta terça-feira (29), Zambelli deve passar por audiência em até 48 horas para que o Ministério da Justiça da Itália confirme, ou não, a validade da prisão. Em caso afirmativo, a Corte de Apelação em Roma deve analisar o pedido de extradição.

Por enquanto, as autoridades do país europeu devem decidir se ela permanecerá detida, cumprirá prisão domiciliar ou se seguirá em liberdade.

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EUA incluem Moraes na lista de sancionados da Lei Magnitsky

O governo de Donald Trump incluiu nesta quarta-feira (30) o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na lista de autoridades sancionadas com base na Lei Magnitsky dos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro (OFAC, na sigla em inglês).

O dispositivo presente na legislação americana é usado para punir financeiramente estrangeiros considerados violadores de direitos humanos ou corruptos.

A medida estava sendo debatida há pelo Departamento de Estado. Em maio, o secretário Marco Rubio chegou a comentar que havia "grande possibilidade" do ministro Alexandre de Moraes ser sancionado.

Em comunicado, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) justificou a medida dizendo que Moraes usou seu cargo para autorizar detenções arbitrárias preventivas e suprimir a liberdade de expressão.


“Alexandre de Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”, disse o Secretário do Tesouro, Scott Bessent.

“[Alexandre] de Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação de hoje deixa claro que o Tesouro continuará a responsabilizar aqueles que ameaçam os interesses dos EUA e as liberdades de nossos cidadãos”, continuou o secretário no comunicado.

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