Aeroporto de Natal cresce 12% em voos e 5% em passageiros

Um ano após o início efetivo das operações da Zurich Airport Brasil, o Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, registrou um aumento de voos e passageiros. Ao todo, foram 2.400.701 passageiros em 2024, contra 2.285.476 viajantes – entre embarques e desembarques – no terminal em 2023. O crescimento é de 5%. Em relação a voos nacionais e internacionais, também foi registrado um aumento de 12,2%, saindo de 16.807 (2023) para 18.863 (2024). Além disso, a Zurich, nova concessionária do terminal, investiu R$ 25 milhões no aeroporto no primeiro ano de atividades no Rio Grande do Norte. O contrato de concessão é por 30 anos e foi iniciado oficialmente no dia 19 de fevereiro do ano passado.

O CEO da Zurich Airport Brasil, Ricardo Gesse, disse que o aumento pode ser atribuído “à maior oferta de assentos da Latam, mais frequências para Buenos Aires, pela GOL, e uma agenda integrada de promoção turística entre poder público, aeroporto, trade, companhias aéreas e operadoras”.

“Com relação a novos voos, tivemos recentemente a estreia dos voos diretos da Gol para o Aeroparque, em Buenos Aires, e mantemos um planejamento constante de trabalho junto às companhias aéreas para ampliar frequências e atrair novas rotas. Mas este é sempre um trabalho de médio a longo prazo e que não depende apenas da administração aeroportuária, mas também do poder público e parceiros do turismo”, acrescenta Ricardo.

Atualmente, os destinos operados em Natal são Lisboa, Buenos Aires, São Paulo, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Salvador, Belém, Uberlândia, Recife, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte-Confins e Fortaleza.

Ainda segundo Ricardo Gesse, o planejamento para 2025 “pressupõe a implementação do Hub dos Correios no aeroporto, que terá um impacto econômico importante para o Rio Grande do Norte e contribuirá para a operação de carga no Natal Airport”. Nesta semana, os Correios informaram à TRIBUNA DO NORTE que pretendem iniciar as atividades do hub em junho deste ano.

Outros planos da Zurich incluem a implementação do projeto 400 hertz e PCA, uma iniciativa sustentável que fornecerá energia limpa para aeronaves em solo. O investimento para a instalação destes equipamentos é de R$ 7 milhões. “Esse projeto garantirá a redução de 1.286 toneladas de CO2 por ano, equivalente ao sequestro de carbono por 9.896 árvores da Mata Atlântica”, apontou.

No final do ano passado, foi anunciado um investimento de R$ 185 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que seja realizada a ampliação do terminal. Além dos R$ 185 milhões, junto a outros dois investidores do mercado de capitais, por meio da oferta pública de debêntures incentivadas, o BNDES também aprovou o apoio financeiro adicional no valor de R$ 75 milhões, totalizando R$ 260 milhões em investimento. O objetivo é a modernização e adequação das instalações, para que o Aeroporto tenha maior capacidade operacional.

Nova licitante, novos investimentos

A TRIBUNA DO NORTE visitou as instalações do Aeroporto Aluízio Alves nesta semana e constatou mudanças em vários aspectos no terminal. Passageiros e turistas elogiaram as instalações e apontaram o clima “tranquilo” do aeroporto.

Para os passageiros que vão embarcar, foram delimitadas filas fixas e reorganização dos balcões na área do check-in, além de troca do piso tátil e melhorias no sistema de wayfinding, sistema de sinais, mapas e outras indicações que orientam os passageiros no aeroporto. Um dos pontos destacados pela administradora é o “aeroporto silencioso”, uma das marcas da Zurich em suas operações no país. A iniciativa visa proporcionar bem-estar e reduzir o estresse pré-embarque, por meio do conforto sonoro. Para isso, há painéis espalhados no terminal e os avisos sonoros emitidos são apenas os obrigatórios por lei.

Uma vez embarcado, o passageiro segue pelo mesmo caminho de antes: raio-x e lojas de departamentos até chegar na área de embarque. É nessa área que o viajante percebe outras mudanças, inclusive no pátio dos aviões: salas VIP para voos nacionais e internacionais oferecem bebidas, comida e conforto antes da viagem. Pode-se destacar ainda entre as melhorias 75% das longarinas energizadas, revitalização de pátio, pintura e readequações de pontes de embarque, compra de um novo carro para o Corpo de Bombeiros, limpeza profunda entre os vidros, entre outros detalhes.

“Achei que tem conforto aqui nas instalações, tem os carregadores para o celular. Percebi que é calmo também, tanto no desembarque quanto no embarque”, elogia o turista Paulo Sérgio, 61 anos, que veio de Americana-SP para conhecer Natal junto com a esposa, Liliana Valetich.

Além disso, foi feita a instalação de nove climatizadores provisórios, modernização do sistema de ar-condicionado e aumento do desvio de resíduos para aterros sanitários de 15% para cerca de 90%, em média.

Ainda neste primeiro semestre, a Zurich Airport deve anunciar duas novidades: um banheiro pet para viajantes com seus animais de estimação, já em funcionamento, e uma sala multisensorial para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A sala conta com brinquedos, livros, atividades práticas e estimulativas e um pequeno núcleo com três poltronas idênticas às dos aviões comerciais, com intuito de gerar ambientação em crianças e jovens com o diagnóstico do autismo. A sala está praticamente pronta e deve ser inaugurada ainda no primeiro semestre.

Outra perspectiva da Zurich é promover adequações no mix comercial das lojas e lanchonetes do terminal, com ideia de criar uma padronização entre as marcas presentes.

Mesmo com as mudanças, ainda é possível observar painéis com as cores da antiga concessionária Inframerica – verde, branco e laranja – ainda em fase de substituição, mostrando aos viajantes que há uma transição em curso.

“Assim que cheguei, falei desse assunto, que aqui é muito calmo, tranquilo, diferente de São Paulo, que é um tumulto, aquela correria”, avalia a viajante Rosinei Gazoli, de Osasco-SP, acrescentando ainda que os painéis informativos são acessíveis para busca de informações.

Relicitação foi a primeira do Brasil

O processo até à chegada da Zurich no Aeroporto de Natal foi longo, precisando de intervenções políticas para ser destravado. Desde 2020, quando a Inframerica anunciou a devolução do terminal, foram quatro anos até a nova concessionária começar de fato a operar o equipamento potiguar. Para isso, o terminal virou alvo da primeira relicitação da história do Brasil, precisando passar por uma série de autorizações jurídicas e avaliações junto ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Somente em janeiro de 2023, o TCU aprovou o projeto de relicitação do contrato de concessão, autorizando a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a promover o leilão para relicitação. O evento aconteceu em maio, com lance vencedor do grupo suíço, ofertando um lance de R$ 323 milhões. O valor foi integralmente pago à Inframerica como forma de indenização pelas perdas com o terminal potiguar. Além disso, o Governo Federal pagou outros R$ 199 milhões à empresa.

O Aeroporto Internacional Aluízio Alves foi o primeiro terminal do Brasil transferido para a iniciativa privada, em 2011, e o primeiro aeroporto federal a ser construído do zero pelo setor privado. O terminal foi uma das obras do RN para receber a Copa do Mundo de Futebol, com Natal sediando quatro jogos. A antiga concessionária, a Inframerica, iniciou suas operações em maio de 2014.

Em 2020, a Inframerica anunciou que iria devolver a concessão do aeroporto. A empresa alegou ter investido cerca de R$ 700 milhões em obras de infraestrutura, mas enfrentou dificuldades devido à crise econômica que o país atravessou, especialmente no período inicial da concessão, afetando o turismo na região.

A empresa informou que os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental realizados no início da concessão projetavam um fluxo de 4,3 milhões de passageiros em 2019. No entanto, o número registrado foi de 2,3 milhões, cerca da metade do previsto nos estudos.

Ícaro Carvalho
Repórter/Tribuna do Norte

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PRF prende passageiro de ônibus com 1kg de cocaína em São José de Mipibu

Na noite desta sexta-feira (21), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu um homem transportando aproximadamente 1kg de cocaína em um ônibus de linha interestadual que fazia o trajeto Recife-PE – Fortaleza-CE. A abordagem aconteceu na Unidade Operacional da PRF em São José de Mipibu, na BR-101, após o motorista do veículo relatar que um passageiro estava alterado e causando transtornos durante a viagem.

Ao subirem no ônibus, os policiais encontraram o suspeito saindo do banheiro. Comportamento que levantou suspeitas. Durante a vistoria no local, foi encontrado um tablete de cocaína escondido no lixo do banheiro. Diante da descoberta, o homem recebeu voz de prisão e, posteriormente, confessou que pegou a droga em Recife e pretendia levá-la até Fortaleza.

O suspeito foi encaminhado à Polícia Civil em Parnamirim/RN para os procedimentos cabíveis.

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Ameaça de Moraes a Cid abre brecha para contestar delação que implicou Bolsonaro

A conduta do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de dizer ao delator Mauro Cid que ele seria preso e familiares dele seriam investigados caso não contasse a verdade tem provocado discussões sobre a atitude do magistrado e abriu margem para questionamentos pela defesa e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 21 de novembro de 2024, o tenente-coronel Mauro Cid compareceu à sala de audiências do STF pressionado por um pedido da Polícia Federal e parecer da PGR (Procuradoria-Geral da República) favoráveis à sua prisão por descumprimento dos termos do acordo de colaboração premiada que tinha sido firmado em 2023.

Moraes fez um longo preâmbulo antes de passar a palavra ao colaborador, alertando sobre a possibilidade de prisão, de revogação da colaboração e de continuidade de investigações contra seus parentes caso não dissesse a verdade.

Cid acabou mudando a sua versão em pontos capitais do caso e, ao final, viu a sua delação mantida e o pedido de prisão, retirado.

Trechos de nova versão do delator, que aborda uma reunião na casa do general Walter Braga Netto, foram usados na denúncia da Procuradoria-Geral apresentada na última terça-feira (18).

Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Prerrogativas (grupo de advogados alinhados ao governo Lula), diz que a conduta de Moraes deve ser entendida como um alerta ao colaborador, o que segundo ele é comum em audiências de colaboração premiada.

“Esses alertas são protocolares, acontecem em todas as audiências. Embora eu seja crítico a alguns métodos e formas de conduzir do Alexandre [de Moraes], neste caso há pessoas que estão sendo profundamente injustas ao fatiar a realidade para chegar a uma determinada conclusão. Estão construindo uma fake news”, disse Carvalho.

Ao longo da Operação Lava Jato, na qual o uso de acordos de colaboração como base em acusações foi recorrente, era comum a crítica de advogados sobre a pressão feita por autoridades aos delatores e réus presos.

O delator Marcelo Odebrecht, por exemplo, teve ações penais anuladas no ano passado depois que o ministro do Supremo Dias Toffoli entendeu que houve ilegalidades na condução do caso, como “utilização de prisões alongadas, além de ameaças a parentes”.

Para o professor de direito penal da FGV-SP e integrante do Conselho de Prerrogativas da OAB-SP Rogério Taffarello, na audiência com Cid Moraes cometeu um excesso verbal que, porém, não deve ser considerado um constrangimento ilegal.

“Quanto às advertências feitas pelo ministro durante a audiência, em boa medida ele estava, com suas palavras, alertando o colaborador das consequências jurídicas de eventual colaboração infiel aos deveres de transparência e de dizer toda a verdade. É desejável que juízes sejam contidos nesse tipo de advertência, mas infelizmente nossa cultura judiciária tem admitido essa dureza no tratamento de investigados”, disse Taffarello.

“Não é, a meu ver, o ideal, o melhor jeito de conduzir uma audiência, mas não se trata de uma cena incomum no contexto judiciário criminal brasileiro, em todas as instâncias”, completou.

Procurado pela Folha, Celso Vilardi, advogado de Bolsonaro, preferiu não tratar especificamente da fala de Moraes, mas afirmou que vai pedir a anulação da delação. Segundo o criminalista, a audiência de novembro com Mauro Cid não poderia ter existido, uma vez que à época o Ministério Público já havia pedido o cancelamento da colaboração premiada.

Em entrevista ao canal GloboNews, na quarta-feira (20), Vilardi indicou entender que a conduta de Moraes merece questionamento jurídico.

“O juiz da causa pode dizer ao colaborador que se ele não falar a verdade ele vai ser preso e perde a imunidade para sua filha, sua mulher e seu pai?”, indagou o criminalista na ocasião.

Parlamentares bolsonaristas enquadram a fala de Moraes como tortura e coação.

“Mauro Cid ‘mudou de versão’ bem na hora em que Alexandre de Moraes o ameaçou de prisão. Isso é prática de tortura”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente.

“Prenderam, deixaram ele sem ver as filhas e a esposa, ameaçaram prender familiares. Cid ainda teve a carreira arrebentada. Nesse cenário, a pessoa inventa até o que não viu para tentar se livrar”, completou.

O mesmo termo foi utilizado pelo líder da oposição na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). “Não é delação premiada, é coação premiada. Ameaçar de voltar a prender o cara, a mulher do cara, a filha maior do cara e o pai do cara, o que que é isso? Tortura”, afirmou.

Mauro Cid foi preso duas vezes. Em 2023, ficou detido por quatro meses, tendo saído da cadeia ao firmar o acordo de colaboração.

Em março de 2024, ele foi novamente preso e passou 42 dias na prisão depois que a revista Veja revelou áudios em que ele criticava Moraes e colocava em xeque a lisura do acordo.

Em novembro, Moraes chegou a determinar que o telefone do tenente-coronel fosse grampeado, após a Polícia Federal identificar “omissões e contradições” na delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

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Presidente nacional do PSDB diz que partido vai se unir a Podemos e Solidariedade; No RN será a junção de Ezequiel, Styvenson e Kelps

Após meses negociando uma tentativa de fusão com PSD ou MDB, o presidente do PSDB, Marconi Perillo, diz que a sigla desistiu da união com as legendas. Segundo ele, os tucanos decidiram se unir com outros dois partidos menores: Podemos e Solidariedade. O objetivo, de acordo com a direção do partido, é evitar a entrada em um processo de “extinção” e manter o programa da sigla. Caso optasse pelo acordo com as legendas de Gilberto Kassab ou Baleia Rossi, a avaliação é que o PSDB acabaria submisso.

— O partido caminha nesta direção, de fazer fusão com partidos menores, para mantermos nosso programa, nossa história. A direção é essa. É o que a base quer e vamos fazer — disse o presidente do PSDB, Marconi Perillo.

Rio Grande do Norte

No RN, a fusão entre o PSDB, Podemos e Solidariedade significaria a junção do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do RN, Ezequiel Ferreira, do senador Styvenson Valentim e de Kelps Lima, hoje secretário da gestão da prefeita Nilda em Parnamirim, reunidos em um mesmo partido.

Negociações

Desde o início das movimentações para a união com o PSD ou MDB, integrantes da base tucana se mostraram incomodados e argumentaram que isso significaria abrir mão de uma tentativa de reabilitação. As negociações com Podemos e Solidariedade, então, passaram a avançar com maior facilidade. O PSDB tem hoje apenas 11 deputados, três senadores e três governadores.

O formato final da união entre as legendas ainda está sendo desenhado. O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, disse que a negociação entre a legenda e o PSDB avança para ser uma federação. Para isso, porém, é necessário que a atual federação PSDB-Cidadania seja desfeita antecipadamente, já que o prazo oficial para o término da união seria apenas em maio de 2026.

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Fila do SUS coloca vida da população em risco, diz pesquisa

A atual fila do Sistema Único de Saúde (SUS) coloca a vida da população brasileira em risco, segundo um estudo do Instituto Locomotiva. A pesquisa “A Classe C e a Saúde: os desafios de acesso a exames e consultas” traz um retrato sobre as dificuldades enfrentadas por mais de 100 milhões de pessoas que dependem do sistema público de saúde.

Segundo o estudo divulgado na sexta-feira (21) , 94% dos brasileiros da Classe C concordam com a seguinte frase: “o tempo de espera para a marcação e realização de consultas e exames no SUS coloca em risco a vida de muitos brasileiros”.

O instituto conclui que a maioria das pessoas de Classe C sofre principalmente quando busca por uma consulta com um especialista. Nove em cada dez brasileiros desta faixa econômica que tentaram uma consulta pelo SUS afirmam que o tempo de espera foi longo.

  • 60%: tempo de espera para consultas com médicos especialistas foi muito longo
  • 56%: tempo de espera para exames foi muito longo
  • 46%: tempo de espera para consultas com médicos generalistas foi muito longo

A pesquisa aponta que uma parte dos brasileiros convive com doenças que poderiam ter sido evitadas se o SUS fosse mais ágil. Por exemplo, 24% dos cidadãos apresentaram piora no quadro de saúde por causa do tempo de espera para conseguir uma consulta ou exame na rede.

A demora nos atendimentos e as consequentes complicações na saúde fizeram com que os brasileiros da Classe C buscassem a rede privada de saúde. De acordo com o Locomotiva, 72% das pessoas viveram ou conhecem alguém que passou por essa situação.

Além disso, cerca de um a cada três brasileiros de Classe C já desistiram de uma consulta muito demorada no SUS e arcaram com custos de um atendimento particular.

O levantamento também aponta que a população vê benefícios na integração entre os sistemas público e privado, com 95% dos entrevistados apoiando medidas que facilitem o compartilhamento de informações entre os dois setores.

A pesquisa foi realizada com 1.500 pessoas em 127 cidades de todas as regiões do Brasil. Foram entrevistados homens e mulheres com 18 anos ou mais, entre 19 e 21 de novembro de 2024.

As conversas foram feitas virtualmente e a margem de erro da pesquisa é de 2,6 pontos percentuais.

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Desembargador e juiz são afastados por suspeita de fraude em ação de R$ 150 mi da Eletrobras

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O desembargador Elci Simões de Oliveira, do Tribunal de Justiça do Amazonas, e o juiz Jean Carlos Pimentel dos Santos, da Vara Única da Comarca de Presidente Figueiredo, na região metropolitana de Manaus, foram afastados dos cargos por tempo indeterminado em uma investigação disciplinar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a liberação de alvarás de R$ 150 milhões em desfavor da Eletrobrás.

O Estadão pediu manifestação dos magistrados por meio da assessoria de imprensa do tribunal.

Dois motivos levaram aos afastamentos. Primeiro, o tempo de tramitação do processo que resultou na liberação do dinheiro, mais rápido que o normal. "Aceleradíssimo trâmite processual", diz um trecho da decisão que mandou afastar os magistrados.

Segundo, a tramitação de uma ação envolvendo valores tão vultuosos em uma comarca fora da capital. "Causa estranheza, ainda, o fato de execução de tamanha dimensão ter sido promovida em comarca do interior", segue o despacho.

Ao determinar os afastamentos, o ministro Mauro Campbell, corregedor do CNJ, afirmou que as suspeitas que recaem sobre os magistrados são "estarrecedoras" e que as decisões foram "teratológicas" e "temerárias".

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Festa de 45 anos do PT neste sábado terá Lula, ministros e samba no Rio

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O segundo dia da festa dos 45 anos do PT, no Centro do Rio de Janeiro, terá participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros de estado e políticos ligados à legenda, além de uma programação de shows de samba. De acordo com a agenda da presidência, Lula deve voltar para Brasília ainda durante o evento, às 12h30.

Por volta das 9h, havia longa fila no portão do Armazém 3 do Píer Mauá, na Zona Portuária da cidade. São esperadas 3 mil pessoas, capacidade máxima do espaço. A programação, que apontava a chegada do presidente às 9h30, está atrasada. A expectativa é que Lula chegue entre 10h30 e 11h00.

Dentro do galpão, logo na entrada, há uma série de barracas vendendo camisetas, bandeiras e apetrechos, ora com a estrela do PT, ora com a imagem vetorizada do rosto de Lula mais jovem, nos tempos do sindicato. Uma exposição com fotos e a história da legenda, antecede um espaço com sofás, mesas e bar. Tudo quanto possível é vermelho, a cor do partido. Forte, o ar condicionado aplaca o calor do exterior, na casa dos 34ºC.

Ao fundo, o palco a ser ocupado pelas lideranças da legenda, apresenta no momento uma plateia ainda pequena, que é gradualmente ocupada por militantes.

Segundo a Fundação Perseu Abramo, além do presidente da República, estão confirmados o secretário geral da presidência, Marcio Macedo e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que balançam nos cargos. Outras presenças garantidas são dos ministros Esther Dweck, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Anielle Franco, da Igualdade Racial, Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e Luiz Marinho, do Trabalho. Fecha a lista o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Assim como ontem, no primeiro dia de festa, a bancada do PT deve comparecer em peso, o que inclui a deputada federal e presidente da Legenda, Gleisi Hoffmann, cotada para assumir algum ministério após a reforma planejada por Lula da Esplanada. Fontes do partido, no entanto, têm negado rumores de que Lula já poderia anunciar Gleisi ministra hoje. A jornalistas, ontem, Gleisi não quis comentar o assunto.

Depois do ato político, haverá um sarau de literatura, música e poesia, seguido de shows de passinho (funk) e dos sambistas Moacyr Luz, Pretinho da Serrinha, Teresa Cristina, Roberta Sá e bateria da escola de samba Grande Rio.

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'Inflação vai piorar antes de melhorar', diz diretor do Banco Central

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O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Nilton David, disse nesta sexta, 21, que a avaliação da autoridade monetária é a de que os próximos meses serão desafiadores para a inflação, e que o indicador tende a piorar antes de melhorar. Ele participou de uma live organizada pelo Bradesco BBI.

\"A gente entende que os próximos meses vão ser desafiadores. A inflação vai piorar aos 12 meses antes de melhorar. Existe defasagem na política monetária. A gente tem uma boa convicção de que a gente estava contracionista (estratégia que consiste em desacelerar a economia por meio de elevação dos juros) antes da última alta, e que a gente está mais contracionista agora\", disse. Ele defendeu que haverá convergência do indicador, que chegará ao intervalo da meta dentro do horizonte relevante, que é o terceiro trimestre de 2026.

Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou os juros em 1 ponto porcentual, de 11,25% para 12,25%, e indicou mais duas altas da mesma magnitude. Em janeiro deste ano, o colegiado cumpriu a promessa ao elevar a taxa para 13,25% e reforçar que antevê outra elevação de mesmo nível em março, mas sem oferecer sinalização para maio. \"Não é um forward guidance (indicação dos próximos passos da autoridade monetária) adicional\", disse Nilton. \"A reunião de maio é a reunião de maio, não tem nada (decidido), não se fala nisso ainda.\"

Ex-chefe de operações da tesouraria do Bradesco, Nilton David - que foi indicado ao cargo no BC pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no fim do ano passado - disse que a autoridade monetária espera arrefecimento da atividade econômica, mas que não é isso que levará a uma parada no ciclo de alta nos juros, já que a meta é a inflação. \"O esperado é que a atividade arrefeça\", garantiu, e complementou. \"Não vai ser a (baixa) atividade que vai fazer com que a gente diminua o nível de juros. Vai ser a percepção e a convicção que está afetando o nível de inflação, o processo desinflacionário. Nossa meta é a inflação, obviamente que a atividade tende a ser um dos canais de transmissão.\"

O diretor defendeu que o BC precisa ter um grande conjunto de dados que mostre o esfriamento da atividade e que segue avaliando com lupa cada uma das possibilidades, inclusive o mercado de trabalho.

Ainda que a inflação esteja dentro do intervalo, pode estar acima do centro, ao redor de 4%. A meta a ser atingida é de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais (4,5%) e para menos (1,5%). \"Acho que o grande desafio vai ser a gente ver essa inflexão da inflação, que não vai acontecer nos próximos meses. Não é o esperado. A incerteza é grande\", disse.

Nilton David garantiu que o BC leva as expectativas a respeito da inflação muito a sério, tanto que foram colocadas na ata e no comunicado do Copom para justificar a decisão de elevação dos juros. Isso daria o tom da importância dada pelo BC a esse ponto.

O diretor acrescentou que uma eventual elevação \"preventiva\" da taxa Selic, com base em riscos no cenário, parece inadequada. Segundo ele, a política monetária já está apertada, o que demanda paciência para esperar seus efeitos.

\"Não é sem custo ficar com a política monetária apertada, longe disso\", disse. \"Subir os juros preemptivamente por algo que talvez aconteça não parece a política mais adequada quando já se está com juros restritivos.\"

Nilton destacou, no entanto, que o BC está observando todos os fatores e não vai hesitar em continuar elevando a taxa Selic. \"Acho que não tem nenhuma dúvida que o Banco Central vai ajustar os juros se for necessário.\"

\"Vou deixar bem claro: a política monetária funciona. Ponto. Então, se o vento de proa vai ser forte o suficiente para diminuir a força com que eu empurro, é outra história. Se vai haver outras coisas que vão fomentar crescimento nesse ínterim, é uma outra discussão. Então, se esse grupo aqui (presente na live) está meio que São Tomé, que tem de ver para crer, isso vai ser um processo mais demorado. O que não facilita muito a atividade do Banco Central, obviamente, mas é o que é. A gente trabalha com os dados de entrada e responde dessa forma.\"

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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