Trump e Putin se encontram no Alasca para cúpula que pode selar destino de guerra na Ucrânia

Pela primeira vez em seis anos, os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia apertarão as mãos durante um encontro no Alasca nesta sexta-feira, 15. Também é a primeira vez que Vladimir Putin pisa em terras americanas em 10 anos. O objetivo é discutir o futuro da guerra na Ucrânia, que já se arrasta por mais de três anos e vive um momento de congelamento dos avanços no campo de batalha. O governo ucraniano, porém, não estará à mesa de negociação.

O que sairá desse encontro de Putin com Donald Trump é incerto. Analistas ouvidos pelo Estadão dizem que um acordo de paz é altamente improvável. Mas um compromisso russo com um cessar-fogo temporário é uma possibilidade real. “O problema com Trump é que você nunca sabe ao certo o que ele vai fazer”, opina Stefan Wolff, cientista político alemão especialista em segurança internacional e solução de conflitos.

Para Trump o que possivelmente está na agenda é um cessar-fogo para a Ucrânia. Mas também acho que Trump está muito interessado em algum tipo de reinício das relações com a Rússia. Ele poderia sair com ambos. Ele poderia sair com nada também. Nesse sentido os resultados reais são muito incertos.

O próprio governo americano admitiu que essa reunião histórica servirá para “ouvir Putin” mais do que desenhar qualquer tipo de acordo, por isso a Ucrânia estaria de fora. Mas apenas uma foto ao lado do presidente americano poderá ser considerada a consolidação das vitórias diplomáticas do russo depois de ter sido considerado um pária internacional por sua invasão da Ucrânia em 2022.

“Tem muito de teatro político e pouco de substância em termos de negociação”, analisa Carlos Gustavo Poggio, internacionalista e professor associado do Berea College, no Kentucky. “É muito claro o que Putin quer com a guerra. Este é um encontro em que você não está incluindo a Ucrânia e outros parceiros”.

O governo Trump diz que é um encontro para escutar Vladimir Putin. O Putin claramente entende que ele tem uma influência sobre Donald Trump. Quando eles tiveram esse tipo de encontro similar no passado, o Trump saiu repetindo toda a versão do Vladimir Putin nas questões que eles discutiram.

Na quinta-feira, 14, o Kremlin sinalizou que também estava interessado em discutir outros assuntos além da guerra, como laços econômicos e armas nucleares. Putin disse acreditar nos “esforços bastante enérgicos para interromper os combates, pôr fim à crise e chegar a acordos de interesse para todas as partes envolvidas neste conflito”.

Estadão

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Comunismo e a alma do Ocidente

Venerável arcebispo Fulton Sheen e a sua tese de que o comunismo representa uma ameaça aos valores ocidentais. (Foto: Divulgação/ Lumine TV)

Um livro que me marcou bastante nessa fase de leituras religiosas foi “Communism and the Conscience of the West”, do venerável arcebispo Fulton Sheen. Sua grande tese é que o comunismo representa uma ameaça aos valores ocidentais, mais por questões espirituais do que econômicas. Na verdade, o autor coloca o comunismo num grupo não tão distinto assim do liberalismo, ao menos em sua versão economicista. Ao reduzir o homem a um agente econômico apenas, ambos os modelos materialistas negam o aspecto espiritual da humanidade.

Mais do que uma disputa entre coletivismo e individualismo, portanto, o que estaria em jogo é a disputa pela alma do homem. De um lado, o liberalismo parte da ideia de que liberdade é licença e que consumidores devem buscar seus prazeres sem coerção; de outro, o comunismo quer impor um meio de produção estatal, aceitando a premissa de que a economia é tudo o que importa. Capitalistas ou burocratas decidem como alocar os recursos, mas, em ambos os casos, há total desprezo pelo aspecto espiritual do ser humano, feito à imagem de Deus.

O homem moderno carece, então, de um propósito mais elevado, e acaba frustrado com o hedonismo à sua volta. Se o liberalismo significa um sistema que acredita no progresso em direção à liberdade como um direito para se fazer aquilo que se deve fazer para uma vida com propósito, então merece apoio; mas se representa o direito para se fazer o que se deseja, então merece ser condenado. Não haveria qualquer distinção entre quem vive uma vida plena e quem permite se tornar escravo dos próprios vícios. Sheen desenvolve seu raciocínio sobre isso:

"Liberdade para o cristianismo não significa o direito de fazer o que quiser, mas sim o direito de fazer o que se deve. "Deve" implica ordem, lei e justiça. Liberdade, por definição, é um atributo que pertence apenas a uma pessoa. Não pode ser atribuído a uma coletividade ou totalidade, seja ela uma nação, um estado, uma raça ou uma classe. A falácia básica do comunismo nesse ponto é a transferência da liberdade da pessoa para a coletividade."

Sheen acredita que o liberalismo só funciona numa sociedade com bases morais sólidas

Como outros pensadores importantes, Sheen acredita que o liberalismo só funciona numa sociedade com bases morais sólidas, que no Ocidente são provenientes do legado cristão. Ao amputar essa perna moral, cortando de cena a religião, o liberalismo moderno coloca em risco as próprias liberdades individuais que prega. O verdadeiro conflito seria entre uma visão que crê no absoluto e que o homem deve obediência a Deus, ou uma sociedade que acredita que o homem pode se tornar seu próprio Deus. Eis como Fulton Sheen explica:

"Satanás, por meio de seus poderes superiores, conseguiu desviar os homens ao sugerir-lhes que se tornarão como deuses. Mas, pela busca do mal e pela substituição de si mesmo por Deus, o homem, longe de se tornar o ser divino de seus sonhos, torna-se escravo de sua natureza inferior e, ao mesmo tempo, ao perder sua natureza superior, fica sujeito à necessidade natural e deixa de ser espiritualmente determinado de dentro para fora. Ele é privado de sua liberdade. "

Mesmo com o avanço do sentimento antirreligioso no Ocidente, Sheen não é pessimista e lembra que a Igreja sobreviveu a inúmeras crises em dois milênios de história. Mas ele admite que nunca houve um argumento tão forte para a necessidade do cristianismo, pois os homens estão descobrindo que suas misérias, suas guerras e suas revoluções aumentam em proporção direta ao negligenciarem o legado cristão. 

Ocidente que merece ser salvo é aquele que prega os direitos humanos como herança de Deus, que valoriza a dignidade do indivíduo por ele ser feito à imagem de Deus, e prega a liberdade com responsabilidade e como uma dádiva divina para se fazer aquilo que se deve, não qualquer coisa que der na “telha”. Já o lado materialista, herdeiro da Revolução Francesa, que coloca o homem como um animal mais desenvolvido e acredita que o mal pode ser curado pela “educação”, este Ocidente seria parte do problema. O comunismo representa este Ocidente turbinado. Se nossa civilização se tornou indiferente ao cristianismo, o comunismo é anticristão. Mas ambos desprezam aquilo que permitia as liberdades individuais até então.

Quando se abandona Deus, mergulha-se no relativismo moral e “tudo é permitido”. O comunismo, como uma visão completa de mundo, acaba endossando isso de forma mais radical, mas o liberalismo secular ocidental vai na mesma linha, ainda que de forma mais tímida. Segundo Sheen, que faz uma análise minuciosa das ideias de Marx, não há uma única ideia russa na filosofia comunista; ela teria origem burguesa, ocidental e materialista. 

Quem pode oferecer resistência ao comunismo, portanto, é a Igreja, não o liberalismo secular. Não por acaso os comunistas declaram guerra ao cristianismo. Em sua doutrina, não há espaço para a ideia de Deus, não há diferença entre matéria e espírito, entre alma e corpo. Por isso, o comunismo ataca também o matrimônio e a família, como instituições artificiais que representam obstáculos ao ideal utópico de uma sociedade sem classes. “Em uma palavra, os comunistas afirmam inaugurar uma nova era e uma nova civilização que é o resultado de forças evolutivas cegas culminando em uma humanidade sem Deus”, resume.

O comunismo quer o impossível: uma irmandade sem a paternidade de Deus. Ao tentar criar o “novo homem” na marra, acaba produzindo escravidão e uma pilha de cadáveres. Ao tentar eliminar o poder do dinheiro, mostra-se incapaz de eliminar o desejo pelo poder. Ao contrário do cristianismo, que quer salvar cada alma para a vida eterna no Reino dos Céus, o comunismo quer salvar a Humanidade por meio de uma revolução, e acaba criando o inferno na Terra. 

Os perfis seduzidos pelo comunismo costumam ser os ingênuos e os amargurados. E o materialismo ocidental tem produzido uma legião de rancorosos que se tornam alvos fáceis do discurso comunista. A destruição das famílias, o relativismo moral, o hedonismo, as drogas, tudo isso tem enfraquecido os pilares da civilização ocidental. A tolerância virou indiferença frente à Verdade, e falta paixão e propósito aos ocidentais. Nenhuma civilização pode permanecer por muito tempo indiferente à religião, diz Sheen. Eis o que ele conclui dos três grandes sistemas totalitários:

"Comunismo, nazismo e fascismo foram revoltas contra o materialismo parcial em nome do materialismo total; protestos contra o individualismo em nome da coletividade, sendo a única diferença entre as três formas de totalitarismo que o nazismo absorvia a pessoa na raça, o fascismo no estado e o comunismo na classe. Todos os três sistemas representavam revoltas contra a desintegração do mundo."

O liberalismo secular se mostra impotente diante de tais ameaças. Os jovens modernos querem paixão, fogo e entusiasmo, e não encontram isso no mundo hedonista e relativista. “O humanismo sozinho não pode restaurar a paixão necessária, primeiramente porque nenhum homem tem um valor intrínseco exceto como criatura de Deus. Se ele é apenas um descendente da besta, então não se pode esperar nada melhor dele do que agir como uma besta”. O Ocidente quer preservar os frutos do cristianismo abandonando suas raízes, e isso se mostra inviável. 

Para concluir: “Quando uma civilização perde uma filosofia de vida unificadora e um propósito comum, como um corpo sem alma, ela começa a se fragmentar em mil elementos discordantes e em conflito”. Estamos afundando pelo mesmo motivo que Pedro: tiramos o olhar do Mestre!


Rodrigo Constantino - Gazeta do Povo


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Recurso pede que Suprema Corte anule união do mesmo sexo nos EUA


A Suprema Corte dos Estados Unidos deve avaliar se aceita ou não analisar um caso que pede para que o tribunal anule uma decisão que estendeu o direito do casamento para casais do mesmo sexo, segundo a ABC News e a Newsweek.

O recurso é de Kim Davis, ex-escrivã do condado de Kentucky que foi presa por seis dias em 2015 após se recusar a emitir licenças de casamento para um casal gay por motivos religiosos.

Ela recorre de um veredicto de US$ 100 mil (equivalente a R$ 544 mil) por danos morais, além de US$ 260 mil (equivalente a R$ 1,4 milhão) em honorários advocatícios.

Em uma petição apresentada no mês passado, Davis argumenta que a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que protege o livre exercício da religião, a isenta de responsabilidade pessoal por negar licenças de casamento, de acordo com a ABC.

O jornal ressalta que, mais fundamentalmente, ela alega que a decisão da Suprema Corte no caso Obergefell v. Hodges — que estendeu os direitos de casamento para casais do mesmo sexo — foi “extremamente equivocada”.

Ainda assim, Daniel Urman, professor de Direito na Northeastern University, disse à Newsweek que é improvável que a Suprema Corte concorde em anular o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Além disso, a ABC relatou que tribunais inferiores rejeitaram as alegações de Davis e que especialistas jurídicos consideram a anulação improvável.

CNN

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Governo Lula e Alexandre de Moraes serão criticados em relatório da gestão Trump, diz jornal

Trechos do relatório anual de direitos humanos do Departamento de Estados dos EUA obtidos pelo jornal americano “The Washington Post” mostram que o documento, preparado pela gestão Trump, deve criticar o governo brasileiro e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes por uma suposta perseguição ao ex-presidente, Jair Bolsonaro, e seus aliados.

O relatório deve ser apresentado ao Congresso dos EUA nesta terça-feira (12).

Segundo o Post, “no rascunho do relatório sobre o Brasil, o Departamento de Estado acusou o governo de esquerda do país de ‘suprimir desproporcionalmente o discurso de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro’, acusado de tentar se manter no poder por meio de um golpe violento”.

“O relatório menciona especificamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal”, prossegue a reportagem, “afirmando que ele ‘determinou pessoalmente a suspensão de mais de 100 perfis de usuários na plataforma de mídia social X (antigo Twitter)’, de uma forma que impactou os apoiadores de Bolsonaro na extrema direita.”

No último dia 30 de julho, o governo Trump sancionou Moraes com a Lei Magnitsky, que impõe sanções econômicas a estrangeiros acusados pela Casa Branca de violações graves contra os direitos humanos. O criador da Lei Magnitsky foi contra a aplicação do dispositivo contra o juiz do STF.

O relatório de direitos humanos de 2025, que será apresentado nesta terça, é produzido pelo pela gestão Trump e diz respeito a eventos ocorridos em 2024.

Procurado pelo “Post”, o Departamento de Estado se recusou a comentar a reportagem. De acordo com o jornal, no entanto, um funcionário disse, sob a condição de não ter sua identidade revelada, que “governos em todo o mundo continuam a usar a censura, a vigilância arbitrária ou ilegal e leis restritivas contra vozes desfavorecidas, muitas vezes por motivos políticos e religiosos”.

G1

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Após volta à estaca zero, empresários pedem que Lula ligue logo para Trump

Empresários com quem a CNN conversou nas últimas horas defenderam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) volte a considerar um telefonema para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar do fim do tarifaço sobre produtos brasileiros.

Eles avaliam que seria um gesto relevante do Palácio do Planalto à Casa Branca em um momento em que a negociação entre os dois países voltou à estaca zero, diante do cancelamento da reunião que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teria na quarta-feira (13) com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent.

Como a CNN mostrou na segunda-feira (11), a despeito de Haddad ter culpado a oposição bolsonarista pelo cancelamento, empresários atribuem a responsabilidade ao presidente Lula, devido aos seus acenos, nos últimos dias, aos países do Brics e a falas rejeitando acordos sobre big techs e minerais críticos.

Para eles, o telefonema é a melhor forma de o governo brasileiro resgatar as negociações e colocar os agentes de cada lado novamente à mesa. Apontam que o próprio Trump já disse que, se Lula ligasse, seria atendido.

Lula, porém, afirmou que não via motivos para uma ligação e que não iria se humilhar.

Os empresários afirmam ainda que o plano de contingência que o governo pretende anunciar até hoje, embora bem-vindo, não será suficiente para suprir as perdas que os setores terão com o mercado americano.

Também relataram reconhecer os esforços do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, na busca por uma solução, mas consideram que um desfecho definitivo para o caso só ocorrerá quando os dois presidentes tratarem diretamente do tarifaço.

CNN – Caio Junqueira

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Secretário de Trump alfineta Moraes e diz que “togas não podem proteger quem atropela direitos”

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, mandou um recado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, alvo de sanções dos Estados Unidos nesta quarta-feira (30) com base na Lei Magnitsky, que visa acusados de violar direitos humanos e de corrupção.

“O presidente [Donald Trump] e o Departamento do Tesouro americano sancionaram o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob o programa de sanções Global Magnitsky por graves violações de direitos humanos. Que isso sirva de alerta para aqueles que atropelam os direitos fundamentais de seus compatriotas — togas judiciais não podem protegê-los”, escreveu Rubio no X.

No último dia 18, Rubio já havia anunciado que a gestão Trump revogou os vistos de Moraes, de “aliados dele” no STF e seus familiares, que ficam assim impedidos de entrar nos Estados Unidos.

“O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos. A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos”, escreveu Rubio no X na ocasião.


As medidas do Departamento do Tesouro contra Moraes incluem bloqueio de todos os bens dele que estejam nos Estados Unidos ou em posse ou controle de americanos; bloqueio de empresas ou outras organizações que tenham participação de 50% ou mais do ministro; e proibição de pessoas nos Estados Unidos ou em trânsito no território americano de fazer transações financeiras e comerciais com o juiz, exceto em caso de licença emitida pelo Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (Ofac, na sigla em inglês).

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Trump fecha acordo comercial com União Europeia e anuncia tarifa de 15%: “O maior já feito”

Durante encontro realizado neste domingo (27) na Escócia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um novo acordo comercial com a União Europeia. Em vez dos 30% inicialmente previstos, será aplicada uma tarifa de 15% sobre as exportações do bloco europeu aos EUA.

A reunião foi realizada com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Segundo Trump, o pacto inclui um investimento europeu de US$ 600 bilhões nos Estados Unidos — sendo US$ 150 bilhões destinados ao setor de energia e outra parcela significativa voltada à área de defesa.

“Esse é o maior acordo comercial já fechado entre nós”, afirmou Trump, destacando que o mercado europeu continuará sendo estratégico, mas exigirá reciprocidade nas trocas.

O presidente americano ressaltou ainda que, em caso de formalização do pacto, as tarifas deixarão de ser um ponto de atrito entre as partes. Ele também indicou que medicamentos devem ser excluídos da lista de produtos tarifados. "Se acordo houver, esse será o fim da discussão sobre tarifas com a União Europeia", disse.

Questionado por jornalistas, após a reunião, se os 15% poderiam ser reduzidos, Trump respondeu: “Se por melhor você quer dizer menor, então não.” O republicano ainda classificou o bloco europeu como um “mercado muito fechado”, especialmente em relação a automóveis e produtos agrícolas dos EUA.


Von der Leyen: “Trump é um negociador duro”


Segundo a agência France Presse, o comércio anual entre Estados Unidos e União Europeia movimenta cerca de US$ 1,9 trilhão em bens e serviços. O acerto, se confirmado, ainda precisará ser aprovado pelos 27 Estados-membros do bloco, cujos representantes devem se reunir ainda neste domingo.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiou a postura firme do presidente norte-americano: “Trump é um negociador duro, mas se chegarmos a um entendimento, será o maior acordo já alcançado por ambos os lados.”

Trump também sinalizou avanços com outros parceiros. Segundo o presidente, os EUA estão próximos de fechar um acordo com a China e iniciaram conversas com Camboja e Tailândia para discutir termos tarifários.

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Trump mostra força política com economia em alta, aponta Wall Street Journal

Mesmo diante de críticas a algumas políticas específicas, o presidente Donald Trump mantém estabilidade em sua aprovação popular, apoiado especialmente pela base republicana e por uma percepção mais otimista sobre a economia. É o que revela uma pesquisa divulgada pelo Wall Street Journal nesta semana.

Segundo o levantamento, 46% dos eleitores aprovam o desempenho de Trump, número inalterado desde abril. Ainda que a maioria (52%) desaprove seu trabalho, o presidente segue forte entre republicanos: 88% o aprovam, sendo que 66% o fazem com entusiasmo.

O estudo mostra que a percepção econômica melhorou consideravelmente: 47% avaliam a economia como “boa” ou “excelente” — alta de 11 pontos percentuais em relação a abril, alcançando o melhor índice desde 2021. Já a taxa dos que consideram a economia “ruim” caiu de 63% para 51%.

Além disso, menos eleitores relatam estar enfrentando dificuldades severas por causa da inflação, e o pessimismo em relação ao futuro da economia também diminuiu: a diferença entre os que acham que a economia está piorando e os que acreditam que está melhorando caiu de 26 para 8 pontos percentuais.


Apesar da estabilidade no cenário geral, há desaprovação em temas pontuais. A lei de impostos e gastos, por exemplo, é reprovada por 52% dos eleitores, enquanto 42% apoiam. A agenda tarifária também sofre resistência, com desaprovação 17 pontos acima da aprovação.

No tema da imigração — carro-chefe do presidente —, a avaliação é dividida: a condução da “imigração ilegal” recebe mais apoio, enquanto a “imigração” em geral é vista com maior ceticismo.

Eventos recentes como o bombardeio a instalações nucleares iranianas, o programa de deportações e a polêmica sobre tarifas não afetaram a imagem do presidente. “Eles chamaram Reagan de presidente Teflon. Trump também tem isso dentro dele”, afirmou o pesquisador democrata John Anzalone, que conduziu a pesquisa em parceria com o republicano Tony Fabrizio. Segundo ele, “Trump provoca controvérsias, mas elas raramente o atingem”, relatou o WSJ.

Cenário político permanece competitivo

Segundo o Wall Street Journal, o nível de aprovação do ex-presidente Donald Trump — hoje na casa dos 40% — pode ser decisivo nas eleições legislativas do próximo ano. “Na política atual, a faixa dos 40% representa os novos 50%”, afirmou o estrategista republicano Bill McInturff, em declaração ao jornal. “No ambiente hiperpartidário atual, se Trump conseguir manter o apoio nessa faixa, teremos um ciclo incrivelmente competitivo em 2026.”


A avaliação faz parte de uma pesquisa feita com 1.500 eleitores registrados, entre 16 e 20 de julho de 2025. As entrevistas foram feitas por telefone fixo, celular e também via mensagens de texto com convite para participação online. A margem de erro do levantamento é de 2,5 pontos percentuais para a amostra completa.

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Ônibus cai de 50 metros em ravina e deixa ao menos 18 mortos no Peru

Pelo menos 18 pessoas morreram e outras 48 ficaram feridas após um ônibus de dois andares despencar em uma ravina de cerca de 50 metros de altura no Peru. O acidente ocorreu nesta sexta-feira, em uma estrada na região montanhosa de Junín, próxima aos Andes, enquanto o veículo realizava o trajeto entre Lima e a região amazônica do país.

Segundo as autoridades locais, o motorista teria perdido o controle em um trecho sinuoso da rodovia antes de o ônibus sair da pista e despencar no desfiladeiro. De acordo com o jornal inglês The Sub, o impacto foi tão violento que a estrutura do ônibus se partiu ao meio.

“Quinze das vítimas morreram ainda no local. Outras três não resistiram aos ferimentos e faleceram após serem levadas ao hospital”, informou um porta-voz do serviço de saúde da cidade de Tarma, responsável por coordenar o socorro às vítimas.

Entre os mortos estão duas crianças. As autoridades ainda investigam as causas do acidente.

O veículo pertencia à empresa Expreso Molina Líder Internacional e transportava cerca de 60 passageiros no momento da tragédia. Imagens divulgadas pelas equipes de resgate mostram destroços espalhados pela encosta, com janelas estilhaçadas, estruturas metálicas retorcidas e partes da carroceria completamente destruídas.

Equipes de emergência foram mobilizadas para o resgate em uma operação de difícil acesso por conta do terreno acidentado da região. O estado de saúde dos feridos ainda não foi totalmente divulgado.

O Globo

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Venezuela ignora acordo comercial e impõe tarifa de 77% sobre os produtos brasileiros

Sem aviso prévio, a Venezuela começou a cobrar o imposto de importação sobre os produtos brasileiros que seriam isentos mediante apresentação do certificado de origem. Representantes de setores locais envolvidos na operação ainda apuram por que o País vizinho passou a fazer isso.

Desde 2014, Brasil e Venezuela têm um Acordo de Complementação Econômica que os impedem de cobrar, entre si, o imposto sobre quase todos os itens. Assim, apenas eventuais descumprimentos do termo ou decisões unilaterais retomariam a cobrança. No ano passado, a relação entre os países ficou estremecida após o presidente Lula (PT) não reconhecer a reeleição do ditador Nicolás Maduro.

O País de Maduro é o principal parceiro comercial de Roraima, consecutivamente, desde 2019. Em 2024, o Estado exportou, para a nação vizinha, 144,6 milhões de dólares em produtos (R$  799 milhões na atual cotação), especialmente farinha, cacau, margarina e cana de açúcar, todos com direito à isenção do imposto. Sem o acordo, a Venezuela cobra de 15% a 77% sobre cada item brasileiro.

O presidente da Câmara de Comércio Brasil-Venezuela, Eduardo Ostreicher, desconfia que a cobrança seja uma ordem do governo venezuelano em relação aos países do Mercosul ou um erro no sistema de cobrança. Assim, ele prepara uma carta à embaixada brasileira em Caracas com informações que já conseguiu possui sobre o assunto.

“Se for uma falha, precisamos aguardar a regularização do sistema. Se for determinação, será necessário conversar com as autoridades venezuelanas pra resolver a situação, porque ambos os governos perdem com isso”, disse.

A Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier) iniciou apurações internas para identificar as dificuldades para a aceitação, pela Venezuela, dos certificados de origem de produtos brasileiros.

Em nota, a entidade também reforçou que está em contato direto com autoridades brasileiras e venezuelanas para cobrar esclarecimentos e soluções rápidas para normalizar o fluxo comercial bilateral.

A Fier ainda destacou que, até o momento, os processos de emissão e reconhecimento dos certificados seguem rigorosamente as normas da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) e o Acordo de Complementação Econômica firmado entre os dois países.

Responsável por emitir os certificados de origem, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) confirmou que recebeu um relatório sobre dificuldades enfrentadas por exportadores brasileiros na Venezuela.

Assim, a pasta confirmou que a embaixada brasileira em Caracas já está em contato com autoridades venezuelanas para esclarecer a situação, enquanto o MDIC dialoga com representantes do setor produtivo para reunir informações mais desenvolvidas sobre os casos.

Folha BV

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