Juiz que soltou bandido com 86 passagens pela polícia é marido de filósofa defensora do assalto

Rubens Casara e Marcia Tiburi: o casal é autor da peça "Um Fascista no Divã", em que ataca o ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: Rubens Casara (Edilson Rodrigues/Agência Senado) | Marcia Tiburi (Tomaz Silva/Agência Brasil))

Uma das decisões mais controversas do ano no sistema judiciário brasileiro foi emitida por um juiz carioca no final de julho. Rubens Casara, da 43ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, determinou a soltura de um jovem, detido por roubo, que possuía impressionantes 86 anotações criminais em sua ficha — marcada por acusações de furto, porte de arma, lesão corporal e ameaça.

O caso ganhou contornos particularmente polêmicos quando veio à tona um detalhe sobre a vida pessoal do magistrado: Casara é marido da filósofa petista Marcia Tiburi, famosa por se declarar “a favor do assalto”. Os dois ainda se destacam por seu ativismo político explícito, que inclui até a criação de uma peça de teatro, escrita a quatro mãos, na qual atacam o ex-presidente Jair Bolsonaro (intitulada “Um Fascista no Divã”).

Patrick Rocha Maciel, de 20 anos, havia sido capturado após roubar uma farmácia no bairro de Ipanema, na Zona Sul da cidade, com parecer favorável do Ministério Público para manutenção da prisão preventiva. Rubens Casara, no entanto, optou pela libertação do réu, com base em uma justificativa que causou indignação em um momento de grave crise na segurança pública do país. 

De acordo o magistrado, “a existência de anotações na folha penal não é pressuposto da prisão cautelar”. Além disso, “não se pode presumir que os acusados retornarão a delinquir”, pois “não há espaço para exercício de futurologia no processo penal”. 


Como pena “alternativa”, quase simbólica, o juiz impôs ao réu apenas o comparecimento mensal em cartório e a proibição de sair do estado por mais de uma semana — ambas com validade de apenas 100 dias. 

As medidas foram consideram insuficientes pelos críticos, principalmente porque as imagens captadas pelas câmeras de segurança do local mostram Maciel forçando portões e pegando equipamentos eletrônicos. Em suas redes sociais, o senador Sergio Moro (União-PR) foi um dos que reagiu: “A porta giratória das audiências de custódia precisa acabar”, disse. 

Autoexílio na capital do amor 

Autor de livros como “Prisão: Além do Senso Comum” e “Estado Pós-democrático: Neo-obscurantismo e Gestão dos Indesejáveis”, Rubens Casara desenvolve teses “antipunitivistas” que acompanham uma rejeição ao capitalismo e ao neoliberalismo. 

Para o juiz, há uma aproximação “pornográfica” entre os poderes político e econômico — e, nesse cenário, o sistema penal se torna um instrumento de controle social dos pobres e dos inimigos do projeto neoliberal. Ainda segundo ele, a manutenção do chamado racismo estrutural é fundamental para a dominação desses grupos. 


Marcia Tiburi, candidata derrotada do PT ao governo do Rio de Janeiro em 2018, também dá um verniz intelectual à sua postura radical. De acordo com ela, a frase “Sou a favor do assalto”, dita durante uma entrevista, foi apenas uma “provocação filosófica” para questionar a lógica do capitalismo.

“A ilimitação, que caracteriza o neoliberalismo, aproxima o empresário que só se preocupa em lucrar, mesmo que para tanto tenha que ‘relativizar’ direitos dos trabalhadores e sonegar impostos, do simples ladrão, que viola a liberdade da vítima para adquirir bens”, afirmou, em um artigo publicado na revista Cult. 

Seja como for, a fala foi usada exaustivamente por seus adversários durante a campanha eleitoral. E, no ano seguinte, já com Jair Bolsonaro no Planalto, a filósofa anunciou um “autoexílio” na França — após ameaças de morte supostamente recebidas por suas posições políticas contra o novo presidente. 

No entanto, houve quem viu na fuga de Tiburi um pretexto para passar uma agradável temporada na Europa. Não por acaso, na mesma época, Casara conseguiu uma licença remunerada de dois anos para fazer um pós-doutorado na capital francesa.


Fixação por Bolsonaro 

Casara e Tiburi garantem que “Um Fascista no Divã” não é exclusivamente sobre Jair Bolsonaro — e, sim, uma análise do “processo do golpe [como definem o impeachment de Dilma Rousseff] e da ascensão do fascismo” no Brasil.

“Houve uma inspiração em todos esses brutamontes da política. Bolsonaro é um conjunto de homens e mulheres muito parecidos. Não é só Bolsonaro, mas várias outras dessas figuras abjetas e grotescas que fazem sucesso na política brasileira desde o golpe de 2016”, disse a filósofa, em uma entrevista concedida pelo casal à revista de esquerda CartaCapital

A peça, no entanto, retrata uma psicanalista às voltas com um paciente improvável: um deputado do baixo clero, conservador, do campo político da direita e “potencial candidato à presidência”, que procura o consultório por sugestão de seu marqueteiro. 

“Coincidências” à parte, Rubens Casara foi mais direto em “Bolsonaro: O Mito e o Sintoma”, livro em que busca, segundo a sinopse, “compreender como se conduz um significativo contingente da população brasileira a apoiar um líder de feição explicitamente autoritária e pensamento empobrecido”. 


“Bolsonaro é o nome que se pronuncia quando a pessoa não pode expressar diretamente o desejo de votar em propostas sexistas, homofóbicas ou no retorno da ditadura civil-militar e sua ideologia de 1964”, afirmou o juiz, que também é psicanalista, em outra entrevista para a CartaCapital

Outro alvo preferencial de Casara é o filósofo Olavo de Carvalho (1947-2022). Em seus textos e entrevistas, o magistrado o descreve como “intelectual orgânico da ignorância”. “Ele construiu um sistema de ideias vendido para muita gente, através de um curso online, e essas pessoas passaram a acreditar que a verdade sobre o mundo era aquilo ali que elas aprenderam”, afirma. 

Fã de Che Guevara 

Rubens Casara já manifestava seu ativismo desde o início da década passada. Ele ganhou alguma notoriedade por pendurar uma imagem do guerrilheiro Che Guevara em seu gabinete e participar de eventos ao lado de lideranças do PSOL e do MST. 

Mas seu nome ganhou projeção nacional pela primeira vez em 2016, quando protagonizou um episódio que exemplifica a politização da magistratura. Durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, o juiz fez questão de dar as caras — e se pronunciar — num protesto contra o afastamento da petista no Rio de Janeiro. 


“É tão bom olhar para a Avenida Atlântica e não ver nenhum coxinha. Eu falo aqui hoje como um juiz de direito, não de direita, muito menos de extrema-direita golpista”, disse para a imprensa. E ainda criticou o STF: "Se as instituições estivessem funcionando, se o Supremo Tribunal Federal estivesse funcionando, essa palhaçada já tinha sido barrada”. 

A conduta desencadeou uma investigação disciplinar por parte do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pois a Lei Orgânica da Magistratura proíbe a atuação político-partidária de juízes. Contudo, o processo foi arquivado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e posteriormente anulado pelo STF — por meio de uma decisão do ministro Ricardo Lewandowski (indicado por Lula, não custa lembrar). 

Hoje, Casara tem uma opinião diferente sobre a Corte. “Neste momento, formou-se no STF uma maioria comprometida em manter o que nós temos de democracia, de República”, disse ao canal do YouTube TV GGN

Sobram elogios até para o ministro Alexandre Moraes. “Estou longe de ser um admirador do ministro, já critiquei várias de suas decisões do ponto de vista acadêmico e teórico. Mas é inegável de que se trata de um ator jurídico extremamente corajoso. E a coragem é uma virtude que falta na sociedade brasileira.” 


Confronto com Moro 

Casara é outro membro famoso do grupo Prerrogativas, criado por advogados de esquerda para enfraquecer a Lava Jato e defender a inocência de Lula em seu período na prisão.

No auge da força-tarefa, ele veio a público repetidas vezes para criticar a operação, que classificou como “processo-espetáculo” e “instrumento da racionalidade neoliberal”. Para ele, a força-tarefa criou um “ambiente de mocinho e bandido” para entreter as “maiorias de ocasião, forjadas pelos meios de comunicação”. 

Em 2015, durante uma audiência pública no Senado para discutir mudanças no Código de Processo Penal, Casara confrontou diretamente Sergio Moro, que defendia a prisão de réus já a partir de uma condenação confirmada em segunda instância. Ele comparou o projeto sustentado por Moro a “experiências da Alemanha nazista e do fascismo italiano”. 

Rede de influência 

Autor de uma produção intelectual de fundo marxista, temperada com elementos de psicanálise, Rubens Casara desenvolve uma crítica radical ao capitalismo e, especialmente, ao neoliberalismo (talvez sua maior obsessão, seguida pela figura de Jair Bolsonaro). 

O mais alarmante, porém, é a possível dimensão de sua influência no meio jurídico. Em 2024, foi publicado “Direito e Poder: Escritos em Homenagem a Rubens Casara”, livro que reúne artigos inéditos de 51 professores, juízes, promotores e advogados — todos dedicados a festejar a obra do magistrado carioca. 

Além de trazer um tom celebratório, a coletânea revela, de acordo com a sinopse, como cada colaborador “o acompanha nas preocupações com a militância, que deve ser convertida em práticas de preservação da democracia” (segundo a ótica esquerdista, evidentemente). 

Trata-se, portanto, de uma rede de influência presente em universidades, tribunais e outros órgãos do sistema de Justiça — e responsável por ressoar uma visão de mundo que enxerga o aparato penal como um instrumento de “opressão capitalista” e os criminosos, “vítimas de uma ordem injusta”.

A reportagem da Gazeta do povo entrou em contato com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e com o próprio Rubens Casara para solicitar uma entrevista com o juiz, mas não obteve retorno até a conclusão deste texto.

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Vaquinha para tratamento de mulher agredida pelo namorado com 61 socos arrecada mais de R$ 100 mil

campanha de arrecadação criada para custear o tratamento de Juliana Garcia, agredida pelo namorado Igor Eduardo Pereira Cabral com mais de 60 socos, ultrapassou R$ 102 mil nesta quarta-feira (13). Mais de 2,1 mil pessoas fizeram doações.

Juliana está em casa, em Natal, onde recebe tratamentos adicionais após passar por cirurgia de reconstrução facial no dia 1º de agosto.

Na terça-feira (12), ela compartilhou que realizou sessões de fisioterapia facial para recuperar movimentos e a fala, comprometidos pelas lesões. Há três dias, contou que fez um procedimento de laserterapia “para reduzir o edema e modular a inflamação”.

Igor Cabral está preso e é réu por tentativa de feminicídio.

g1-RN


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O Brasil não aguenta mais o PT e não aguenta mais o Lula, diz Tarcísio


Para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está na hora do Brasil “trocar o piloto” para avançar rumo à melhorias.

“O mundo está de portas abertas para o Brasil, o Brasil já fez grandes coisas, é só trocar o piloto porque o carro é bom pra caramba”, afirmou no evento AgroForum, promovido pelo BTG Pactual.

Durante um painel ao lado dos governadores Ronaldo Caiado (União), Ratinho Jr (PSD) e Eduardo Leite (PSD), Tarcísio criticou que o país esteja “há quarenta anos discutindo a mesma pessoa”, ao se referir ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“A gente está perdendo alguns bondes, o bonde da tecnologia energética, o bonde da bioeconomia, o bonde do conhecimento, o mundo está de portas abertas para o Brasil e a gente andando aqui numa ciranda e discutindo picuinha. O Brasil não aguenta mais o PT, o Brasil não aguenta mais o Lula”, disse Tarcísio, sob fortes aplausos da plateia.

Na mesma linha falou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que defendeu que o país “vire essa página para uma nova geração”.

“Vamos ter uma eleição no ano que vem que, se Lula for candidato, em dez eleições desde a redemocratização, em sete ele terá sido candidato, teria sido oito se pudesse ter concorrido naquela de 2018 e sabemos que nas outras duas que ele concorreu, virtualmente ele foi quem estava sustentando o projeto da candidata que venceu. O país precisa virar essa página para uma nova geração”, afirmou.

CNN Brasil

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Glória Perez diz que “cultura woke foi arrasadora para a dramaturgia. Censura muito pior que a do regime militar”

Glória Perez, uma das maiores autoras de novelas do Brasil, culpou a cultura woke pela crise nas produções brasileiras. Glória Perez fez duras críticas ao avanço da cultura woke no entretenimento. Em entrevista à Folha de São Paulo, ela afirmou que o politicamente correto vem sufocando a criatividade dos escritores, impondo uma censura “muito pior” que a do regime militar.

A cultura “woke” introduziu um cerceamento à imaginação. A opção de não desagradar, de não tocar em temas sensíveis, de transformar conflitos humanos em pautas, acabou por encerrar a dramaturgia numa espécie de fórmula, retirando dela a capacidade de provocar. A cultura “woke” foi arrasadora para a dramaturgia”, afirmou Glória em entrevista para a Folha de São Paulo.

A dramaturga também disse que a censura nos dias de hoje chega a ser pior do que o que acontecia durante o regime militar. Para ela, era difícil lidar com a censura oficial, no entanto, com as redes sociais é praticamente impossível evitar ataques dos mais diferentes grupos. “Na época, você tinha uma censura comandada pela dona Solange . Era ela quem mandava cortar as coisas. Só que agora nós temos uma multiplicidade enorme de ‘Solanges’. Solange Hernandes comandou a Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP) entre os anos 1981 e 1985, no fim do regime militar.

Glória seguiu afirmando que novelas conhecidas por marcarem época, como O Clone e Caminho das Índias , não teriam existido os dias atuais.

No contexto atual, elas nem chegariam ao público. Foram novelas inovadoras, e inovar pressupõe correr riscos. “Salve Jorge”, além de tratar de um tema muito sensível, o tráfico de pessoas, trazia a personagem da Nanda Costa como a primeira protagonista favelada e prostituída. Não imagino que essa ousadia fosse aprovada hoje em dia.”

A declaração acontece poucos meses após seu rompimento com a Rede Globo, motivado pelo veto a uma produção que abordaria o tema do aborto. Para a autora, a interferência ideológica e o excesso de filtros criativos têm limitado a liberdade de expressão e empobrecido as narrativas.

No debate sobre arte, liberdade e impacto cultural, a fala de Glória reacende uma questão: até onde vai a liberdade criativa e onde começa a censura?

Com informações de Folha de S. Paulo e Brasil Paralelo

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Carnatal 2025 será lançado dia 4 de setembro com início das vendas e iniciativas inéditas; 70% dos camarotes particulares já comercializados

O lançamento oficial da edição 2025 do Carnatal vai acontecer dia 4 de setembro, na Arena das Dunas, e vai ter dois momentos: entrevista coletiva com a imprensa e a apresentação das novidades para convidados. 

Além das atrações dos blocos e do camarote Beats, os diretores revelarão iniciativas inéditas que prometem ampliar ainda mais o impacto do evento na cidade.

Mesmo antes de ser lançado, o Carnatal 2025 já mostra sua força econômica: 70% dos camarotes particulares já foram vendidos na pré-venda, sinalizando mais um ano de sucesso para o turismo e a economia de Natal.

Durante o lançamento oficial serão divulgadas as atrações – tanto dos blocos quanto do camarote Beats – e a abertura de vendas. Mais informações podem ser encontradas no perfil oficial do evento @carnatal.

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Tráfico Interestadual: Operação da PF no RN, PB e CE determina bloqueio de até R$ 200 milhões

Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Rio Grande do Norte (FICCO/RN) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (13), a Operação Barba, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico interestadual de drogas e na lavagem de dinheiro.

Ao todo, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão nos estados do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A Justiça também determinou o bloqueio e sequestro de bens de 26 investigados — sendo 16 pessoas físicas e 10 empresas — que podem chegar a um valor total de R$ 200 milhões.

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Adultização Justiça determina suspensão das redes sociais de Hytalo Santos

A Justiça da Paraíba determinou nesta terça-feira (12) a suspensão dos perfis do influenciador Hytalo Santos nas redes sociais. A medida também interrompe a monetização dos canais e o proíbe de ter contato com menores de idade.

A decisão foi motivada por uma ação protocolada pelo Ministério Público após o influenciador Felca denunciar perfis que usam crianças e adolescentes para promover a adultização infantil.

Além das medidas cautelares, Hytalo Santos também é investigado pela exposição de adolescentes a conteúdos com conotação sexual.

Após a repercussão do caso, o Congresso Nacional se mobilizou para aprovar medidas contra a exposição de menores.

Mais cedo, a Câmara dos Deputados decidiu criar um grupo de trabalho destinado a elaborar um projeto de lei (PL) para combater a adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais.

Um dos textos sugeridos como base para o novo texto é o PL 2.628 de 2022, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE). O projeto exige que as empresas de redes sociais criem mecanismos para evitar conteúdos com erotização de crianças. O texto prevê multas para as plataformas de até 10% do faturamento da companhia em caso de descumprir o que determina a legislação.

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Rota 22 traz Michelle Bolsonaro e Valdemar Costa Neto à Natal neste sábado (16)

A próxima parada do Rota 22 será neste sábado, 16 de agosto, em Natal, com o Seminário da Região Metropolitana, a partir das 8h, no Olimpo Recepções, em Candelária. O evento contará com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente nacional do PL Mulher, como convidada especial, assim como o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto que será um dos palestrantes do evento. O Rota 22 segue mobilizando lideranças e a população do Rio Grande do Norte em torno de debates sobre o futuro do estado e do país.

Se inscreva em www.plrota22.com.br e participe do seminário do Rota 22, iniciativa do Partido Liberal (PL), em parceria com o instituto Álvaro Valle. "A participação da ex-primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, e do presidente do PL no país, Valdemar Costa Neto, reforça a importância do seminário para o fortalecimento da representação feminina e das pautas defendidas pela base conservadora no estado", avalia Rogério Marinho, líder da oposição no Senado e secretário-geral do PL Nacional.

Costa Neto tem demonstrado esforço em manter a coesão e definir estratégias políticas do PL, buscando influenciar o cenário político atual e para as eleições de 2026. Ele está ativamente envolvido em reuniões com lideranças de partido de Centro e Direita buscando novas lideranças alinhadas ao pensamento político conservador.

Reconhecida por sua atuação em causas sociais e em defesa da família, da vida e da educação, Michelle Bolsonaro tem se destacado por sua liderança em pautas conservadoras e de mobilização comunitária. Com forte vínculo com ações voluntárias e apoio a instituições filantrópicas, ela é uma voz ativa no fortalecimento da base do Partido Liberal (PL), participando de agendas públicas, eventos oficiais e campanhas de engajamento político e social.

O seminário terá como foco os principais desafios enfrentados pelos municípios da Região Metropolitana de Natal, com discussões voltadas para temas como segurança, saúde, educação, infraestrutura, geração de emprego e políticas sociais. Como nas outras edições do projeto, a escuta da população e dos representantes locais é parte essencial da construção coletiva de propostas para o futuro do Rio Grande do Norte.

O Rota 22 tem se consolidado como uma ferramenta de diálogo com a sociedade potiguar, reunindo vereadores, prefeitos, lideranças comunitárias, religiosos, parlamentares e cidadãos de todas as regiões do estado. A proposta do projeto é promover o debate aberto e transparente sobre os problemas e soluções para o desenvolvimento sustentável e seguro do RN.

Fique conectado com o Rota 22 — acesse o site plrota22.com.br e confira quando o projeto passará por sua região. Mais informações também estão disponíveis nas redes sociais, pelos perfis @pl22rn e @plnacional22, e no canal de WhatsApp do Rota 22 no Rio Grande do Norte: canal.plrota22.com.br.

Serviço:

Evento: Seminário Rota 22 – Região Metropolitana

Data: 16 de agosto (sábado)

Horário: 8h

Local: Olimpo Recepções, Candelária – Natal (RN)

Convidados: Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL e Michelle Bolsonaro, presidente nacional do PL Mulher

Entrada gratuita - Se inscreva em www.plrota22.com.br.

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Devaneios soberanos: Lula e o espetáculo da falsa autonomia

imbróglio em curso com os EUA de Donald Trump colocou em primeiro plano o tema da soberania nacional, por trás do qual o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se empenhado em escudar-se, na tentativa de recuperar pelo menos parte de sua popularidade em declínio.

Não obstante, em minhas quatro décadas de Brasil, tenho assistido a uma sequência de renúncias do Estado brasileiro aos instrumentos de exercício de uma soberania autêntica em sua capacidade de formulação de políticas públicas condizentes com os interesses genuínos da sociedade nacional.

Para restringir-me apenas a duas delas, remeto à adesão incondicional à “globalização financeira” e à agenda ambientalista-indigenista internacional, praticada pelos governos da “Nova República”, principalmente, a partir da década de 1990.

No campo econômico-financeiro, independentemente do governo de plantão, o controle foi “terceirizado” à Faria Lima, dentro dos critérios do “Consenso de Washington”. Nas rédeas do processo está o Banco Central (BC), encarregado da função quase exclusiva de manter a inflação dentro de uma meta pré-determinada com a questionável ferramenta dos juros elevados. Ao mesmo tempo, o governo federal é forçado a um draconiano regime de austeridade fiscal em benefício do serviço da dívida pública, que leva a parte do leão do orçamento federal.

Ao longo de todo o período, o BC vem-se constituindo numa autarquia com autonomia crescente para decidir o rumo das finanças nacionais. Não por acaso, quase todos os presidentes do banco têm saído do mercado financeiro.

O resultado foi a conversão do Brasil em uma fábrica de juros e dividendos, com baixa capacidade de investimento público e privado, em detrimento do desenvolvimento das atividades produtivas legais, cujo retorno esperado fica em ampla desvantagem frente ao regime de juros estratosféricos em vigor.

No momento, o BC mantém “esterilizadas” reservas cambiais da ordem de US$ 330 bilhões, a maior parte nos EUA, quando pelo menos uma parcela delas (que nem precisava passar de um terço) poderia ser aplicada, por exemplo, num grande programa de construção de saneamento básico, para solucionar o maior problema ambiental real do país e proporcionar uma injeção de produtividade na economia.

A restrição de soberania também se mostra com ênfase na ocupação física do território nacional e no aproveitamento dos seus recursos naturais. O processo decisório, desde o final da década de 1980, tem sido transferido a um aparato ideológico internacional que instrumentaliza critérios exacerbados de proteção do meio ambiente e de povos indígenas.

Esses critérios atuam como elementos de arbitragem supremos para toda sorte de empreendimentos produtivos, inclusive projetos de infraestrutura vitais para proporcionar ganhos de produtividade econômica e de mobilidade para populações carentes do interior, principalmente, na Amazônia Legal.

Integram esse aparato uma constelação de ONGs internacionais e nacionais, com forte financiamento de fundações privadas e governos estrangeiros, e um corpo de tecnocratas governamentais que atuam como elementos infiltrados no aparelho do Estado.

A lista de empreendimentos inviabilizados, retardados, artificialmente encarecidos ou simplesmente bloqueados, é imensa, causando prejuízos incalculáveis ao país. Para citar apenas alguns: a usina hidrelétrica de Belo Monte; a pavimentação da rodovia Manaus-Porto Velho (BR-319); a ferrovia EF-170 (Ferrogrão); a exploração da Margem Equatorial Brasileira; a exploração de potássio em Autazes (AM); e muitos outros, cuja mera menção encheria facilmente todo este artigo.

Esses exemplos denotam as limitações que têm sido impostas à soberania do Brasil, inclusive por muitos dos que hoje a invocam batendo no peito.

Curiosamente, em 2022, os EUA de Joe Biden promoveram uma série de intervenções de alto perfil em Brasília, em favor do então candidato do PT, com visitas de altos funcionários civis e militares, que vieram “advertir” contra qualquer suposta interferência indevida no processo eleitoral por parte do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Na ocasião, não houve declarações inflamadas sobre violações da soberania nacional.

Dois anos depois, na presidência, Lula não se melindrou em retribuir a preferência, apoiando abertamente a candidata democrata Kamala Harris no pleito eleitoral de 2024, tendo chegado a afirmar que uma vitória de seu oponente republicano seria equivalente a um “retorno do nazismo e fascismo com outra cara”. Da mesma forma, não houve acusações ao presidente brasileiro pela intromissão indevida nas eleições estadunidenses.

Atitudes que mostram os seus desdobramentos nos episódios atuais.

Diante de tais fatos, convenhamos que os arroubos patrióticos vindos de Brasília têm muito mais de devaneios e bem menos de soberanos.


Lorenzo Carrasco - Gazeta do Povo

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Cortesia entre cúmplices: o pacto silencioso entre Senado e STF


A crise política que assola o Brasil expõe uma ferida institucional que há anos sangra em silêncio: a cumplicidade entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Senado Federal. No centro dessa tempestade está o ministro Alexandre de Moraes, protagonista de decisões cada vez mais controversas e concentradoras de poder.

Apesar dos inúmeros pedidos de impeachment protocolados, a presidência do Senado se recusa sistematicamente a pautar o processo. Mas não se trata apenas de covardia política — estamos diante de um arranjo malicioso, um sistema construído para garantir que os poderosos jamais sejam responsabilizados. Um pacto informal de impunidade mútua.

A Constituição de 1988 previu, em sua letra, um sistema de freios e contrapesos entre os Poderes. Estabeleceu que os ministros do STF seriam julgados pelo Senado, e que os senadores, por sua vez, estariam sujeitos ao julgamento do Supremo. Na teoria, isso deveria garantir equilíbrio institucional. Mas na prática, o que se desenhou foi uma estrutura de autoproteção entre castas.

Um faz de conta institucional, cuidadosamente elaborado por uma elite política que jamais teve real interesse em submeter-se à vontade popular ou aos rigores da justiça.

É preciso lembrar que a Constituição de 1988 não caiu do céu, nem foi escrita por filósofos ou por juristas apartidários. Foi redigida, artigo por artigo, por políticos eleitos sob as regras do regime anterior, muitos dos quais já estavam há décadas encastelados no poder.

Políticos comprometidos, em sua maioria, com a manutenção de seus próprios privilégios, e não com o ideal abstrato da democracia representativa. O resultado foi uma Carta que consagrou diversas garantias importantes — sim — mas que também preservou estruturas que favorecem a impunidade, o corporativismo e a concentração de poder.

O sistema de pesos e contrapesos nunca foi plenamente funcional no Brasil porque foi desenhado por aqueles que não queriam ser realmente vigiados, fiscalizados ou responsabilizados.

O Senado julgar ministros? O STF julgar senadores? A ideia parecia bela no papel, mas foi deliberadamente amarrada por entraves, exigências políticas e trâmites que, na prática, tornam qualquer responsabilização uma raridade. A impunidade foi constitucionalizada por omissão e conveniência.

É exatamente esse o pano de fundo da atual crise. Um ministro pode abusar do poder, violar garantias, atropelar o devido processo legal, interferir em eleições, censurar cidadãos — e nada acontece. Porque do outro lado está um Senado que não ousa enfrentá-lo, não por respeito institucional, mas por receio de que a cortesia não seja retribuída.

Esse arranjo se tornou regra: senadores não processam ministros, ministros não condenam senadores. O resultado é uma simbiose perversa, onde cada lado garante a sobrevivência do outro

Trata-se, como já dito, de uma cortesia entre cúmplices. Um pacto de não agressão, em que todos continuam fazendo o que querem — e ninguém é punido.

As consequências disso são graves e crescentes. Em primeiro lugar, o comportamento dos agentes públicos se deteriora visivelmente. A certeza de impunidade destrói qualquer freio moral. Em segundo, a confiança da população nas instituições desaparece.

O cidadão sabe que será punido por um deslize comum, mas também sabe que um ministro pode desrespeitar a Constituição, ou um senador pode vender emendas, sem qualquer consequência. E enquanto o Brasil institucionaliza essa impunidade mútua, democracias mais sérias desenvolvem mecanismos mais firmes.

Lei Magnitsky, por exemplo, permite a aplicação de sanções concretas contra indivíduos — incluindo autoridades — envolvidos em corrupção e violações de direitos humanos, mesmo quando o sistema jurídico nacional está capturado.

Esse tipo de mecanismo externo, que foge das estruturas de proteção corporativa, tem sido mais eficaz para conter abusos de figuras como Alexandre de Moraes do que a própria Constituição brasileira.

É irônico, mas revelador: um ministro do STF brasileiro teme mais a possibilidade de ter sua conta congelada nos Estados Unidos ou na Europa do que de ser julgado pelo Senado — exatamente porque ele sabe que, internamente, a Justiça não alcança os de cima.

O problema não é apenas institucional, mas cultural e histórico. O Brasil se tornou um país onde o sistema jurídico foi moldado para preservar a elite política e judicial. O cidadão pode até mudar de governo, mas os que controlam as estruturas do poder permanecem inatingíveis.

A Constituição, em vez de ser um pacto popular pela justiça e liberdade, acabou sendo, em muitos aspectos, um manual de blindagem institucional cuidadosamente redigido pelos próprios interessados em não serem punidos.

O povo brasileiro, ainda que paciente, não é ingênuo. A percepção da impunidade no topo do sistema alimenta o cinismo, a descrença e a desobediência civil. Sem justiça para todos, a democracia se esvazia. E enquanto a elite política e judiciária insiste em brincar de República, o Brasil afunda numa crise ética profunda.

É hora de romper com esse pacto silencioso. É hora de exigir que o Senado cumpra seu dever constitucional, que o STF respeite os limites de sua função, e que a lei finalmente passe a valer também para quem tem toga ou mandato.

Porque só haverá justiça de verdade quando a cortesia entre cúmplices for substituída por responsabilidade entre servidores públicos. E isso não virá de dentro do sistema — virá da pressão do povo brasileiro, que já compreendeu, com clareza, quem são os verdadeiros inimigos da República.

Edemir Bogesky von Schörner é formado em Direito pela PUCPR, analista Judiciário Sênior do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná e secretário de Relações Internacionais do Bloco de Intendentes, Prefeitos, Alcaídes e Empresários do Mercosul (BRIPAEM).

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