Décadas perdidas: pobreza mental e o legado dos governos Lula e Dilma

A retórica do "Brasil que avança" e da "inclusão social" marcou a era dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011 e 2023-presente) e Dilma Rousseff (2011-2016). No entanto, por trás do aparente brilho do boom das commodities e da expansão de programas sociais, escondeu-se uma miopia estratégica e uma série de equívocos estruturais que, longe de pavimentar um caminho de desenvolvimento robusto, gestaram o embrião de uma crise socioeconômica sem precedentes e perpetuaram as vulnerabilidades crônicas do país.

A análise fria dos fatos e dos dados estatísticos revela que as políticas implementadas, embora tenham, de forma paliativa, aliviado a pobreza imediata, sacrificaram a resiliência econômica, a produtividade, a competitividade e, fundamentalmente, a capacidade de o Brasil superar sua intrínseca "pobreza mental" e a dependência da "mentalidade da escassez".

A prisão invisível: a pobreza mental e o contexto brasileiro

Para além dos indicadores de renda e consumo, a pobreza tem uma dimensão psicológica profunda. Viver sob escassez contínua e incerteza gera um "modo mental" de urgência que condiciona comportamentos e expectativas: decisões são tomadas no curto prazo, a tolerância ao risco é baixa e a capacidade de planejamento estratégico é severamente comprometida. 

 Os economistas austríacos Eugen von Boehm-Bawerk e Carl Menger elaboraram sobre o conceito de preferência temporal para descrever, em termos gerais, o gradiente decisório de curto e longo prazos: a alta preferência temporal é indicativa de decisões que descontam o futuro em benefício do presente, ou seja, priorizam o imediatismo; a baixa preferência temporal, por sua vez, caracteriza o desconto do presente em benefício do futuro, e é comumente observada em construções sociais, econômicas e políticas que planejam visando ao longo prazo. 

Contemporaneamente, o economista jordaniano Saifedean Ammous argumenta, em seu Principles of Economics, que a baixa preferência temporal é indissociável da ideia de avanço civilizacional, já que a armadilha curto-prazista da alta preferência temporal impede que os agentes escapem às premências imediatistas da subsistência, e permaneçam, portanto, em um estado de privação material, cultural e intelectual.  

Estudos em neurociência social indicam que o estresse financeiro crônico pode causar queda na capacidade cognitiva (em até 13 pontos de QI), afetando funções executivas como o controle de impulsos e o pensamento de longo prazo. No Brasil, essa "pobreza mental" não é uma falha individual, mas uma resposta adaptativa a um ambiente sistêmico de restrição e risco, que se torna ainda mais arraigado pela fragilidade das instituições e pela falta de perspectivas duradouras.

Este é o pano de fundo de um país que, com um índice de Gini – que varia de 0 (igualdade perfeita) a 100 (desigualdade extrema) – em torno de 53,4 pontos em 2025, figura entre os nove mais desiguais do mundo, ao lado de potências econômicas como República Centro-Africana, Zâmbia e Eswatini, anteriormente conhecida como Suazilândia.

A concentração de renda em terras tupiniquins é obscena: enquanto o 0,1% mais rico dobrou seus ganhos nos últimos três anos, os 95% mais pobres mal viram sua renda superar a inflação. A informalidade no mercado de trabalho, que atinge cerca de 40% da força de trabalho, significa milhões de pessoas sem proteção social, vivendo à mercê das flutuações econômicas.

A situação não para de piorar. Dados da Universidade Federal de Minas Gerais revelam que, entre dezembro de 2023 e agosto de 2025, o número de moradores de rua mais do que dobrou, saltando de 160 mil para 345 mil pessoas, um aumento de 116! Da mesma forma, Indicador de Inadimplência levantado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que 42,01% dos brasileiros adultos estavam negativados em março de 2025, o que representa mais de 69 milhões de consumidores, índice recorde que registra salto de quase 4% em relação ao já elevadíssimo índice anotado em março de 2024.

Esse ambiente de insegurança permanente como solo fértil para a perpetuação da "mentalidade da escassez" e para a primazia da alta preferência temporal, no âmbito das quais a energia mental é consumida pela sobrevivência diária, impedindo a visualização e a construção de um futuro melhor.

A ilusão do crescimento e a "nova matriz" que desmantelou o futuro e a psicologia coletiva

Os anos Lula-Dilma foram impulsionados por um vento favorável externo: o superciclo das commodities. O Brasil, grande exportador de matérias-primas, surfou na alta demanda global e nos preços inflacionados. Este cenário, no entanto, foi interpretado como um atestado de sucesso das políticas internas, e não como uma janela de oportunidade para profundas transformações. Em vez de capitalizar esses ganhos para diversificar a economia, modernizar a indústria e investir maciçamente em inovação, os governos optaram por uma estratégia baseada na expansão do consumo via transferências de renda e crédito subsidiado, acompanhada de um intervencionismo estatal crescente.

A chamada "nova matriz econômica" do governo Dilma Rousseff, que explicitamente flexibilizou o tripé macroeconômico (câmbio flutuante, metas fiscais e metas de inflação), não foi um projeto inovador, mas uma receita para o desastre. O controle artificial dos preços da energia, os subsídios generalizados, incluindo a política das empresas "campeãs nacionais", e a intervenção excessiva em setores estratégicos desvirtuaram a lógica de mercado e geraram distorções massivas.

A expansão descontrolada dos gastos públicos, sem as contrapartidas de reformas estruturais essenciais, corroeu a sustentabilidade fiscal. O resultado foi um déficit primário alarmante e uma dívida pública crescente, que lançaram o país à beira da insolvência, revertida na gestão Jair Bolsonaro, mas retomada desde 2023 com a mais absoluta irresponsabilidade fiscal sob a batuta da dupla Lula-Haddad.

Essa instabilidade macroeconômica, com a alternância brusca entre períodos de euforia e de crise fiscal e inflacionária, tem um impacto direto na "mentalidade da escassez". A imprevisibilidade econômica e a quebra de expectativas criam um ciclo vicioso de desconfiança e de foco no curto prazo. Um ambiente inflacionário, convém destacar, é um que não apenas fomenta como também premia comportamentos de alta preferência temporal, pois a desvalorização causada pelo aumento da massa monetária compromete o planejamento de longo prazo. Além disso, contextos inflacionários quase sempre são acompanhados de controle de capitais, e tais restrições afetam principalmente os estratos menos favorecidos da sociedade, que, sem meios de escapar à desvalorização da moeda, recorrem a expedientes curto-prazistas para viabilizar a própria sobrevivência. 

Sobretudo, os beneficiários de programas sociais, embora amparados – ou melhor seria dizer, acorrentados – pelo aparato estatal, acabam por internalizar uma cultura de dependência ou de expectativa limitada, pois a ausência de um projeto de país coeso e a alternância de “esperança” e “crise” prolongam o ambiente psicológico de insegurança, dificultando a construção da autonomia.

Não é à toa, portanto, que, após 17 anos de governos do PT, cerca de 94 milhões de brasileiros, aproximadamente 43% da população brasileira, permaneçam completamente dependentes de algum tipo de auxílio estatal, como o vale-gás, o que evidentemente gera benefícios eleitorais e comprova a falta de compromissos dessas lideranças em promover uma mobilidade socioeconômica genuína.

A tragédia da produtividade, a estagnação educacional e a pobreza mental enraizada

Enquanto os holofotes se voltavam para a redução da pobreza extrema (que, é importante notar, foi em grande parte um efeito direto do crescimento do PIB via setores produtivos e não de políticas sociais assistencialistas), as fundações da economia brasileira se desmantelavam. A produtividade permaneceu estagnada. A participação do Brasil em cadeias globais de valor manteve-se restrita, sem qualquer salto tecnológico consistente, como já apontado em artigo de minha autoria aqui nesta mesma Gazeta. O baixo investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), um dado crucial que persistiu em patamares baixíssimos comparado a economias emergentes, e a pouca articulação entre universidades, transformadas em centros de doutrinação esquerdista, e empresas, condenaram o país a uma permanente posição de coadjuvante tecnológico.

Os dados educacionais são um espelho cruel dessa falha estrutural e um motor da pobreza mental. O Brasil continua vergonhosamente abaixo da média da OCDE no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) em leitura, matemática e ciências. Mais grave ainda: cerca de 70% dos alunos saem do ensino médio sem o domínio pleno de leitura e escrita, um índice que não apenas compromete a mobilidade social e a capacidade de competir no mercado de trabalho moderno, mas reforça a "pobreza mental" ao privar os jovens de ferramentas básicas para o pensamento crítico, a tomada de decisões informadas e o planejamento de longo prazo.

A ineficiência do gasto público é gritante: o país gasta mais que a média da OCDE com educação e saúde, mas entrega resultados pífios, evidenciando gestões que priorizaram o volume ao invés da qualidade e do impacto, falhando em libertar a mente de milhões.

O descaso com a infraestrutura e a carga tributária regressiva: reforços da fragilidade

A visão de longo prazo foi substituída pelo imediatismo eleitoral. O investimento em infraestrutura, crucial para a competitividade e o crescimento sustentável, permaneceu lamentavelmente baixo, em cerca de 2% do PIB, quando o mínimo seria acima de 4%. A falta de rodovias, portos, saneamento e energia eficientes sufoca o potencial produtivo e eleva os "custos Brasil", tornando qualquer tentativa de reindustrialização ou atração de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) em manufatura um desafio hercúleo. A ausência de um ambiente infraestrutural robusto contribui para a incerteza e a percepção de falta de oportunidade, alimentando o ciclo da pobreza mental.

A carga tributária – apesar dos arremedos de reforma realizados – além de ser uma das mais altas do mundo em relação ao PIB, manteve-se regressiva, penalizando o consumo e, portanto, os mais pobres, e aliviando a tributação sobre renda e patrimônio. A inação em promover uma reforma tributária justa e eficiente é uma das maiores omissões desses governos, perpetuando a desigualdade e minando a capacidade de investimento e poupança da população e das empresas. A percepção de um sistema injusto e de um Estado ineficiente fragiliza a confiança e o senso de pertencimento, pilares importantes para a superação da mentalidade de escassez. 

A estrutura tributária brasileira penaliza também o investimento produtivo, já que o Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica (IRPJ) incide sobre o lucro corporativo independentemente de este ser reinvestido na própria empresa. A irracionalidade da tributação corporativa brasileira trata do mesmo modo, portanto, o lucro distribuído entre os acionistas e aquele reinvestido na ampliação do capital fixo. 

Políticas sociais paliativas, não estruturantes, e o reforço da dependência

Embora programas como o Bolsa Família tenham tido um impacto positivo na redução da fome e da pobreza extrema no curto prazo, essas iniciativas atuaram, em sua essência, como paliativos, sem serem acompanhados de políticas robustas que gerassem mobilidade social sustentada e, crucialmente, uma mudança na mentalidade. A ausência de educação de qualidade que realmente capacitasse, de qualificação profissional alinhada às demandas do mercado e de um ambiente econômico que gerasse empregos formais e de maior valor agregado, deixou um legado de dependência e fragilidade. Em vez de empoderar para o futuro, muitas políticas apenas mitigaram o presente, mantendo o indivíduo preso à lógica de sobrevivência característica da alta preferência temporal.

Os escândalos de corrupção sistêmica (Mensalão, Petrolão), a instabilidade institucional e a corrosão da governabilidade política, especialmente no segundo mandato de Dilma, foram o epítome da falência de um modelo. A incapacidade de formar maiorias coesas e de enfrentar reformas impopulares, mas necessárias, revelou uma fragilidade política que se somou à debilidade econômica, aprofundando a percepção de caos e imprevisibilidade que alimenta a "pobreza mental".

Conclusão: a contundência de duas décadas perdidas – e a captura da mente

Os quase vinte anos sob as administrações de Lula e Dilma não se configura meramente como um período de falhas isoladas, mas como décadas perdidas para a transformação estrutural do Brasil. A oportunidade histórica de utilizar a bonança externa para edificar as bases de uma nação verdadeiramente desenvolvida foi tragicamente desperdiçada em favor de um modelo insustentável de crescimento via subsídios, consumo sem lastro e intervencionismo estatal.

O resultado é um país onde a pobreza mental e a mentalidade da escassez não são apenas sintomas da privação material, mas produtos de um arcabouço político-econômico que perpetuou a dependência, minou a produtividade e negligenciou o capital humano. O legado mais sombrio dessas gestões não reside apenas nos desequilíbrios fiscais ou na estagnação da produtividade – que, por si só, são graves –, mas na consolidação de uma cultura de improviso e de uma percepção de futuro limitado que ainda assombra a sociedade brasileira.

A "pobreza mental", a "mentalidade da escassez", a alta preferência temporal e a desigualdade estrutural não foram combatidas em suas raízes, mas, em grande medida, reforçadas por políticas que privilegiaram a aparência sobre a substância, o assistencialismo sobre a autonomia e o populismo sobre o planejamento estratégico.

Sob essa liderança anacrônica, um país com imenso potencial se mostra incapaz de dar o salto qualitativo que a sua gente merece e que a sua economia exige. É uma lição dolorosa sobre a imperiosa necessidade de reformas estruturais, de responsabilidade fiscal e de uma visão de longo prazo que priorize a produtividade, a educação de qualidade e a inovação como pilares de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável e inclusivo. Só assim poderemos libertar não apenas os corpos da privação material, mas também as mentes da captura pela escassez crônica, permitindo que a ambição, a autonomia e o planejamento de futuro floresçam em toda a sociedade brasileira.

Somente assim, com a coragem de abraçar reformas estruturais profundas e uma visão de longo prazo inegociável, não factíveis sob o governo atual, o Brasil poderá finalmente transcender sua condição de eterno potencial e construir uma prosperidade que seja não apenas material, mas também intelectual e autonomizadora, libertando-se de uma vez por todas da armadilha do subdesenvolvimento.


Marcos Degaut é doutor em Segurança Internacional, pesquisador sênior na University of Central Florida (EUA), ex-secretário especial adjunto de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, ex-secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa e ex-secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior do Brasil (CAMEX).- Gazeta do Povo

Publicidade

PF cumpre mandados no RN e em outros sete estados em nova fase de operação contra fraudes no INSS


A Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União, deflagrou nesta quinta-feira (9) nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.

No Rio Grande do Norte, a ação cumpre mandados de busca e apreensão, junto a outros sete estados: São Paulo, Sergipe, Amazonas, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e o Distrito Federal. Ao todo, são 66 mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal.

O objetivo da operação é aprofundar as investigações e apurar crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa e atos de ocultação e dilapidação patrimonial.

A ação reforça o combate a fraudes que atingem aposentados e pensionistas em todo o país, com foco especial em unidades federativas onde foram registrados maiores números de denúncias.

Publicidade

Homem desaparece após se afogar na Praia do Forte; buscas serão retomadas nesta quinta-feira

Um homem está desaparecido após se afogar na Praia do Forte, na zona Leste de Natal, no início da noite desta quarta-feira (8). A informação foi repassada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte (CBMRN), que comunicou que as buscas serão retomadas nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (9).

De acordo com a corporação, dois homens foram arrastados pela correnteza no local. Um deles conseguiu sair da água e pedir socorro, enquanto o outro não foi mais visto.

As equipes de mergulho iniciaram as buscas ainda durante à noite, com apoio de populares, da aeronave do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER) e da Capitania dos Portos. No entanto, as operações precisaram ser suspensas devido à falta de visibilidade, que impossibilitou de localizar a vítima.

Segundo o Corpo de Bombeiros, as buscas serão retomadas assim que houver condições adequadas de iluminação e segurança para as equipes.

Tribuna do Norte

Publicidade

Anistia, democracia e as ironias da história

Ao longo da história brasileira, dezenas de anistias foram aprovadas, tendo como objetivo recolocar o país nos trilhos da conciliação política. Isso ocorreu nos períodos colonial e regencial, no Segundo Império e após a proclamação da República. Em que pese não haver um momento específico que imponha a necessidade de se conceder uma anistia, na sua essência, ela pressupõe o reconhecimento de um cenário excepcional na vida política do país, como é o caso do Brasil na atualidade.

As anistias, portanto, são concedidas nos períodos de pacificação da comunidade política, após a ocorrência de conflitos, revoltas ou reivindicações direcionadas contra o Estado. Num Estado Democrático de Direito, em geral, essa atribuição é de competência do Parlamento.

Os principais atores políticos e econômicos, e grande parcela da população não contaminada por ideologias de esquerda, sabem que, sem uma anistia ampla, geral e irrestrita, não haverá a pacificação da sociedade

Como testemunha ocular da história, acompanhei de perto e apoiei a aprovação pelo Congresso Nacional, da lei da anistia de 1979. Entendo que ela foi um ponto de inflexão no cenário político brasileiro, que permitiu a redemocratização e a pacificação do país. Com sua aprovação, assisti de perto os exilados e banidos voltarem para o Brasil, os clandestinos deixaram de se esconder da polícia, os réus tiveram os processos nos tribunais militares anulados, e os presos foram libertados de presídios e delegacias.

Por uma estranha ironia da história, vejo com perplexidade, na atualidade, que os anistiados do passado são os mesmos que estão gritando nos palcos, nas redes sociais, nas televisões e na imprensa: anistia não!

Inúmeras figuras públicas – políticos, artistas, jornalistas, professores, sindicalistas, entre outras - que foram beneficiadas pela anistia no passado, certamente afetadas por ideologias ou por interesses não republicanos, revelam de forma explicita o seu caráter, ao se recusarem a apoiar uma anistia ampla, geral e irrestrita.

Nos seus âmagos, revelam que estão assustadas e temerosas, pois sabem que a aprovação da lei de anistia ampla, em gestação na sociedade e no Parlamento, irá provocar mudanças sensíveis no cenário política, econômico e social no país em 2026. O povo brasileiro, notadamente, os que estão indo para as ruas, ou que se manifestam nas pesquisas de opinião, sinalizam que estão cansados de má gestão, corrupção e impunidade, e que aspiram governantes mais competentes, menos desperdícios e corrupção, em especial, mais transparência na governança pública.

Assim, como ocorreu nos últimos anos da década de setenta, é perceptível que a aprovação de uma anistia ampla, geral e irrestrita é inexorável. É importante destacar que, essa anistia ampla, de forma consciente e inconsciente, já está nas mentes e corações dos brasileiros que desejam um país mais justo e democrático.

Os principais atores políticos e econômicos, e grande parcela da população não contaminada por ideologias de esquerda, sabem que, sem uma anistia ampla, geral e irrestrita, não haverá a pacificação da sociedade, a retomada da liberdade de expressão e da democracia no Brasil.



José Matias-Pereira, doutor em Ciência Política pela Universidade Complutense de Madrid, pós-doutor em Administração, é professor de Administração Pública da Universidade de Brasília. - Gazeta do Povo

Publicidade

Mais de 1,7 mil famílias do RN terão que devolver Auxílio Emergencial indevido; valor passa de R$ 4,6 milhões

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) notificou 1.783 famílias do Rio Grande do Norte por receberem indevidamente o Auxílio Emergencial, pago durante a pandemia da Covid-19. O valor total a ser devolvido aos cofres públicos chega a mais de R$ 4,6 milhões.

Em todo o país, mais de 177 mil pessoas estão na mesma situação. Segundo o MDS, a cobrança atinge apenas quem não cumpria os critérios legais para receber o benefício. Ficam de fora famílias em situação de vulnerabilidade — como as inscritas no Bolsa Família ou Cadastro Único, ou que receberam menos de R$ 1,8 mil no total.

O governo aponta irregularidades como emprego formal ativo, acúmulo de benefícios previdenciários, renda familiar acima do limite permitido ou duplicidade de pagamentos. Esses casos foram detectados após cruzamento de dados com órgãos federais.

As notificações estão sendo enviadas por SMS, e-mail, WhatsApp e pelo aplicativo Notifica, priorizando quem tem maior capacidade de pagamento ou valores mais altos a devolver. Quem ignorar o aviso pode ser inscrito na Dívida Ativa da União, ter o nome negativado e entrar no Cadin (Cadastro de Inadimplentes do Governo Federal).

Devolução deve ser feita online

Segundo a  coordenadora-geral de Pagamento e Controle do MDS, Raquel Araújo de Sousa,o ressarcimento deve ser feito pelo sistema Vejae, via PagTesouro, com opções de pagamento por PIX, cartão de crédito ou boleto bancário. O prazo é de 60 dias, com possibilidade de parcelamento em até 60 vezes, valor mínimo de R$ 50 por parcela e sem juros ou multa.

O MDS reforça que o processo não é automático: cada notificado precisa acessar o sistema oficial e confirmar a devolução voluntária para evitar penalidades.

Publicidade

Homem fica quatro anos esperando cadeira de rodas e Justiça manda Governo do RN pagar R$ 11 mil em cinco dias

O drama de um agricultor de Marcelino Vieira, no Oeste potiguar, finalmente ganhou um desfecho judicial. Após quatro anos acamado, esperando que o Governo do RN fornecesse uma cadeira de rodas motorizada, a Justiça determinou que o Estado custeie o equipamento em até cinco dias. O equipamento, essencial para sua locomoção e autonomia, custa R$ 11.338.

Desde o acidente em 2021, que o deixou paraplégico, o homem depende da cadeira de rodas para se locomover e manter a autonomia. Sem o equipamento, ele passa o dia inteiro deitado, sofrendo feridas na pele e precisando usar sonda hospitalar, uma situação que a Justiça classificou como violação ao direito à saúde e à integridade física.

O pedido, feito ao Centro Estadual de Reabilitação e Atenção Ambulatorial Especializada (CERAE/RN) em julho de 2025, ficou sem resposta por meses, até que o caso chegou à Vara Única da Comarca de Marcelino Vieira. O juiz Gustavo Henrique Silveira Silva destacou que, segundo a Constituição, saúde é direito de todos e dever do Estado, e que a omissão do poder público configurava risco à vida e à dignidade do agricultor.

A decisão da Justiça agora obriga a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) a fornecer ou custear o equipamento no prazo determinado, sob risco de bloqueio direto de recursos do Estado. Uma vitória que mostra que, mesmo diante do descaso, a Justiça pode garantir direitos básicos e mudar vidas.

Publicidade

Indústria brasileira encolhe 5,3% em agosto e tem 4ª queda no faturamento em 6 meses

O faturamento da indústria brasileira caiu 5,3% em agosto em relação a julho, registrando a quarta retração nos últimos seis meses, segundo dados divulgados nesta terça-feira (7) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O resultado reduziu o crescimento acumulado do setor no ano, que passou de 5,1% até julho para 2,9% até agosto, na comparação com o mesmo período de 2024.

Além da queda no faturamento, as horas trabalhadas recuaram 0,3%, a massa salarial encolheu 0,5% e o rendimento médio dos trabalhadores caiu 0,6%. Na contramão, a utilização da capacidade instalada avançou 0,2 ponto percentual, atingindo 78,7%, e o emprego ficou estável pelo quarto mês consecutivo.

De acordo com a CNI, os juros altos, a valorização do real e a concorrência com importados estão entre os fatores que explicam o enfraquecimento do setor.

Publicidade

Ex-governador Fernando Freire será submetido a cirurgia após fratura no fêmur

O ex-governador do Rio Grande do Norte, Fernando Freire, 71 anos, será submetido a uma cirurgia no final da tarde desta terça-feira (7) após sofrer uma fratura no colo do fêmur. Ele está internado no Hospital Memorial, em Natal, após receber os primeiros atendimentos no hospital Walfredo Gurgel.

De acordo com o ex-deputado estadual Nelson Freire, que é primo de Fernando, o ex-governador passou mal na segunda-feira (6), enquanto almoçava em um restaurante no bairro do Tirol, na zona Leste da capital. “Ele foi vítima de uma queda ocasionada por uma repentina diminuição da pressão num restaurante em Natal e, em decorrência, fraturou o colo do fêmur”, informou.

O ex-governador foi inicialmente socorrido pelo Samu e levado ao Hospital Walfredo Gurgel, onde recebeu os primeiros atendimentos de urgência. À noite, foi transferido para o Hospital Memorial, onde está sendo acompanhado pela equipe médica.

Nelson Freire afirmou que o quadro de saúde do ex-governador é estável e que a expectativa é positiva para o procedimento. “A cirurgia a que será submetido ocorrerá hoje no final da tarde e os médicos e todos nós esperamos que seja muito bem-sucedida”, declarou.

Tribuna do Norte 

Publicidade

Cantora Michele Andrade recebe título de Cidadã Norte-Rio-Grandense

A cantora Michele Andrade foi homenageada, nesta segunda-feira (6), com o título de Cidadã Norte-Rio-Grandense durante solenidade na Assembleia Legislativa do RN. A proposição foi do deputado Tomba Farias (PL) e aprovada por unanimidade pelos 24 parlamentares.

Natural de Barreiros (PE) e morando no estado desde 2021, Michele se destacou no cenário nacional do forró contemporâneo, levando a cultura potiguar a diferentes públicos.

Michele tem conquistado um espaço que leva o Rio Grande do Norte além das fronteiras do Brasil”, afirmou Tomba.

Emocionada, a cantora agradeceu o reconhecimento:

Agora, quando alguém perguntar se sou potiguar, vou dizer que também. Amo esse estado e sempre levarei o nome do Rio Grande do Norte por todo o Brasil.”

A cerimônia contou com a presença de fãs, familiares e dos deputados Tomba Farias e Dr. Kerginaldo (PL).

Publicidade

Deputados Hermano Morais e Eudiane Macedo escolhem permanecer no PV

Os deputados estaduais Hermano Morais Eudiane Macedo, que haviam considerado a possibilidade de se filiar a outros partidos, optaram por permanecer no Partido Verde (PV). A informação foi apurada e divulgada pelo comentarista Saulo Spinelly, da 98 FM Natal, na segunda-feira (6).

Segundo Spinelly, a decisão foi tomada após uma análise estratégica sobre o cenário eleitoral, que indicaria uma eleição mais tranquila na federação.

O comentarista também comentou sobre a composição da federação que envolve o PT, PV e PC do B, destacando nomes já consolidados, cujas definições sobre candidatura — estadual ou federal — ainda estão sendo analisadas.

“O PT é um celeiro de bons quadros, com uma esteira consistente de lideranças que ajudam na construção do nominato e no fortalecimento da federação”, afirmou Spinelly.

Ainda de acordo com o comentarista, a decisão de Hermano Morais e Eudiane Macedo representa uma mudança no planejamento de outros partidos, como o MDB, que perderia dois nomes considerados estratégicos para sua bancada. Ele citou que o MDB segue com nomes como Ezequiel Ferreira, Baldo Fernandes e o prefeito Tiago Almeida como candidatos já confirmados.

Publicidade