Juristas avaliam que prisão domiciliar de Bolsonaro é abusiva, humilhante e desproporcional


A decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada nesta segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é considerada abusiva e humilhante por constitucionalistas e criminalistas ouvidos pela Gazeta do Povo. Eles apontam abuso de poder, violação de garantias fundamentais, desproporcionalidade e ausência de base jurídica concreta.

Embora a decisão tenha sido motivada pelo suposto descumprimento de medidas cautelares — que impediam o uso de redes sociais e manifestações públicas —, especialistas apontam que não há demonstração clara de autoria, nem detalhamento das condutas que justificassem a medida extrema. Durante o ato no Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro ligou para Jair Bolsonaro, que cumprimentou a multidão. O parlamentar publicou o vídeo no Instagram, mas apagou a postagem posteriormente.

Para o advogado Guilherme Barcelos, doutor em Direito Constitucional e sócio do escritório Barcelos Alarcón Advogados, a decisão se baseia em um inquérito com alicerces frágeis e vagos, que nem sequer individualiza condutas atribuídas a Bolsonaro.

“Qual seria o ato especificamente imputado a Jair Bolsonaro? As indicações são de que ele poderia ter cometido coação e obstrução, além de atentado à soberania. Mas que ato específico poderia ter ensejado esses crimes? Em quais circunstâncias? Por quais meios? Quando?”, questiona Barcelos.


A prisão domiciliar foi decretada na investigação aberta recentemente por Moraes contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que depois foi estendida também ao ex-presidente, em razão da pressão feita junto aos Estados Unidos para sancionar Moraes.

Ele alerta para o risco de o processo assumir contornos de "pescaria probatória", prática condenada no sistema jurídico: “A investigação não pode ser algo abstrato, vago. Toda investigação precisa ter objeto certo e definido, com data, hora, descrição e circunstâncias. Do contrário, temos uma cadeia de vaguezas.”


"Aplicar esse tipo de medida a um ex-presidente constitui humilhação", afirma especialista

A advogada constitucionalista Vera Chemim reconhece que a prisão preventiva pode ser decretada em caso de descumprimento de medidas cautelares, como previsto no artigo 319 do Código de Processo Penal, mas critica severamente a forma como Moraes ampliou as restrições e ordenou nova busca e apreensão.

"Além de decretar a prisão domiciliar, ele ordena nova busca e apreensão e recolhe todos os celulares. Isso afronta a proporcionalidade. Impedir o ex-presidente de se comunicar com qualquer pessoa e restringir visitas é irrazoável, desproporcional", afirma.

"Aplicar esse tipo de medida a um ex-presidente constitui uma humilhação — que, na minha opinião, é a finalidade real. Impedir que ele se comunique com aliados é um ataque à sua liberdade e à democracia", opina Vera Chemim.

Além disso, Barcelos critica a imposição de censura disfarçada: “A proibição de uso das redes sociais é inconstitucional. Representa censura prévia. Bolsonaro não tem condenação penal. E censura prévia é vedada pelo artigo 5º da Constituição”, destaca.

Chemim também aponta a tentativa de censura e chega a colocar em dúvida o equilíbrio emocional de Moraes: “É uma censura à liberdade de comunicação. Temos aí um magistrado aparentando um desequilíbrio emocional muito grande, agindo com o fígado, impondo sanções como acha necessário. Isso é um descontrole fora do normal”, afirma.


Juristas apontam precedente perigoso

As manifestações convergem em torno de um alerta: a decisão de Moraes pode abrir um precedente perigoso no ordenamento jurídico brasileiro, esvaziando garantias básicas do processo penal, como o contraditório, a presunção de inocência e a exigência de provas concretas para medidas excepcionais como a prisão.

Berlinque Cantelmo, presidente da Comissão Nacional de Direito Penal Militar da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim), acrescenta outra dimensão crítica ao caso: o uso de escalonamento disfarçado para contornar a falta de base jurídica para a prisão preventiva.

“Trata-se de um escalonamento proposital ou circunstancial para que não haja a imediata decretação da prisão preventiva. A prisão domiciliar já vinha ocorrendo na prática, com recolhimento noturno e proibição de saídas aos fins de semana.”


Ele destaca que a medida foi imposta de ofício, sem pedido da defesa: “O benefício da prisão domiciliar deve ser requisitado pela defesa, não concedido de ofício pelo juiz. Moraes transveste a medida como um degrau a mais, mas ela carece de fundamentação idônea.”

O criminalista chama atenção para a ausência de audiência de justificação antes do agravamento das medidas, o que fere o direito à ampla defesa: “Não houve descumprimento deliberado das cautelares, a princípio. E qualquer agravamento deveria ser precedido de audiência onde Bolsonaro pudesse apresentar esclarecimentos. Isso não ocorreu.”

Para Cantelmo, a escalada punitiva contra Bolsonaro coloca em xeque a imparcialidade e os limites da atuação do Judiciário. “Não é porque se trata de Bolsonaro que se pode relativizar os princípios do Estado de Direito”, resume.

Advogado classifica prisão domiciliar de Bolsonaro como “grave violação constitucional”

O advogado constitucionalista André Marsiglia classificou a decisão de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro como uma “grave violação constitucional” por parte do ministro Alexandre de Moraes.


Segundo Moraes, Bolsonaro teria descumprido medidas cautelares ao participar de videochamadas e ter conteúdos seus republicados por terceiros durante manifestações públicas.

Marsiglia, no entanto, argumenta que punir o ex-presidente por atos de terceiros — como a republicação de conteúdos — fere diretamente o artigo 5º, inciso XLV da Constituição Federal, que estabelece que “nenhuma pena passará da pessoa do condenado”. “Se manifestar publicamente é lícito, como o próprio Moraes reconhece. Então, responsabilizar Bolsonaro por manifestações alheias é frontalmente ilegal”, afirmou o advogado.

Além disso, Marsiglia criticou o caráter das novas medidas, que classificou como uma “fishing expedition” — expressão usada para descrever investigações genéricas em busca de provas sem foco definido. “Não se trata de proteger o processo, mas de vasculhar em busca de elementos que possam justificar futuras acusações”, disse.

O jurista também sugeriu que a decisão pode ter motivações políticas. “A medida parece servir como cortina de fumaça para desviar o foco da Vaza Toga 2, revelada hoje pelo jornalista Michael Shellenberger”, afirmou, referindo-se à nova série de denúncias envolvendo o Judiciário.


A decisão de Moraes foi motivada por sucessivas violações das medidas cautelares impostas anteriormente. Entre os episódios citados estão uma chamada de vídeo com o deputado Nikolas Ferreira e a suposta preparação de conteúdos para divulgação durante atos públicos. Moraes afirmou que “a Justiça é cega, mas não é tola” e que não permitirá que o réu “a faça de tola”.

Advogados de Direita: prisão domiciliar de Bolsonaro é "episódio de perseguição judicial"

O Movimento Advogados de Direita classificou a determinação de Moraes sobre a prisão domiciliar de Bolsonaro como um "alarmante episódio de perseguição judicial".

"O ministro Alexandre de Moraes acaba de decretar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, sob a alegação de descumprimento de medida cautelar. O “crime”? Aparecer em vídeo publicado por terceiros, enquanto recebia uma ligação do filho, Flávio Bolsonaro, durante as manifestações populares de 3 de agosto. A ordem de prisão não se baseia em ação direta de Bolsonaro nas redes, mas em conteúdo divulgado por terceiros, num evento público, onde foi apenas destinatário de uma ligação telefônica. Trata-se de um novo e alarmante episódio de perseguição judicial, sem contraditório, sem flagrante, sem proporcionalidade", afirmou o grupo no X.

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Ato contra Lula e Moraes reúne multidão em Natal

O ato realizado neste domingo (3), em Natal, a favor dos impeachments do presidente Lula da Silva (PT) e do ministro Alexandre de Moraes reuniu uma verdadeira multidão. A manifestação, realizada em frente ao Midway Mall, foi liderada pelo senador Rogério Marinho (PL-RN) e reuniu deputados, vereadores, lideranças políticas e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante o evento, Rogério Marinho destacou a importância da mobilização popular como instrumento legítimo da democracia. “No dia contra a censura, nós estamos em praça pública por liberdade. O Brasil precisa reagir aos abusos e retrocessos. Estamos aqui para defender o respeito à Constituição e dar voz a milhões de brasileiros indignados com os rumos do país”, disse o senador.

O ato foi marcado por faixas, cartazes e bandeiras com mensagens em defesa da democracia, da liberdade de expressão e contra o que os manifestantes classificam como perseguição política por parte do Supremo Tribunal Federal. Rogério também fez críticas à condução econômica do governo Lula, apontando aumento da inflação e perda de confiança nos rumos do país.

A manifestação contou com as presenças dos deputados federais General Girão e Sargento Gonçalves, dos deputados estaduais Tomba Farias, Gustavo Carvalho e Dr. Kerginaldo, da prefeita de Extremoz, Jussara Sales, além de vereadores, ex-prefeitos e lideranças da região.


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Rogério Marinho destaca força do PL e diz que partido é a principal alternativa ao projeto de poder do PT

Durante o seminário Rota 22 realizado neste sábado (2), em Santo Antônio (RN), o senador Rogério Marinho (PL-RN) exaltou o crescimento do Partido Liberal (PL) no Rio Grande do Norte e no Brasil, apresentando números que consolidam a legenda como a principal força de oposição ao governo Lula (PT).

“Hoje temos 99 deputados federais, a maior bancada da Câmara. São 14 senadores, incluindo os mais combativos, os mais preparados, os mais presentes nas lutas em defesa do Brasil. E não apenas no Congresso. O PL governa estados importantes como Rio de Janeiro, Santa Catarina. Além disso, o PL é um dos partidos que mais ocupa prefeituras, vice-prefeituras e presidências de câmaras municipais nas capitais do país.", declarou Marinho.

O PL fez 3 milhões e 600 mil votos em 2020 nas prefeituras de todo o país e era o novo partido. Em 2024 fez 16 milhões e 600 mil e é o primeiro partido do Brasil com número de votos para prefeito. "Nós estamos defendendo um partido que tem cara, tem liquidez. Nós estamos defendendo um partido que não pode, em nenhuma hipótese, trair o seu eleitor, porque o que nós recebemos por ocasião das eleições é o que nós temos a responsabilidade de exercer quando estamos no mandato, ou no executivo, ou no legislativo. Porque nós não toleramos a corrupção.", disse Rogério Marinho.

O senador potiguar também comemorou a expansão da legenda no RN: “Em 2022, elegemos quatro deputados estaduais, e , atualmente, temos seis deputados na ALRN, e quatro federais. E vamos crescer ainda mais em 2026”, garantiu.

Segundo ele, esse fortalecimento reflete não apenas uma conjuntura eleitoral, mas uma adesão popular aos valores que o PL defende: liberdade, responsabilidade fiscal, defesa da família e combate à corrupção. “Somos um partido com posição, com princípios e com coragem de enfrentar o sistema. O PL é hoje a trincheira daqueles que querem um Brasil livre, justo e eficiente”, disse.

Rogério Marinho ainda ressaltou que o partido tem lideranças com experiência administrativa e espírito público. “Temos um projeto. Não vivemos de slogans nem de narrativas falsas. Estamos nas ruas, ouvindo a população, respeitando o que é essencial para o país avançar.”

O seminário Rota 22 reuniu prefeitos, vereadores, ex-prefeitos, lideranças comunitárias e representantes de diversos municípios das regiões Agreste, Trairi e Potengi, consolidando a articulação do partido para as eleições municipais de 2024 e preparando o caminho para 2026.

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“Reaja Brasil”: atos por impeachment de Moraes e Lula mobilizam oposição pelo país


Parlamentares da direita e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão indo às ruas neste domingo (3) para pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa é a primeira vez que os organizadores vão pulverizar os atos em todo o país com a convocação de atos em ao menos 37 cidades (veja a lista abaixo). 

Os atos já começaram nesta manhã em ao menos duas capitais: Brasília, Belo Horizonte (MG) e Goiânia (GO). Na capital de São Paulo a manifestação deve ocorrer somente a tarde, mas por volta das 11h já havia mobilização de pessoas vestidas de verde e amarelo. Já havia também cartazes com os rostos do senador Rodrigo Pacheco e do presidente da Câmara Hugo Motta e a frase "Inimigos da Nação", além de pedidos por anistia.

Na capital federal, manifestantes vestidos de verde e amarelo gritavam as palavras de ordem "fora Lula, fora Moraes", enquanto parlamentares de direita, como as deputadas federais Bia Kicis (PL-DF) e Caroline De Toni (PL-SC) e o deputado distrital Thiago Monzani, discursavam.

Em seu discurso, a deputada Bia Kicis criticou o projeto de lei apresentado pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) que visa punir o "crime de traição nacional" com pena de 20 a 40 anos de prisão. "Vamos falar para eles quem são os traidores da Pátria! Aqueles partidos que recebem dinheiro de fora, de narcotraficantes, aqueles que querem entregar o Brasil pra China, que criaram o Foro de São Paulo. Aqueles que receberam ajuda da Usaid para interferir nas eleições de 2022 e calar a voz dos conservadores e atrapalhar a eleição do Bolsonaro. Esses são os traidores da Pátria. Se vier uma lei de traidores, quem vai em 'cana' são eles", disse a deputada. O discurso foi seguido por gritos de "Fora Lula" e "Fora Moraes".


À Gazeta do Povo, Caroline De Toni disse que com os atos o Brasil está mostrando mais uma vez o que anseia. "Anistia já, fora Lula e fora Moraes", listou a deputada catarinense.

Em Belo Horizonte, manifestantes concentrados na Praça da Liberdade entoavam um coro de "obrigado Eduardo Bolsonaro", em referência à articulação feita pelo deputado licenciado junto ao governo de Donald Trump para a aplicação de sanções contra Moraes. Também houve gritos em favor da anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023. E breve, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) deve discursar no ato. Eduardo Bolsonaro (PL-SP) deve fazer uma participação remota.

No interior do país também há mobilização. Em, Chapecó, cidade do Oeste de Santa Catarina, por exemplo, uma carreta já ocorreu.

Segundo o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores, a ideia é "marcar posição" contra os abusos nas decisões do ministro Alexandre de Moraes. A expectativa da oposição é de que as sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o magistrado do STF nesta semana ampliem a mobilização dos apoiadores de Bolsonaro. Moraes foi incluído na lista de pessoas sancionadas pela Lei Magnitsky. A legislação impede o ministro do Supremo de entrar nos Estados Unidos, além de vetar transações financeiras no país e com empresas americanas. 


“A convocação para a manifestação é para todas as cidades. Pode ser uma caminhada, uma carreata, uma motociata, ir até a praça da cidade – o importante é sair às ruas de verde e amarelo. É esse o chamado que estamos fazendo para todas as cidades brasileiras, diferente das manifestações anteriores, que foram concentradas no Rio ou em São Paulo", disse Malafaia. 

O ex-presidente Bolsonaro não vai comparecer aos atos, pois está impedido de deixar sua residência em Brasília aos finais de semana por conta das medidas restritivas impostas por Moraes. Apesar disso, políticos aliados de Bolsonaro se organizam para representá-lo em diversas regiões do país.  

Em São Paulo, onde é esperada a maior concentração de público, o evento será liderado por Malafaia e pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), a partir das 14h. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não deve comparecer porque vai passar por um procedimento médico. 

"Nosso foco é defender a liberdade, [protestar] contra os absurdos de Alexandre de Moraes, apoiado pela 'Suprema Corte de Censura'”, completou Malafaia. 


Nikolas Ferreira defende que o momento é o mais oportuno para a mobilização. O deputado protocolou na última quarta-feira (30) um novo pedido de impeachment contra Moraes. 

“Não se trata mais de denúncia isolada. O mundo está assistindo. E agora, oficialmente, uma das maiores democracias do planeta reconhece que há no Brasil um magistrado que viola direitos fundamentais, persegue opositores e destrói as bases do Estado de Direito", defendeu o deputado.  

Os organizadores também prometem defender a pauta do impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O tema será levantado ainda que, nos bastidores da oposição, a opção seja vista como pouco provável, pois não haveria tempo suficiente para concluir o processo até o fim do mandato presidencial.


Aliados de Bolsonaro se organizam para representá-lo pelo país 

Além de Nikolas Ferreira, outros aliados de Bolsonaro se organizaram para estarem presentes em diversas regiões do país ao longo deste domingo. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro vai estar em Belém para reforçar os atos na região Norte, enquanto o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) participará do ato no Rio de Janeiro. 

“Eu não estou preocupado com número [de manifestantes], não. Nós estamos preocupados em marcar posição, estar em tudo quanto é cidade”, afirma Malafaia. 

Outros parlamentares do PL pretendem se concentrar nos atos de seus redutos eleitorais. O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), por exemplo, estará em Goiânia; o deputado Luciano Zucco (PL-RS), em Porto Alegre; o senador Magno Malta (PL-ES) reforçará os atos em Vitória (ES); e o senador Rogério Marinho (PL-RN) vai participar do ato em Natal (RN).  

"Basta de autoritarismo, de censura, basta de arbitrariedade. Nós queremos justiça. Vamos estar juntos, mostrando a nossa indignação com o que está acontecendo no Brasil. Nós queremos justiça, e a justiça começa pela anistia”, declarou Rogério Marinho. 


Apesar de o foco ser o pedido de impeachment contra Moraes, os apoiadores de Bolsonaro também vão focar na defesa do projeto da anistia aos presos do 8 de janeiro. A oposição já indicou que a proposta volta como prioridade da articulação política do Congresso, a partir do dia 4 de agosto, com a retomada dos trabalhos no Legislativo. 

“Quando retornar o trabalho legislativo, nós temos como pauta nosso item número 1: não abriremos mão, na Câmara nem no Senado, de pautarmos anistia dos presos políticos do 8 de janeiro”, declarou o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ). 

Aliado do PL, o Partido Novo também participa da organização dos atos e defende que, além de Moraes, os manifestantes irão pedir o impeachment do presidente Lula. "Está cada dia mais claro: o STF se tornou uma corte política, aliada ao governo Lula. O próprio presidente petista já afirmou que só governa por conta do apoio do Supremo. Com o suporte do Poder Executivo, o STF tem rasgado a constituição e cometido seguidos abusos de poder. Precisamos agir enquanto é tempo", informou o partido em nota. 

Veja abaixo a lista de cidades com atos convocadas pela oposição

Espírito Santo

 Vila Velha: às 12h, no Posto Moby Dick;

Minas Gerais

– Belo Horizonte: às 10h, na Praça da Liberdade;

Rio de Janeiro

  • Rio de Janeiro-RJ: às 10h, na Praia de Copacabana;
  • Cabo Frio: às 10h, na Praia do Forte;

São Paulo

  • São Paulo: às 14h, na Avenida Paulista;
  • Bauru: às 10h, na Avenida Getúlio Vargas, Quadra 19, em frente à Copaíba;
  • Campinas: às 9h, na Praça do Largo do Rosário;
  • São José dos Campos: às 10h, no Parque Vicentina Aranha;
  • Bariri: às 10h, no Trevo do Portal Mário Fava;

Paraná

  • Curitiba: às 14h, na Boca Maldita;
  • Cascavel: às 15h, em frente à Praça da Bíblia;

Rio Grande do Sul

  • Porto Alegre: às 15h, na Avenida Goethe (Parcão);
  • Santa Cruz do Sul: às 15h, na Praça da Bandeira;

Santa Catarina

  • Florianópolis: às 16h, no trapiche da Beira Mar;
  • Criciúma: às 10h, no circo ao lado da UNISUL;
  • Itapema: às 9h30, no Trevo das Peixarias (Canto da Praia);
  • Joinville: às 16h, na Praça da Bandeira;

Distrito Federal

– Brasília: às 10h, em frente ao Banco Central;

Goiás

Goiânia: às 10h, na Praça Almirante Tamandaré;

Mato Grosso

– Cuiabá: às 16h, na Praça do Choppão;

Mato Grosso do Sul

 Campo Grande: às 10h, na Praça do Rádio;
Alagoas

– Maceió: às 9h, no Corredor Vera Arruda;

Bahia

– Salvador: às 9h, no Farol da Barra;

Ceará

– Fortaleza: às 15h, na Praça Portugal;

Maranhão

– São Luís: às 9h, na Praça do Foguete (Lagoa da Jansen);

Paraíba

– João Pessoa: às 14h, no Busto de Tamandaré;

Pernambuco

– Recife: às 14h, na Avenida Boa Viagem (em frente à Padaria Boa Viagem);

Piauí

– Teresina: às 16h, na Avenida Raul Lopes (Ponte Estaiada);

Rio Grande do Norte

– Natal: às 14h, em frente ao Shopping Midway;

Sergipe

– Aracaju: às 14h, no Arcos da Orla;
Acre

– Rio Branco: às 8h, no Palácio Rio Branco;

Amazonas

  • Manaus: às 16h, na Ponta Negra;
  • Apuí: às 10h – local a definir;

Pará

  • Belém: às 8h, na sede do Novo – Assis de Vasconcelos (esquina com a 28 de setembro);
  • Santarém: às 16h30, na Avenida Dr. Anísio Chaves (Praça da Bíblia);

Roraima

– Boa Vista: às 17h, na Praça do Centro Cívico;

Tocantins

– Palmas: às 16h, na Praça dos Girassóis.

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Rogério Marinho diz que Lula "se esconde atrás de promessas" e que Brasil vive “retrocesso liderado pelo PT”

O senador Rogério Marinho (PL-RN) voltou a subir o tom contra o governo Lula (PT) e o Partido dos Trabalhadores, durante o seminário Rota 22 realizado neste sábado (2), em Santo Antônio, no interior do Rio Grande do Norte. Para uma plateia formada por prefeitos, vereadores e lideranças do Agreste, Trairi e Potengi, Marinho acusou o governo federal de não entregar o que promete e de "viver de propaganda", enquanto o país enfrenta estagnação econômica e aumento da violência.

"Lula prometeu união, crescimento, empregos. Mas o que vemos é um governo parado, que persegue quem pensa diferente e que se esconde atrás de promessas que nunca se cumprem", afirmou o senador potiguar. Segundo ele, o governo atual representa um "retrocesso liderado pelo PT", que reedita práticas do passado e governa com revanchismo e aparelhamento do Estado.

Marinho também questionou o discurso petista de combate à fome e à desigualdade. "Estão distribuindo cargos e verbas para manter o apoio político, enquanto o povo continua sem segurança, sem saúde e sem educação de qualidade, eles colocam nos postos estratégicos e mais importantes não profissionais qualificados, não pessoas bem intencionadas. Colocou lá os seus apaniguados.", disse.

Para o senador, é preciso construir um novo caminho para o Brasil. “O que está em jogo é o futuro do país. Ou a gente acorda, ou vamos mergulhar em mais uma década de estagnação e manipulação ideológica”, concluiu.

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Datafolha: Governo Lula é reprovado por 40%; aprovação é de 29%

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mantém um índice de reprovação estável, de acordo com uma pesquisa Datafolha divulgada neste sábado.

Desde o levantamento realizado no mês passado, em julho, o nível daqueles que consideram a atuação do governo como “ruim” ou “péssima” é a mesma: 40%.

Enquanto isso, o nível de aprovação neste mês está na casa dos 29%, sendo que no mês passado eram 28% os que classificam como “bom” ou “ótimo” o trabalho desempenhado pelo governo federal.

Aqueles que consideram a gestão como “regular” passaram de 31% para 29%, enquanto 1% preferiu não responder.

O levantamento que ouviu 2.004 eleitores entre os dias 29 e 30 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Ao serem questionados especificamente sobre os trabalhos de Lula na cadeira da Presidência da República, 50% dos entrevistados reprovam a postura do mandatário, enquanto 46% aprovam.

O levantamento foi realizado em meio a crise do Brasil com os Estados Unidos, que teve início quando Donald Trump decidiu anunciar taxas de 50% sobre produtos importados do Brasil e ainda criticar o processo judicial enfrentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Suprema Corte.

Desde o início do imbróglio, Lula tem adotado um discurso duro, defendendo a soberania nacional e criticando os que tentam interferir em processos do Judiciário brasileiro.

Fonte: CNN

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Para blindar Moraes, PT pode colocar em risco o sistema financeiro do Brasil

Uma nova ofensiva foi lançada pela esquerda contra efeitos das sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com uma medida cautelar apresentada no STF, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) quer obrigar bancos nacionais a ignorar sanções internacionais. A manobra, no entanto, pode colocar em risco todo o sistema financeiro brasileiro.

O alerta foi feito pelo advogado e professor livre docente em direito da USP, Cristiano Carvalho, em entrevista à Gazeta do Povo. Carvalho lembrou um caso ocorrido em 2014, envolvendo o descumprimento, pelo banco francês BNP Paribas, de sanções impostas pelos Estados Unidos. Neste caso, o banco se declarou culpado por fazer operações em dólares para entidades do Sudão, de Cuba e do Irã, países que tinham sofrido sanções americanas.

Ao admitir a culpa, o banco francês concordou em pagar quase US$ 9 bilhões para resolver as acusações de violação das sanções dos EUA. Além disso, o BNP ainda ficou proibido de conduzir uma parte de suas transações em dólares por um ano. O banco é considerado um dos maiores da Europa, com presença em mais de 70 países.  

De acordo com Carvalho, este precedente internacional atesta o potencial de inviabilizar os bancos que forem obrigados a cumprir a eventual decisão do STF. “É um precedente que mostra que essas sanções econômicas não são bravatas, ao contrário das declarações e posturas frequentes do governo e do STF”, disse o advogado.

A relatoria da ação apresentada pelo líder do PT foi distribuída ao ministro Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Lula em 2023 e hoje considerado um dos principais aliados de Moraes dentro da Corte. Zanin remeteu a ação à Procuradoria-Geral da República (PGR) para manifestação.


“Ação de Lindbergh é bravateira”, opina advogado 


Para Carvalho, a medida cautelar do líder do PT é “bravateira”, referindo-se à expressão que trata de uma exibição de valentia ou bravura, muitas vezes exagerada e sem fundamento real. Ele pondera que considera improvável o deferimento da ação, mesmo considerando as “decisões teratológicas que o tribunal vem proferindo nos últimos anos”. “Entendo que o STF jamais deveria se envolver neste conflito, sob alto risco - provável, eu diria- de outros ministros serem enquadrados na Magnitsky”, observou o advogado.

Na opinião de Carvalho, caso a ação apresentada pelo deputado do PT seja deferida, o STF colocará os bancos em uma “sinuca de bico”. Para ele, os ministros colocarão as instituições financeiras frente a dois comandos contraditórios. “[De desrespeitar] a sanção Magnitsky, que é claríssima em extirpar o ministro Moraes de todos os bancos e empresas americanos, ou que tenha negócios ou conexão com os EUA; e o de desobedecer a uma decisão do Supremo”, explica o advogado. 


PT quer afrouxar sanções impostas a Moraes pela Lei Magnitsky 


A tentativa de blindar Moraes, protagonizada pelo líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias ocorre após o governo dos EUA, por meio da Lei Global Magnitsky, ter sancionado Moraes por “violações graves de direitos humanos”, citando a repressão a opositores e o uso político da Justiça.

As sanções incluem bloqueio de bens sob jurisdição americana e restrições de entrada no país, entre outras medidas que, segundo a ação, teriam potencial de “efeito colateral” em instituições financeiras que operam no Brasil.

A medida cautelar apresentada por Lindbergh, caso aceita, cria um impasse jurídico e operacional: os bancos estariam proibidos de tomar decisões com base em sanções externas, mesmo quando suas operações no exterior estivessem em risco. 

A ação, protocolada na quinta-feira (31), alega que qualquer obediência a decisões estrangeiras seria “violação à soberania nacional” e “ingerência externa no Poder Judiciário”. Também classifica o episódio como um “ataque institucional transnacional” e uma forma de “guerra híbrida” contra o STF. 

O texto da petição aponta ainda o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo como articuladores das sanções internacionais, acusando-os de “coação” e “colaboração com potências estrangeiras” por supostamente apoiarem a medida dos EUA como forma de pressionar o STF por anistia aos investigados dos atos de 8 de janeiro.


O dilema de Zanin na ação movida por petista


O processo tem ainda um conflito de interesses embutido. Enquanto relator da ação, Zanin, indicado ao STF pelo presidente Lula, terá que lidar com pressões simultâneas de aliados políticos, do mercado financeiro e do cenário internacional. Somado a tudo isso, Zanin terá que enfrentar o tema em um momento de crescente tensão institucional. 

Na análise do advogado e professor livre docente em direito da USP, Cristiano Carvalho, o relator enfrenta um impasse sensível em que há duas vias de ação.

“Se ele deferir a liminar, mostra apoio ao colega de turma, com quem sempre vota alinhado, mas quebra o sistema financeiro; se indeferir, preserva a economia do país, mas abandona o Moraes”, pondera Carvalho. Ainda, na avaliação de Carvalho, a saída de Zanin deve ser “sentar em cima do processo e não decidir”.

O advogado lembra ainda que Zanin não deve querer “arriscar entrar na lista de sancionados pela Lei Magnitsky”. No dia 18 de julho, o governo de Donald Trump anunciou a revogação dos vistos de Moraes, de “seus aliados” e familiares. Já no dia 30 de julho, o ministro Moraes foi sancionado pela Lei Magnitsky.


Bradesco indica que cumprirá a Lei Magnitsky contra Moraes e é criticado por Lindbergh


Diante do impasse sobre o cumprimento das sanções contra Moraes, instituições financeiras já começaram a se pronunciar. O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou ao portal Exame que o banco seguirá cumprindo a Lei Global Magnitsky e que aguarda pareceres jurídicos de seus escritórios nos Estados Unidos para compreender a amplitude dos impactos sobre as operações no Brasil.

“Não discutimos a lei, nós cumprimos a lei”, resumiu Noronha, reforçando que as sanções, embora emitidas por um país estrangeiro, têm efeitos práticos sobre instituições com presença internacional — como é o caso de grandes bancos brasileiros.

Noronha explicou que banco tem operações nos Estados Unidos, incluindo uma agência, uma filial e uma broker-dealer, mas destacou que entende que as transações em reais realizadas no Brasil não devem ser afetadas.

Após a declaração do presidente do Bradesco, Lindbergh publicou um vídeo em suas redes sociais, criticando a posição de Noronha. "Enquanto alguns se curvam a interesses estrangeiros, nós seguimos firmes com um projeto nacional", escreveu o petista na publicação.

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Manifestação contra Lula e Moraes neste domingo será em frente ao Midway

Durante o Seminário do Projeto Rota 22, em Santo Antônio (RN), reunindo lideranças do Agreste, Trairí e Potengi, o movimento 'Reaje, Brasil' foi considerado o marca para a mudança que o País precisa para o restabelecimento da harmonia entre poderes e colocar limites na hipertrofia do Judiciário, a favor da liberdade de expressão e da anistia para os envolvidos nos atos do 8 de janeiro de 2023.

Ao convocar a sociedade brasileira para o movimento "Reaja, Brasil", a partir das 14h30 do domingo (3), em frente ao shopping Midway Mall, Rogério Marinho ressaltou a importância de “estarmos juntos mostrando a nossa indignação, com que está acontecendo no Brasil”.

O Partido Liberal reafimar que “é hora de a sociedade brasileira se posicionar com coragem. De forma pacífica e ordeira, é necessário exigir respeito à Constituição, à liberdade e à democracia”. 

Segundo o deputado Federal Sargento Gonçalves (PL), o Brasil passa por um momento muito delicado. "Estçai atingindo um dos bens mais preciosos do ser humano, do cidadão brasileiro, que chama-se liberdade", pontuo o deputado para detalhar em seguida a hipertrofia do Judiciário. 

"Deus não me tirou de uma guarnição de polícia militar e me levou ao Congresso Nacional para eu me acovardar. Hoje o momento é muito delicado. Eu não imaginava que Deus iria me colocar como deputado federal em um momento tão delicado da nossa história. São 38 deputados federais, pasmem, deputados federais que estão respondendo processos no STF. Por que roubou? Não. Por que cometeu lavagem de dinheiro? Não. Esses estão soltos, inclusive o símbolo maior de corrupção do nosso país é o presidente da República hoje. Roubou e roubou muito, ele e a quadrilha toda, mas estão soltos, estão sendo descondenados", desabafou o deputado Federal Sargento Gonçalves.

O deputado estadual Gustavo Carvalho (PL), disse que participar do "Reaja, Brasil" é um ato em favor do Brasil, em favor da democracia e em favor de cada um. "O Brasil precisa da nossa voz. Vamos mostrar união e compromisso com o nosso país", salientou. 

Coronel Azevedo (PL), deputado estadual, enfatizou que o momento é agora. "Eles querem nos calar, nos intimidar, nos fazer recuar. Mas o Brasil que ama a liberdade não se curva. Nós estaremos em frente ao Midway. Vamos juntos mostrar a força do povo potiguar", convocou.

Tomba Farias (PL), deputado estadual, falando sobre o roubo do INSS, disse que a sociedade brasileira não podemos deixar passar em branco. "Estão roubando com as duas mãos e os dois pés. E esse país não pode ficar calado. Estão tirando e tirou de todo mundo, tirou daqueles que mais deram o seu suor na sua vida, daqueles que trabalharam por esse Brasil. Nós precisamos dar um basta nisso.  Nós precisamos dar o grito de independência. Chegou a hora. E é agora. É agora ou nunca. E amanhã, amanhã nós temos que estar unidos. Convoca todo mundo da família e vamos para o "Reaje,Brasil", em frente ao Midway", estimulou Tomba. 

"Amanhã, todos nós estaremos lá, no Midway, lutando pelo nosso Presidente. Pelo nosso país, pela nossa liberdade, pelo nosso presidente Bolsonaro", disse o presidente da Federação dos Municípios (Femurn), Babá.

AGENDA

Na agenda do Projeto Rota 22, ainda tem oficina em Parnamirim, no dia 6 de agosto, em Extremoz, no dia 7 de agosto, e Seminário da Região Metropolitana, em Natal, no dia 16 de agosto.

O Rota 22 é uma iniciativa do Partido Liberal (PL) em parceria com o Instituto Álvaro Valle, que fechou o primeiro semestre com 20 eventos realizados no Estado, sendo 16 oficinas e 4 seminários abrangendo todas as regiões do RN.

Fique conectado com o Rota 22 — acesse o site plrota22.com.br e confira quando o projeto passará por sua região. Mais informações também estão disponíveis nas redes sociais, pelos perfis @pl22rn e @plnacional22, e no canal de WhatsApp do Rota 22 no Rio Grande do Norte: canal.plrota22.com.br.

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