Juiz que soltou bandido com 86 passagens pela polícia é marido de filósofa defensora do assalto

Rubens Casara e Marcia Tiburi: o casal é autor da peça "Um Fascista no Divã", em que ataca o ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: Rubens Casara (Edilson Rodrigues/Agência Senado) | Marcia Tiburi (Tomaz Silva/Agência Brasil))

Uma das decisões mais controversas do ano no sistema judiciário brasileiro foi emitida por um juiz carioca no final de julho. Rubens Casara, da 43ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, determinou a soltura de um jovem, detido por roubo, que possuía impressionantes 86 anotações criminais em sua ficha — marcada por acusações de furto, porte de arma, lesão corporal e ameaça.

O caso ganhou contornos particularmente polêmicos quando veio à tona um detalhe sobre a vida pessoal do magistrado: Casara é marido da filósofa petista Marcia Tiburi, famosa por se declarar “a favor do assalto”. Os dois ainda se destacam por seu ativismo político explícito, que inclui até a criação de uma peça de teatro, escrita a quatro mãos, na qual atacam o ex-presidente Jair Bolsonaro (intitulada “Um Fascista no Divã”).

Patrick Rocha Maciel, de 20 anos, havia sido capturado após roubar uma farmácia no bairro de Ipanema, na Zona Sul da cidade, com parecer favorável do Ministério Público para manutenção da prisão preventiva. Rubens Casara, no entanto, optou pela libertação do réu, com base em uma justificativa que causou indignação em um momento de grave crise na segurança pública do país. 

De acordo o magistrado, “a existência de anotações na folha penal não é pressuposto da prisão cautelar”. Além disso, “não se pode presumir que os acusados retornarão a delinquir”, pois “não há espaço para exercício de futurologia no processo penal”. 


Como pena “alternativa”, quase simbólica, o juiz impôs ao réu apenas o comparecimento mensal em cartório e a proibição de sair do estado por mais de uma semana — ambas com validade de apenas 100 dias. 

As medidas foram consideram insuficientes pelos críticos, principalmente porque as imagens captadas pelas câmeras de segurança do local mostram Maciel forçando portões e pegando equipamentos eletrônicos. Em suas redes sociais, o senador Sergio Moro (União-PR) foi um dos que reagiu: “A porta giratória das audiências de custódia precisa acabar”, disse. 

Autoexílio na capital do amor 

Autor de livros como “Prisão: Além do Senso Comum” e “Estado Pós-democrático: Neo-obscurantismo e Gestão dos Indesejáveis”, Rubens Casara desenvolve teses “antipunitivistas” que acompanham uma rejeição ao capitalismo e ao neoliberalismo. 

Para o juiz, há uma aproximação “pornográfica” entre os poderes político e econômico — e, nesse cenário, o sistema penal se torna um instrumento de controle social dos pobres e dos inimigos do projeto neoliberal. Ainda segundo ele, a manutenção do chamado racismo estrutural é fundamental para a dominação desses grupos. 


Marcia Tiburi, candidata derrotada do PT ao governo do Rio de Janeiro em 2018, também dá um verniz intelectual à sua postura radical. De acordo com ela, a frase “Sou a favor do assalto”, dita durante uma entrevista, foi apenas uma “provocação filosófica” para questionar a lógica do capitalismo.

“A ilimitação, que caracteriza o neoliberalismo, aproxima o empresário que só se preocupa em lucrar, mesmo que para tanto tenha que ‘relativizar’ direitos dos trabalhadores e sonegar impostos, do simples ladrão, que viola a liberdade da vítima para adquirir bens”, afirmou, em um artigo publicado na revista Cult. 

Seja como for, a fala foi usada exaustivamente por seus adversários durante a campanha eleitoral. E, no ano seguinte, já com Jair Bolsonaro no Planalto, a filósofa anunciou um “autoexílio” na França — após ameaças de morte supostamente recebidas por suas posições políticas contra o novo presidente. 

No entanto, houve quem viu na fuga de Tiburi um pretexto para passar uma agradável temporada na Europa. Não por acaso, na mesma época, Casara conseguiu uma licença remunerada de dois anos para fazer um pós-doutorado na capital francesa.


Fixação por Bolsonaro 

Casara e Tiburi garantem que “Um Fascista no Divã” não é exclusivamente sobre Jair Bolsonaro — e, sim, uma análise do “processo do golpe [como definem o impeachment de Dilma Rousseff] e da ascensão do fascismo” no Brasil.

“Houve uma inspiração em todos esses brutamontes da política. Bolsonaro é um conjunto de homens e mulheres muito parecidos. Não é só Bolsonaro, mas várias outras dessas figuras abjetas e grotescas que fazem sucesso na política brasileira desde o golpe de 2016”, disse a filósofa, em uma entrevista concedida pelo casal à revista de esquerda CartaCapital

A peça, no entanto, retrata uma psicanalista às voltas com um paciente improvável: um deputado do baixo clero, conservador, do campo político da direita e “potencial candidato à presidência”, que procura o consultório por sugestão de seu marqueteiro. 

“Coincidências” à parte, Rubens Casara foi mais direto em “Bolsonaro: O Mito e o Sintoma”, livro em que busca, segundo a sinopse, “compreender como se conduz um significativo contingente da população brasileira a apoiar um líder de feição explicitamente autoritária e pensamento empobrecido”. 


“Bolsonaro é o nome que se pronuncia quando a pessoa não pode expressar diretamente o desejo de votar em propostas sexistas, homofóbicas ou no retorno da ditadura civil-militar e sua ideologia de 1964”, afirmou o juiz, que também é psicanalista, em outra entrevista para a CartaCapital

Outro alvo preferencial de Casara é o filósofo Olavo de Carvalho (1947-2022). Em seus textos e entrevistas, o magistrado o descreve como “intelectual orgânico da ignorância”. “Ele construiu um sistema de ideias vendido para muita gente, através de um curso online, e essas pessoas passaram a acreditar que a verdade sobre o mundo era aquilo ali que elas aprenderam”, afirma. 

Fã de Che Guevara 

Rubens Casara já manifestava seu ativismo desde o início da década passada. Ele ganhou alguma notoriedade por pendurar uma imagem do guerrilheiro Che Guevara em seu gabinete e participar de eventos ao lado de lideranças do PSOL e do MST. 

Mas seu nome ganhou projeção nacional pela primeira vez em 2016, quando protagonizou um episódio que exemplifica a politização da magistratura. Durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, o juiz fez questão de dar as caras — e se pronunciar — num protesto contra o afastamento da petista no Rio de Janeiro. 


“É tão bom olhar para a Avenida Atlântica e não ver nenhum coxinha. Eu falo aqui hoje como um juiz de direito, não de direita, muito menos de extrema-direita golpista”, disse para a imprensa. E ainda criticou o STF: "Se as instituições estivessem funcionando, se o Supremo Tribunal Federal estivesse funcionando, essa palhaçada já tinha sido barrada”. 

A conduta desencadeou uma investigação disciplinar por parte do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pois a Lei Orgânica da Magistratura proíbe a atuação político-partidária de juízes. Contudo, o processo foi arquivado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e posteriormente anulado pelo STF — por meio de uma decisão do ministro Ricardo Lewandowski (indicado por Lula, não custa lembrar). 

Hoje, Casara tem uma opinião diferente sobre a Corte. “Neste momento, formou-se no STF uma maioria comprometida em manter o que nós temos de democracia, de República”, disse ao canal do YouTube TV GGN

Sobram elogios até para o ministro Alexandre Moraes. “Estou longe de ser um admirador do ministro, já critiquei várias de suas decisões do ponto de vista acadêmico e teórico. Mas é inegável de que se trata de um ator jurídico extremamente corajoso. E a coragem é uma virtude que falta na sociedade brasileira.” 


Confronto com Moro 

Casara é outro membro famoso do grupo Prerrogativas, criado por advogados de esquerda para enfraquecer a Lava Jato e defender a inocência de Lula em seu período na prisão.

No auge da força-tarefa, ele veio a público repetidas vezes para criticar a operação, que classificou como “processo-espetáculo” e “instrumento da racionalidade neoliberal”. Para ele, a força-tarefa criou um “ambiente de mocinho e bandido” para entreter as “maiorias de ocasião, forjadas pelos meios de comunicação”. 

Em 2015, durante uma audiência pública no Senado para discutir mudanças no Código de Processo Penal, Casara confrontou diretamente Sergio Moro, que defendia a prisão de réus já a partir de uma condenação confirmada em segunda instância. Ele comparou o projeto sustentado por Moro a “experiências da Alemanha nazista e do fascismo italiano”. 

Rede de influência 

Autor de uma produção intelectual de fundo marxista, temperada com elementos de psicanálise, Rubens Casara desenvolve uma crítica radical ao capitalismo e, especialmente, ao neoliberalismo (talvez sua maior obsessão, seguida pela figura de Jair Bolsonaro). 

O mais alarmante, porém, é a possível dimensão de sua influência no meio jurídico. Em 2024, foi publicado “Direito e Poder: Escritos em Homenagem a Rubens Casara”, livro que reúne artigos inéditos de 51 professores, juízes, promotores e advogados — todos dedicados a festejar a obra do magistrado carioca. 

Além de trazer um tom celebratório, a coletânea revela, de acordo com a sinopse, como cada colaborador “o acompanha nas preocupações com a militância, que deve ser convertida em práticas de preservação da democracia” (segundo a ótica esquerdista, evidentemente). 

Trata-se, portanto, de uma rede de influência presente em universidades, tribunais e outros órgãos do sistema de Justiça — e responsável por ressoar uma visão de mundo que enxerga o aparato penal como um instrumento de “opressão capitalista” e os criminosos, “vítimas de uma ordem injusta”.

A reportagem da Gazeta do povo entrou em contato com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e com o próprio Rubens Casara para solicitar uma entrevista com o juiz, mas não obteve retorno até a conclusão deste texto.

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Vaquinha para tratamento de mulher agredida pelo namorado com 61 socos arrecada mais de R$ 100 mil

campanha de arrecadação criada para custear o tratamento de Juliana Garcia, agredida pelo namorado Igor Eduardo Pereira Cabral com mais de 60 socos, ultrapassou R$ 102 mil nesta quarta-feira (13). Mais de 2,1 mil pessoas fizeram doações.

Juliana está em casa, em Natal, onde recebe tratamentos adicionais após passar por cirurgia de reconstrução facial no dia 1º de agosto.

Na terça-feira (12), ela compartilhou que realizou sessões de fisioterapia facial para recuperar movimentos e a fala, comprometidos pelas lesões. Há três dias, contou que fez um procedimento de laserterapia “para reduzir o edema e modular a inflamação”.

Igor Cabral está preso e é réu por tentativa de feminicídio.

g1-RN


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Glória Perez diz que “cultura woke foi arrasadora para a dramaturgia. Censura muito pior que a do regime militar”

Glória Perez, uma das maiores autoras de novelas do Brasil, culpou a cultura woke pela crise nas produções brasileiras. Glória Perez fez duras críticas ao avanço da cultura woke no entretenimento. Em entrevista à Folha de São Paulo, ela afirmou que o politicamente correto vem sufocando a criatividade dos escritores, impondo uma censura “muito pior” que a do regime militar.

A cultura “woke” introduziu um cerceamento à imaginação. A opção de não desagradar, de não tocar em temas sensíveis, de transformar conflitos humanos em pautas, acabou por encerrar a dramaturgia numa espécie de fórmula, retirando dela a capacidade de provocar. A cultura “woke” foi arrasadora para a dramaturgia”, afirmou Glória em entrevista para a Folha de São Paulo.

A dramaturga também disse que a censura nos dias de hoje chega a ser pior do que o que acontecia durante o regime militar. Para ela, era difícil lidar com a censura oficial, no entanto, com as redes sociais é praticamente impossível evitar ataques dos mais diferentes grupos. “Na época, você tinha uma censura comandada pela dona Solange . Era ela quem mandava cortar as coisas. Só que agora nós temos uma multiplicidade enorme de ‘Solanges’. Solange Hernandes comandou a Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP) entre os anos 1981 e 1985, no fim do regime militar.

Glória seguiu afirmando que novelas conhecidas por marcarem época, como O Clone e Caminho das Índias , não teriam existido os dias atuais.

No contexto atual, elas nem chegariam ao público. Foram novelas inovadoras, e inovar pressupõe correr riscos. “Salve Jorge”, além de tratar de um tema muito sensível, o tráfico de pessoas, trazia a personagem da Nanda Costa como a primeira protagonista favelada e prostituída. Não imagino que essa ousadia fosse aprovada hoje em dia.”

A declaração acontece poucos meses após seu rompimento com a Rede Globo, motivado pelo veto a uma produção que abordaria o tema do aborto. Para a autora, a interferência ideológica e o excesso de filtros criativos têm limitado a liberdade de expressão e empobrecido as narrativas.

No debate sobre arte, liberdade e impacto cultural, a fala de Glória reacende uma questão: até onde vai a liberdade criativa e onde começa a censura?

Com informações de Folha de S. Paulo e Brasil Paralelo

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Ministros do STF estão “apavorados” com possibilidade de sanções pela Lei Magnitsky

Um político influente, com longa trajetória no Congresso e acesso direto a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que integrantes da Corte estão “apavorados” com a possibilidade de serem incluídos na lista de sanções da Lei Magnitsky, legislação norte-americana que permite punir estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.

“Imagine só isso acontecer no estágio de vida deles. Ninguém quer uma coisa dessas”, disse o parlamentar, em declaração publicada pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo. Segundo informações do veículo, a perspectiva de sofrer restrições financeiras e de viagens impostas pelos Estados Unidos causa forte apreensão entre os magistrados.

A apreensão ganhou força após a inclusão do ministro Alexandre de Moraes na lista da Lei Magnitsky em 30 de julho. Como mostrou a Gazeta do Povo, a medida pode congelar bens nos EUA e proibir a entrada do sancionado no país.

Nesse contexto, é provável que o ministro fique impossibilitado de usar cartões de crédito (como Visa, MasterCard e American Express) e pode encontrar mais dificuldade para fazer transações no sistema bancário, uma vez que vários bancos brasileiros operam nos EUA, como o Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander, BTG e Safra.

Na semana passada, presidente-executivo do Itaú, Milton Maluhy Filho, anunciou que a instituição cumprirá integralmente as exigências da Lei Magnitsky.

"Cumprimos rigorosamente as leis de todas as jurisdições onde atuamos", afirmou. E acrescentou: "Temos advogados externos e nos cercamos dos melhores consultores jurídicos".

Moraes também pode ter contas bloqueadas em serviços digitais de empresas americanas – por exemplo, de gigantes digitais como Uber, Amazon, Microsoft, Apple, Starlink, Google e Meta –, o que o impede de usar produtos online dessas marcas. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro defendem ampliar o alcance da iniciativa, mirando outros ministros do STF e autoridades brasileiras acusadas de abuso de poder.

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PGR recusa ação de Erika Hilton contra feminista que a chamou de homem

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou-se pelo arquivamento de um processo movido pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) contra uma influenciadora digital que a chamou de homem. A manifestação ocorreu no processo movido por Hilton contra a influenciadora feminista e ativista Isabella Cêpa.

O caso tramita no STF sob a relatoria do ministro decano (isto é, o mais antigo) da Corte, Gilmar Mendes.

Desde 2020, Hilton processa Isabella Cêpa por causa de uma publicação nas redes sociais. Comentando o resultado das eleições daquele ano, quando Hilton foi eleita vereadora pelo PSOL em São Paulo, Cêpa escreveu: “Decepcionada. Com as eleições dos vereadores, óbvio. Quer dizer, candidatas verdadeiramente feministas não foram eleitas. A mulher mais votada é homem”, em referência a Erika.

“Essa foi a minha fala. Eu não sabia nem de quem estava falando. Nunca tinha ouvido falar de Erika Hilton na vida”, disse Isabella ao Metrópoles.

Atualmente, Cêpa vive em um país não identificado do Leste Europeu, que lhe concedeu o status de asilada política. Segundo ela, o sigilo sobre a localização é necessário devido a ameaças de morte que estaria sofrendo.

Fora do Brasil, o caso tem sido citado por ativistas feministas críticas ao que consideram abusos do movimento trans. Nesta quinta-feira, a escritora britânica J.K. Rowling, criadora do universo Harry Potter, compartilhou uma postagem no X (antigo Twitter) sobre o caso da brasileira.

A publicação de Isabella Cêpa sobre a eleição de 2020 resultou em denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Posteriormente, o caso foi enviado à Justiça Federal.

O Ministério Público Federal (MPF) decidiu pelo arquivamento da investigação. Para o procurador da República responsável, a postagem não constitui crime. Hilton recorreu contra a decisão do MPF, mas foi derrotada — a Justiça Federal concordou com o arquivamento.

Após isso, a deputada recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), utilizando o instrumento da Reclamação — recurso cabível sempre que a jurisprudência do tribunal é contrariada. Segundo seus advogados, o arquivamento afronta a decisão do STF que, em 2019, equiparou a transfobia ao crime de racismo.

Na manifestação, Paulo Gonet afirma que a Reclamação não cabe nesse caso, pois a decisão da Justiça Federal pelo arquivamento não contrariou o entendimento do STF.

“A conclusão (da Justiça Federal) foi pela atipicidade da conduta, não pela ausência de lei formal tipificando o crime específico de transfobia, mas pelo entendimento de que as declarações da investigada (Isabella) não ultrapassaram os limites legítimos da manifestação de pensamento e opinião”, escreveu o PGR.

“Além disso, a Reclamação foi manejada como sucedâneo da via ordinária de impugnação (do arquivamento), uma vez que a vítima poderia ter provocado a revisão do arquivamento pelo órgão competente do próprio MPF”, acrescentou Gonet. A manifestação dele é de 1º de agosto deste ano.

Metrópoles – Andreza Matais

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Número de foragidos no RN equivale a 65% dos presos em regime fechado

Dados do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mostram que o Rio Grande do Norte possui 4.881 criminosos procurados com mandados de prisão. Eles respondem a 6.451 mandados no Estado, o que indica que parte desses procurados acumula dois ou mais mandados de prisão expedidos pela Justiça.

O número de procurados corresponde a 65% do número de presos no regime fechado no RN, que é de 7.420, de acordo com dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). A situação dos mandados pendentes de cumprimento gerou a abertura de um Processo Administrativo por parte do Ministério Público (MPRN) junto à Polícia Civil para o início de uma correição da Delegacia Especializada em Capturas e Polinter (Decap).

Os crimes com mais mandados pendentes de cumprimento são:

  • roubo (1.709),
  • tráfico de drogas (861),
  • homicídio (553),
  • furto (532) e
  • posse, porte, disparo e comércio de arma de fogo (439).

Em nota, a Polícia Civil do RN disse que “está empenhada em otimizar o cumprimento dos mandados de prisão expedidos pelo Poder Judiciário, em especial aqueles na Delegacia Especializada em Capturas e Polícia Interestadual”. Sobre a inspeção da Corregedoria da PCRN feita na unidade, a corporação disse que está sendo elaborado um Procedimento Operacional Padrão (POP) para aprimorar a tramitação e o cumprimento dos mandados, além de padronizar fluxos e intensificar o monitoramento.

Reportagem completa na Tribuna do Norte

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Batida entre ônibus e carreta deixa 11 mortos e mais de 40 feridos na BR-163 em Mato Grosso

Uma batida entre uma carreta e um ônibus de viagem interestadual deixou 11 mortos e 46 feridos, no km 648 da BR-163, próximo a comunidade São Cristóvão, em Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá, na noite dessa sexta-feira (8). O ônibus tinha como destino a cidade de Sinop.

Dentre os feridos, 26 estão em estado moderado, 12 em estado grave, entre eles o motorista da carreta, e oito apresentam ferimentos leves, segundo a Nova Rota do Oeste, concessionária que administra o trecho.

O acidente aconteceu em uma curva, na pista da carreta, após o motorista do ônibus invadir a faixa que seguia no sentido de Cuiabá para Sinop, conforme a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). O laudo que explica com detalhes a dinâmica, as causas e as circunstâncias do acidente ainda será elaborado.

Em nota, a empresa Rio Novo Transportes, responsável pelo ônibus, informou que o veículo possui dois andares, comporta até 70 passageiros e transportava 66 pessoas no momento do acidente. A empresa também lamentou o ocorrido e criou um canal exclusivo para prestar atendimento para às vítimas e familiares

Os corpos das vítimas estão sendo identificados e periciados em três unidades diferentes, cinco foram encaminhadas para a Politec de Sinop e quatro para Nova Mutum.

Na manhã deste sábado (9), equipes da Nova Rota trabalham na remoção dos veículos e limpeza da pista. O ônibus foi reposicionado para a faixa de domínio — área lateral da rodovia sob responsabilidade da concessionária — e, no momento, a carreta está sendo removida.

Segundo a concessionária, o trabalho de retirada é considerado complexo devido à gravidade do acidente e à dimensão dos veículos envolvidos.

Histórico de acidentes

A BR-163, uma das principais rodovias do país, é conhecida pelo histórico recorrente de acidentes de trânsito graves. Dados da concessionária Via Brasil revelam que em 2024 foram contabilizados 1.304 acidentes, sendo 65 deles resultaram em mortes.

De janeiro a junho deste ano, foram registradas 40 mortes em acidentes de trânsito na região, segundo dados da concessionária responsável pela rodovia, Nova Rota do Oeste.

Em abril, cinco pessoas morreram após uma batida entre um carro e uma carreta, entre os municípios de Matupá e Guarantã do Norte, a 696 km e 721 km de Cuiabá, respectivamente. Todas as vítimas estavam no veículo de passeio, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Já em fevereiro, uma avó e duas netas morreram após uma batida entre o carro que estavam e uma carreta, em Nova Mutum, a 240 km de Cuiabá.

Fonte: G1

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Jornal demite fotógrafo que flagrou gesto obsceno de Moraes em estádio

O jornal O Estado de S.Paulo demitiu, nessa quarta-feira (6/8), o fotógrafo Alex Silva, de 63 anos, autor da foto na qual o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aparece mostrando o dedo do meio a torcedores durante a primeira partida entre Corinthians e Palmeiras, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, no dia 30 de julho, na NeoQuímica Arena, em São Paulo.

O flagrante do gesto obsceno ocorreu durante a primeira aparição de Moraes após o ministro receber sanções do governo dos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky. No estádio, Moraes reagiu a xingamentos de um grupo de torcedores corintianos. A foto viralizou nas redes sociais e deu ensejo a uma série de críticas ao ministro do STF pelo comportamento em público.

Por meio de nota, o jornal afirmou que “o encerramento do vínculo profissional com o fotógrafo já estava planejado com antecedência e faz parte de uma redução de quadros da editoria de Fotografia, seguindo critérios exclusivamente administrativos” (leia a íntegra da nota no fim deste texto).

Especialista em coberturas esportivas, Alex Silva trabalhava no jornal havia 23 anos. Ao Metrópoles ele disse que a direção do veículo “não apresentou uma justificativa concreta” para o seu desligamento. Ele contou ter reclamado internamente que o jornal havia dado pouco destaque para a foto de Moraes e que acredita que a demissão esteja relacionada à repercussão política da imagem.

“Fico indignado, porque o jornal não apresentou uma justificativa concreta para a demissão, sobre o desempenho do meu trabalho. Simplesmente disseram que o RH pediu para me demitir, porque a empresa está passando por mudanças”, disse Alex Silva. “Acho que o jornal escondeu a foto. Eu reclamei isso com eles. Deram pouco espaço na home e não deram na capa”, completou.

Segundo o jornal, “não há lógica em associar tal decisão [demissão] à foto do ministro Alexandre de Moraes” feita pelo profissional. “A imagem em questão foi considerada de relevante valor jornalístico pelo Estadão. Não à toa, foi publicada como principal destaque na home do jornal ainda na noite da quarta-feira, dia do jogo”, diz a nota.

Alex Silva contou que fez o flagrante durante o aquecimento dos jogadores, antes do início da partida em Itaquera, após ter sido avisado por seu editor que o ministro do STF estava no estádio — Moraes é torcedor do Corinthians.

“Eu estava no meio do campo olhando para os camarotes. Daqui a pouco, ele [Moraes] aparece junto com algumas pessoas. Eu enquadrei ele [na câmera] e ouvi algumas vaias. Acho que alguém xingou naquela hora e daí ele mostrou o dedo do meio. Foram três fotogramas, nada mais. Quando vi a foto, saí correndo para transmitir para a redação”, lembra Silva.

Segundo ele, cerca de 70 fotógrafos estavam credenciados para cobrir o clássico paulista naquela noite. “Pensei que mais gente tinha feito essa mesma foto. Mas, durante o jogo, o pessoal começou a me dizer que a minha foto já estava em todos os lugares.”

Leia a íntegra da nota do jornal:

O encerramento do vínculo profissional com o fotógrafo já estava planejado com antecedência e faz parte de uma redução de quadros da editoria de Fotografia, seguindo critérios exclusivamente administrativos.

Não há lógica em associar tal decisão à foto do ministro Alexandre de Moraes feita pelo profissional durante uma partida do Corinthians. A imagem em questão foi considerada de relevante valor jornalístico pelo Estadão. Não à toa, foi publicada como principal destaque na home do jornal ainda na noite da quarta-feira, dia do jogo. Permaneceu na home durante toda o dia seguinte e também foi publicada em espaço importante na edição impressa. O jornal ainda pautou uma reportagem para informar ao público o contexto em que a imagem tinha sido obtida. Colunistas do jornal repercutiram a fotografia do ministro em textos e vídeos. Por meio do Estadão Conteúdo, a imagem foi vendida para inúmeros veículos.

O Estadão jamais abrirá mão de seu compromisso histórico com a liberdade de expressão e os mais altos padrões de independência editorial.

Metrópoles

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Professor preso por matar ex-aluna recebeu salário durante 4 anos no RN



O professor Rubens Ferreira de Paiva Junior, 32, condenado a 18 anos de prisão por matar e enterrar a ex-aluna Letícia Dyrajaya da Silva Leão, 24, no quintal da casa dele, recebeu R$ 174.411 em remunerações do Estado do Rio Grande do Norte pelo exercício do cargo de docente em uma escola estadual em Rio do Fogo, entre agosto de 2021 e julho de 2024, período em que já estava condenado e preso. Nomeado pelo Estado em fevereiro de 2020, o professor de física e robótica só apareceu na unidade para tomar posse, em 12 de março daquele ano, e nunca deu uma única aula.

Rubens foi preso em 27 de maio de 2020, dias após o cometimento do crime, praticado no Jardins, São Gonçalo do Amarante. Ele ficou na cadeia preventivamente até a Justiça proferir a sentença de 18 anos, momento no qual o professor começou a cumprir a execução penal. Entre a condenação por feminicídio e a suspensão salarial se passaram três anos até que o Estado notasse a ausência do servidor.

Considerando o período em que esteve preso preventivamente, Rubens ficou quatro anos e três meses fora do radar do Estado – com remuneração total de R$ 231.958,20, incluindo salários, gratificações natalinas, férias e 13º. A progressão para o regime semiaberto está prevista para o próximo mês de setembro.

O “desaparecimento” de Rubens Ferreira foi comunicado à Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer (SEEC), por meio da 5ª Direc, ainda em novembro de 2020 – oito meses após a posse. Em ofício, a direção da Escola Estadual Dom Eugênio Sales avisa que o professor se apresentou para a posse, mas “não compareceu para realizar atividades recorrentes ao planejamento e execução de suas atividades desta instituição de ensino, sendo este o único dia presente na referida escola”.

Quase cinco anos depois, a SEEC deu início ao processo de solicitação de abertura de uma sindicância para apurar a ausência do professor. Em janeiro de 2025, um despacho da pasta reconheceu que não constavam registros da “última alocação e nem de quando o servidor foi alocado pela primeira vez” tampouco havia solicitações de licenças ou afastamentos. O caso foi classificado como “Fora de Exercício” na Secretaria e foi identificado após a conclusão do Censo dos Servidores Públicos da Educação, ao qual Rubens Ferreira evidentemente não respondeu por estar preso.

A movimentação interna de averiguação do caso revela que até o dia 9 de junho deste ano, a Secretaria de Educação não sabia que Rubens Ferreira estava sob a gestão do próprio Estado, através da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). “(…) diante de várias diligências e buscas, o servidor (a) se encontra em local desconhecido ou incerto”, diz trecho do despacho, que solicita a citação do professor em Diário Oficial sobre a abertura do processo administrativo.

Dias depois, em 17 de junho deste ano, a citação é publicada em Diário Oficial. “(…) faz saber o servidor Rubens Ferreira de Paiva Junior, que tramita nesta Secretaria, na Comissão Permanente de Sindicância, o Processo Administrativo, que não tendo sido encontrado para citação pessoal, fica citado para todos os atos e efeitos do referido processo, ficando intimado a comparecer a esta Comissão, na Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer, para prestar esclarecimentos concernentes ao referido processo”.

O que diz o Estado

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou contato com a titular da SEEC, Socorro Batista, mas a gestora preferiu não gravar entrevista. Em nota, a secretaria confirmou que “o professor Rubens Ferreira de Paiva Júnior teve seus vencimentos suspensos em junho de 2024, após a identificação de sua ausência pelo Censo da Rede Estadual de Ensino — iniciativa da atual gestão voltada ao aprimoramento do controle de pessoal da Secretaria”.

A secretaria reforçou que trabalha para verificar as circunstâncias que contribuíram para a não identificação prévia da situação e para definir as devidas responsabilidades. “O caso reforça a relevância das medidas de transparência, rigor e eficiência implantadas nos últimos anos. O Censo da Rede Estadual é uma ação estratégica, com o objetivo de corrigir distorções históricas e fortalecer os processos administrativos, promovendo um serviço público mais justo, eficiente e comprometido com o interesse da sociedade”, complementa a nota do Estado.

O secretário de Estado da Administração (Sead), Pedro Lopes, explicou que as informações sobre o exercício da profissão não são de competência da pasta. “A folha do Estado é processada no sistema Ergon. A base da informação, tanto a inicial como as alterações dos assentamentos funcionais, é prestada pelos órgãos de origem, cabendo a Sead a implantação e em seguida a elaboração da folha de pagamento mensal. Pela Sead não temos informação se um servidor está trabalhando, se faltou. Tudo isso é processado pelos órgãos de origem e alimentando no Ergon pelos seus respectivos setores de recursos humanos”.

A reportagem da TN também entrou em contato com a defesa que representou Rubens Ferreira no caso do feminicídio, mas a equipe não advoga mais para o professor.

Tribuna do Norte

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Mais de 500 motos com escapamentos barulhentos já foram removidas pela PM em Natal e Parnamirim em 2025

A Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte, por meio do Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE), já removeu 506 motocicletas com escapes barulhentos nas cidades de Natal e Parnamirim, durante as fiscalizações da Operação Sossego, no ano de 2025.

Entre as principais irregularidades encontradas estão:

  • ausência de silenciadores,
  • escapes furados,
  • falta de filtros e descargas livres, que causam incômodo à população, principalmente em horários noturnos e áreas residenciais.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor causando poluição sonora é considerada infração de natureza grave, resultando em multa de R$ 195,23 e aplicação de cinco pontos na CNH do condutor.

O CPRE afirmou em nota que seguirá atuando com rigor contra as irregularidades e destacou que o respeito às normas de trânsito é fundamental para um convívio social mais harmonioso e seguro.

Com informações de Portal BO

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