Jornal demite fotógrafo que flagrou gesto obsceno de Moraes em estádio

O jornal O Estado de S.Paulo demitiu, nessa quarta-feira (6/8), o fotógrafo Alex Silva, de 63 anos, autor da foto na qual o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aparece mostrando o dedo do meio a torcedores durante a primeira partida entre Corinthians e Palmeiras, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, no dia 30 de julho, na NeoQuímica Arena, em São Paulo.

O flagrante do gesto obsceno ocorreu durante a primeira aparição de Moraes após o ministro receber sanções do governo dos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky. No estádio, Moraes reagiu a xingamentos de um grupo de torcedores corintianos. A foto viralizou nas redes sociais e deu ensejo a uma série de críticas ao ministro do STF pelo comportamento em público.

Por meio de nota, o jornal afirmou que “o encerramento do vínculo profissional com o fotógrafo já estava planejado com antecedência e faz parte de uma redução de quadros da editoria de Fotografia, seguindo critérios exclusivamente administrativos” (leia a íntegra da nota no fim deste texto).

Especialista em coberturas esportivas, Alex Silva trabalhava no jornal havia 23 anos. Ao Metrópoles ele disse que a direção do veículo “não apresentou uma justificativa concreta” para o seu desligamento. Ele contou ter reclamado internamente que o jornal havia dado pouco destaque para a foto de Moraes e que acredita que a demissão esteja relacionada à repercussão política da imagem.

“Fico indignado, porque o jornal não apresentou uma justificativa concreta para a demissão, sobre o desempenho do meu trabalho. Simplesmente disseram que o RH pediu para me demitir, porque a empresa está passando por mudanças”, disse Alex Silva. “Acho que o jornal escondeu a foto. Eu reclamei isso com eles. Deram pouco espaço na home e não deram na capa”, completou.

Segundo o jornal, “não há lógica em associar tal decisão [demissão] à foto do ministro Alexandre de Moraes” feita pelo profissional. “A imagem em questão foi considerada de relevante valor jornalístico pelo Estadão. Não à toa, foi publicada como principal destaque na home do jornal ainda na noite da quarta-feira, dia do jogo”, diz a nota.

Alex Silva contou que fez o flagrante durante o aquecimento dos jogadores, antes do início da partida em Itaquera, após ter sido avisado por seu editor que o ministro do STF estava no estádio — Moraes é torcedor do Corinthians.

“Eu estava no meio do campo olhando para os camarotes. Daqui a pouco, ele [Moraes] aparece junto com algumas pessoas. Eu enquadrei ele [na câmera] e ouvi algumas vaias. Acho que alguém xingou naquela hora e daí ele mostrou o dedo do meio. Foram três fotogramas, nada mais. Quando vi a foto, saí correndo para transmitir para a redação”, lembra Silva.

Segundo ele, cerca de 70 fotógrafos estavam credenciados para cobrir o clássico paulista naquela noite. “Pensei que mais gente tinha feito essa mesma foto. Mas, durante o jogo, o pessoal começou a me dizer que a minha foto já estava em todos os lugares.”

Leia a íntegra da nota do jornal:

O encerramento do vínculo profissional com o fotógrafo já estava planejado com antecedência e faz parte de uma redução de quadros da editoria de Fotografia, seguindo critérios exclusivamente administrativos.

Não há lógica em associar tal decisão à foto do ministro Alexandre de Moraes feita pelo profissional durante uma partida do Corinthians. A imagem em questão foi considerada de relevante valor jornalístico pelo Estadão. Não à toa, foi publicada como principal destaque na home do jornal ainda na noite da quarta-feira, dia do jogo. Permaneceu na home durante toda o dia seguinte e também foi publicada em espaço importante na edição impressa. O jornal ainda pautou uma reportagem para informar ao público o contexto em que a imagem tinha sido obtida. Colunistas do jornal repercutiram a fotografia do ministro em textos e vídeos. Por meio do Estadão Conteúdo, a imagem foi vendida para inúmeros veículos.

O Estadão jamais abrirá mão de seu compromisso histórico com a liberdade de expressão e os mais altos padrões de independência editorial.

Metrópoles

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Extremoz encerra ciclo de oficinas do Rota 22 na região Metropolitana

Ao percorrer o Rio Grande do Norte com o objetivo de fortalecer a organização partidária e promover o alinhamento político de suas lideranças, o projeto Rota 22, iniciativa do Partido Liberal (PL), em parceria com o instituto Álvaro Valle, promoveu uma oficina em Extremoz nesta quinta-feira (7). A próxima agenda do Rota 22 será o Seminário da Região Metropolitana, em Natal, no dia 16 de agosto, no Olimpo Recepções. Se inscreva em www.plrota22.com.br.

A prefeita de Extremoz, Jussara Sales (PL), durante a abertura do evento, foi enfática: "A cidade de Extremoz é comprometida com quem tem compromisso com ela. E todos os dias eu reúno minha equipe para dizer a eles quem tem compromisso com Extremoz. Nós vamos gritar por quem ajuda o nosso povo", disse a gestora referindo-se às liderança do PL.

O presidente municipal do PL em Natal,  Coronel Hélio, demonstrou ao público presente que todos são a mola propulsora da região. "A voz que propaga, impulsiona e faz crescer", ressaltou. O empresário Paulo de Paula, ex-chanceler da UnP, foi um dos palestrantes em Extremoz. Paula de Paula diz que o foco reside na superação e na resiliência. Ele enfatiza a importância de tomar decisões, mesmo diante da adversidade, e de seguir em frente.

Idealizado pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), o Rota 22 já passou por diversas regiões do estado — como o Seridó, Alto Oeste, Mato Grande, Trairí, Agreste e Potengi — reunindo prefeitos, vereadores, lideranças comunitárias, filiados e apoiadores em encontros regionais que debatem os desafios locais e as perspectivas para 2026.

Fique conectado com o Rota 22 — acesse o site plrota22.com.br e confira quando o projeto passará por sua região. Mais informações também estão disponíveis nas redes sociais, pelos perfis @pl22rn e @plnacional22, e no canal de WhatsApp do Rota 22 no Rio Grande do Norte: canal.plrota22.com.br.



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Professor preso por matar ex-aluna recebeu salário durante 4 anos no RN



O professor Rubens Ferreira de Paiva Junior, 32, condenado a 18 anos de prisão por matar e enterrar a ex-aluna Letícia Dyrajaya da Silva Leão, 24, no quintal da casa dele, recebeu R$ 174.411 em remunerações do Estado do Rio Grande do Norte pelo exercício do cargo de docente em uma escola estadual em Rio do Fogo, entre agosto de 2021 e julho de 2024, período em que já estava condenado e preso. Nomeado pelo Estado em fevereiro de 2020, o professor de física e robótica só apareceu na unidade para tomar posse, em 12 de março daquele ano, e nunca deu uma única aula.

Rubens foi preso em 27 de maio de 2020, dias após o cometimento do crime, praticado no Jardins, São Gonçalo do Amarante. Ele ficou na cadeia preventivamente até a Justiça proferir a sentença de 18 anos, momento no qual o professor começou a cumprir a execução penal. Entre a condenação por feminicídio e a suspensão salarial se passaram três anos até que o Estado notasse a ausência do servidor.

Considerando o período em que esteve preso preventivamente, Rubens ficou quatro anos e três meses fora do radar do Estado – com remuneração total de R$ 231.958,20, incluindo salários, gratificações natalinas, férias e 13º. A progressão para o regime semiaberto está prevista para o próximo mês de setembro.

O “desaparecimento” de Rubens Ferreira foi comunicado à Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer (SEEC), por meio da 5ª Direc, ainda em novembro de 2020 – oito meses após a posse. Em ofício, a direção da Escola Estadual Dom Eugênio Sales avisa que o professor se apresentou para a posse, mas “não compareceu para realizar atividades recorrentes ao planejamento e execução de suas atividades desta instituição de ensino, sendo este o único dia presente na referida escola”.

Quase cinco anos depois, a SEEC deu início ao processo de solicitação de abertura de uma sindicância para apurar a ausência do professor. Em janeiro de 2025, um despacho da pasta reconheceu que não constavam registros da “última alocação e nem de quando o servidor foi alocado pela primeira vez” tampouco havia solicitações de licenças ou afastamentos. O caso foi classificado como “Fora de Exercício” na Secretaria e foi identificado após a conclusão do Censo dos Servidores Públicos da Educação, ao qual Rubens Ferreira evidentemente não respondeu por estar preso.

A movimentação interna de averiguação do caso revela que até o dia 9 de junho deste ano, a Secretaria de Educação não sabia que Rubens Ferreira estava sob a gestão do próprio Estado, através da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). “(…) diante de várias diligências e buscas, o servidor (a) se encontra em local desconhecido ou incerto”, diz trecho do despacho, que solicita a citação do professor em Diário Oficial sobre a abertura do processo administrativo.

Dias depois, em 17 de junho deste ano, a citação é publicada em Diário Oficial. “(…) faz saber o servidor Rubens Ferreira de Paiva Junior, que tramita nesta Secretaria, na Comissão Permanente de Sindicância, o Processo Administrativo, que não tendo sido encontrado para citação pessoal, fica citado para todos os atos e efeitos do referido processo, ficando intimado a comparecer a esta Comissão, na Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer, para prestar esclarecimentos concernentes ao referido processo”.

O que diz o Estado

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou contato com a titular da SEEC, Socorro Batista, mas a gestora preferiu não gravar entrevista. Em nota, a secretaria confirmou que “o professor Rubens Ferreira de Paiva Júnior teve seus vencimentos suspensos em junho de 2024, após a identificação de sua ausência pelo Censo da Rede Estadual de Ensino — iniciativa da atual gestão voltada ao aprimoramento do controle de pessoal da Secretaria”.

A secretaria reforçou que trabalha para verificar as circunstâncias que contribuíram para a não identificação prévia da situação e para definir as devidas responsabilidades. “O caso reforça a relevância das medidas de transparência, rigor e eficiência implantadas nos últimos anos. O Censo da Rede Estadual é uma ação estratégica, com o objetivo de corrigir distorções históricas e fortalecer os processos administrativos, promovendo um serviço público mais justo, eficiente e comprometido com o interesse da sociedade”, complementa a nota do Estado.

O secretário de Estado da Administração (Sead), Pedro Lopes, explicou que as informações sobre o exercício da profissão não são de competência da pasta. “A folha do Estado é processada no sistema Ergon. A base da informação, tanto a inicial como as alterações dos assentamentos funcionais, é prestada pelos órgãos de origem, cabendo a Sead a implantação e em seguida a elaboração da folha de pagamento mensal. Pela Sead não temos informação se um servidor está trabalhando, se faltou. Tudo isso é processado pelos órgãos de origem e alimentando no Ergon pelos seus respectivos setores de recursos humanos”.

A reportagem da TN também entrou em contato com a defesa que representou Rubens Ferreira no caso do feminicídio, mas a equipe não advoga mais para o professor.

Tribuna do Norte

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Extremoz sedia oficina regional do Rota 22 com participação de lideranças da Região Metropolitana

O projeto Rota 22, iniciativa do Partido Liberal (PL), em parceria com o instituto Álvaro Valle, que tem percorrido o Rio Grande do Norte com o objetivo de fortalecer a organização partidária e promover o alinhamento político de suas lideranças, realiza uma nova etapa em Extremoz nesta quinta-feira (7), a partir das 14h, no espaço Alegria de Saber, no Centro da cidade.

Desta vez, o encontro reunirá representantes e lideranças políticas não apenas de Extremoz, mas também dos municípios de Ceará-Mirim, São Gonçalo do Amarante e da Zona Norte de Natal, ampliando o diálogo sobre os desafios comuns da Região Metropolitana e as estratégias do PL para 2026.

Idealizado pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), o Rota 22 tem mobilizado filiados, prefeitos, vereadores, presidentes de diretórios e apoiadores em encontros regionais por todo o estado. Durante as oficinas, são debatidos temas como estrutura partidária, comunicação estratégica, prestação de contas, planejamento eleitoral e mobilização de base.

A anfitriã desta edição é a prefeita de Extremoz, Jussara Sales, que também preside o PL Mulher no RN. Para ela, o momento é de escuta e união: “A construção de um projeto forte para o RN passa pelo fortalecimento da Região Metropolitana. Esse encontro é uma oportunidade para ouvir, propor e organizar.”

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Pesquisa Consult em Parnamirim: Rogério (41,2%) amplia vantagem em segundo cenário e abre 18 pontos sobre Allyson (23,4%)

Em um segundo cenário com menos nomes na disputa, o senador Rogério Marinho (PL) dispara na preferência do eleitorado de Parnamirim e amplia a vantagem sobre os adversários. É o que mostra nova rodada da pesquisa Consult divulgada nesta quinta-feira (7) pela Tribuna do Norte.

Segundo o levantamento, Rogério lidera com 41,2% das intenções de voto, abrindo 17,8 pontos de vantagem sobre o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), que aparece com 23,4%. O terceiro nome testado foi o de Cadu Xavier, que pontuou com 5,6%.

Ainda de acordo com a pesquisa, 10,8% dos entrevistados disseram que não votariam em nenhum dos três, enquanto 19% afirmaram não saber ou preferiram não responder.

A sondagem foi realizada no último dia 2 de agosto, com 500 entrevistas no município de Parnamirim. A margem de erro é de 4,3 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.


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Moto com quase 2 mil infrações e R$ 618 mil em dívidas é apreendida no RN

Uma motocicleta com 1.990 infrações registradas e R$ 618.813,72 em dívidas foi apreendida nesta quarta-feira 6 em Rafael Fernandes, no Alto Oeste potiguar, segundo a 4ª Companhia Independente de Policiamento Rodoviário (4ª CIPRv). Do total, 1.794 autuações foram por excesso de velocidade.

A moto, ano 2019, tem valor de mercado estimado em R$ 13,7 mil pela tabela Fipe de 2025. O condutor abordado relatou à polícia que adquiriu o veículo por R$ 5 mil, mas não informou quem foi o vendedor. Ele não foi preso.

Segundo a polícia, o veículo apresentava placa do município de Assis, em São Paulo, e tinha sinais de adulteração no chassi. A abordagem constatou ainda restrições judiciais, alienação fiduciária e histórico de sinistro de média monta.

O último licenciamento da moto havia sido em 2019, ano de fabricação. A maior parte da dívida é composta por multas, que somam cerca de R$ 617 mil. O restante é referente ao não pagamento do IPVA.

Entre as 1.990 infrações registradas, a Polícia Rodoviária apontou:

  • 1.794 por excesso de velocidade
  • 163 por avanço de sinal vermelho
  • 9 por condução sem capacete
  • 2 por dirigir sem possuir CNH
  • 2 por desobediência a ordens de agentes
  • 2 por transposição de bloqueio policial
  • 1 por manobra perigosa

O veículo foi recolhido.

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Diversidade de temas marca oficina do Rota 22 em Parnamirim


Saúde pública, educação, qualificação de mão de obra, saneamento básico e oportunidade de trabalho para a moradores de Parnamirim (RN) foram temas da oficina do Projeto Rota 22, na tarde desta quarta-feira (6), na Câmara Municipal de Parnamirim, marcando a chegada do projeto à Região Metropolitana de Natal, que nesta quinta-feira (7), a partir das 14h, no espaço Alegria de Saber, em Extremoz, realiza nova oficina. O Rota 22 é uma iniciativa do Partido Liberal (PL) em parceria com o Instituto Álvaro Valle.

Levaram a mensagem do PL, o vereador de Natal, Subtenente Eliabe, o ex-prefeito de Nísia Floresta, Daniel Marinho, e o comunicador e ex-candidato a prefeito de Parnamirim, Salatiel de Souza. Participando da oficina, Michael Diniz (PL), vereador de Parnamirim (RN), externou o desafio da política empreendedora que o Partido Liberal tem no seu espírito enquanto partido político. "A ideia empreendedora tem que ser estimulada e fomentada", disse. 

Gabriel Cesar, vereador de Parnamirim (RN), falando da crise no atendimento à saúde em Parnamirim, defendeu o entendimento entre as gestões das cidades vizinhas para que não ocorra negativa de atendimento às pessoas que residem em regiões de fronteira das cidades. "É preciso normatizar o atendimento e as prefeituras resolverem este problema", disse o vereador, contador e pós-graduado em poder legislativo e políticas públicas.

Rachel Ribeiro,  mulher, mãe, cuidadora e agente de transformação, compartilhou o propósito de construir uma cidade mais justa, humana e que respeite as dores e os direitos de quem cuida e de quem é cuidado. Também fez uma alerta: "Precisamos conscientizar os jovens desde cedo. As pessoas preferem o Bolsa Família do que o trabalho. E isso gera mão de obra desqualificada. É preciso fazer este chamamento".

Já Gabriela Fagundes, arquiteta e urbanista, integrante do PL Mulher Parnamirim, chamou os presentes para o olhar da formação de mão de obra no setor da construção civil. "É um setor que tem recurso, movimenta a economia, mas que precisa de trabalhador qualificado", disse.

Idealizado pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), o Rota 22 já passou por diversas regiões do estado — como o Seridó, Alto Oeste, Mato Grande, Trairí, Agreste e Potengi — reunindo prefeitos, vereadores, lideranças comunitárias, filiados e apoiadores em encontros regionais que debatem os desafios locais e as perspectivas para 2026.

Fique conectado com o Rota 22 — acesse o site plrota22.com.br e confira quando o projeto passará por sua região. Mais informações também estão disponíveis nas redes sociais, pelos perfis @pl22rn e @plnacional22, e no canal de WhatsApp do Rota 22 no Rio Grande do Norte: canal.plrota22.com.br.

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“Vaza Toga” expõe o “sistema chinês” de Moraes no TSE e no STF

A ordem de prisão domiciliar expedida por Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro, na segunda-feira, acabou ofuscando aquele que deveria ser o grande fato em Brasília, comentado extensivamente por todos os veículos de comunicação, tamanha a sua gravidade. Falamos de uma nova leva de mensagens trocadas por assessores de Moraes, obtidas pelos jornalistas Eli Vieira e David Ágape e divulgadas pelo também jornalista Michael Shellenberger. Se na primeira rodada da “Vaza Toga” ficou evidente a existência de uma atuação “fora do rito” (um eufemismo para o que ficaria melhor chamar de conluio) em que estruturas do TSE eram usadas para ajudar a fundamentar decisões de Moraes em inquéritos no STF, as novas mensagens mostram que a “Justiça paralela” foi muito mais longe.

Funcionários das duas cortes – incluindo juízes auxiliares de Moraes – foram recrutados para montar uma espécie de unidade informal de inteligência que funcionava por meio de um grupo de WhatsApp. O objetivo era vasculhar a presença on-line dos brasileiros detidos nos acampamentos em frente a quartéis do Exército após os atos de 8 de janeiro de 2023, de forma que seu destino era decidido com base nessas publicações. As mensagens indicam que Moraes teria até mesmo autorizado militantes políticos, universidades e agências de checagem a se infiltrar em grupos privados de troca de mensagens, usando seu e-mail pessoal para não deixar rastros institucionais. A administração desta força-tarefa informal estaria a cargo de Cristina Yukiko Kusahara, chefe de gabinete de Moraes no STF.


Se Gilmar Mendes disse em junho que “nós todos somos admiradores do regime chinês”, Alexandre de Moraes o colocou em prática: uma simples crítica passou a fazer a diferença entre a liberdade e a Papuda ou a Colmeia


Uma das principais tarefas deste grupo era a elaboração de “certidões”, que podiam ser positivas ou negativas, dependendo do tipo de publicações feitas pelas pessoas investigadas ou detidas. Qualquer crítica que tivesse sido feita ao STF, ao PT ou ao presidente Lula bastaria para uma “certidão positiva”, que por sua vez transformaria a vida do detido em um inferno. Os exemplos dados são escabrosos. Um artesão ganhou uma “certidão positiva” por publicar uma imagem com os dizeres “fazer cumprir a Constituição não é golpe”. Um caminhoneiro foi classificado da mesma forma por chamar de “vendidos” os ministros do STF e questionar “como esse cara [Lula] conseguiu 60 milhões de votos?”. Um ambulante apenas publicou críticas a Lula e ao PT. Em outro episódio, Cristina Kusahara dizia aos colegas que, apesar de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter pedido a soltura de um grupo de detidos do 8 de janeiro, Moraes não queria atender o pedido “sem antes a gente ver nas redes se tem alguma coisa”.

Tudo isso, a julgar pelos conteúdos divulgados, era feito de forma totalmente oculta: nem a PGR, nem os advogados de defesa dos réus do 8 de janeiro tinham acesso a tais “certidões” – se é que sabiam de sua existência até agora. A apuração de Vieira e Ágape indica que os membros da “Justiça paralela” de Moraes usaram dados da Receita, do cadastro nacional de portadores de habilitação e até do banco de dados biométrico do TSE, violando a Lei Geral de Proteção de Dados. Tudo circulava à margem dos procedimentos processuais legais e da chamada “cadeia de custódia”, que garante a integridade das evidências colhidas em uma investigação criminal.


Em resumo, se Gilmar Mendes disse em junho que “nós todos somos admiradores do regime chinês”, Alexandre de Moraes o colocou em prática: uma simples crítica passou a fazer a diferença entre a liberdade e a Papuda ou a Colmeia. As novas mensagens revelam a existência de um sistema de “fichamento ideológico” no qual pouco importam eventuais crimes reais cometidos pelas pessoas; são suas opiniões que, no fim das contas, determinam o destino de quem foi preso na Praça dos Três Poderes ou no dia seguinte, diante dos quartéis – ainda que vários desses detidos não tivessem estado nos atos de vandalismo da véspera. Não há outro nome para isso, a não ser totalitarismo.


Já não faltavam motivos para que Hugo Motta finalmente colocasse em funcionamento a CPI do Abuso de Autoridade na Câmara dos Deputados; as novas mensagens apenas reforçam a sua urgência. A CPI é, hoje, a única instância que tem o poder de lançar luz sobre o sistema repressivo montado por Moraes, ouvindo todos os envolvidos – especialmente o ex-assessor do TSE Eduardo Tagliaferro. E o único obstáculo para que isso ocorra é a covardia, especialmente da imprensa e de formadores de opinião que se recusam a dar ao assunto a repercussão que ele merece, e de Hugo Motta, que até agora não autorizou a abertura da CPI, embora ela cumpra todos os requisitos constitucionais. Felizmente, este é obstáculo superável; basta que os envolvidos consultem suas consciências e se perguntem se querem mesmo passar para a história como lacaios de autocratas, ou se querem deixar um legado positivo para o Brasil.

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Mulher invade casa do ex duas vezes para tentar matá-lo em Mossoró

Uma mulher de 36 anos foi presa por tentar matar o ex-companheiro e o ex-sogro a facadas, em dois momentos diferentes, no intervalo de apenas 24 horas, em Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte. A suspeita, identificada como Rosângela Ramalho da Silva, não aceitava o fim do relacionamento com José Soares Nogueira, de 40 anos, e invadiu a casa dele duas vezes com uma faca.

Na primeira tentativa, Rosângela atacou o ex e o pai dele, um idoso de 85 anos, na residência onde eles moram. José foi socorrido ao Hospital Regional Tarcísio Maia e passou por cirurgia. Segundo boletim médico, o quadro de saúde é estável. Já o pai dele foi atendido e liberado em seguida.

Após o primeiro crime, a suspeita foi detida, mas liberada durante a audiência de custódia. No dia seguinte, Rosângela retornou à casa da vítima e tentou matá-lo novamente, mesmo ele estando ferido e em recuperação.

De acordo com o delegado Caetano Baumann, da Delegacia de Plantão de Mossoró, Rosângela foi presa pela segunda vez, mas também acabou liberada, porque não havia boletim de ocorrência sobre a segunda tentativa de homicídio. Isso aconteceu porque José ainda está internado e, por isso, não conseguiu registrar o caso formalmente na delegacia.

A Polícia Civil aguarda o depoimento da vítima para dar continuidade às investigações. O caso está sendo tratado como tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe e pode evoluir conforme o andamento do inquérito.

Portal da Tropical

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Lula é o principal culpado por tarifa dos EUA, mostra pesquisa

Uma pesquisa nacional do Instituto Ibespe realizada entre os dias 1º e 3 de agosto revela que a maioria dos brasileiros considera que a tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros tem motivação política — e não comercial, como alega o Palácio do Planalto.

Segundo o levantamento, 60% dos entrevistados enxergam a medida norte-americana como uma retaliação política. Apenas 29,7% acreditam que a decisão tem razões comerciais.

“Mesmo com o esforço em rotular a medida como econômica, os dados mostram que a maioria da população compreendeu o contexto geopolítico da decisão”, afirma o cientista político Marcelo Di Giuseppe, coordenador da pesquisa. “Isso revela uma consciência política que vai além da superfície das narrativas.”

Questionados sobre quem seria o maior responsável pela imposição da tarifa norte-americana, 25,3% dos entrevistados citaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele aparece à frente do presidente dos EUA, Donald Trump (19,9%), e de Jair Bolsonaro (11,5%).

Outros nomes citados incluem o “governo brasileiro” (7,7%) e o ministro Alexandre de Moraes (2,8%). Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro, alvo de críticas por denunciar o STF no exterior, foi responsabilizado por apenas 2,8% dos entrevistados.

“A tentativa de criminalizar a denúncia feita por Eduardo Bolsonaro não encontrou respaldo na opinião pública. Ao contrário do que alegaram seus adversários, a população majoritariamente não o vê como traidor da pátria”, destacou Giuseppe.

Um dado que chama atenção é a uniformidade da percepção política entre diferentes perfis de consumo de mídia. O Ibespe mostra que 68,7% dos brasileiros que se informam por redes sociais veem a tarifa como retaliação política. Entre os que se informam principalmente pela televisão, o índice também é alto: 62,3%.

A pequena diferença revela que a narrativa do governo Lula sobre uma suposta motivação econômica da medida norte-americana não se sustentou nem entre o público tradicional da TV, historicamente mais influenciado pelos grandes grupos de comunicação.

“Essa pesquisa evidencia que estamos diante de uma disputa narrativa, e que os meios alternativos de informação estão conseguindo romper o monopólio da interpretação dos fatos”, explica o cientista político.

Mesmo entre eleitores que votaram em Lula no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, 24,4% o responsabilizam pela crise com os Estados Unidos. Entre os eleitores de Jair Bolsonaro, esse número salta para 39%, segundo a pesquisa.

Revista Oeste

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