Falta de insulina no PROSUS preocupa pacientes em Natal

A falta de insulina no Programa de Suporte ao Usuário do Sistema Único de Saúde (PROSUS), localizado na Policlínica Dr. José Carlos Passos, na Ribeira, tem gerado preocupação entre pacientes que dependem do medicamento. O problema tem afetado, principalmente, quem possui diabetes tipo 2 e depende do fornecimento regular de insulina de ação prolongada para manter a condição sob controle.

Marília de Sá, 39, foi uma das que compareceram ao PROSUS em busca de insulina nesta quinta-feira (30). A mãe, portadora de diabetes aos 67 anos, depende do medicamento para a qualidade de vida. “Eu vim na semana passada e não tinha. Hoje vim tentar de novo. Não tem como comprar, é caro. Sem a insulina, a gente tenta fazer um ajuste na alimentação [para diminuir os impactos]”, relata.

Outra paciente que enfrenta dificuldades é Kamila Sales, 32, que também procurou a unidade em dezembro e retornou ao PROSUS nesta quinta-feira, ainda sem conseguir receber o medicamento. “Meu caso é judicializado desde 2008 ou 2010. Mesmo assim, eu não estou conseguindo pegar a insulina. Estou tendo que comprar do meu bolso. Em dezembro, gastei quase R$ 300,00 para conseguir manter meu tratamento”, afirma.

O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 90% dos diabéticos são classificados como tipo 2, que têm causas diretamente relacionadas ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados.

Pedro Henrique, médico endocrinologista, esclarece que existem dois tipos de insulina para pacientes com diabetes tipo 2: a de ação prolongada, que é liberada lentamente ao longo do dia, e a de ação rápida, que é aplicada antes das refeições. “Sem a insulina adequada, o controle glicêmico fica prejudicado. O paciente não consegue bater as metas de controle da glicemia, então vai ficar com a diabetes mais descompensada”, disse. Em alguns casos, pode ser necessário o uso das duas insulinas.

Segundo ele, essas insulinas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são mais avançadas do que as opções mais antigas, desenvolvidas na década de 1980. “Com as insulinas mais antigas, o controle da glicose é muito mais precário, aumentando o risco de complicações. Para pacientes vulneráveis, como idosos, cardiopatas e transplantados, isso é ainda mais grave”, alerta.

Diferentemente do que faz a mãe de Marília de Sá, o ajuste na alimentação não terá resultados significativos para diminuir os impactos por falta de uso da insulina. “No caso de diabetes tipo 2, pode-se tentar reduzir o uso de insulina com o uso de outras medicações, mas não é o ideal para todos”, explica Pedro Henrique, médico endocrinologista.

Procurada pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), responsável pelo PROSUS, esclareceu que já foi realizado um processo de aquisição da insulina de ação prolongada, do tipo glargina. “O processo foi concluído e a secretaria aguarda o recebimento dos insumos por parte do fornecedor”, cita a nota. Já as insulinas de ação rápida, a pasta afirma que a distribuição continua acontecendo normalmente.

“A Secretaria reforça que os usuários cadastrados no serviço devem realizar a renovação cadastral a cada seis meses para garantir o recebimento do insumo, podendo comparecer ao setor com até 60 dias de antecedência do término do prazo para realizar a renovação”, conclui a nota da Secretaria Municipal de Saúde.

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Secretária de Saúde de Natal é exonerada após 27 dias no cargo

Em edição extra desta quarta-feira (29), o Diário Oficial do Município traz a exoneração da secretária municipal de Saúde, a médica e advogada Leidimar Silva Pereira Murr. Ela deixa o cargo após 27 dias à frente da pasta.

O prefeito Paulinho Freire (União) nomeou, para substituí-la interinamente, a servidora Rayane Araújo Costa, que vinha respondendo como secretária adjunta de Atenção Integral à Saúde da pasta.

Leidimar Murr fez parte da lista inicial de 20 secretários que foram nomeados pelo novo prefeito de Natal no dia 2 deste mês. Ela foi indicada por representantes do Sindicado dos Médicos, da Associação Médica e do Conselho Regional de Medicina do RN.

O prefeito Paulinho Freire não comentou sobre a motivação da saída da secretária, mas o Executivo emitiu a seguinte nota: “O Município de Natal atendeu nesta quarta-feira (29), o pedido de exoneração da Dra. Leidimar Murr, da Secretaria Municipal de Saúde. Agradecemos à Dra. Leidimar Murr por sua dedicação enquanto esteve à frente da SMS e fazemos votos de, ainda mais, sucesso em sua brilhante carreira”.

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CAOS COMPLETO NA SAÚDE DE NATAL

Não completou nem um mês de gestão da secretaria Leidimar Murr ainda. Mas a gestão dela virou unanimidade.

A reclamação é geral. De servidores, gestores de unidades, fornecedores e até de secretários.

De deslumbramento a não receber ninguém e falta de diálogo, é reclamação de todo lado.

Até gente que fez parte da gestão de Fátima Bezerra e votou no PT, a secretária tem como auxiliar.

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Falta de receitas amarelas deixa pacientes sem medicamentos controlados no RN

Pacientes que utilizam medicamentos controlados estão com dificuldade para ter acesso aos remédios por falta de receitas especiais no Rio Grande do Norte. Em clínicas de Natal, médicos têm deixado de prescrever os remédios por falta da receita tipo A, conhecida como “receita amarela”. Sem medicamentos, pacientes correm risco de ter seus quadros de saúde agravados.

Segundo norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as receitas amarelas não podem ser impressas diretamente por médicos e estabelecimentos de saúde. A partir da demanda dos profissionais, elas são enviadas pelo órgão local de vigilância sanitária – no caso do RN, é a Subcoordenadoria da Vigilância Sanitária (Suvisa), órgão estadual.

A receita amarela é usada para a prescrição de entorpecentes e alguns psicotrópicos. A Anvisa monitora a venda dos medicamentos com receita amarela para reduzir o abuso no uso das drogas.

À 98 FM, o técnico Cícero Belarmino de Oliveira, da Suvisa-RN, informou que o órgão adquiriu 10 mil blocos de receitas amarelas em 2024, com previsão de durar até março de 2025. Cada bloco tem 20 receitas, o que totaliza 200 mil receitas. A alta demanda fez com que as receitas acabassem em outubro, cinco meses antes do previsto.

De acordo com o técnico da Suvisa-RN, uma nova remessa de receitas já foi encomendada junto a um fornecedor, que deverá fazer a entrega dos blocos em até 10 dias. A previsão é que a situação esteja normalizada em 15 de fevereiro, com o envio das receitas para os médicos e estabelecimentos autorizados. Para durar até março de 2026, foram encomendados 20 mil blocos, com 20 receitas cada – totalizando 400 mil receitas.

Enquanto a nova carga de receitas não chega, a Suvisa-RN orienta que os médicos e estabelecimentos de saúde tenham máxima cautela e moderação na prescrição dos medicamentos, só dispensando remédios em casos de real necessidade. Segundo a Suvisa-RN, ainda há receitas na sede do órgão, que são liberadas sob demanda. Os demais casos devem aguardar até a chegada das novas receitas.

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Câncer de pâncreas é o 7º mais letal; diagnóstico precoce é desafio

O mototaxista Pedro Almeida, de 50 anos, se emociona diversas vezes ao falar sobre os últimos dois anos e meio, em que percorreu uma trajetória marcada por idas ao hospital após a descoberta de um câncer de pâncreas que mudou completamente a vida dele. “Sempre tive porte atlético, mas, em oito dias, perdi 21 quilos. Fui desenganado por todos da minha cidade”, relata Pedro, que é natural de Cruzeta, na região Seridó, ao detalhar os efeitos da doença. Ele está em remissão há cerca de um ano e segue em acompanhamento médico a cada quatro meses. Segundo o Inca, o câncer de pâncreas, que no último dia 19 vitimou o jornalista Léo Batista, é o sétimo tipo mais letal no País

O cirurgião oncológico Thiago Pires, médico de Pedro Almeida, explica que o câncer de pâncreas é uma neoplasia maligna extremamente agressiva. A maior parte dos pacientes, segundo ele, é diagnosticada em estágio avançado por conta da manifestação da doença, por vezes silenciosa, o que dificulta o tratamento e impossibilita a cura. “Pelo menos 90% dos pacientes diagnosticados com câncer de pâncreas morrem em decorrência da doença. Para a maioria, resta apenas o intuito paliativo para estender o período de sobrevida, mas sem cura. E, mesmo pacientes que aparentemente não estão em metástase, apresentam um risco alto de recidiva [retorno da doença]”, aponta.

O pâncreas fica na região do retroperitônio, próxima à coluna, por trás do estômago. Por causa da localização, não é um órgão de pronto acesso. Dentre as funções está a participação na produção de hormônios – a chamada função endócrina – bem como a inserção de insulina nas células. Também são produzidos os hormônios que auxiliam na regulação do nosso metabolismo. Outra função é a produção de enzimas, substâncias que ajudam na digestão das proteínas e gorduras.

Pires afirma que o órgão pode ser acometido por neoplasia em duas regiões, basicamente: na cabeça e no corpo. “Quando acomete a cabeça, o mais característico é que o paciente apresente um quadro de icterícia (olhos e pele ficam amarelados). Isso chama a atenção e facilita o diagnóstico. Quando ocorre na região do corpo a icterícia é mais rara de acontecer, o que resulta em chances de detecção tardia. É aí onde vai se observar um quadro avançado, com aumento do volume abdominal e perda de peso”, descreve o médico.

“Um ponto que se deve prestar muita atenção é quando a pessoa se torna diabética de repente, sem muita explicação”, acrescenta o oncologista. Dor abdominal que irradia para as costas também é um sinal de alerta, segundo o médico. Ele pontua que o diagnóstico precoce é ainda mais difícil porque não existe um programa de rastreamento, como a realização de exames regulares para tentar identificar cedo a doença. “Por não ser uma neoplasia comum, a descoberta é baseada principalmente na realização de exames de imagem, quando se tem algum tipo de suspeita”, diz.

O exame mais comumente realizado, segundo Thiago Pires, é a tomografia de abdômen, que permite a visualização de tumorações no pâncreas. “De qualquer modo, é sempre uma investigação complexa, porque não existem sintomas muito característicos. Na grande maioria dos casos, a descoberta se dá apenas depois de alguma suspeita que leva o paciente ao consultório médico”, descreve o oncologista, que atua na Liga Contra o Câncer, em Natal.

Remissão e esperança

Em agosto de 2022, Pedro Almeida começou a sentir alguns episódios de cansaço, situações que ele achou estranhas por conta do histórico de jogador de futebol e corredor. “Em uma dessas soituações, eu estava trabalhando. Sentei um pouco e veio um sono inexplicável. Alguns colegas disseram ter notado que eu estava cabisbaixo. Ali, notei que algo errado estava acontecendo”, fala o mototaxista. Dias depois, ele conta, apareceu uma icterícia. Isso me preocupou um pouco”, revelou. Durante uma tentativa de doar sangue em Caicó, como fazia periodicamente, ele disse ter sido orientado a procurar um hematologista. “A moça que me atendeu disse que eu não poderia doar sangue.

Ela me orientou a procurar esse profissional para entender o que estava acontecendo com meu sangue. Fiquei bastante assustado”, disse.
Dois dias depois e antes de procurar o hematologista, Pedro teve um episódio forte de coceira por todo o corpo e de dor de barriga – esta última situação durou cerca de 10 dias. “Um parente meu que trabalha no Cecan [Centro Avançado de Oncologia, da Liga Contra o Câncer] suspeitou que eu estava com câncer e me levou para a Liga”, afirmou. Um exame de bilirrubina detectou uma alteração. Com a sequência do atendimento médico, veio o diagnóstico de câncer de pâncreas. “Identificou-se que a neoplasia estava na cabeça do pâncreas, local onde existe a absorção de nutrientes. O tumor estava tapando o acesso a essa entrada – por isso a perda de peso”, narra Pedro Almeida.

O mototaxista recebeu um dreno para desobstruir a entrada do pâncreas. “Três dias depois, eu já estava me sentindo bem melhor”, comenta. Foram 15 dias internados. No final de outubro de 2022, Pedro passou por uma cirurgia para a retirada do tumor, mas o procedimento não foi bem sucedido porque o paciente tinha uma infecção intestinal elevada. “A única coisa que foi possível fazer foi drenar o pus, limpar e fechar o intestino. Somente três meses depois, em fevereiro de 2023, fui submetido a uma nova cirurgia, mas o tumor havia mudado de lugar”, descreve o homem. O tratamento, então, passou a ser feito com radioterapia e quimioterapia, concomitantemente.

Pedro lembra, emocionado, como foi encarar a doença. “Eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Fui praticamente desenganado, então, me agarrei às possibilidades de salvação que me foram dadas. Doutor Thiago me passou uma energia muito boa. Ele disse: ‘Você é uma pessoa com plenas condições de absorver o tratamento. Tenho muita esperança de que o resultado será bom’. E realmente os resultados começaram a aparecer. Foram 37 sessões de rádio e logo consegui recuperar meu peso”, conta o mototaxista, em um misto de emoção e celebração.

Em julho de 2023, Pedro fez um exame de imagem detalhado que deu negativo para o câncer. “De lá para cá, foi só evolução. Faço acompanhamento na Liga a cada quatro meses e estou em remissão – o câncer não se apresenta mais, mas a cura só é considerada depois de cinco anos. Fisicamente, estou muito bem, embora psicologicamente ainda esteja buscando superar o que aconteceu. Quem passa por uma doença como essa precisa de muita força de vontade e eu confio muito na minha”, ressalta o mototaxista.

14ª neoplasia mais comum no Brasil
O câncer de pâncreas é responsável por cerca de 1% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 5% do total de mortes causadas pela doença no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). É o sétimo mais letal no País, com quase 12 mil óbitos registrados por ano, segundo o Atlas de Mortalidade do Inca. O médico Thiago Pires, oncologista da Liga, em Natal, afirma que a doença é a 14ª neoplasia mais comum entre os brasileiros. Os fatores de risco, segundo ele, são tabagismo, obesidade, diabetes e uma dieta pouco saudável, além de um histórico familiar de câncer de pâncreas.

“Mas em torno de 10% dos casos apenas é que vão ter relação com algum fator genético. A maior parte vai estar relacionada aos fatores ambientais”, explica Pires. O combate aos elementos de risco, especialmente, ao tabagismo, são a principal forma de prevenção. O tratamento, por sua vez, é realizado de duas maneiras: os pacientes com tumor localizado são submetidos frequentemente à cirurgia associada à quimioterapia para reduzir as chances de recidiva. Se a doença está avançada, em processo de metástase, o tratamento envolve melhorar a condição clínica do paciente , como a questão nutricional.

“Também é importante tentar conseguir uma biópsia para, a partir de então, fazer o tratamento com quimioterapia, visando diminuir os sintomas da doença e prolongar a sobrevida do paciente”, afirma Thiago Pires. De acordo com o Inca, o risco de câncer de pâncreas aumenta com o avanço da idade, sendo raro antes dos 30 anos e tornando-se mais comum a partir dos 60. A maioria dos casos afeta o lado direito do órgão (a cabeça). As outras partes do pâncreas são corpo (centro) e cauda.


Felipe Salustino
Repórter - tribuna do Norte

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Médicos da Coopmed-RN retornam as atividades de alta e média complexidade em Natal

Após dois dias de paralisação em seis hospitais de Natal, os médicos que integram a Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte anunciaram o retorno às atividades de alta e média complexidade nesta sexta-feira (24). A decisão foi tomada em Assembleia Extraordinária da categoria na noite de quinta-feira (23).

A Coopmed aceitou a proposta da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) de pagar em 10 de fevereiro e 10 de março de 2025, o parcelamento em aberto e os honorários referentes aos meses de setembro e outubro de 2024.

Nesta quinta-feira, a direção da Coopmed participou de reunião com Ministério Público, cujo papel foi importante para este desfecho, e manteve negociação com a Sesap ao longo dia.

A paralisação dos serviços de Alta/Média Complexidade iniciou na quarta-feira (22) com a suspensão dos atendimentos nos hospitais da Liga Contra o Câncer, Rio Grande, Paulo Gurgel, Memorial, Hospital do Coração e Varela Santiago.

Aproximadamente 160 médicos atuam em cirurgias cardíacas, pediátricas, oncológicas, ortopédicas e hemodinâmica, realizando em média 3.700 procedimentos ao mês, em uma dívida aproximada a R$ 4 milhões de reais.

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Tercerizados vão paralisar serviços na saúde pública do RN por falta de pagamento; entenda

A Justiz Terceirização, empresa responsável por serviços essenciais na área da saúde pública do Rio Grande do Norte, anunciou a paralisação parcial de suas atividades a partir da próxima segunda-feira (27). A decisão foi motivada pela falta de repasse financeiro por parte do Governo do Estado, com atrasos que, em alguns contratos, ultrapassam quatro meses.

A paralisação afetará serviços críticos, incluindo higienização no Hospital Walfredo Gurgel, equipes de enfermagem no Hospital João Machado, além de atividades relacionadas a cirurgias nos hospitais Santa Catarina, em Natal, e Lindolfo Gomes Vidal, localizado em Santo Antônio.

De acordo com a empresa, apenas 30% do efetivo total continuará trabalhando em regime de escala mínima, como prevê a legislação para serviços essenciais. A medida busca equilibrar o cumprimento dos contratos com a necessidade de garantir o mínimo de atendimento à população. Médicos, enfermeiros, técnicos e higienistas serão diretamente impactados pela redução.

Nesta quarta-feira (22), médicos cooperados da Cooperativa Médica do RN (Coopmed-RN) iniciaram a paralisação de serviços. O motivo é o atraso nos pagamentos acordados entre a Coopmed-RN e a Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap-RN), comprometendo cirurgias cardíacas, pediátricas, oncológicas, ortopédicas e de hemodinâmica. 

Negociações sem avanço
A decisão foi formalizada após uma reunião realizada nesta quarta-feira (22) entre representantes da Justiz Terceirização e a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). Durante o encontro, a empresa buscou informações sobre o cronograma de repasses, mas não obteve nenhuma previsão concreta de pagamento. Sem alternativas viáveis, a Justiz considerou inevitável a adoção da medida.

O Governo do Estado ainda não se pronunciou oficialmente sobre os atrasos nos repasses.

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Varela Santiago comunica suspensão de procedimentos cirúrgicos devido paralisação dos médicos cooperados

O Hospital Infantil Varela Santiago comunica que, a partir desta quinta-feira, dia 23 de janeiro de 2025, haverá suspensão dos procedimentos cirúrgicos eletivos realizados em nossa instituição, abrangendo as seguintes especialidades: cirurgia pediátrica, cirurgia torácica, ortopedia e otorrinolaringologia.

Essa medida é decorrente da paralisação dos médicos cooperados da Cooperativa Médica do RN (Coopmed-RN), motivada pela falta de repasse financeiro necessário ao cumprimento das obrigações com os profissionais por parte da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP), totalizando 15 médicos que atuam em nossa instituição.

Devido à paralisação, 24 procedimentos foram cancelados somente esta semana, o que evidencia o impacto direto na prestação de nossos serviços e no atendimento às crianças que dependem de nossa assistência.

O Hospital Infantil Varela Santiago lamenta profundamente os transtornos causados e reafirma seu compromisso com a saúde e o bem-estar das crianças atendidas. Continuamos à disposição para prestar esclarecimentos e esperamos que a situação seja regularizada com a maior brevidade possível.

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Câncer matou 18 mil pessoas nos últimos cinco anos no Rio Grande do Norte

Entre 2019 e 2023, o câncer, em suas diferentes formas, matou 18.052 pessoas no Rio Grande do Norte. O número é quase o dobro de vítimas fatais da covid-19, por exemplo, que levou 9.327 pessoas à morte, de 2020 até o início de 2025, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O câncer de pulmão foi o que mais matou pacientes acometidos com a doença do RN, representando 13% dos óbitos (2.264 mortes), seguido pelos cânceres de mama e próstata (8% cada), estômago (7%) e cólon e reto (6%).

Os números estão no “Boletim Epidemiológico do Câncer”, elaborado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesap/RN), que oferece uma análise do cenário da doença ao longo desse período específico no RN. O documento aponta que o aumento de mortes por câncer foi proporcional entre os sexos, subindo 4% nos cinco anos, mas com predominância no público masculino (51%).

A faixa etária mais afetada foi a partir dos 60 anos, concentrando 71% dos óbitos. Entre os homens, o câncer de próstata foi responsável por 16% das mortes, seguido pelos cânceres de pulmão (13%), estômago (9%) e esôfago (6%).

Nas mulheres, o relatório destaca o considerável crescimento no número de mortes causadas pelo câncer de mama em todos os anos analisados, com um aumento de 25% em 2023 comparado a 2019. Esse tipo de câncer representa 16% do total, seguido pelos cânceres de pulmão (12%), colo de útero 7%, cólon/reto (6%), e estômago 6%.


A 6ª Região de Saúde (Pau dos Ferros) apresentou as maiores taxas de mortalidade, com aumento de 12% em 2023 em relação a 2019, enquanto a 5ª e a 2ª Região de Saúde (Santa Cruz e Mossoró, respectivamente) apresentaram uma discreta diminuição na taxa de mortalidade em comparação com 2019 (-1,8% e -2,5%).

Já a 7ª Região (Metropolitana) registrou as menores taxas de óbito, mas tem a maior taxa de incidência de câncer. O relatório aponta que esse resultado pode estar relacionado à melhor estrutura e acesso aos serviços de saúde na região, de modo que se consegue diagnosticar mais e tratar a doença com melhor estrutura.

Quanto à incidência, entre 2019 e 2023, foram 53.480 casos de câncer registrados no RN, com uma predominância de 56% dos casos no sexo feminino (30.196 registros) em comparação aos 44% no sexo masculino (23.284 casos). A diferença reflete um cenário de maior impacto da doença nas mulheres ao longo do período analisado.

A incidência geral de câncer apresentou aumento significativo, passando de 287,8 casos por 100 mil habitantes para 329,7 no sexo masculino e de 325,3 para 430,6 no sexo feminino. O ano de 2020, início da pandemia de covid-19, registrou as menores taxas, possivelmente influenciado pela redução no acesso aos serviços de saúde e, consequentemente, a menos diagnósticos.

Entre os tipos de câncer mais frequentes, destacam-se o câncer de mama entre as mulheres, com 8.047 registros (27% do total), seguido pelo câncer de colo do útero (8%), neoplasias de tecidos conjuntivos (6%), estômago (5%) e cólon e reto (4%). Nos homens, o câncer de próstata liderou as ocorrências, somando 3.226 casos (14%), seguido pelo câncer de estômago (11%) e de tecidos conjuntivos (9%), cólon e reto (5%), brônquios e pulmões (4%).

A maior incidência foi observada em pessoas entre 60 e 69 anos (24%), seguidas pela faixa dos 50 a 59 anos (22%). Crianças e adolescentes de 0 a 19 anos representaram apenas 2% do total de casos registrados no período.

Região de Mossoró teve a menor incidência

Regionalmente, a 7ª Região de Saúde (Metropolitana) apresentou as maiores taxas de incidência em 2023, com um crescimento de 25% em relação a 2019. A menor incidência foi registrada na 2ª Região (Mossoró).

O relatório da Sesap destaca a importância de fortalecer as políticas públicas para a prevenção e combate ao câncer no Rio Grande do Norte. As ações incluem programas de conscientização sobre hábitos de vida saudáveis, combate ao tabagismo e ao alcoolismo, incentivo à atividade física e alimentação balanceada.

Também aponta que é necessário ampliar os exames de rastreamento, como mamografia e colonoscopia, com foco na população acima dos 60 anos. A Sesap reforçou, ainda, a importância de fortalecer a atenção primária, melhorar a infraestrutura das regiões mais carentes e capacitar continuamente os profissionais de saúde para o diagnóstico e tratamento precoce da doença.

Números:

13% – das mortes por câncer foram relacionadas a câncer de pulmão

56% – dos casos registrados foram em mulheres

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Morcego com raiva é encontrado em Emaús, e Prefeitura fará visitas em casas para vacinar cães e gatos

Prefeitura de Parnamirim informou nesta segunda-feira (13) que um morcego infectado com raiva foi capturado na Rua Araguaia, no bairro de Emaús. Por esse motivo, todos os imóveis dentro do raio de 300 metros do local precisam ser visitados.

Por causa do problema, a equipe da Unidade de Vigilância de Zoonoses de Parnamirim (UVZ) realiza, a partir desta terça-feira (14), uma série de ações de saúde nos imóveis de Emaús com direito a vacinação preventiva de animais domésticos e prestação de informações. O objetivo é imunizar cães e gatos contra a raiva, em decorrência da identificação do primeiro caso da zoonose nas proximidades.

A Prefeitura alerta que, para o sucesso da ação, os moradores precisam abrir suas casas, receberem os agentes e ficarem atentos às orientações. Todos os servidores estarão devidamente identificados e uniformizados.

A raiva é um grave problema de saúde pública que afeta diretamente animais e seres humanos, podendo inclusive evoluir ao óbito.

Segundo a prefeitura, serão visitados imóveis das seguintes ruas:

  • Rua Araguaia;
  • Rua Aeroporto Cruzeiro do Sul;
  • Rua Aeroporto Florianópolis;
  • Avenida Aeroporto Viracopos;
  • Rua Aeroporto Joinvile;
  • Rua Aeroporto de Carajás;
  • Rua Aeroporto de Montes Claros;
  • Rua Aeroporto de Alcântara;
  • Rua Marechal Rondon;
  • Rua Aeroporto dos Navegantes;
  • Rua Aeroporto de Pampulha;
  • Rua Aeroporto de Pelotas;
  • Avenida Maria Amélia Machado;
  • Rua Brigadeiro Eduardo Gomes;
  • Avenida Augusto Severo;
  • Avenida Aeroporto Salgado Filho.

Quem não conseguir vacinar seus pets em casa, pode se dirigir à Unidade de Vigilância de Zoonoses de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 14h. Caso identifique algum caso suspeito, o cidadão deve entrar em contato imediatamente com a UVZ, nos contatos abaixo:

  • Rua Parque da Tijuca, 1, Cajupiranga
  • cczparnamirim@gmail.com
  • (84) 3644-8185

O que é a raiva

A raiva é uma doença viral aguda e mortal que afeta o sistema nervoso central de mamíferos, incluindo o ser humano. A raiva é transmitida pela saliva de animais infectados, principalmente por meio de mordidas, mas também por arranhaduras ou lambeduras.

A raiva é uma doença de extrema importância para a saúde pública, pois é praticamente 100% fatal. A melhor forma de prevenção é a vacinação pré ou pós-exposição.

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